segunda-feira, 30 de junho de 2014
REFLEXÕES EDUCACIONAIS (Desafios)
domingo, 29 de junho de 2014
O MUNDO É UMA BOLA

O mundo gira. Redondo mundo galaxialmente ovalado.
Aqui em baixo a bola rola, quica, pula, é chutada vai ao fundo da rede ou cai numa cesta furada.
Em mesas de sinuca, são arremessadas dentro das caçapas.
No golfe, acolhidas em pequenos buracos espalhados por um lindo campo verde.

Meninos tecam
as pequenas de gude, redondinhas como a
lua. -“marraio, feridor sou rei”, gritam os moleques durante as jogadas.
No beisebol, elas são arremessadas com força pelos
rudes tacos de madeira, porém são acolhidas em luvas nas mãos dos pegadores.
Na
areia das praias que elas se sentem livres. Despem-se do couro marrom e sob a
luz do sol, voam coloridas, tocadas pelas mãos dos bronzeados banhistas.
Nas piscinas são mais discretas e infantis.
Há uma diferença entre as bolas que rolam dentro
dos grandes estádios e arenas, em relação as que só rolam no “salão” ou
quadras. Enquanto as primeiras são aplaudidas por milhares de pessoas, e chutadas por pés
milionários, as outras percorrem pequenos espaços e ainda não são tão
valorizadas.
Porém, as injustiçadas estão nas várzeas. Sempre
sujas de lama, são impiedosamente massacradas por pés descalços.
As que giram dentro de pequenos cestos gradeados
vivem nos cassinos, além de serem perseguidas pela polícia, recebem
números, que as identificam quando levadas para as delegacias. Pobres bolinhas coloridas,
noites e noites trabalhando, para que os sortudos completem seus cartões antes,
que tudo acabe num camburão.
As destruidoras se escondem em frias regiões, onde
a neve cai e as temperaturas despencam a muitos graus abaixo de zero. Bolas de
neve, capazes de crescer em minutos,
despencam montanha abaixo arrasando tudo que estiver em seu caminho, para
depois se espatifarem em pequenos pedaços.
As elegantes correm entre as patas de belos
cavalos empurradas de um lado para o
outro por cavaleiros distintos nas competições de polo. São sofisticadas, diferentes das atléticas e
molhadas, que passam horas dentro das piscinas nas disputas do polo aquático.
Vivendo num diferente mundo, encontramos as que não
são redondas, apesar de serem consideradas bolas. Seu corpo sensualmente oval
faz sucesso nos suntuosos estádios americanos. Endeusadas por lindas mulheres usando uniformes
coloridos levam a multidão ao delírio, quando atravessam o campo nos braços dos
truculentos heróis.
Mas entre todas, rendemos a nossa homenagem àquelas
que além de alegrar nossos finais de
semana e férias, cuidam da nossa saúde. Estão em hospitais, clínicas e academias sendo responsáveis pelo equilíbrio físico e
mental de muitas pessoas, colaboram para a estética dos corpos humanos que abraçados a elas, executam um balé de saúde.
O mundo é uma bola, amassada nos polos, que
gira e gira, gira e gira, gira e gira ...
Edison Borba
A HUMILDADE EM TEMPOS DE COPA
A frase: “o importante é competir”, há muito tempo perdeu seu valor. Quando
jogadores, atletas e seleções entram em campo ou nas quadras, a vontade de
vencer torna-se obsessiva levando a comportamentos pouco corretos. As atitudes
inadequadas crescem além dos estádios e arenas
chegam aos meios de comunicação envolvendo a população de fãs e
torcedores. A situação agravou-se de tal forma, que políticos e empresários
apostam alto em seus afilhados e protegidos.
