Durante
o ciclo de vida de um ser humano, várias dores serão sentidas e suportadas.
Algumas são físicas, outras mentais e até as dores espirituais. Qualquer uma
delas, é única, e individual. A dor é nossa. Apenas quem a sente sabe avaliar a
sua intensidade.
Uma
simples dor de cabeça, aquela que vem devagarinho e passa o dia todo com a
gente, incomodando, aborrecendo tirando-nos o prazer de viver. Essa dor tão
comum, que acomete muitas pessoas, é simplesmente única. Cada um tem o seu
próprio sentido e percepção da dor na sua cabeça..
Outras
dores que invadem nosso corpo deixando-nos incomodados com um dente, rins, estômago
ou qualquer outra parte do organismo é sempre individual. Ninguém saberá jamais
avaliar o que sente o outro. “A dor é minha em mim doeu” afirmou o poeta.
Mas
as dores não podem ser avaliadas isoladamente. Elas se interligam formando uma
rede de sofrimento bastante complexa.
O
organismo humano funciona interligado através dos fios neurológicos que
estabelecem conexões entre todas as células que constituem o corpo humano.
Portanto, não existe apenas uma dor física ou psicológica separadamente.
Dor
é uma sensação desagradável, variando de intensidade, desestabilizando todo o
organismo na qual ela está acontecendo.
Porém,
existem situações em que o corpo não está doente. Nenhuma parte dele está
desorganizada. São questões que provocam dores violentamente fortes e difíceis
de serem entendidas e curadas. Elas acontecem fora do nosso corpo, são
situações que nos cercam e que se transformam em algo muito maior que uma dor
orgânica. São fatos, acontecimentos, coisas que fogem ao nosso controle, mas
que nos atingem como bombas nucleares. Machucam, sangram, deixam cicatrizes,
sendo necessário que haja muita força para aceitá-las e conviver com as marcas
que ficam em nossa vida.
Arrumar
o quarto do filho que morreu.
Perder
um grande amor.
A
solidão.
O
sentimento de injustiça. Ser acusado por algo que não se fez.
Sofrer
com uma ingratidão.
Segurar
a alça do caixão do enterro de um grande amigo.
Ser
discriminado.
Desconhecer
o paradeiro de alguém muito querido
Esperar
por notícias, sabendo que elas nunca virão.
Essas
dores, ou sentimentos de dor estão além do corpo. Elas acontecem no mais
profundo do nosso ser. Não existe na medicina, analgésico capaz de diminuir o
sofrimento causado por esses males.
O
tempo, a fé, a ocupação com tarefas de utilidade pública, o cultivo de flores
são algumas formas de cicatrização para feridas tão profundas.
Cada
um deve buscar uma forma de remédio para sanar essas dores.
Transformá-las
em amor por algo, alguém ou até um animal pode minimizá-las.
Mas,
as marcas causadas serão cicatrizes que jamais deixarão de existir.
Edison
Borba
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