Sou
vascaíno de nascimento. Cresci num lar, onde a bandeira do Clube de Regatas Vasco
da Gama tremulava ao lado do lábaro
estrelado brasileiro.
Quando
comecei a falar, após aprender papá e mamã, a terceira palavra foi Vasco, o da
Gama só após o meu primeiro aniversário.
Sou
torcedor, mas não assisto aos jogos do Gigante da Colina. Meu coração não
aguenta os noventa minutos de emoção. Espero terminar a contenda, para ver os
melhores momentos e ouvir os comentaristas explicando os lances e jogadas.
Fico
de mau humor, quando meu time querido, não consegue desempenhar adequadamente o
seu papel no gramado. Não sou um bom perdedor. Perco a calma se o vascão perde.
Não
aguento comentários sobre meu time do coração.
Minha
origem portuguesa se revela no prazer de saborear uma bacalhoada, sofrer
ouvindo um fado e torcer apaixonadamente pelo Vasco da Gama.
Meus
avós e meus pais me deixaram essa maravilhosa herança!
Porém,
neste momento, apesar do meu coração vascaíno, estou abrindo um espaço para o
timão da terra da garoa, o Corinthians. Não se trata de traição, apenas um
gesto de brasilidade. Agora, em dezembro, lá do outro lado do mundo, um pedaço
do Brasil está sendo representado por um grande Gavião. Os fiéis seguidores
corintianos estão no país do sol nascente, pintando as arquibancadas, de preto,
branco, verde e amarelo.
Força
para a nação corintiana. Estamos torcendo para que o Brasil seja bem
representado por vocês.
Porém,
no sangue de um vascaíno continua a navegar a nau portuguesa, ostentando em
suas velas a bela cruz de malta.
Edison
Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário