Enquanto na Rocinha, as
balas voltaram a cruzar o céu, deixando a comunidade refém de bandidos, em
Copacabana cinzeiro cruzava o espaço para atingir a cabeça de um jovem
manifestante, por melhorias nos transportes públicos.
É constrangedor que a média
classe alta, comemorando um casamento no Hotel Copacabana Palace, para
demonstrar a sua supremacia, atirou pela janela, dinheiro e cinzeiro.
Depois de muitos anos,
ainda nos causa estranheza o que a História narra, a fala atribuída a Maria
Antonieta, “se o povo não tem pão, que coma brioches”.
Jogar cédulas de vinte
reais e cinzeiro sobre o povo, que fazia uma manifestação, é bem semelhante a
que aconteceu na França. Muito deprimente!
Quanto aos tiros na
Rocinha, é algo que, apesar das UPPs, ainda fazem parte da vida naquela e em
outras comunidades.
Apesar destes fatos
aparentemente não terem relação, é fácil estabelecer um elo entre a Rocinha e
Copacabana, juntando as classes sociais: DROGAS.
Um local é de venda o outro
é de consumo. Os bandidos atiradores na comunidade possuem o produto, os atiradores
de dinheiro e cinzeiro provavelmente são os consumidores.
Não existe um sem o outro. Os
traficantes são alimentados pelos consumidores. A classe dos traficantes possui
clientes nos salões, palacetes, universidades, empresas e em outros lugares
frequentados por classes A, B e C.
As elegantes festas e
banquetes, em sua grande maioria são “regadas” por champanhe, fumaça e brilho.
Nos espaços perfumados e siliconados
onde figuras esbeltas deslizam suas silhuetas malhadas pelo salão, os cinzeiros
criam vida e saem pela janela atingindo a cabeça do povo.
São todos bandidos! Na
Rocinha ou na festinha, o processo é semelhante, só muda o endereço e os
adereços!
Lamentável!
Edison Borba
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