O SBT, emissora de televisão do
Senhor do baú, continua mantendo a
audiência no horário vespertino, graças as reprises e mais reprises das
lacrimogênicas novelas mexicanas.
Os Ricos Também Choram, Rosa
Selvagem, Marimar, Maria Mercedes, Maria do Bairro, Rosalinda e a A Usurpadora, essas duas últimas atualmente
em cartaz, garantem uma audiência fixa e apaixonada principalmente por Thalia e
Gabriela Spanic duas belas atrizes.
Que tipo de público acompanha
essas histórias? Que encantamento faz com que algumas dessas novelas serem
reprisadas em até quatro vezes?
São romances com histórias
simples, daquele tipo água com açúcar.
Muitas lágrimas, uma bela heroína, um belo galã, a malvada e uma série de
desencontros. Filhos que procuram pais, menina pobre que se enamora por jovem
rico. Quase todos os enredos são do tipo cinderela e bela adormecida. Os finais
são previsíveis e semelhantes.
As novelas mexicanas exibidas aqui
no Brasil, não possuem complicados artifícios, cenários maravilhosos, a maioria
das cenas são feitas em estúdio e não existe compromisso com “enredo verdade”.
Creio que é a simplicidade que atrai o
público da tarde, composto, talvez, por senhoras e senhoritas sonhadoras, que após
realizar as tarefas caseiras e lavar a louça do almoço, buscam um pouco de paz
e de sonho, que antes era conseguido através da leitura de romances e de
revistas de foto – novela.
Um interessante aspecto desses
folhetins está no nome dos personagens masculinos. Geralmente os heróis possuem
nomes duplos, como: Carlos Daniel, Alfredo José, Luiz Fernando, Jorge Luiz,
José Armando entre outros nomes.
Outro aspecto que vale destacar
está nas roupas dos personagens femininos: as malvadas geralmente usam chapéus
ou cabelos bem construídos e mantidos à base de laquê. As do grupo pobre ou
bonzinho usam madeixas soltas ou encaracoladas. Para esse núcleo a presença da
madrinha ou padrinho e também de um bondoso padre ajuda a compor as cenas.
E assim, o mundo mexicano invade o
Brasil e mantém um público cativo. A ingenuidade dos textos, a belezas das
atrizes principais, os romances à moda antiga, as questões relativas à moral
mostram ao telespectador um fantástico mundo da fantasia. Em algumas novelas, a
trilha sonora na voz de Thalía, completa o enredo.
Uma receita simples que se traduz
em sucesso, na pobre programação vespertina da televisão brasileira.
Edison Borba
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