Os mais “vividos”, como eu, devem ter percebido que muitas
palavras usadas em outros tempos, estão desaparecendo. Ninguém as usa, saíram
de moda, perderam a força, não são atuais. Foram substituídas por outras.
Outra situação que envolve o mundo das palavras é a sua forma
de uso, muitas são distorcidas em seu significado, podendo criar situações
embaraçosas, para quem as pronuncia e para quem as ouve.
Os estudiosos das línguas podem nos oferecer a origem das
palavras e como, em alguns casos, influenciaram a vida de um povo. Em
particular, eu gosto do verbo ficar. Tenho uma simpatia por ele, desde que
minha professora de História, Dona Olga, contou para a classe a importância para
o Brasil, do “Dia do Fico”. Eu fiquei emocionado, como uma simples palavra pode
mudar a vida de um País.
Eu fico, tu ficas, nós ficamos! Ficar com algo de alguém sem
pedir é crime!
Ficar num lugar sem ser convidado, pode causar problemas!
Ficar parado, pode ser sinônimo de extasiado ou de
indolência!
Ficar mais gordo ou mais magro é sonho de alguns, mais ficar
rico é o sonho de muitos!
Ficar babando, pode ser por problemas de saúde ou desejo!
Uma interessante situação que envolve o verbo ficar; em
alguns casos é uma tomada de decisão, mas em outros acontece sem a nossa
vontade.
Ficar doente, é algo indesejável. Ficar feliz, é maravilhoso.
Duas situações opostas que independem do nosso querer. Ninguém “força” a chegada
da felicidade, e nem busca a doença, como opção de vida (há
controvérsias!!??!!)
Poderíamos ficar divagando por horas sobre essa simples
palavra, mas não posso deixar de entrar na onda e ficar pensando como é “ficar”
com alguém, só por “ficar”.
Ficar, neste caso não é sinônimo de amar, talvez seja usar,
para em seguida descartar. É temporário, informal e quase animal. Talvez, eu
seja mesmo “das antigas”, quando gente era gente; e não tratava ninguém como objeto.
Bons tempos! Passou e só FICOU saudade!
Edison Borba
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