O
evento “Abaixo da Linha”, que surgiu na Austrália, em 2010, criado por alguns
jovens em diversos países, chegou ao Brasil. O movimento é interessante e pelo menos provoca reflexões
sobre a fome.
No Brasil, cerca de 600 mil famílias, vivem
em pobreza extrema, com renda mensal per capita de até 70 reais mensais. Esse
dado foi divulgado pelo governo federal.
No mundo o número de miseráveis ultrapassa
a casa dos milhões. Importante lembrar que as pessoas que se encontram nesse
estado de miséria, não passam apenas fome alimentar. O seu universo é todo
miserável. O que torna esses indivíduos incapazes até de reivindicar seus direitos assumindo uma
postura passiva e de subserviência.
O movimento aqui no Brasil, propõem gastar até R$3,30 por dia, pelo menos
por uma semana, para que haja no participante a sensibilidade, pelo menos da
fome alimentar.
Os engajados no evento criaram metodologias
para sobreviverem com tão baixo orçamento. As opções por verduras, frutas e
legumes, se juntarem para comprar em grupo foram alternativas que ajudaram a
amenizar o desconforto da fome.
Mesmo assim, houve depoimentos de mau
humor, dor de cabeça, dificuldade de concentração e abandono do experimento
após um dia de tentativa, sem resistência física e psicológica para continuar.
Importante lembrar, que os participantes da
experiência, possuem organismos estruturados por uma boa alimentação desde a
infância, portanto a sensação é diferente daquela sofrida pelos verdadeiramente
miseráveis.
Porém, isso não invalida a proposta. Pelo
menos, alguns valores são reavaliados, como o da jovem que ao ver uma mulher
jogando no lixo um sanduíche, pensou que ela poderia estar comendo o que foi
desperdiçado. Essa consciência de não desperdício precisa ser desenvolvida desde
a infância, não só pelas questões da fome atual, mas o que irá acontecer com o
mundo nos próximos milênios caso não haja uma séria campanha sobre o
desperdício.
Assistindo matérias jornalísticas sobre a
seca nordestina, temos uma ligeira noção do que significa miséria. Numa casa,
uma mulher, mãe de nove filhos, declarou o rodízio alimentar. O feijão com
farinha (quando tem) é dado aos filhos alternadamente. Preferencialmente para
os mais novos. Essa, e outras situações, foram apresentadas, por pessoas
cansadas de viver. Nenhuma delas, reclamou, lamentou ou apontou culpado. Tudo é
entregue nas mãos de uma força superior que eles chamam de Deus.
O filme “Quem Quer Ser um Milionário”
trouxe para as telas o impressionante e miserável mundo indiano. As cenas do
terremoto no Haiti trouxeram à tona a
grande carência daquela população. Alguns países da África vivem em condições
subhumanas há muitos anos.
O evento “Abaixo da Linha” deveria ser mais
divulgado e quem sabe, ser um processo obrigatório para os nossos políticos.
Porém com algumas mudanças, como: - o período seria de três meses (no mínimo);
- os participantes seriam vigiados por 24 horas por pessoas idôneas; - eles
ficariam morando em habitações com as mesmas carências daqueles que vivem em
condições precárias (água tirada da cacimba, luz de lamparina, fogão a lenha,
cama de palha). Receberiam setenta reais, no máximo, por mês. Só teriam direito
a candidatura a senador, deputado, vereador e até quem sabe à presidência da
republica federativa do Brasil os que concluíssem o curso sobre, como
sobreviver na miséria.
Será que teríamos candidatos?
Gostaria de vê-los ou vê-las demonstrando
patriotismo!
Duvido e aposto: não teríamos nenhum
candidato!
Alguém tem dúvidas?
Quem quer apostar?
Edison
Borba
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