A nova mania de fazer “selfie” cresceu
rapidamente, como uma necessidade da busca pela identidade. É preciso fotografar “eu” sorrindo, “eu”cantando,
“eu”gritando, fazendo caretas, mostrando a língua, com amigos, sem amigos, na
multidão, em casa, com o cachorro e até “eu” chorando.
É possível, que após fazer tantas
fotos (selfie) de eu mesmo, e colocá-las lado a lado, ou quem sabe colar uma
nas outra eu possa ter noção de quem sou eu.
O grande problema, é que as máquinas
de “fazer” fotos, não conseguem radiografar o interior humano. As diversas faces
que eu demonstro, são mascaras que “eu” uso conforme a necessidade. Eu me faço
ser diferentemente, dependendo da ocasião. A possibilidade de expressar
facialmente emoções não sentidas é uma condição humana. Portanto, eu posso
passar a vida representado por faces, sem revelar meus verdadeiros sentimentos, sem
nunca demonstrar e nem saber quem sou.
Talvez, seja este o grande barato de
viver: inventar para cada dia, uma cara e exibi-la circunstancialmente, tocar a
vida, sem tentar mergulhar nas águas profundas. Ficar apenas na superfície,
deixando-se levar pelo balanço da maré.

“Noiva faz “selfie” pouco antes de morrer
em acidente de carro”.
Edison Borba
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