Saudade da calmaria e do piscar dos vagalumes,
Do balançar na rede e colher fruta no pé.
Saudade
do sussurrar do vento entre as mangueiras,
Do
ruído confuso dos pássaros noturnos.
Saudade
dos verdes campos e das flores no jardim,
Do
amanhecer preguiçoso e do cheiro de café.
Saudade
das folhas secas, caídas das amendoeiras,
Do
ranger da velha porteira, desgastada pelo tempo.
Saudade
da água fresquinha, tirada do fundo do poço,
Da
passagem da boiada, levantando poeira na estrada.
Saudade
do perfume emanado do jasmim,
Do
coachar dos sapos numa serenata sem fim.
Saudade
dos pingos da chuva pendurados nas ramagens
Do
cheiro de terra molhada logo após a chuvarada.
Saudade
das amoreiras, cajueiros e bananeiras,
Das
goiabas o sabor, de encher a boca d’água
Da
siriguela a cor bem amarela o roxo do jamelão,
Manchando
a nossa boca, denunciando o ladrão.
Dos
limões o azedinho e o visgo da jaqueira.
É
tanto para lembrar
Ter
saudade recordar
Das
conversas esticadas, do varandão e do luar.
Dos
amigos, das risadas, dos segredos revelados.
Do
frescor das madrugadas
Do
alvorecer trás dos montes
E
das tardes ensolaradas.
Da
estrada sinuosa de barro avermelhado
Do
fusquinha, um guerreiro, vencendo a buraqueira
Aguentando
a bagunça dos alegres passageiros.
E
assim passou o tempo
Agora
saudade e lembranças
No
peito de cada um que curtiu aquela casa
Aquele
tempo e os momentos
Eternizados
em fotos e nas histórias fantásticas que cada um vai contar, na esperança que um dia tudo poderá voltar!
Edison
Borba
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