
Milhares de crianças nasceram sob a
sua força e iluminação. Cartas de amor foram escritas, graças a sua claridade.
Jantares luxuosos e pequenas refeições em lares modestos, também tiveram a
honra da sua claridade. Nos salões de beleza, elas eram importantes. Nas vitrines
a dona do espaço. Nas escolas, importantíssimas para alunos e professores
enxergarem com clareza as lições.
Elas agora irão desaparecer dos
mercados, dos tetos e dos abajures. Não estarão em volta dos espelhos nos
camarins dos teatros.
Nos laboratórios, as descobertas não
terão a sua luz. Elas serão proibidas de circular nas ruas, casas, fábricas,
lojas e teatros. Das
escolas serão banidas. Desaparecerão
de nossas vidas.
As lâmpadas incandescentes de 60
watts, de uso doméstico, as mais
tradicionais no Brasil, ficarão no escuro para sempre. Só se acenderão nas lembranças de nossa memória e na saudade
dos mais velhos.
Namorados apaixonados não terão seus beijos testemunhados por elas,
às lâmpadas incandescentes sairão de circulação definitivamente. Não serão mais
produzidas.
De agora em diante, a frase “faça-se a
luz” será traduzida por outras lâmpadas mais sofisticadas e modernas, porém as
queridas incandescentes e transparentes que nos deixavam ver no seu interior os
filamentos de tungstênio viverão apenas e para sempre iluminando nossos
corações.
Edison Borba
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