É a volta do verde, que beleza, se esparramando lindo pelo
chão
Chão vermelho pode ser, a cor do barro da colina
Também é terra meu senhor, sítio de trabalhador
A transparência da água é de Deus, que a fez assim tão cristalina
É alegria da vida, faz brotar semente em árvore, um milagre, uma benção do Senhor!
Deus, meu Deus por favor, me proteja, da vermelha lama vermelha,
que a mim só causou
dor
Como lava de vulcão ela matou, toda a minha plantação
Num segundo, acabou, da minha mulher as carícias
que um dia, tanto amei
que um dia, tanto amei
Meu cachorro, cão trigueiro, me seguia pela vida,
pastoreando meu gado
Se foi, pela lama levado, uivando pedindo socorro,
Fiquei sozinho, nada tenho, a lama vermelha levou
Sou caminhante sem rumo, sem meu lar, sem saber pra onde ir,
Perdi o que mais amava, minha mulher e meu cão
Os “home” lá da cidade, tão falando em “consertá”
Será que eles são Deus pra de novo “replantá” as árvores verdinhas
e o rio “botá” no antigo “lugá”?
Será que eles, farão meu amor voltar pra mim, e o meu valente
cãozinho
de novo voltar a latir, lamber minhas
mãos
cansadas do trabalho na enxada?
Meu Deus! Consola meu coração, não quero ter raiva não!
Os “home” são estudado, sabem ler mais do que eu,
Sou apenas um coitado que agora vive isolado, sem do meu
amor, os afagos
Na lama vermelha eu caminho, carregando grande saudade,
vou seguindo a minha vida,
vou seguindo a minha vida,
Sozinho lamentando, pela minha triste sina, com a mágoa
doendo
no peito
no peito
a triste dor da despedida!
Edison Borba
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