Agendas cheias, compromissos muitos,
horários a serem cumpridos, dias repletos
por telefonemas, mensagens, emails, torpedos e milhões de outras chamadas que
ocupam a vida mas não a completam.
Lemos e não interpretamos, escutamos e
não ouvimos, olhamos e não vemos e, assim, dia após dia seguimos sem nos darmos
conta, verdadeiramente, da nossa vida e da vida dos que estão junto a nós. Aos
poucos, esquecemos de demonstrar e perceber
os amores que nos cercam, desaprendemos a olhar “olho no olho”.

Precisamos reaprender a usar nossos
sentidos. Ver, com os olhos. Ouvir, com
os ouvidos. Sentir com o coração. Saborear com a pele. Fazer contato, apertar
mãos, abraçar e ser abraçado. Aos poucos encobrimos uma solidão surda que nos
ensina vagarosamente e gradativamente a simular alegria, disfarçar tristezas,
exagerar nos gestos fingindo uma felicidade “internética”
Cada vez mais o mundo nos cobra uma
postura saudavelmente muscular. Ser fotografado com ombros caídos e olhos
lacrimosos é por em risco, a nossa imagem e a possibilidade de ser deletado e
rejeitado dos grupos sociais é apavorante.
Perdemos a naturalidade estamos sempre ensaiando novas poses.
Escondemos as mãos trêmulas e o olhar inquieto. Disfarçamos as angústias, os
medos e a insegurança. Aos poucos nos distanciamos do nosso verdadeiro ser, das
amizades sem preconceito e do mundo real.
Precisamos reaprender a ser.
Precisamos reaprender a ter amigos de pele. Precisamos reaprender a sorrir e a
chorar sem poses para uma nova foto a
ser postada no “stagram”.
Precisamos voltar a ser gente normal,
comum sem maquiagem e sem fotoshop.
Precisamos reaprender a amar!
Edison Borba
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