segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MEU PAI

Conhecido por Vadinho, meu pai, nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Inhaúma.
Filho dos portugueses, João e Deolinda, ele chegou ao mundo no dia 27 de julho de 1911.
Exatamente como meu avô, exerceu a função de vaqueiro e tripeiro. Mais tarde, comprou uma pequena loja e se tornou açougueiro.
Bonito, saudável e alegre “seu” Oswaldo, com W,  teve muitos amigos, namoradas e admiradores.  Vadinho,  gostava de vadiar.
Jogador de futebol, pelo time  “Laranjeiras”, causava sensação nas garotas com suas pernas e dribles.
Além de todos esses atributos, ele também foi militar da cavalaria, servindo no mais famoso grupo do exército conhecido até hoje como os “Dragões da Independência”.
Um arrebatador de corações. Fama que se manteve até 1995, quando faleceu repentinamente. Era sábado, 28 de outubro quando no intervalo de um jogo do seu querido Vasco da Gama, ele encerrou o seu expediente aqui na Terra.
De escola pouco sabemos se ele freqüentou. Porém, lia e escrevia o necessário para o seu tipo de trabalho. Vascaíno de carteirinha. Apreciador de cerveja e de mulheres. Estava sempre cercado por amigos, copos e alegria. Não desprezava a sinuca. Era figura constante nos bares onde esse esporte era praticado.
Eu  lembro desse homem, de mãos firmes e pesadas. No dedo um anel de ouro com a imagem de são Jorge. Camisetas brancas e um apaixonante bigode que lhe conferia uma grande sensualidade.
Sabia manejar com  maestria facas, serrotes e machados. Viveu sua profissão magistralmente. Vestindo uniforme branco de açougueiro, mais parecia um  médico cirurgião.
Delicadamente masculino encantava adultos e crianças. Voz agradável que sabia usar para acalentar a todos que a ele recorriam.
Esse homem  foi meu pai, ou melhor, esse homem é meu pai!
-------------- Edison Borba




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