Nesta Copa de Futebol, já assistimos
joelhadas, trombadas, cabeçadas, caneladas, brigas entre torcedores e até mordidas durante as competições. Apesar
de aparentemente haver um clima de harmonia entre atletas e torcedores,
pequenos atos podem ser observados, principalmente quando se tenta impor a
supremacia de um país sobre o outro. Podemos observar que entre os jogadores de
um mesmo time, a vaidade de alguns prevalece, principalmente quando é dado a ele
o direito aos gols e ao brilhantismo, sendo permitido “a ele”, e somente “a ele”,
usar e abusar dos direitos legais que regem as competições.

Quando uma seleção vive no clima do
“já ganhamos”, e encontra outra seleção
com força, garra e amor ao seu país, o clima se altera e, uma lição de humildade espera-se que venha a
acontecer.
Outra questão, esta mais grave, é o
envolvimento do dinheiro nas competições. A compra e venda de favores que
poderão garantir a posse do troféu é uma verdade constrangedora ao longo de anos.
Atletas recebendo através de seus “cartolas”, favores financeiros para “entregar” a partida ou no caso das olimpíadas não
correr e nem nadar o suficiente.
Infelizmente fomos aos poucos nos acostumando a conviver
com essa trágica comédia e continuamos torcendo e tentando acreditar que em
nosso grupo, isto não acontece. Será?
Edison Borba
sexta-feira, 27 de junho de 2014
REFLEXÕES EDUCACIONAIS (Uma boa Leitura!)
Francisco Azevedo, autor da obra
intitulada “O Arroz de Palma”, vai tecendo uma rede em torno de quem inicia a
leitura, provocando emoções de diversas tonalidades. As palavras deslizam pelas
páginas nos conduzindo por caminhos trilhados pelos personagens.
Uma história de família, com todos os
personagens que estão em nossas casas, e que convivem com agente. Há momentos
que nos vemos sentados à mesa, comungando do amor daquele grupo.
Tenho a mania de ler sempre
acompanhado de um grande amigo, o lápis, com ele vou rabiscando e delineando trechos,
palavras, momentos que me permitirão uma “releitura” dinâmica, para matar
saudades do conteúdo da obra. Também, sou o tipo de leitor que abraça o livro,
coloca-o no colo, carrega-o na mochila, leva-o para o sofá e também para a
cama. Durante o tempo de consumo da história, aquele livro torna-se um amigo
inseparável.

>>> ”família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza”.
>>>”tem gente que acredita na
receita da família perfeita”.
>>>”família é prato que deve
ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável,
impossível de se engolir”.
>>>”receita de família não se
copia, se inventa”.
>>>”família é um prato que,
quando se acaba, nunca mais se repete”.
>>>”se avô é pai com açúcar,
neto é filho com proteína, vitaminas e sais minerais”
>>>”as sensibilidades mudam
de geração para geração”
>>>”cada filho é aprendizado,
lição de vida”
>>>”em horas de luz, pedido
de coração é ordem que a cabeça não discute, cumpre”.
Acredito que estes pedacinhos de
texto, deliciosos como pão doce, possa ter aguçado o apetite de quem gosta de
saborear uma boa leitura.
Apesar de toda a tecnologia, tão
importante para o mundo moderno, os livros continuam a ser um excelente caminho
para estimular ideias, ajudar na criatividade, permitir inovações e ajudar na formação
de empreendedores, que para se revelarem, precisam de estímulos, e um dos
melhores é o literário.
Atenção professores, gestores,
empresários e familiares estimulem e facilitem o acesso a boas leituras e
teremos uma sociedade mais humana.
Edison Borba
quinta-feira, 26 de junho de 2014
NÃO SOMOS CONTRA, MUITO PELO CONTRÁRIO ...
Em
tempos de euforia pela realização dos Jogos da Copa do Mundo de Futebol,
corremos o risco de sermos considerados “aves de mau agouro”, ou seja, aqueles que só estão satisfeitos quando
o assunto é miséria e morte, apenas por estarmos preocupados com o que
acontecerá nesta Terra, após o apito final no último jogo.
Não
somos contra, muito pelo contrário ...
