No ano de 1915, exatamente a cem
anos nascia em alguma cidade do norte do estado do Rio de Janeiro, uma linda
menina. Seguindo os costumes daquela época, a garotinha foi chamada de
Conceição, pois o seu nascimento aconteceu exatamente no dia 8 de dezembro,
data em que se comemora pelas tradições católicas, o dia de Nossa Senhora da
Conceição. Porém, após o seu batizado, seu severo pai Francisco, desentendeu-se
com um vizinho de cerca.
O desafeto do pai da menina
Conceição tinha uma filha que respondia pelo mesmo nome. Diante do impasse, e
por não querer ver sua filha respondendo pelo nome da filha de seu inimigo,
ordenou a toda a sua família, que a garotinha seria chamada de Josefa.
E assim Conceição transformou-se
em Josefa, que cresceu, sendo chamada de “Zefa” por sua mãe e irmãos .
Menina alegre que gostava de cantar, acompanhou a saga de sua mãe, mulher
obediente ao marido, a quem presenteou com dezesseis filhos, sendo a garotinha
Zefa a mais nova. Porém, um dia, dona Emerenciana resolveu mudar sua vida,
arrumou seus pertences e migrou para a cidade de Cachoeiro do Itapemirim e de
lá partiu para a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo.
A menina cresceu forjando um
caráter de mulher trabalhadora e independente. Foi em Vitória, na praia de Jucutuquara, que para ajudar nas
despesas de sua casa, ela trabalhou
como apanhadora e guiamum. Também foi nesta época, com aproximadamente
doze anos, que a menina Josefa aprendeu a ler, graças a ajuda de uma
professora, que permitiu a ela assistir algumas aulas, mesmo não estando
matriculada oficialmente na escola.
Aos catorze anos, a família de
Zefa, desembarca no Rio de Janeiro. Sua mãe e a filharada, chegaram em busca de
trabalho. Com os filhos mais velhos adultos e independentes, dona Emerenciana,
manteve ao seu redor os menores, entre eles a Josefa, que a cada dia tornava-se
mais guerreira, demonstrando um personalidade feminina, à frente de seu tempo.
E foi aqui, na cidade
maravilhosa, que nasceu a Hilda. Precisando trabalhar como operária, na fábrica
de cortiça, e sem ter nenhum documento, nem registro de nascimento, que Josefa,
com o auxílio de algumas amigas, conseguiu registrar-se em cartório, adotando o
nome de Hilda de Freitas.
Hilda, batizada como Conceição e
educada como Josefa, nasceu como operária, mulher livre que soube cavar a sua
própria vida. Trabalhou como tecelã na Fábrica de Tecidos Nova América, de onde
juntou dinheiro para ajudar a mãe e dois de seus irmãos.
Josefa, também foi destemida, ao
abrir mão de casamento em igreja, para com o dinheiro que ela e seu noivo
haviam economizado, para construírem uma casa própria. Uma atitude
absolutamente contrária aos costumes sociais que prevaleciam nos anos trinta.
Josefa casou com Oswaldo, sem véu
e grinalda, no dia 13 de fevereiro de 1939, deixando os moradores de Inhaúma,
perplexos diante de sua coragem.
Conceição, Josefa ou Hilda é minha mãe!
Hoje, dia de seu aniversário, quando ela completaria cem anos, minha homenagem e a de meus irmãos Neyde e Cesar!
"Benção" mãe!
Edison Borba
Sua benção amiga Zefá!
ResponderExcluirSinto imensamente sua ausência, sinto falta do sorriso, das brincadeiras, daquele almoço seguido de uma garrafa de vidro da Brahma e alguns bifes de filé feitos pelo meu segundo pai Oswaldo a quem tinha uma enorme gratidão.
Bons momentos que jamais serão esquecidos, apenas esses momentos estarão para todo o sempre em nossos pensamentos e aos amigos que compunham aquele mesa redonda azul. Nossas recordações jamais se apagarão até que o último amigo não esteja mais presente entre nós, saber que um dia fizemos parte da história da família " BORBA" nos enche de orgulho.
Aos amigos que compartilharam desses momentos, sentimos saudades, já não podemos dizer o mesmo de alguns gatos e gatas pingados que estiveram nesse mesmo local e não souberam desfrutar desses descendentes da família " Borba" , uns estavam sempre com pressa, outros tinham que continuar em sua viagens, outros tinham que ir pois a palavra felicidade incomodava e outros deixaram rápido o local, pois sentiam-se incomodados com tantas brincadeiras, piadas e até alguns adjetivos apropriados para os que se retiravam antes da hora.
Saudades!!!!!
Onde que que a " Senhora" esteja o meu orgulho de fazer parte desses momentos , jamais esquecidos, risos..... eternamente " amiga ZEFÀ".
LUIZ MAYNART CORRÊA.