Duas
novelas chegam ao fim. Uma no canal que mantém a audiência. A outra num canal,
que sobe e desce nas pesquisas.
Não
fosse o poder de uma das emissoras, uma
nítida preferência dos jornalistas e problemas de horário o resultado da audiência
poderia ter sido diferente.
Fazendo
uma observação isenta de preferências, acredito que foram duas novelas que seguiram caminhos
opostos.
“Salve
Jorge” começou iluminada por refletores e “glamour”, assinada e estrelada por
grandes nomes. Uma lista interminável de participantes, tão longa que na metade
da trama já era difícil saber quem era ator e quem era figurante.
Muitos
se perderam e sumiram da história sem deixar vestígio. Os núcleos se confundiam
de tal forma que em, alguns momentos o núcleo da Turquia dançava samba na
comunidade.
As
viagens eram tantas e tão rápidas que as cavernas da Capadócia, pareciam estar em Maquiné, nas Minas Gerais.
Apesar do poder da máquina promocional e do
bom desempenho de alguns atores e atrizes, o que se viu foi uma colcha de
retalhos de outras novelas. O casal
protagonista, o galã e a mocinha, não conseguiram passar credibilidade naquele
amor insosso, bem diferente de Caminho das Índias e o Clone.
Mas como no final tudo tem que ser acertado,
até vilã se transformando em religiosa, é aceitável.
E
lá se foi mais uma novela. Mesmo com altos e baixos, teve bons momentos de
dramaturgia e beleza, principalmente quando as paisagens da Turquia eram
mostradas. Belezas naturais que serviram como um bom passeio turístico, além de
provocar discussões sobre o tráfico de pessoas.
No
outro canal, apesar de faltar ainda um capítulo para o final da trama,
“Balacobaco” foi se impondo gradativamente como uma boa história.
Num
horário inconveniente, quase meia noite, a novela foi prendendo a atenção dos
telespectadores mais notívagos.
O
vilão Norberto conseguiu excelentes momentos na história. As cenas de
cativeiro, transformadas em reallity show, foi uma grande sacada dos autores, e
brevemente, aparecerão em futuras novelas, como novidade.
Aos
poucos os atores e atrizes foram criando vida e a novela chega ao final com uma
boa qualidade em teledramaturgia.
As
personalidades duplas foi uma interessante brincadeira de pega – pega com os
telespectadores. Número de atores na quantidade certa para o desenvolvimento da
trama. Não houve excessos.
Núcleos
bem definidos, momentos de descontração paralelos a cenas de tensão. Crimes,
sequestros, perseguições e música foram usados de forma correta pelos autores. Uma trama que foi sendo construída aos poucos
chega ao final com boa qualidade e coerência.
Duas
histórias. Duas emissoras de televisão. Duas novelas. Duas trajetórias. Apesar
das questões jornalísticas, do aparato nas divulgações, nas divergências sobre
cada uma das emissoras, o importante é termos opções.
Faço
votos para que mais novelas em mais canais de televisão possam acontecer em
diversos horários, para que possamos ter possibilidades de escolha.
Também
fico na expectativa para que as revistas
badaladas possam exibir em suas capas lindas mulheres e galãs sarados, que
estejam atuando em várias emissoras. Não podemos conviver com uma imprensa que
utiliza apenas uma única vertente para
estampar suas capas e desenvolver matérias.
Num
país civilizado e democrático o jornalismo tem a obrigação de divulgar de forma
ampla de equilibrada o que se passa no mundo. Quando a luz dos refletores e o
foco ficam voltados apenas para uma só direção, é motivo de preocupação.
Precisamos
ter cuidado com os caminhos jornalísticos do nosso país!
As
cortinas se fecham, mas as luzes voltam a ser acesas e mais novelas entram em
ação nas próximas horas.
Vamos
preparar a pipoca e acompanhá-las democraticamente.
Que
venham mais emoções!
Edison
Borba
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