Não me
reconheci na imagem refletida no espelho
Uma estranha
figura, querendo se passar por mim
Olhava-me
fixamente, olhos nos olhos
Por um
momento tive o reconhecimento
E pude
identificar-me no estranho homem
Naquele dia,
tudo ficou diferente e estranhamente
O estranho
do espelho, entrou em mim, entranhou-se ...
De tal
maneira, que estranhamente tudo que eu era perdeu-se ...
A realidade
refletida, era perfeitamente um eu, que não conhecia
Eu me
transmutei em mim, de outra forma e maneira
Tentei
afastar-me do espelho, mas fui atraído pelo brilho
E num
estranho equilíbrio eu a minha imagem se juntaram num só corpo
O espelho se
quebrou, marcando de forma bizarra
Uma estranha
situação, nova e rara
Eu era minha
imagem e minha imagem era eu
Passei a ser
uma colagem, já que não possuía imagem
Para em
outros espelhos refletir
Sou agora
uma figura estranha e trago em minhas entranhas
A minha
própria imagem, aquela que eu refletia
Porém, eu
não sabia, eu juro, da existência desta minha outra face
Talvez a
mais verdadeira, ou quem sabe a mais sombria
Aquela que
eu rejeitava, pois era ela, que projetava
O que eu mais
odiava!
Edison Borba
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