Foi constrangedor assistir uma matéria
jornalística de um importante canal de televisão abordando como tema a Lei
Seca.
Homens e mulheres, quando entrevistados,
não omitiram o crime de beber e dirigir. A maioria, jovens, e pertencentes à
classe média, provavelmente com curso superior.
Reunidos em bares deram boas
risadas quando o entrevistador perguntou se eles tinham receio de ser detidos
por policiais que atuam na repressão através da Lei Seca.
Confesso que fiquei envergonhado. Tive a
sensação de que era eu, que estava ali diante das câmeras, debochando da
sociedade. O desrespeito era visível no rosto de cada um dos alegres e
irresponsáveis bêbados. Um dos entrevistados avisou que vai continuar bebendo e
dirigindo. Isso é uma vergonha!
Num outro canal, o jornalista, bastante
nervoso, denunciava um grupo de médicos, que burlavam o ponto, faltando aos
plantões em hospitais públicos. Com muita propriedade o comunicador chamou os
médicos faltosos de assassinos. Convidou-os a se retirar da rede pública de
saúde e buscar emprego em clínicas e hospitais particulares.
Acredito que estamos perdendo
gradativamente os freios da carruagem. Não há nenhuma força capaz de deter o
desrespeito, a falta de ética, o desamor, a desumanidade e tantos outros atos
que estão transformando os seres humanos em monstros.
Um fato que também está se tornando
comum nos telejornais, são as brigas entre estudantes de escolas da rede
pública. Tudo registrado pelos celulares e distribuídos nas redes de internet.
Beber e dirigir. Debochar das leis.
Deixar doentes sem atendimento. Colocar a própria vida e a dos outros em
perigo. Tudo acontecendo rotineiramente, sem que haja indignação. Os erros passaram a ser parte
comum no dia-a-dia da nossa sociedade.
Acredito que escrever constantemente sobre
esse tipo de assunto, já está aborrecendo os leitores, porém continuarei a mostrar
indignação diante dessas questões.
Falar sobre os desmandos dos governos é
“chover no molhado”. Parece que tudo acontece para que nada aconteça.
Ficamos perdidos sem saber se o certo é
errado ou se é o errado que está certo. Está tudo muito misturado. São tantos
novos conceitos sobre justiça, liberdade e amor que para os cidadãos de bem
fica difícil entender os novos padrões sociais.
Importante é não perdermos a noção de
ética e continuarmos reclamando e demonstrando indignação diante de tantas
distorções sociais.
Edison Borba
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