domingo, 10 de janeiro de 2016

SERÁ QUE VAI DAR PRAIA?

O Brasil, ou os brasileiros, ou melhor o Governo do Brasil ou melhor ainda os governantes desta linda Nação ao sul do Equador, ou são loucos ou são extremamente felizes. Talvez, não seja nem uma coisa nem outra, mas, sim uma gente complicada complexa confusa e que não houve ainda nenhum cientista ou pesquisador capaz de entender o comportamento desta gente bronzeada.
Somos, nós o povo, convocado a sairmos às ruas em passeata em defesa de uma determinada causa, que perde a força com o tempo, pois aqui é o País das distrações e da alegria e da fantasia. Passado algum tempo, aquele problema já se perdeu, caiu em desuso, saiu de moda e uma outra situação nos comoverá e novamente iremos para as ruas e praças.
Caminhadas, palavras de ordem, gritos, caras pintadas e o tempo passa os rostos são lavados e mais uma vez aquela luta perde o sentido. Depois de alguns jogos no Maracanã e alguns finais de semana de praia ninguém mais lembra o motivo das manifestações.
Há também os desordeiros que queimam ônibus, num falso protesto; queimando porque mandaram, destruindo porque tiveram vontade de destruir ou de brincar de incendiários. Apagado o fogo, ninguém mais lembra do motivo da queimação, apenas haverá mais tempo de espera pelo transporte e os empresários alegarão prejuízos que poderão levar ao aumento das passagens que irá provocar um novo protesto, num ciclo vicioso, onde quem sempre perde é a sociedade trabalhadora.
É comum surgir nos meios de comunicação por email, face, twiter ondas de protesto, que desaparecem com o lançamento de um novo filme ou com a aproximação das festas natalinas e carnavalescas.
Criticamos os governantes e votamos nos mesmos governantes ou em seus filhos e netos. Reclamamos da inflação, mas continuamos e usar desenfreadamente os cartões de crédito, muitas vezes para satisfazer desejos e não por necessidade.
Choramos com a mesma facilidade com que dançamos e cantamos. Marchamos nas ruas exigindo direitos com o mesmo descompromisso dos “gringos” nos desfiles de Escolas de Samba.
Vez por outra surgem divulgações de pesquisas afirmando que o povo brasileiro é um os mais felizes do mundo. Talvez sejamos (eu também sou brasileiro) infantis, isto é, temos a inocência das crianças que brincam sobre os destroços de sua casa destruída por um terremoto.
Vivemos sob uma democracia corrupta, e ainda conseguimos fazer piada e rir com os nossos abusadores. Somos seviciados e humilhados e mesmo assim conseguimos dançar e cantar e cantar e cantar ... na esperança de que um dia tudo se resolverá.
O que importa agora é torcer pela minha Escola de Samba e depois pelo meu time que irá jogar no Brasileirão e depois me jogar frente à televisão assistindo mais a um reality show e depois ficar atento para saber se vai dar praia, porque precisamos manter o bronzeado, uma das características deste povo feliz que vive ao sul do Equador.
Edison Borba

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