O Brasil, ou os brasileiros, ou
melhor o Governo do Brasil ou melhor ainda os governantes desta linda Nação ao
sul do Equador, ou são loucos ou são extremamente felizes. Talvez, não seja nem
uma coisa nem outra, mas, sim uma gente complicada complexa confusa e que não
houve ainda nenhum cientista ou pesquisador capaz de entender o comportamento
desta gente bronzeada.
Somos, nós o povo, convocado a
sairmos às ruas em passeata em defesa de uma determinada causa, que perde a
força com o tempo, pois aqui é o País das distrações e da alegria e da fantasia.
Passado algum tempo, aquele problema já se perdeu, caiu em desuso, saiu de moda
e uma outra situação nos comoverá e novamente iremos para as ruas e praças.
Caminhadas, palavras de ordem,
gritos, caras pintadas e o tempo passa os rostos são lavados e mais uma vez
aquela luta perde o sentido. Depois de alguns jogos no Maracanã e alguns finais
de semana de praia ninguém mais lembra o motivo das manifestações.
Há também os desordeiros que
queimam ônibus, num falso protesto; queimando porque mandaram, destruindo porque
tiveram vontade de destruir ou de brincar de incendiários. Apagado o fogo,
ninguém mais lembra do motivo da queimação, apenas haverá mais tempo de espera
pelo transporte e os empresários alegarão prejuízos que poderão levar ao
aumento das passagens que irá provocar um novo protesto, num ciclo vicioso,
onde quem sempre perde é a sociedade trabalhadora.
É comum surgir nos meios de
comunicação por email, face, twiter ondas de protesto, que desaparecem com o
lançamento de um novo filme ou com a aproximação das festas natalinas e
carnavalescas.
Criticamos os governantes e
votamos nos mesmos governantes ou em seus filhos e netos. Reclamamos da inflação,
mas continuamos e usar desenfreadamente os cartões de crédito, muitas vezes
para satisfazer desejos e não por necessidade.
Choramos com a mesma facilidade
com que dançamos e cantamos. Marchamos nas ruas exigindo direitos com o mesmo
descompromisso dos “gringos” nos desfiles de Escolas de Samba.
Vez por outra surgem divulgações
de pesquisas afirmando que o povo brasileiro é um os mais felizes do mundo.
Talvez sejamos (eu também sou brasileiro) infantis, isto é, temos a inocência
das crianças que brincam sobre os destroços de sua casa destruída por um
terremoto.
Vivemos sob uma democracia
corrupta, e ainda conseguimos fazer piada e rir com os nossos abusadores. Somos
seviciados e humilhados e mesmo assim conseguimos dançar e cantar e cantar e
cantar ... na esperança de que um dia tudo se resolverá.
O que importa agora é torcer pela
minha Escola de Samba e depois pelo meu time que irá jogar no Brasileirão e depois
me jogar frente à televisão assistindo mais a um reality show e depois ficar
atento para saber se vai dar praia, porque precisamos manter o bronzeado, uma
das características deste povo feliz que vive ao sul do Equador.
Edison Borba
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