Acreditamos
que existam muitos outros brasileiros que estão nesta mesma situação: felizes,
com a alegria dos turistas, com a festa nos estádios e com a relação entre os
diversos povos que estão visitando o Brasil. Se este clima de confraternização
fosse uma constante entre as nações, a ONU nem precisaria existir e, o mundo
seria de total paz e harmonia.
Porém,
o que nos emociona e nos leva às lágrimas, não é a chuteira dourada do Neymar, nem os gols que
balançam as redes como o vento, balançando as palmeiras beira mar.
O
que nos faz chorar são os bilhões de
reais que se perderam nos caminhos da organização deste mega evento.
Quando
acordarmos após o último jogo, ficará sobre cada um dos brasileiros uma dívida
infinitamente grande. Teremos doze arenas vazias, e que abandonadas se tornarão
grandes cemitérios.
O
que fazer com os estádios, construídos para apenas alguns jogos?
É
possível, que surjam alguns projetos, para a transformação das arenas em comunidades,
que poderão abrigar as centenas de famílias sem teto. Outra sugestão será
transformá-las em Unidades Escolares, onde brasileirinhos serão acompanhados da
creche até o Ensino Superior. Ou então as arenas se transformarem em grandes
oficinas que propiciem aos trabalhadores exercerem suas atividades criativas,
ou alguma outra sugestão poderá surgir, para dar algum destino útil àqueles
grandes espaços.
Enquanto
isto não acontece, ficamos com a alegria passageira de cada gol. Ficamos na
expectativa da conquista de um hexacampeonato, que alongará os festejos, até o
período das eleições, dando tempo e rendendo votos e dinheiro para que muitos
candidatos possam reinar sobre a Terra da Promissão.
Não
somos contra, muito pelo contrário, somos brasileiros não só no período de Copa
do Mundo, brasileiros 24 horas por dia
durante todo ano. Não vivemos na Europa ou em outro continente, respiramos nesta Terra onde nascemos e que amamos,
apesar de tantos dissabores que os seus dirigentes teimam em nos proporcionar.
Não
somos contra, muito pelo contrário somos a favor de cantarmos o nosso Hino,
todas as vezes que novas escolas e hospitais forem inaugurados, bibliotecas criadas, a fome seja definitivamente exterminada, com a
criação de empregos dignos e que a população possa caminhar pelas ruas, sem
medo de balas que se perdem nos corações de crianças.
Não
somos contra, muito pelo contrário ...
Edison
Borba
REFLEXÕES EDUCACIONAIS (Lembrando Piaget)
Um importante pensamento atribuído ao educador
Jean Piaget, é o que afirma: “o que importa num problema proposto por um professor,
não é necessariamente o resultado final, mas todo o mecanismo utilizado pelo aluno, para chegar à resposta”.
Esse pensamento, nos leva a uma reflexão muito importante quando se trata de
educação. Muitas vezes, quando um professor analisa as provas de seus alunos, usando
apenas os resultados finais, como parâmetros e, não observa o caminho
percorrido para chegar ao resultado, ele
corre um sério risco de avaliar inadequadamente. Muitas vezes, uma
resposta “errada” é apenas um detalhe de um excelente raciocínio. Numa prova de
múltipla escolha, corremos este risco, pois não temos como acompanhar as
estratégias usadas pelo candidato, antes de marcar com um “X”, no resultado de
uma questão. Por este motivo, é que uma sala de aula deve ser um espaço de
diálogo, de troca de saberes, de discussões coletivas e de respeito à palavra
de todos, estudantes e professores. Estas
discussões permitem ao educador conhecer gradativamente os seus alunos como
pessoas. No momento de correção de uma prova, teste ou redação ele poderá
avaliar melhor o desempenho de cada um.
Esta observação, também é
válida, para empresas, fábricas e outros locais de trabalho. Faz-se necessário
observar o trabalhador como um ser humano, que tem um caminho a percorrer antes
de entregar o produto final. Empresa “moderna” não é aquela que só analisa os
números finais, mas a que leva em conta os diversos detalhes que fazem parte da
produção. Ouve os seus profissionais, abre espaço para a criatividade, está
atenta às sugestões e não se sente ameaçada diante de uma observação ou crítica
de um funcionário. Atuar em conjunto é
demonstração de inteligência empresarial.
