Uma das situações mais desagradáveis na
vida é a repetição.
Chico Buarque, numa inspirada letra,
cantou a rotina conjugal:
“todo dia ela faz, tudo sempre igual/ me acorda às seis horas da manhã / me sorri um sorri pontual e me beija com a
boca de paixão”.
À noite a mulher repete o ritual
esperando o companheiro quando volta do trabalho às seis horas da tarde. Essa
rotina pode vir a ser a destruição do casamento.
A falta de inspiração no mundo dos
comerciais, reclames e anúncios, está
dando sinais evidentes que precisa de ajuda. Algumas “figurinhas” do mundo
teatral, futebolístico e musical, além das que possuem algum atrativo, como um
bumbum siliconado, repete-se
exaustivamente diante dos olhos dos telespectadores.
É um tormento ver a mesma cara, ouvir a
mesma voz em diferentes anúncios em diversas emissoras de televisão, às vezes
no mesmo horário. Na tentativa de forçar os cidadãos a comprar cerveja,
sapatos, celulares, viagens além de outras tranqueiras.
Não dá mais para aguentar a mesma pessoa
tentando convencer a comprar um telefone
e ao mesmo tempo uma viagem de turismo. Adquirir um absorvente íntimo, perfumes
ou uma caixinha de leite para bebê.
Num país, extremamente diversificado,
com pessoas dos mais variados tipos, temos que suportar as mesmas figurinhas?
Sabe-se que, são cidadãos da mídia,
pessoas que em função de seus talentos vocais ou atléticos, hipoteticamente são
amados pelo povão, mas também é uma demonstração da falta de talento e criatividade
das agências de propaganda.
Forçar a população à comprar algo pelo
conselho de uma figura repetidamente apelativa é falta de talento e criatividade.
Não adianta mudar de canal, eles estão
em todos, é como praga. É a maldição da propaganda pouco inspirada e que
funciona como a “empurroterapia”, muito comum nas farmácias.
Para aumentar a nossa angústia, estamos
sendo ameaçados pela maldição partidária. Aos poucos, os vampiros da política
estão voltando a ameaçar às nossas vidas. Exibindo belos sorrisos e travestidos
com mantos de bondade, eles já estão atacando.
Precisamos ficar atentos para não
comprar gato por lebre, seja num comercial de artigos para o lar ou então para
não votar num lobo, que depois de sentar na cadeira política, irá devorar a
avozinha e o chapeuzinho vermelho.
Esses últimos são perigosos, porque após
“comprados” a durabilidade deles é longa, não há como devolver ao fabricante e
o nosso dinheiro, eles irão pegar e jamais haverá devolução.
Quando chegar a hora de comprar, isto é,
de VOTAR temos que cuidar de evitarmos as figurinhas repetidas. Elas, irão
repetir todas as atitudes anteriores e não haverá como reclamar ou devolver o
produto.
Atenção! Não vamos comprar produtos sem
sabermos a procedência. Esse alerta também vale para a eleição. Candidatos com
defeito não devem ser colocados nas urnas. Diga não aos produtos estragados e
principalmente os piratas, isto é, ladrões.
Na hora de votar examine o produto. Veja
se é de boa qualidade, se tem um componente ético em sua formação.
Vamos descartar figurinhas repetidas. Algumas, estão, há
muitos anos grudadas em nossos “álbuns” e nunca fizeram nada para completar a
coleção!
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