Faz tempo que as escolas do Rio de Janeiro estão ocupadas
pelo calor, por ventiladores quebrados, aparelhos de ar que não funcionam,
goteiras, carteiras inadequadas, quadra de esportes esburacadas, falta de
segurança, merenda sem qualidade nutritiva (quando há merenda), portas e
janelas quebradas, muros derrubados, professores mal remunerados (e agora em
2016 – na rede estadual, sem pagamento), banheiros entupidos, insetos e toda a
desordem emanada dos governos.
Esta ocupação, não produzia manchetes nos jornais, revistas, noticiários
das rádios e emissoras de televisão. Creio, que o que fere o povo trabalhador,
passa desapercebido, como se a paciência e a tolerância fizessem parte do
cotidiano brasileiro.
A greve dos trabalhadores da rede de ensino estadual, pouco
tem sido divulgada pelos meios de comunicação, que não lembra à população que o
13º salário, referente à 2015, não foi ainda concluído. Quanto ao salário,
talvez Deus em sua infinita bondade divulgue nos próximos dias alguma data
ainda no mês de abril, já que o salário em questão refere-se a março de 2016.
Em boa hora, alunos e seus familiares perceberam que eles
também são vítimas desta cruel realidade brasileira, e os estudantes providos
da coragem da juventude entraram em ação e estão ocupando o espaço que lhes
pertence. Quem sabe os alunos poderão administrar melhor aquilo que os governos
municipais, estaduais e federal, não conseguiram até hoje.
Parabéns aos alunos das Escolas Estaduais Prefeito Mendes de
Morais na Ilha do Governador, Heitor Lira, na Penha, onde lecionei por mais de
dez anos, Visconde de Cayru, no Méier, Euclydes Paulo da Silva, em Maricá, além
de outras Unidades de Ensino no Estado.
É com tristeza que faço este comentário, pois o ideal seria
que as escolas estivessem ocupadas por felicidade, cultura, aprendizagem,
saber, leitura, amor e educação de qualidade.
Rezo para que durante as ocupações os jovens aproveitem o
espaço para estudar, ler, buscar nos livros o saber que neste momento eles não
estão conseguindo obter de seu Mestres, que lutam há muitos anos para que a
nossa EDUCAÇÃO seja mais do que uma propaganda sórdida, que se mantém nos meios
de comunicação: a piada do ano “BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA”.
Mais uma vez eu apelo aos pais e responsáveis e também aos
alunos que cuidem de suas escolas, aproveitem este tempo e espaço para se
tornarem cidadãos livres, e que consigam mudar este País tornando-o uma
verdadeira DEMOCRACIA.
Abraços de Edison Borba, professor da rede pública estadual
desde 1972, aposentado desde 2006, mas que continua na ativa, trabalhando em
salas de aula, cumprindo seu papel de trabalhador consciente e que
verdadeiramente ama esse PAÍS.
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