O ano se iniciou e
buscamos nos calendários os dias de feriados e contabilizamos o tempo que falta
para as férias. Esta ansiedade cria para a humanidade uma condição na qual
trabalho é “coisa” ruim, e se é ruim não gostamos e não queremos. O melhor é
ficar bem longe desta “coisa” que não é boa.
Não estou referindo-me
às condições oferecidas aos trabalhadores brasileiros, que se comparados aos de
outros países, encontraremos uma enorme distância. A questão em pauta, está na
relação de prazer no fazer e o fazer por prazer.
Quando somos levados
pelas circunstâncias da vida a fazermos algo que não gostamos, o trabalho
torna-se um fardo pesado para carregar. Essa é uma verdade incontestável, porém
mesmo quando se está carregando este “fardo” não adianta torná-lo mais pesado,
com lamentações, contando os minutos, horas e dias de forma regressiva para
abandonar o “fardo”. Ao agirmos assim, estaremos nos tornando os carrascos de
nós mesmos.
O que fazer? Não existe
uma fórmula mágica que possa transformar em prazer algo que não gostamos, mas
podemos buscar o belo naquilo que achamos feio.
É do trabalho que
fazemos, gostando ou não dele, que obtemos condições de custearmos nossa vida.
Portanto, aquilo que fazemos sem prazer, financia o que podemos obter de
prazer. Isto não significa que devemos nos acomodar ou parar no tempo e não
sonhar. Claro que não!
O tempo que perdemos
tentando nos livrar do “fardo” de um trabalho que não nos gratifica, corresponde
a um gasto enorme de energia, que se bem canalizada, poderia estar ajudando-nos
a abrir novas portas. Ler, mudar hábitos, estudar, buscar aperfeiçoamentos, manter-se
informado são algumas formas concretas de buscar novos caminhos. Lamentar,
tentar burlar as regras do trabalho e reclamar não contribui para que haja
mudanças.
É necessário que
aconteça dentro de cada um de nós, reequilíbrios, para que possamos sair da
rotina e encontrar novas possibilidades. Nada na vida é fácil, mas, muitas
vezes nós mesmos criamos dificuldades. Pensar em mudar de fora para dentro, é
como esperar chuva no deserto. Quando queremos que haja mudanças em nossas
vidas, temos que agir física e mentalmente, analisando seriamente o que temos
feito de certo e de errado. É preciso ter coragem para sair da zona de conforto,
e antes de reclamar, fazer uma profunda reflexão sobre as nossas ações. O que
eu tenho feito para que mudanças boas aconteçam?
Importante lembrar, que
quando gostamos daquilo que fazemos, não contamos os dias para os finais de
semana e nem contabilizamos feriados e férias. Quando estamos felizes, trabalho
e lazer se confundem, pois o prazer está onde se estiver fazendo o que precisa
ser feito.
Edison Borba
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