É comum usarmos algumas justificativas,
que são de uma crueldade sem tamanho. Por
exemplo, quando somos obrigados a
apresentar um empregado doméstico, que convive conosco há alguns anos,
hipocritamente, justificamos: “ é quase da família”.
É uma forma cruel de deixar claro, que a
pessoa em questão, não pertence ao nosso ciclo familiar e social.
Acredito que em muitos casos,
justificamos aquele pequeno preconceito, que não conseguimos extirpar da nossa
educação.
Outra justificativa, também provida de
crueldade, está na forma de nos esquivarmos de alguém cujo comportamento ainda
é produto de escárnio social. Quando o assunto em pauta, refere-se aos que fazem programas sexuais ou então que são
declaradamente homoafetivos, usamos uma “safada” sutileza, sob a qual
escondemos nossos medos, quando afirmamos, “eu não me importo de ter uma amiga
que é garota de programa” ou então “tenho amigos homossexuais que frequentam a
minha casa”.
Deus
do céu, como somos bonzinhos!
Estamos prontos a fazermos
concessões, abrimos até às portas da nossa casa!
Infelizmente, o tempo passa, a
sociedade utiliza-se dos mais sofisticados aparelhos. São computadores de
última geração, celulares que permite comunição até com outros planetas, cinema
em dimensões inimagináveis e tantas outras invenções fabulosas, mas os nossos
conceitos são trogloditas. E os pré (conceitos), continuam a nos perseguir. Os
dez mandamentos, publicados na edição extra do jornal editado por Moisés, não é
levado a sério. Continuamos a matar, a roubar, a desejar o que não é nosso e
não amamos o nosso próximo, nem quando ele está bem próximo de nós. O falso
testemunho, já se tornou lugar comum na nossa sociedade. Os templos religiosos,
em alguns casos, servem para isolar, rotular e renegar todos os que não
obedeçam aos donos do templo. Muitos usam disfarce para sobreviver, mesmo quando sabem
que os seus orientadores espirituais, vivem escondidos sob máscaras. Hipócritas,
do faz o que eu falo, mas não saiba o
que eu faço, porque faço as escondidas.
Creio, que Jesus, com aquele cabelo
comprido, túnica branca, andar calmo e capaz de abraçar a todos, sem nenhum
preconceito, não seria bem recebido em nossos lares e igrejas. No mínimo seria
rotulado como um homem “esquisito”.
Dificilmente entraria pela porta da
frente, seria no máximo um “quase da família” ou então “uma pessoa a quem eu já
até cumprimentei”.
Pode ser que eu esteja exagerando em
minhas observações, mas que atire a primeira pedra, quem possa negar totalmente
o que foi escrito.
Somos seres humanos, e como tal
cheios de defeitos e qualidades, mas também donos do livre arbítrio, que
podemos usar para melhorarmos como seres, ficando cada vez mais humanos. É uma
questão de escolha ou de oportunidades.
Edison Borba
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