O
dicionário informa:
Discurso = (do latim
discursu) = 1- Peça de oratória proferida em público ou escrita como se
estivesse de o ser; 2- Exposição metódica sobre um assunto; 3-Palavreado vão,
ou ostentoso; 4-Fala de natureza longa e fastidiosa, de natureza geralmente
moralizante.
Essas
são algumas informações que podemos encontrar nos dicionários.
Todas
as vezes que ouço um discurso, lembro-me não só das definições, mas também do texto e
de quem o expõem. Quais as intenções contidas naquela oratória?
O
dia primeiro de maio é um dos mais usados pelos governadores, presidentes,
ditadores e outros senhores do poder,
para se dirigirem ao povo. A maioria usa um palavreado ostentoso, alguns se
perdem numa longa e fastidiosa fala. Há os que preferem prestar contas de seus feitos
e também existem os que se apresentam como pais ou mães envolvendo o povo num
manto de afeto e carinho.
A
grande questão dos discursos é o que está veladamente camuflado pelas palavras
do orador. Reeleição? Prestação de falsas contas? Protecionismo? Paternalismo?
Eu tenho o hábito de ouvir discursos e a seguir refletir não só nas palavras,
mas também no rosto de quem falou. No gestual, na forma com que se dirigiu a
mim (sou do povo e, portanto, sou um cidadão para quem aquele discurso foi
escrito).
Martin
Luther King proferiu um dos mais belos discursos, quando nos anos sessenta
diante de milhares de pessoas falou dos seus sentimentos sobre as
discriminações sociais. Em contra partida, os inflamados saídos da boca do
terrível Hitler, eram assustadores e encantadores para o seu povo. Ele em sua
louca oratória convencia que o errado era o certo.
Aqui
no Brasil a era Vargas ficou marcada
pelo seu conhecido jargão: “trabalhadores do Brasil”, com o qual ele iniciava a
sua falação. Durante o longo tempo da dinastia Vargas, o povão se habituou a
ovacioná-lo após esse início discursivo que emocionava e inflamava as massas. Da
escola Vargas, mas sem o mesmo brilho, destacaram-se Brizola e Lula.
Outro
grande orador foi John Kennedy. Sem usar de grandes artifícios vocais, tinha a
seu favor o carisma. Sempre que era colocado num púlpito emocionava por sua
simpatia, levando os seus seguidores a acreditar, que aquele homem, com cara de menino, era
confiável.
Gandhy
conseguia envolver seu público através do carinho. Era também carismático, mas
com o tom pacifista e sua leveza, inspirava confiança e sinceridade em seus
propósitos.
Num
outro polo, destacou-se Sir Wiston Churchill, que durante a guerra, foi à voz
dos ingleses. Sempre firme, o grande estadista, usou a palavra como uma das
maiores armas contra as bombas alemãs, levando os ingleses a nunca perderam a
fé na vitória.
Nos
últimos anos, na América do Sul, o venezuelano Hugo Chávez, foi mais fanfarrão
do que um bom orador. Suas aparições cercadas de postura circense escondia uma
fraca oratória. Em Cuba, de forma semelhante, o antigo ditador, Castro,
transmitiu mais medo do que convicção.
No
mundo feminino, algumas mulheres se destacaram e entre elas Eva Perón, que talvez tenha sido a mais
carismática. Além de sua beleza e elegância, conseguia se comunicar com os
descamisados, de maneira firme e meiga. Não havia que não se apaixonasse pela
bela dama argentina. Isabelita tentou
imitá-la, mas não teve o mesmo sucesso, e a atual Cristina, faz apenas pequenos
pronunciamentos, não possui nenhum atrativo pessoal nem vocal. Margareth Thatcher
apenas ditou ordens. Indira e Golda buscaram o caminho da paz, sem nenhum
destaque no campo da oratória.
Na
história os nomes de Aristóteles, Platão e Cícero entre outros, são citados
como grandes oradores, porém ninguém será maior e melhor do que Odorico Paraguaçu,
com os seus “entretantos” e “finalmentes” tinha sempre uma “solucionática” para
cada “problemática” que surgia em sua querida cidade Sucupira.
Vamos
deixar os nossos políticos com suas “confabulâncias”, pois o Brasil até as
Olimpíadas ainda tem muitos “providenciamentos inauguratícios” para realizar.
Tenho
dito!
Obs.: Odorico Paraguaçu ganhou vida através do
inesquecível Paulo Gracindo, um dos maiores atores brasileiros.
Edison
Borba
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