Edison Borba
ÁFRICA – EM TEMPO DE COPA NO BRASIL
Nossos irmãos africanos chegaram ao
Brasil trazendo suas tradições, alegria, cultura e costumes, que em grande parte
já está aqui, compondo as raízes do povo brasileiro.
Camarões, Costa do Marfim, Argélia,
Gana e Nigéria fazem parte da brasilidade verde amarelo. Nossos ancestrais
vieram do continente Africano trazendo em sua bagagem riquezas que cultivamos
até os dias de hoje.
A saborosa feijoada, prato
indispensável na mesa das famílias brasileiras, tem a sua origem em terras d’África.
Muitos temperos, que tornam nossas refeições mais deliciosas, como leite de
coco, azeite de dendê, pimenta malagueta misturados com outros “temperinhos”,
deram origem a diversos pratos, como: acarajé, vatapá, mungunzá, angu, pamonha
entre outras delícias.
O nosso ritmo e dança, também tem
ligações com o continente irmão, o samba e todo o gingado dos capoeiristas
lembram nossos avós africanos. A beleza da arte brasileira está intimamente
relacionada com a arte africana. A força nas cores, o uso da madeira, são
algumas das influências que trazemos até hoje numa mistura de culturas.
E a fé nos orixás, o respeito às
diferenças através do candomblé, são riquezas inestimáveis que o continente
africano nos proporcionou.
A figura de Nelson Mandela, o Mandiba,
grande herói da paz, traduz todo o sentimento do continente, que cada vez mais
demonstra o seu valor ao lado dos demais, além de todo o crescimento em
diversos setores, no futebol, a cada Copa, torna-se mais respeitado.
Edison Borba
quarta-feira, 25 de junho de 2014
CHILE – EM TEMPO DE COPA NO BRASIL
Os
chilenos podem se orgulhar de seu belo país. Santiago, a capital emoldurada
pela cordilheira dos Andes, encanta por sua beleza e tranquilidade.
País,
de geleiras e desertos, como o de Atacama, o mais árido do mundo. Assim é o
Chile, terra de grandes escritores, poetas e
poetisas, como Pablo Neruda e Violeta Parra, entre outros importantes
nomes.
Pablo
Neruda, e alguns de seus pensamentos:
>>E
desde então, sou porque tu és. E desde então és sou e somos... E por amor.
Serei... Serás... Seremos...
>>A
verdade é que não há verdade.
>>Saudade é
solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já.
>>Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é a natureza.
A beleza dos poemas de Violeta Parra:
>>Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é a natureza.
A beleza dos poemas de Violeta Parra:

mi vida, se sienten acongojados,
Mi vida, porque los gobernadores,
mi vida, los tienen tan separados.
Assim é o Chile, um país de contrastes, que
chegou ao Brasil com a sua seleção de futebol e está encantando a todos com a
sua alegria e belas jogadas em campo, fazendo jus ao seu exuberante país. Terra
de vulcões, lagoas, neve, deserto e que nos fornece deliciosos vinhos, que
deverão ser apreciados assistindo as partidas de futebol.
Edison Borba
ATRAPALHANDO A FESTA ( Mais uma criança morta)
Infelizmente em meio à alegria que
envolve o país e principalmente o Rio de Janeiro, pela realização da Copa do
Mundo de Futebol, Luiz Felipe, um menino de quatro anos, morreu atingido por
uma bala perdida que atingiu a sua cabeça.
Mesmo estando dentro do quarto de sua
casa e protegido pela mãe, Luiz não conseguiu se livrar de uma bala, a famosa
perdida – bala perdida, que atravessou a janela e o matou.
Localidade de Costa Barros, subúrbio
do Rio de Janeiro, 25 de junho, 4ª feira, Luiz Felipe, mais um brasileirinho a
entrar para a estatística dos mortos na luta entre a polícia e traficantes.
