Qual é o limite entre uma piada, uma brincadeira, uma charge e o respeito? Nos últimos tempos, em nome da liberdade total e irrestrita, alguns “artistas” estão extrapolando e ultrapassando os limites da ética. Brincar com situações sérias, ridicularizar crenças, brincar com questões raciais e sexuais pode acontecer, mas há que se ter um limite.
Uma tênue linha separa a brincadeira séria e reflexiva do
abuso, crueldade e falta de humanidade.
Infelizmente, a charge publicada pela revista satírica “Charlie
Hebdo”, que há pouco tempo sofreu atentado terrorista, ultrapassou os limites
da ética e o que poderia ser uma piada transformou-se numa tragédia. Quando a
revista usuo a dor de um pai, que perdeu a família para uma guerra, é no mínimo
desumano.
Brincar com a morte do menino Aylan, para fazer rir ou tentar
levar o público a uma reflexão sobre o processo migratório europeu foi uma das
piores opções do pessoal da “Charlie Hebdo”.
Que este fato possa servir para uma grande reflexão e
levantar discussões nos meios de comunicação, que a cada dia está perdendo o
fio da meada. Será que tem graça, ridicularizar uma pessoa, por sua
sexualidade, religiosidade, sua forma de falar entre outras características? Qual
é a pitada de sal ou açúcar que se pode colocar no “bolo” que será servido?
Acusar o menino Aylan de um futuro adulto “apalpador de
bundas”, é afirmar nas entrelinhas que a sua morte foi um bem para a sociedade!
Impossível aceitar tal “brincadeira”!
Que este triste fato possa servir para os chargistas e
comediantes fazer uma boa reflexão sobre o que vem sendo apresentado como a nova
geração da comédia.
Será que tem graça?
Edison Borba
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