Por
que viramos monstros no trânsito? Pergunta escrita num pedaço de papelão e
colocada num poste, na Avenida Paulista, centro da capital de São Paulo.
Ontem,
domingo, dia 10 de março, um motorista de 22 anos embriagado, atropelou um
jovem que seguia de bicicleta para o trabalho.
O
impacto foi tão forte que um dos braços do ciclista, ficou preso no para-brisa
do automóvel do atropelador. O motorista,
além de não parar para prestar socorro à
vítima, jogou o membro amputado, dentro de um córrego. Por este motivo, não
será possível uma cirurgia de implante do braço.
Ciclistas
de São Paulo organizaram um protesto, na mesma avenida onde ocorreu o acidente.
Fizeram
barulho, pediram por justiça e deitaram-se no chão gritando palavras de ordem. Um
dos manifestantes colocou num postes da via, o papelão com a frase, que contém
uma das maiores verdades ditas até hoje sobre a violência no trânsito.
Qual
o motivo que nos leva a atitudes monstruosas, quando estamos à frente de nossos
veículos? Por que desrespeitamos as
leis? Por que matamos? Por que bebemos e dirigimos?
Essas
muitas outras perguntas precisam ser respondidas individualmente por todos nós.
Quando pedestres somos o “médico”, mas
quando dirigimos somos o “monstro”. Uma dupla personalidade que parece existir
em cada um de nós.
Como
deter o monstro que assume o volante dos veículos que circulam diariamente por
nossas ruas? Leis mais rígidas? Punições severas? Educação?
Qualquer
que seja o caminho é preciso que haja uma ação rápida, para que histórias como
essa não voltem a acontecer.
O
motorista infrator apresentou-se à polícia acompanhado por um advogado, que
alegou que seu cliente fugiu por medo de ser linchado. Obviamente, conforme o previsto
nas leis brasileiras, o marginal negou-se a fazer o teste do bafômetro.
Provavelmente
hoje ele já deve estar dirigindo um novo carro, feliz e contente. A família do
jovem mutilado irá amargar junto com ele um longo e triste caminho de
recuperação.
Sonhos
perdidos, família em desespero e mais um caso para entrar nas listas das
estatísticas.
Que
horror!
Edison
Borba
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