Que
recado está contido nesta observação feita pelo Papa Francisco?
Não
ter medo da bondade. Não temer a ternura.
Será
que o mundo moderno por estar ligado nos múltiplos aparelhos eletrônicos, está
se desconectando de praticar atos de
bondade? Será que a ternura tornou-se cafona, obsoleta e fora de moda?
Todas
essas questões afloraram em minha cabeça quando ouvi essa frase. Imediatamente
fiz um “mea culpa” para detectar em que momentos eu deixei de ser terno e bom.
Uma
simples observação bastou para me fazer refletir e perceber que:
Ando
imerso nas minhas intermináveis horas de trabalho. Sou levado a resolver, nas
24 horas de um dia, uma infinidade de questões. Abri a minha agenda e fiquei
assustado com a quantidade de compromissos que eu cumpro durante a semana. Na diversidade
de atividades que eu tenho nos sábados e domingos. O divertimento se
transformou em compromissos. Tenho que assistir aos filmes que concorreram ao
Oscar, assistir peças de teatro que
estão em cartaz. Preciso estar ligado e atualizado. Ler artigos do jornal. Tenho que ter opiniões
sobre tudo e todos. Corro o risco de ser marginal e por não ter um blog, não
pertencer ao grupo “face” e não
acompanhar um twitter. Tenho dois celulares, dois computadores além de outros
aparelhos que carrego em minha pasta. Esses monstrinhos estão na minha mesa de
café, almoço, jantar e até nas minhas intimidades. Eles me fazem assumir tantas
obrigações e tarefas, que provavelmente ando negligenciando a bondade e a
ternura.
À
medida que deixei de praticar, foi ficando cada vez mais difícil retornar. Aos
poucos o tempo não está sendo suficiente para eu conversar com calma com meus
amigos e familiares. Ser um bom ouvinte é ser bom. Ter um gesto de carinho é
praticar a ternura. Lembrei que há tempos não reduzo a minha velocidade para
saber com calma sobre a vida dos meus amigos. Perguntar sobre a saúde,
realizações, sonhos e até tristezas. Realmente me peguei tendo medo de praticar
a bondade e a ternura. Não me tornei um homem mau e nem sou um bruto, apenas me
afastei das atitudes. Sou um homem plugado, ligado, antenado porém ... um ser humano,
menos humanizado.
Que
bom, poder parar e refletir que gente precisa de gente. Abraços apertados,
beijinhos estalados, risadas e até gargalhadas. Chegar perto, sem a
interferência dos celulares e outros veículos de informações, que de tanto
informar tiram de nós atitudes humanas de bondade e ternura.
Vou
me desplugar para voltar e me ligar!
Quero
desacelerar para poder voltar a amar!
Edison
Borba
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