Um jornalista do SBT (Emissora de Televisão da RJ), em meio ao
confronto, mostrou a luta travada entre os moradores da comunidade em que o
menino morava e a polícia. Pneus queimados, pedras e bombas de gás lacrimogênio
completam o triste quadro. Este tipo de confronto, já se tornou comum
acontecendo em outras situações.
Quem atirou? De onde veio à bala? Quem
são os culpados pela morte do Luiz Felipe? Estas e outras questões nunca
conseguem ser respondidas. Sabemos que o menininho de Costa Barros, não foi o
primeiro e nem será o último a morrer vitimado pela guerra urbana que existe em
várias cidades brasileiras.
Desculpem por atrapalhar a festa, mas
Luiz Felipe, brasileirinho de quatro anos, não terá a oportunidade de continuar
a chutar a sua bola e nem de assistir aos jogos que ainda acontecerão na Copa
do Mundo.
Até quando continuaremos a acompanhar
este tipo de tragédia?
Edison Borba
GRÉCIA – EM TEMPO DE COPA NO BRASIL
A
seleção de futebol da Grécia, independente dos resultados alcançados durante os
jogos, deve ser reverenciada, por ser a representante de um dos maiores patrimônios
da humanidade. Os Jogos Olímpicos, o teatro, a filosofia, a política, as artes
e tantos outros tesouros que usufruímos tiveram seu nascimento em terras
gregas.
Seus
pensadores como, Aristóteles, Sócrates, Tales de Mileto, Pitágoras, Demócrito e
tantos outros, enriqueceram a humanidade com seus estudos. O mundo deve à
Grécia, grande parte da sabedoria que exibe nos dias de hoje.
Não
podemos esquecer o fascínio do Monte Olimpo e seus deuses, como Zeus, o que possuía
o poder do relâmpago, que deixou em sua prole Hércules e Perseu, semi-deuses. A
beleza de Hera e a força de Poseidon, ainda nos encantam.
Em
tempo de Copa do Mundo de Futebol, os atletas em campo, transforma-se em deuses
ou semi-deuses, lutando pela posse da coroa de louros. Todas as equipes são vencedoras
e merecem aplausos.
A
Grécia, também possui um excelente acervo de filmes, obras de arte, que merecem
ser vistos ou revisitados, como:
Zorba, o
Grego
(1964) – Direção: Mihalis Kakogiannis
O
Tempero da Vida
(2003) – Direção: Tassos Boulmetis
Paisagem
na Neblina
(1988) – Direção: Theodoros Angelopoulos
Nunca
aos Domingos
(1960) – Direção: Jules Dassin
Attenberg (2010) – Direção: Athina
Rachel Tsangari
Dente
Canino
(2009) – Direção: Giorgos Lanthimos
A Viagem
dos Comediantes
(1975) – Direção: Theodoros Angelopoulos
L (2012) – Direção: Babis
Makridis
A
Eternidade e Um Dia
(1998) – Direção: Theodoros Angelopoulos
Alpes (2011) – Direção: Giorgos
Lanthimos

Os
gregos, sempre deverão estar entre os atletas de qualquer competição mundial!
Edison
Borba
“SELFIE DA MORTE” (Quem sou eu?)
A nova mania de fazer “selfie” cresceu
rapidamente, como uma necessidade da busca pela identidade. É preciso fotografar “eu” sorrindo, “eu”cantando,
“eu”gritando, fazendo caretas, mostrando a língua, com amigos, sem amigos, na
multidão, em casa, com o cachorro e até “eu” chorando.
É possível, que após fazer tantas
fotos (selfie) de eu mesmo, e colocá-las lado a lado, ou quem sabe colar uma
nas outra eu possa ter noção de quem sou eu.
O grande problema, é que as máquinas
de “fazer” fotos, não conseguem radiografar o interior humano. As diversas faces
que eu demonstro, são mascaras que “eu” uso conforme a necessidade. Eu me faço
ser diferentemente, dependendo da ocasião. A possibilidade de expressar
facialmente emoções não sentidas é uma condição humana. Portanto, eu posso
passar a vida representado por faces, sem revelar meus verdadeiros sentimentos, sem
nunca demonstrar e nem saber quem sou.
