Nos anos sessenta, quando o Brasil vivia
dias difíceis sob o manto negro da ditadura militar, o povo em muitas ocasiões
saiu às ruas para fazer valer à democracia. Um grito se tornou familiar: “o
povo unido jamais será vencido!”.
De braços dados formando correntes
humanas caminhavam pelas principais avenidas das mais diversas cidades
brasileiras. Operários, artistas de teatro, circo, televisão, rádio, cantores,
estudantes, professores, advogados, médicos, motoristas, trabalhadores de todas
as camadas sociais juntos enfrentando policiais armados.
O povo ocupou teatros, palcos, estádios,
cantou, recitou, chorou e lamentou o
estado repressor que o mantinha sob o
jugo militar.
Muitos tombaram diante dos carrascos
torturadores, que em obediência às ordens superiores, agiam protegidos pelas
autoridades.
Foram anos de lágrimas. Anos de tortura.
Anos de medo. Anos de ditadura.
Compositores conseguiram escrever hinos
de liberdade como Geraldo Vandré em “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores” entre
outros que usando de talento compuseram emocionantes versos, que traduziam tudo
o que o coração verde e amarelo, queria e não podia dizer.
Os anos passaram, a democracia foi
restabelecida, eleições realizadas, porém nem tudo aconteceu como nos contos de
fadas. Apesar do povo, escolher seus representantes, o tempo distante do
processo democrático parece (!!??!!) que foi desaprendido. Lamentavelmente, as
escolhas não foram as melhores e, novamente o povo foi às ruas, de cara pintada
e gritando o tão conhecido “o povo unido jamais será vencido!”
Governante mudado, democracia
restabelecida o sonho dava sinais de se
tornar realidade. Um legítimo representante do povo chegou ao poder. Mas, o que
parecia ser felicidade, transformou-se num mar de lama que cobriu o país de corrupção.
Porém, o povo é tolerante aceitou
pacificamente roubos, desvios, malandragens, negociações fraudulentas, em troca
de benesses. Estatísticas criadas para esconder as reais condições do país
conseguiram enganar o país por algum tempo, aos poucos as máscaras estão caindo
e o povo volta às ruas e mais uma vez clamam por justiça, usando o tradicional “o
povo unido jamais será vencido!”
É triste acompanharmos uma trajetória,
que poderia ser bem diferente, não fosse à ganância e a falta de ética dos que
ocupam os cargos políticos.
Ainda é possível reverter à situação!
Ainda é tempo de expulsar as aves de
rapina!
Ainda é tempo de restaurar a democracia!
Ainda é tempo!
Edison Borba
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