Em dois de dezembro do ano de 1990,
Carlos Eduardo Novaes, publicou no Jornal “O Dia”, uma excelente crônica,
chamada a “Última Professora”.
Nesse incrível texto, que conta uma
historia acontecida no ano de 2989, num sítio arqueológico, que teria sido
provavelmente o bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, foi encontrada por
cientistas, uma mandíbula de mulher, que provavelmente teria sido da última
professora, que viveu em torno do ano de 2020, num antigo país chamado Brasil.
Esse
tipo de profissional, narra Carlos Eduardo Novaes, em seu texto, por motivos
complexos foi desaparecendo do mercado de trabalho. O governo para suprir essa carência, começou a importar
professores de outros países. Em pouco tempo, a nação brasileira transformou-se numa Torre de Babel, em cada
região havia um tipo diferente de educação e o Brasil foi desagregando-se até
se esfacelar completamente.
Após
23 anos de sua publicação, o texto “A Última Professora”, continua atualíssimo.
É assustador, percebermos que o Novaes, escreveu profeticamente.
Hoje, 13 de maio de 2013, os jornais
anunciaram a possibilidade do Brasil, importar médicos de outros países, para
suprir a falta desse tipo de profissional. Segundo os noticiários, faltam cerca
de 50 mil médicos no país.
Em alguns estados como Maranhão, Amapá e
Pará, existem menos de um profissional para cada mil habitantes. A situação se
repete em todos os estados do país.
O problema tem diversas origens, como:
poucos profissionais conseguindo terminar o curso de medicina; profissionais
formados inadequadamente; maior concentração de especialistas, nas capitais dos
estados; substituição da rede pública pelos hospitais e clínicas particulares;
falta de condições adequadas de trabalho, em algumas unidades hospitalares,
falta gaze, algodão, luvas descartáveis,
esparadrapo entre outros produtos para que o profissional execute
satisfatoriamente suas funções.
Tudo isso, pode ser apontado como causas
pela diminuição do número de profissionais da saúde, nos hospitais públicos do
Brasil, deixando uma grande área do país, completamente desprovida de
atendimentos médicos.
Diante desse quadro, o governo anuncia a
possibilidade de importar mão de obra especializada na área da saúde.
Não é novidade, que no Brasil, existe
problemas em relação a mão de obra especializada em diversos setores.
Não é novidade, que em várias empresas,
profissionais de outros países já estão sendo contratados.
Não é novidade, que a educação
brasileira precisa de reformas e investimentos urgentes.
As ações que vêm sendo divulgadas pelo
governo, ainda são muito pequenas em relação à grande necessidade desse grande
país. Corremos o risco da crônica “A Última Professora”, escrita por Novaes,
esteja muito perto de se tornar realidade. A falta de qualificação em diversas
áreas de produção, pela inadequada estrutura educacional do país, está levando
à busca de profissionais em outras Terras.
Na crônica, a última professora viveu no
ano de 2020, portanto faltam apenas sete anos para o fictício se tornar
realidade.
A última professora, o último médico, a
última enfermeira, o último bombeiro, o último operário além de outros
profissionais que poderão entrar em extinção.
Podemos estar brincando e exagerando,
porém, sabemos que essa verdade existe. Na cabeça de cada brasileiro,
verdadeiramente consciente, existe um grilo falante, alertando para um futuro
duvidoso.
Investir em educação, valorizando seus
profissionais e aparelhando suas oficinas e mantendo-os atualizados é sem
dúvida uma das mais importantes formas de evitarmos que a última professora
desapareça em 2020, e com ela os sonhos de uma nação verdadeiramente próspera e
sem preconceitos para com os seus cidadãos.
Edison Borba
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