Talvez, seja este o grande barato de
viver: inventar para cada dia, uma cara e exibi-la circunstancialmente, tocar a
vida, sem tentar mergulhar nas águas profundas. Ficar apenas na superfície,
deixando-se levar pelo balanço da maré.

“Noiva faz “selfie” pouco antes de morrer
em acidente de carro”.
Edison Borbasegunda-feira, 23 de junho de 2014
SALÃO DE BELEZA “PHYLLIPI COIFFEUR”
Horas antes dos jogos, a rapaziada
corre atônita pelo camarim, isto é, pelo vestiário, cada um buscando vaga em
frente aos grandes espelhos de cristal. Escovas, tinturas, bases, tesouras, delineadores, protetores solar,
cremes e tantos outros instrumentos
importantes para mais um jogo da Copa do Mundo de Futebol.
Combinar a cor da chuteira com a do
uniforme e não repetir a que foi usada no jogo anterior, é um grande problema
que o Cheff Phyllipi vem enfrentando. Outra questão preocupante é com as cores
dos cabelos. Os organizadores do evento trouxeram de vários países, uma grande
quantidade de tinturas de diversas tonalidades. Dizem os olheiros, que quase
aconteceu um problema entre dois atletas que escolheram por coincidência a
mesma tintura para os cabelos. Mas o Cheff conseguiu resolver o problema,
usando um produto que acrescentado ao shampu, permitiu uma sutil variável na
cor, atitude que acalmou os jovens briguentos.
O cabeleireiro da seleção brasileira
está com princípio de estafa. A cada jogo ele precisa criar novos penteados. O
profissional está enlouquecendo para conseguir
enorme quantidade visuais. Estilo moicano, liso, com franja, sem franja,
cortado com tesoura, cortado a navalha,
com topete, espetado, aparado apenas na lateral (da cabeça), com cachinhos, escovado e
outros estilos criados pelos próprios galãs da bola.

Nunca aconteceu uma copa como esta!!!
Lindos mancebos correndo pelo gramado,
usando desodorante anti transpirante, para não manchar a camiseta; penteados
ousados e sapatilhas douradas, ou melhor, chuteiras, tudo em grande estilo,
para acentuar a imagem dos jogadores.
No intervalo, profissionais da beleza,
correm para que em quinze minutos, os atletas estejam lindos, cheirosos e
penteados para mais 45 minutos de jogo. Aliás, outro problema está em manter a
elegância durante tanto tempo de confronto. Há uma proposta do sindicato dos
jogadores, exigindo que a cada meia hora de jogo, interromper a partida por dez
minutos para que as maquiagens sejam retocadas. Os patrocinadores apoiam
totalmente esta decisão.
Ouvido por diversos jornalistas, o
gerente do salão, declarou que irá tirar férias em Paris, após o encerramento
desta concorrida competição. Lá ele pretende fazer cursos de beleza, ficar
atualizado para novos campeonatos.
Antes de cada jogo, um “frisson” toma
conta dos belos jogadores, que ficam ansiosos para desfilar na passarela verde
dos estádios, sorrindo para as câmeras das emissoras de televisão exibindo
suas maquiagens e penteados.
Vencerá o torneio aquela seleção,
cujos jogadores, se mantenham firmes sem quebrar o salto!
Edison Borba
METAS DOS TIROS
Em tempo de Copa do Mundo, um
vocabulário futebolístico invade o nosso dia a dia. Penalti, lateral, arremesso,
falta, drible além de outros termos que caracteriza o mundo do futebol.
Alguns locutores vibram, gritam quase
perdem o fôlego quando anunciam um gol, principalmente quando existe dúvida
quanto ao respeito às regras. Um balaço contra as redes, um petardo violento
bateu na defesa rival e foi direto para o fundo da rede, são observações
ouvidas durante os confrontos entre as seleções rivais.
