O
mundo azul e branco, ocupou durante muito tempo o imaginário popular,
provavelmente influenciado pela letra composta por Benedito Lacerda e
interpretada por Nelson Gonçalves, e
sucesso nos anos cinquenta fortalecida
em 1986, quando Gilberto Braga, através da sua minisséria “Anos Dourados”,
conta-nos a história de Lurdinha, uma jovem tijucana que luta contra o
conservadorismo e valores dos supostos
anos dourados, para manter o seu romance com um jovem estudante, filho de uma
mulher desquitada.
“Vestida
de azul e branco
Trazendo
um sorriso francoNo rostinho encantador”
As
normalistas de azul e branco construíram uma imagem repleta de mistérios, a
partir de algumas regras impostas pela educação dos anos cinquenta. Com saias azul-marinho, pregueadas e sempre
abaixo do joelho, blusas brancas de manga comprida, punhos dobrados,
abotoaduras, gravata com broche, meias e sapato preto, desfilavam pelas ruas
cobertas pelo misterioso, mas também glamuroso uniforme.
“Minha
linda normalista
Rapidamente
conquistaMeu coração sem amor”
Não
bastasse a questão da roupa, que exigia das alunas, o uso de uma camiseta ou
combinação que não deixasse transparecer a cor do sutiã, havia uma regra séria
e que provocava muitos questionamentos: uma estudante de Escola Normal, futura
professora do ensino infantil, só poderia se casar após o término do curso.
Só depois de se formar”
“Eu estou apaixonado
O pai da moça é zangado
E o remédio é esperar”
O pai da moça é zangado
E o remédio é esperar”
E
através da voz de Nelson Gonçalves, o mundo inespugnável das normalistas,
tornou-se um sonho e objeto de desejo de muitos homens. Cercadas pela segurança
das famílias e das escolas, que por meio de seus altos muros, impedia que os
rapazes invadissem através de seus olhares, o mundo encantado do azul e
branco.
O
reduto das escolas normais foi durante muitos anos, divinizado, porque era o
local que formava professoras doutas em muitos conhecimentos e virgens.
Essas
imaculadas jovens transformaram-se em Julietas que esperavam pelos Romeus, que
viriam resgatá-las após a formatura. Esta espera foi motivo para muitos dramas,
brigas e lacrimogênias histórias de amor que até hoje inspiram lindos romances.

Dentro do peito guardado
Meu coração sofredor
Estou bastante inclinado
A entregá-lo ao cuidado
Daquele brotinho em flor”
Edison Borba
Querido Edison, fiz parte desse "mágico mundo azul e branco", imortalizado na canção intitulada Normalista, de David Nasser e Benedito Lacerda.Como eram bons aqueles tempos rsrsrs!!!!! Me surpreendi e envaideci vendo minha foto estampada na sua crônica. Obrigada. Beijos.
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