Dois menores de dezessete anos cometeram
crimes cruéis, aqui no Rio de Janeiro. Um jovem dirigindo o automóvel de um tio
atropelou e matou um trabalhador. Uma jovem da mesma idade matou a própria mãe.
Dois crimes horrendos, pois envolvem
jovens que além do crime propriamente dito, deram continuidade ao fato
escondendo os corpos das vítimas.
Quando acontece um crime de morte, a
polícia analisa em que circunstância o fato aconteceu. Pode ser que haja atenuantes
para aquele incidente, porém quando além de matar existe um desdobramento da
ação, como esconder o corpo e até incendiá-lo,
na tentativa de apagar vestígios do crime, a situação toma um aspecto ainda mais cruel.
Os noticiários informaram que o jovem
que atropelou, tentou esconder o corpo e o seu tio, proprietário do veículo,
buscou uma oficina, na tentativa de apagar os vestígios do acidente, que
provavelmente foi causado pela imperícia do jovem motorista.
A adolescente, que assassinou a mãe, teve
a ajuda do namorado. Os dois mataram a mulher em sua própria casa, colocaram o
corpo no carro da vítima, fizeram uma parada num posto de gasolina. Compraram
álcool. Conduziram o veículo para um lugar distante do local do crime e atearam
fogo no corpo da vítima.
Ficamos a imaginar como tanta crueldade
possa estar se manifestando tão precocemente. A literatura nos informa que a
juventude é a época da rebeldia, da quebra de paradigmas, de revolta contra o
sistema. James Dean foi um ótimo representante de adolescente insatisfeito e
revoltado. Ele e muitos outros famosos ou não, caracterizam esse tempo de
mudanças físicas, humorais e psíquicas. A filmografia usou e ainda usa diversas
histórias onde o drama central é a adolescência. Porém, crueldade é outra coisa. Talvez não seja
apenas o período de mudanças, mas alterações graves, que deverão ser
cuidadosamente analisadas por psiquiatras.
O que nos causa arrepios, é que esses
dois jovens e muitos outros enquadrados em situações semelhantes, serão detidos
no máximo por três anos, prestando serviço sócio educativo e depois estarão
livres. Ao retornarem ao convívio social, adultos e absolutamente estarão
livres para cometerem outros crimes, possivelmente mais sofisticados.
Creio, que não apenas eu, mas um grande
número de brasileiros está preocupado com as nossas leis. Será que já não
está na hora de lermos mais atentamente nossos estatutos, decretos, leis entre outros
documentos que regem a ordem e a ética em nosso país?
Deixo a pergunta como reflexão.
Edison Borba
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