Era uma vez um menino que
sonhava ter asas e voar como as
borboletas. Dançar no céu, fazer acrobacias, pousar sobre as flores e ser
livre, muito livre.
Um dia, ao ouvir o canto de um pássaro, pensou que além de asas ele
também gostaria de possuir uma linda voz.
Imaginou-se voando e cantando. Seria
maravilhoso fazer duas coisas: soltar a voz e voar, voar bem alto e cantar e cantar alto, bem alto. Que felicidade, ser admirado pelo
mundo; o menino cantor de lindas asas, capaz de fazer piruetas no ar.
Certa vez, esse menino, ao visitar um jardim, encontrou uma bela flor,
muito colorida. Suas pétalas misturavam vermelho, azul, e também havia o
amarelo. O menino encantado com a beleza daquela florzinha imaginou, que além
de cantar e voar, ele também gostaria de possuir lindas cores.
Imaginou uma multidão, olhando para o céu, vendo-o
voar, cantar e exibir as cores. Seria um sucesso: um menino voador,
cantor e multicolorido.
Satisfeito com seus desejos, começou a sonhar com o dia em que ele
poderia obter todas aquelas maravilhas.
Numa tarde, ao sair para passear, deparou-se com uma grande e frondosa
árvore. Sua imensa copa formava uma sombra, que podia ser aproveitada por pessoas
desejosas de descanso. O menino ficou maravilhado com toda aquela grandiosidade
e desejou, que além de voar, cantar e possuir lindas cores, também gostaria de
ser grande e forte.
Imaginou imensas asas, sob as quais muitas pessoas poderiam se abrigar
do sol enquanto ouviam sua bela voz, além de admirar seu brilhante colorido.
Porém, lembrou que sendo grande e forte como a árvore, mesmo tendo
asas, ele não poderia voar.
Nesse momento, o garoto começou a chorar. Seu pranto chamou a atenção
de um velho homem que passava pelo local onde estava o menino.
O senhor, penalizado com tantas lágrimas, parou e perguntou ao garoto
sonhador: - “por que choras linda criança?”
O menino ergueu o rosto, ainda molhado de lágrimas e explicou, com voz
soluçante, o que havia acontecido. Explicou sobre os seus desejos e também
sobre a sua desilusão.
Ele queria ter asas para voar como as borboletas, cantar como os pássaros, ter cores lindas com
as flores e ser forte e frondoso como as árvores. Porém, percebeu que não
poderia ter todas aquelas maravilhas ao mesmo tempo. Por esse motivo, estava triste e choroso.
O velho sábio sentou-se ao lado do menino e explicou com voz macia e
doce.
– “Há momentos na vida, que as
escolhas terão que acontecer. Nossos sonhos, deverão ser conquistados
gradativamente. Nem sempre, poderemos ter tudo que queremos e sonhamos ao mesmo
tempo”.
O menino parou de chorar e olhando para o rosto do sábio senhor,
entendeu que, ele de alguma forma, poderia voar, cantar, ter belas cores e também ser forte e
poderoso.
Com todas essas qualidades, alegraria o mundo com sua voz, seria livre
para visitar os mais diferentes lugares do mundo. Quando chegasse numa nova cidade, estaria
sempre exibindo um lindo e colorido sorriso para alegrar o povo. Seria um
cidadão justo, ético e honesto, sendo assim estaria ajudando muita gente. Seria como uma frondosa árvore,
que abriga sob a sua sombra o viajante cansado.
O menino sonhador voltou a
sorrir e acreditar que na vida, podemos
realizar nossos sonhos. Muitas vezes, não exatamente como havíamos pensado e
nem sempre todos ao mesmo tempo. Podemos ajudar a construir um mundo feliz, e
quando realizarmos nossos desejos não podemos esquecer, que neles devem caber além
da nossa felicidade, a felicidade dos nossos semelhantes. Agindo assim,
estaremos construindo uma grande cadeia de amor universal.
Era uma vez um menino sonhador, que realizou seus sonhos.
Ele foi feliz, por toda a sua vida, compartilhando sempre suas realizações.
Edison Borba
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