A bola recebe diversas denominações,
como: redonda, rechonchuda, petardo e outros nomes criados conforme o local
onde o jogo esteja sendo realizado.
Porém, qualquer que seja a partida, as
seleções, os locutores, os juízes e bandeirinhas, os chutes e os tiros de bola,
possuem sempre uma única meta, as redes.
Durante os 90 minutos de um jogo, os
chutes, as boladas, as cabeçadas, as bicicletas e os tiros com as bolas, “repetindo
para não esquecer”: possuem sempre uma única meta, as redes.
Porém, infelizmente, mesmo com a Copa
acontecendo no Brasil, outros tiros, feitos com armas de verdade, continuam
acontecendo. Dois mortos e três feridos foi o resultado de uma peleja entre
traficantes e policiais.
Os confrontos aconteceram na noite
deste último domingo, 22 de junho, na
Rua Joaquim Queiroz e no Beco do Desabamento, no Complexo do Alemão, Rio de
Janeiro.
As balas, foram atiradas
aleatoriamente, não havendo meta definida, fazendo vítimas, três jovens:
Gabriel Ferreira e Lucas Lima morreram, outro jovem ficou apenas ferido. Outras
balas, também sem meta atingiram dois policiais militares, um deles, o soldado
Fábio Gomes da Silva.
Tiros de meta e meta dos tiros, uma
comparação que não podemos deixar de fazer.
Confronto entre seleções de futebol,
gostamos de assistir.
Tiros aleatórios, que ferem e matam
pessoas, nos causam tristeza e dúvidas: até quando vamos presenciar?
A festa continua, o espetáculo não
pode parar, os jogos continuarão a ser realizados, mas impossível não comentar
os tiros sem meta, que se transformam em manchetes de jornal, como esta:
Tiroteios deixam
2 mortos e 3 feridos no Complexo do Alemão (RJ), na noite de 22 de junho.
Edison Borba
Edison Borba
domingo, 22 de junho de 2014
REFLEXÕES EDUCACIONAIS ( Ações inusitadas!)
O
Brasil amanheceu diante de uma situação inusitada, em todas as regiões do país,
crianças e jovens, estudantes da rede pública de ensino, resolveram cruzar os
braços, fechar os cadernos e livros, em protesto contra a situação educacional
do país. Até nas creches, os bebês estão promovendo a “choradeira legal”, um momento em que todos choram ao mesmo
tempo, protestando contra a falta de vagas, para outros bebês.
Correspondentes
espalhados em todo o Brasil, afirmam que o barulho da choradeira é ensurdecedor
e dizem que os bebês já pretendem organizar outra manifestação, que será
batizada como “vamos sujar as fraldas”. As professoras crecheiras estão
apavoradas com o que poderá acontecer, se esta ameaça vier a acontecer.
A
imprensa do mundial volta seus olhos para o ineditismo da situação: pela primeira
vez no mundo, são os alunos que exigem respeito e clamam por melhorias educacionais.
A
cada momento, numa cidade os brasileirinhos promovem ações, como:
>um
milhão de redações para o Planalto. O líder desta ação, um menino de sete anos
do ensino fundamental, convoca a todos os colegas a escreverem redações,
contando as dificuldades que encontram para estudar e, enviá-las para o Planalto da Alvorada, alerta para não
esquecer de colocar o nome completo, o nome da escola e o endereço, para que
fique comprovado a veracidade da carta.
>um
grupo matriculado no ensino médio, convoca a todos para a leitura nas praças. Numa
determinada hora do dia, em todos os estados brasileiros, as praças deverão ser
ocupadas, por estudantes e seus livros. Em atitude séria e educada, todos
deverão promover um “estudaço”. Os jornalistas esperam por esse momento único, quando
milhares de jovens, lendo pacificamente, demonstrarão do quanto querem respeito.
Os
políticos, gestores escolares e até mesmo os professores, estão diante do
ineditismo histórico desta situação. Crianças e jovens querem vez e voz para
exigir respeito aos seus direitos.
