Esse é mais um caso entre tantos outros
que, definitivamente, no Brasil o crime compensa. Não ficarei surpreso se o
“talentoso” réu vir a ser convocado para a seleção brasileira de futebol. Será
entrevistado em diversos programas de rádio e televisão e somará mais uma
modelo em sua coleção de amantes.
Triste final para uma novela da vida
real. Durante semanas todos os sistemas de comunicação apresentaram a história
do goleiro com a bela jovem, sob
diversos ângulos. Nunca, ouviu-se tanto besteirol. Advogados,
psicólogos, educadores, analistas, sociólogos e anônimos apresentando teses
sobre o caso. Macarrão, bola, a mulher (a oficial), as amantes, as quase amantes,
as amigas das quase amantes, primos, vizinhos, motoristas, seguranças todos
tiveram a oportunidade de gozar os quinze minutos de fama.
Os
jornalistas, driblando mais do que Kaká, buscavam apresentar em primeira mão as
opiniões dos diversos advogados. Vivemos um período de festa. Um carnaval com
direito ao uso de máscaras e de tristes alegorias. E tudo se acabou na
quarta-feira. A loucura foi tão grande que até o dia internacional da Mulher,
foi aventado para ser o momento da divulgação da sentença. Que sentença?
Após todo o espetáculo, a plateia se
retira do teatro, aguardando pela próxima atração, que deverá acontecer em São
Paulo, quando teremos um julgamento ao vivo diretamente do fórum, em tempo
real. Mais uma vítima mulher, que espera pela tal nossa justiça.
O que nos faz refletir, não é o trabalho
dos jornalistas, nem a especulação dos patrocinadores, audiência vale dinheiro,
e sabemos que na selva financeira, os meios servem para justificar os fins
(!!??).
Estou quase me forçando a acreditar que Elisa não morreu. Deve estar vivendo com um
encantado príncipe, num belo país onde os jardins são floridos o ano inteiro.
Está tranquila e feliz. Sabe que seu filho está sendo bem cuidado pela avó,
crescerá sadio e se transformará num cidadão ético. Quem sabe não será um
paladino que um dia trará a verdadeira justiça sobre o desaparecimento de sua
mãe?
Edison Borba
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