Quando uma tragédia se abate sobre alguém, suas consequências
atingem a uma família. Quando uma tragédia atinge a uma família, o fato pode
repercutir numa cidade. Quando uma cidade é atingida por um fato terrível, o
país em que ela está situada sofre e chora. Quando uma tragédia acontece
envolvendo um país, o mundo todo se agita e passa a refletir sobre as raízes do
problema e suas consequências.
Nada acontece do nada! Uma borboleta bate asas no Brasil e um
terremoto acontece no Japão: será que existe uma correlação entre esses dois
fatos? É provável que sim, na medida em que nada ocorre isoladamente, causa e
efeito estão sempre juntos.
Há alguns anos, propagou-se que o mundo havia se transformado
numa aldeia global. Os meios de comunicação, tão rápidos e eficientes estavam
cada vez mais aproximando os povos, unindo os homens, ajudando no processo de
pacificação da humanidade. Ledo engano!
O homem moderno, diferentemente do que se esperava pelo
processo evolutivo, tem muitas dificuldades em dividir, partilhar, doar, ouvir,
ceder, colaborar, isto é, o egoísmo aflorou nos últimos tempos envolvendo desde
as famílias até o planeta como um todo.
Talvez esta reflexão esteja sendo radical em demasia, mas
observando com calma percebe-se que cada um de nós quer ser mais bonito, ter
melhores bens de consumo, ser mais perfeito frente aos espelhos, brilhar externamente
num processo de que ser, é ter para exibir, sem preocupações com o próximo.
Hoje o planeta terra vive grandes contrastes: brilhos, luzes,
fartura em contrapartida a escuridão e miséria. Famílias preocupadas em
comprar, ter, possuir cada vez mais passando para os descendentes que o externo
é mais valioso que o interno. Sou belo, estou na moda, estou na mídia, logo o “resto”
não me diz respeito.
Porém, quando uma tragédia se abate sobre um país, grande
comoção toma conta, temporariamente, dos povos. Em segundos tem-se a percepção
do quanto somos frágeis e que sozinhos nada podemos.
As tragédias que se abateram sobre Paris, na França e
Mariana, cidade de Minas Gerais, no Brasil são exemplos da fragilidade humana.
No momento em que uma grande comoção que se abate sobre o
mundo, talvez seja importante que cada um de nós, do polo norte ao extremo sul,
façamos reflexões sobre a nossa participação nestes fatos.
Os responsáveis pelo rompimento das barragens e os
terroristas, de alguma forma explodiram suas iras, em virtude de se sentirem
livres para agir, enquanto cada um de nós estava olhando para seu próprio
umbigo.
O avesso das tragédias pode levar o homem a aprender a viver valorizando o
seu meio ambiente e tudo que nele existe e habita, e aos seus semelhantes,
descartando-se de seus preconceitos, vaidades, rancores, ódio, inveja e outros
sentimentos nocivos à paz individual e mundial.
Ainda é tempo de agirmos e mudarmos os rumos da humanidade! No
lado escuro da tragédia pode estar a luz que nos guiará para um futuro melhor!
Edison Borba
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