Há
informações sobre os alunos do ensino técnico, que organizaram planilhas sobre
os custos com a educação no Brasil. Analisaram os percentuais e estão para
divulgar informações estarrecedoras, que serão espalhadas pelas redes de
comunicação.
Até
os alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), resolveram aderir ao movimento
apoiando as classes mais jovens. Mesmo cansados pela jornada de trabalho e
estudos, não querem ficar de fora desta ação, inédita em todo o mundo.
Até
o fechamento desta edição especial do “Reflexões
Educacionais”, as informações que chegavam é que o movimento já atingiu escolas
da rede rural, localizadas nos municípios mais distantes das capitais e que estudantes indígenas também aderiram ao
movimento.
Impressionante
é a organização; tudo acontecendo tranquilamente, sem problemas. Diversas oficinas
estão sendo realizadas nas praças e ruas, estudantes jovens ajudam os mais
novos, promovendo aulas, gincanas, palestras e várias ações educacionais.
A
imprensa tentou encontrar um líder, alguém que estivesse à frente deste
movimento que atinge o Brasil de norte a sul, e ficaram impressionados, ao
constatarem que não há lideres e sim insatisfações coletivas, e também uma
enorme vontade de estudar, aprender para ajudar o país a crescer. Eles sabem
que país forte é país educado!
Os
alunos brasileiros querem ser tratados com respeito e dignidade. Estão dizendo não
aos discursos enganadores, onde eles, os estudantes, são usados
indiscriminadamente durante as campanhas eleitorais e depois esquecidos à sua
própria sorte.
Estamos
diante de um exemplo de consciência coletiva. Não basta ser aprovado, não basta
receber um diploma, não basta ter o nome numa lista de chamada, é preciso mais
do que isso, é preciso aprender, e para que isto aconteça o país precisa agir imediatamente
promovendo uma grande melhoria na qualidade da sua educação.
É
hora do consumidor, o estudante, reclamar dos fornecedores: os governos
municipais, estaduais e o federal!
Os
brasileirinhos querem educação nota dez, em obediência ao que foi exigido pela
FIFA, para os atletas do futebol.
Pedem
respeito, dignidade e ética para que o processo de ensino e da aprendizagem
seja realmente digno de um país que se ufana de ser uma grande economia
mundial.
Vejam a seguir algumas fotos de escolas, que ainda funcionam
no país
sábado, 21 de junho de 2014
MARLENE – ETERNA RAINHA DO RÁDIO!
Dia 14 de junho de 2014, o Brasil perdeu uma
das mais completas artistas do nosso cenário: Marlene: cantora e atriz, anunciada nos programas da Rádio Nacional,
como: “aquela que canta e dança diferente, a inigualável, Marlene!”
Com apresentações no Waldorf-Astoria
Hotel em Chicago nos Estados Unidos e no Olympia em Paris, onde se apresentou
por vários meses, a convite de Édith Piaf e também em vários outros países,
consagraram Marlene como uma das mais importantes cantoras brasileiras. Infelizmente no Brasil, era considerada por muitos, apenas como intérprete
de marchinhas de carnaval.
Dona de uma incrível interpretação,
Marlene, destacou-se por cantar músicas, cujas letras poderiam ser consideradas
“protesto” numa época em que os artistas não mantinham envolvimento com
questões sociais. Lata d’Água, Sapato de Pobre, Patinete no Morro e Zé Marmita,
são algumas gravações cujas letras, tecem comentário sobre situações sociais
brasileiras.

Uma trajetória de glórias nos tempos
da Rádio Nacional, onde reinou por muitos anos, mantendo uma rivalidade
comercial com outra grande cantora da música popular brasileira, Emilinha
Borba.
Victória Bonaiutti de Martino, ou
simplesmente Marlene, deixa um maravilhoso legado musical e artístico, que
durante muitas gerações será lembrado pelos que amam a boa arte brasileira.
Edison Borba
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