
O mundo gira. Redondo mundo galaxialmente ovalado.
Aqui em baixo a bola rola, quica, pula, é chutada vai ao fundo da rede ou cai numa cesta furada.
Em mesas de sinuca, são arremessadas dentro das caçapas.
No golfe, acolhidas em pequenos buracos espalhados por um lindo campo verde.

Meninos tecam
as pequenas de gude, redondinhas como a
lua. -“marraio, feridor sou rei”, gritam os moleques durante as jogadas.
No beisebol, elas são arremessadas com força pelos
rudes tacos de madeira, porém são acolhidas em luvas nas mãos dos pegadores.
Na
areia das praias que elas se sentem livres. Despem-se do couro marrom e sob a
luz do sol, voam coloridas, tocadas pelas mãos dos bronzeados banhistas.
Nas piscinas são mais discretas e infantis.
Há uma diferença entre as bolas que rolam dentro
dos grandes estádios e arenas, em relação as que só rolam no “salão” ou
quadras. Enquanto as primeiras são aplaudidas por milhares de pessoas, e chutadas por pés
milionários, as outras percorrem pequenos espaços e ainda não são tão
valorizadas.
Porém, as injustiçadas estão nas várzeas. Sempre
sujas de lama, são impiedosamente massacradas por pés descalços.
As que giram dentro de pequenos cestos gradeados
vivem nos cassinos, além de serem perseguidas pela polícia, recebem
números, que as identificam quando levadas para as delegacias. Pobres bolinhas coloridas,
noites e noites trabalhando, para que os sortudos completem seus cartões antes,
que tudo acabe num camburão.
As destruidoras se escondem em frias regiões, onde
a neve cai e as temperaturas despencam a muitos graus abaixo de zero. Bolas de
neve, capazes de crescer em minutos,
despencam montanha abaixo arrasando tudo que estiver em seu caminho, para
depois se espatifarem em pequenos pedaços.
As elegantes correm entre as patas de belos
cavalos empurradas de um lado para o
outro por cavaleiros distintos nas competições de polo. São sofisticadas, diferentes das atléticas e
molhadas, que passam horas dentro das piscinas nas disputas do polo aquático.
Vivendo num diferente mundo, encontramos as que não
são redondas, apesar de serem consideradas bolas. Seu corpo sensualmente oval
faz sucesso nos suntuosos estádios americanos. Endeusadas por lindas mulheres usando uniformes
coloridos levam a multidão ao delírio, quando atravessam o campo nos braços dos
truculentos heróis.
Mas entre todas, rendemos a nossa homenagem àquelas
que além de alegrar nossos finais de
semana e férias, cuidam da nossa saúde. Estão em hospitais, clínicas e academias sendo responsáveis pelo equilíbrio físico e
mental de muitas pessoas, colaboram para a estética dos corpos humanos que abraçados a elas, executam um balé de saúde.
O mundo é uma bola, amassada nos polos, que
gira e gira, gira e gira, gira e gira ...
Edison Borba
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