Já fui questionado por
vários amigos sobre o uso da tatuagem. A minha primeira preocupação é, sempre
informar, que se trata de um procedimento que só pode ser usado por indivíduos
que obtiveram a emancipação social através da maioridade.
A outra questão, que
busco esclarecer é o nome técnico: tatuagem = dermopigmentação, ou seja,
trata-se de uma técnica de pigmentar a derme, isto é, a pele. Logo, é uma
forma de modificação do corpo, pois acontece de maneira subcutânea. Portanto,
trata-se de um procedimento sério e que só deve ser realizado por especialistas
e, em obediência às mais rigorosas técnicas de higiene, para se evitar a
contaminação por diversos tipos de sérias doenças.
Durante muitos anos, o
procedimento era irreversível, atualmente há mecanismos que anulam o processo,
mas que são bastante complexos, dolorosos e podem deixar cicatrizes ou
variações da cor da pele.
Também busco levar à
pessoa a pensar na história da tatuagem que remonta à milhares de anos e, passa
por diversos caminhos e motivações, sendo hoje considerada uma obra de arte
viva, e atemporal tanto quanto a vida.
Ainda neste tópico, dando
um salto histórico, e caindo na era moderna, procuro lembrar que a tatuagem
representou por muito tempo, a marginalidade. Os grupos rejeitados pela
sociedade eram identificados através delas. Atualmente a tatuagem deixou de ser
um símbolo marginal e passou a ser uma expressão individual de arte estética.
Artistas do cinema, teatro, música e pessoas comuns passaram a usar tatuagens
por diversos e particulares motivos.
Concluindo as
explicações técnicas, os modismos, as vaidades e outros fatores que envolvem o
tema, chegamos ao livre arbítrio.
Por que alguém opta por marcar o seu corpo com uma tatuagem?
Por que alguém opta por marcar o seu corpo com uma tatuagem?
Expressar seu amor a alguém
ou a uma causa? Estar na moda? Indicar pertencimento a um grupo? Vaidade?
Imitar uma pessoa famosa?
Os motivos poderão ser
diversos e diversificados, mas há que se ter consciência, que uma tatuagem é
para sempre, e mesmo que haja técnicas para apagá-las o local onde ela foi
colocada ficará marcado.
Outra questão que deve
ser bem analisada, é o fato de que a sociedade atual, aparentemente tolerante e
sem preconceitos, ainda reserva desconfianças para os tatuados, principalmente,
quando os mesmos pertencem às classes menos favorecidas, financeiramente e
intelectualmente. Ainda existem empresas que rejeitam sutilmente, candidatos
tatuados. É preciso que haja clareza social e deixemos de lado a falsidade e
revelemos que o preconceito existe mesmo, não há como disfarçar.
Portanto, quando alguém
usa do seu livre arbítrio e opte por tatuar seu corpo, é necessário, que antes
de embarcar na onda, reflita, sobre:
- Que vantagens e
desvantagens eu terei usando uma tatuagem em meu corpo?
- Eu, em função do grupo
ao qual pertenço, poderei sofrer discriminação e preconceito social?
- Sendo algo que ficará
para sempre comigo, como será o meu futuro, usando o desenho que eu coloquei no
meu corpo?
- Os fatores que
envolvem a história das tatuagens, poderão atingir-me?
- Eu tenho suficiente
equilíbrio psicológico para marcar meu corpo para sempre?
Após analisar estas e
outras questões, a decisão será sempre solitária, como acontece com o livre
arbítrio; somos livres para escolher os nossos caminhos, o que não vale é
queixar-se depois.
Boa escolha!
Edison Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário