sábado, 31 de dezembro de 2011

APENAS OBRIGADO

Aos meus amigos
Que me ouvem atentos

Que me olham calados
Que nada perguntam

Que me aceitam como sou
Com defeitos

Tristezas
Medos
Carências

Aos meus amigos que me acolhem em seus colos
Que me animam

Que me fazem rir
E acham graça das minhas piadas sem graça

Aos meus amigos

Que me ajudam a viver
Que me fazem bonito
Que me abraçam com afeto
Que me respeitam
Que me afagam
Que me ajudam a vencer

Curam minhas dores
E aturam meus humores

A vocês meus amigos

Nada tenho a oferecer a não ser o meu viver!
Obrigado a todos os que conviveram comigo neste ano de 2011.
Edison Borba



ANO BISSEXTO

Este ano, 2012, é um ano bissexto, isto é, ele possui um dia a mais. O mês de fevereiro terá 29 e ao todo serão 366. A cada quatro anos, ganhamos um dia  em nossos calendários e em nossas vidas. As explicações para que haja esse acréscimo, envolve o movimento de translação da terra e também os efeitos sazonais, que se relacionam às estações do ano.
Essa e outras explicações também estão correlacionadas aos calendários Juliano, Augustiano e Gregoriano.
Deixando de lado as pesquisas que chegam ao mundo dos algoritmos e às loucuras de um pseudocódigo, que determina quando um ano é bissexto ou não, a minha observação é apenas saber o que vamos fazer com esse dia a mais? O que vamos fazer nesse dia a mais?
Existe um grupo de pessoas que irá aproveitar para comemorar o aniversário. Todos os que nasceram no dia 29 de fevereiro, estão felizes em poder cantar o “parabéns prá você”. Esses já estão enviando os convites e mandando preparar doces e salgados. Eles terão  outra oportunidade apenas em 2016.
Outra fascinante questão é fazermos o seguinte levantamento: - levando-se em conta que os anos bissextos ocorrem a cada quatro anos (1996, 2004, 2008, 2012, 2016), faça uma retrospectiva, usando a sua idade como base de cálculo e descubra quantos dias foram acrescentados à sua vida. Calculou? Fez as contas direitinho? Usou a calculadora? Agora pense no que você fez nesses dias? De que forma você os viveu?
 Eu estou tentando lembrar o que fiz com todos os dias a mais que foram acrescentados em minha vida. Fui até ao armário, na tentativa de encontrar antigas agendas e verificar o que lá estava assinalado. Eu não tinha parado para pensar em todos esses dias que eu recebi de brinde. Se pensarmos em horas, a situação fica mais aflitiva:  para cada dia 24 horas, que multiplicadas pelo número de anos bissextos que eu já vivi, me colocam diante de uma infinidade de tempo que eu não sei como usei.
A partir de 2012, ficarei mais atento. Vou fazer um lindo planejamento para o dia 29 de fevereiro. Passear, visitar amigos, ir a um bom restaurante, estar ao lado de quem amo curtir cada minuto das horas desse dia brinde que estou recebendo. Depois ficarei aguardando o próximo em 2016.
Aconselho a todos que façam o mesmo. Chega de perder tempo. Vamos aproveitar o brinde que está sendo oferecido gratuitamente. Só não vale usar esse presente para aborrecimentos, brigas, tristezas e outros problemas. Para isso já nos reservam 365 dias. Esse a mais é brinde. E quando ganhamos um brinde, temos que fazer o melhor com ele.
Portanto, como diz o super herói  CHAPOLIM, que me sigam os bons!

Edison Borba

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

QUERIDOS AMIGOS!

Na busca por uma mensagem para o novo ano, encontrei nas palavras de

Paramahansa  Yogananda  o   que  eu   gostaria  de dizer a todos os meus
amigos  e especialmente a você!

UM NOBRE COMEÇO
Cante canções que ninguém cantou,

Pense o que nenhum cérebro pensou,

Ande por caminhos nunca antes trilhados,

Chore por Deus lágrimas que ninguém chorou,

Leve paz a quem ninguém levou,

Abrace os que por toda parte são desprezados.

Ame a todos com amor por ninguém sentido, e trave

A batalha da vida com vigor  incontido.

Que 2012  seja  para todos nós O ANO!

Paz, amor, saúde e harmonia!

Com muito carinho do Edison Borba

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

“Atire a primeira pedra, aquele que não tiver nenhum pecado”- foi com essas palavras, que Jesus, salvou Maria Madalena, de ser apedrejada.

Após tantos anos desse bíblico episódio, o mundo acompanhou estarrecido; a possibilidade de assistir uma cena semelhante. Sakineh Mohammadie Ashtiani,  acusada de ter relações ilícitas, fora do seu casamento, recebeu chicotadas.

Além desse castigo, foi  acusada de ter participado da morte de seu marido. Condenada,  esteve perto de morrer por apedrejamento.

Esse caso nos faz refletir sobre a pena de morte, ainda em prática em muitos países. Cadeira elétrica,  gás letal, enforcamento, apedrejamento ou qualquer outro tipo de punição, nos remete até Hamurabi e a Lei de Talião (olho por olho, dente por dente).

Prender, julgar e condenar, com o objetivo de corrigir, educar e socializar é o mais digno que uma sociedade do século XXI pode determinar. Existem leis. Cumpram-se as leis. É necessário que os códigos de conduta existam para que possamos conviver harmoniosamente, numa atitude de liberdade e respeito. Também se faz necessário, oportunizar a socialização e (se for conveniente) o afastamento definitivo do convívio social, daqueles que se mostrem incapazes de conviver em grupo. Quanto à pena de morte, é uma questão que precisa ser reavaliada.

Existem algumas controvérsias, quando se trata da vida humana.  O aborto é considerado crime no mesmo mundo que mantém a pena de morte. A eutanásia é uma situação extremamente conflituosa nesse mesmo mundo.

Ainda temos muitas dificuldades para convivermos em harmonia. Guerras, atentados, crimes, violência e agressões deixam claro que o Homo sapiens mantém em seu sistema nervoso, resíduos de uma barbárie da pré-história. Apesar de tantos anos de evolução, conviver com sentimentos e emoções ainda é muito difícil. O que fazer com a raiva, o ódio, a inveja, o medo e todas as outras reações emocionais? Como educar nossas crianças para usarem com sabedoria, atividades do emocional humano, apenas e somente para a garantia de sobrevivência?

Quando um novo ano bate a nossa porta, diversas questões precisam ser reavaliadas.

A tênue linha que separa vida e morte está se enfraquecendo e se rompendo com tanta facilidade, que às vezes temos a sensação de estarmos revitalizando a Lei de Talião.

Chega de violência!

Iniciemos 2012 com a certeza de que a paz começa em cada um de nós!

Edison Borba









quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

RECOMEÇAR

Tá chegando a hora De usar roupa branca
Pular sete ondas
Fazer promessas

Tá chegando a hora
De comer sete uvas
Guardar os caroços
Esperar com afinco
Realizar os desejos

Tá chegando a hora
De comer as lentilhas
Acender sete velas
Abrir os caminhos

Tá chegando a hora
De abraçar os amigos
Fazer grandes juras
Esquecer o passado

Tá chegando a hora
De brindar e orar
Chorar de saudade
Fazer amizades

Quando soar meia noite
Em todo o mundo
Aumentarão as lembranças
De  um ano que vai
Renascerão esperanças
Para um ano que chega

Quando soar meia noite
Abraços e beijos
Sorrisos e gritos
Corações baterão forte
Querendo mais sorte
Fugindo da morte

Ao soar meia noite
Vamos todos dançar
Ser feliz e cantar

Já é meia noite
Vai recomeçar.

Edison Borba

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CLAUDIONOR, O NOEL

Homem trabalhador, honesto, equilibrado, bom pai e marido. Casado há onze anos com Geruza (com z), mulher de seios fartos, ancas largas e bela cabeleira negra. Dona de um lindo sorriso e mãos mágicas, para cozinhar e acarinhar o seu amado. Claudionor, sempre foi um cidadão sério e,  cumpridor de seus deveres. Jamais se envolveu com algo que pudesse desabonar a sua conduta. Claudionor era um cidadão de bem e do bem. Um exemplo para toda a sua comunidade.
Seus cinco filhos, o mais velho com dez anos e o menor com apenas dois, nunca tiveram o prazer da presença do pai durante a ceia de Natal. Ele aproveitava essa data, para aumentar a renda familiar, fazendo horas extras. Dessa forma, algumas despesas  poderiam ser contornadas. Os anos passaram e a família de Claudionor, já estava habituada com a sua ausência. Esposa, filhos, parentes e amigos já estavam acostumados a fazer a ceia sem a sua presença. Porém, nosso herói arquitetou um plano, para surpreender a todos neste Natal. Procurou uma loja especializada e comprou uma fantasia de Papai Noel. Um traje completo, que ele escondeu no armário do seu local de trabalho.
Manhã de 24 de dezembro, Claudionor sai para cumprir mais uma jornada profissional. Despediu-se das crianças, até abraçou a sogra, que chegara com antecedência para a grande noite,  beijou sua Geruza (com z). Um beijo com sabor de rabanada, que ela havia preparado e separado algumas para ele levar junto com sua marmita.
Horas passaram, até chegar o momento de colocar em prática o ardiloso plano. Claudionor, contava os minutos em seu relógio. Finalmente, chegou a hora. Vestiu a roupa de veludo vermelho, calçou botas de couro, luvas, barba postiça e até um gorro, para ficar parecido com um Noel de verdade. Além de toda essa parafernália, havia um cajado e um saco repleto de presentes. Vestido com toda essa “traquitana” não conseguiu embarcar em nenhum coletivo que o levasse para casa. Até os taxistas, se recusaram em “fazer corrida” com um estranho Papai Noel. E foi assim que Claudionor, sem  alternativa, teve que seguir a pé para o seu lar. Após uma longa jornada, com o corpo arqueado sob o peso dos presentes e se derretendo em suor, sentiu necessidade de fazer um “pit stop”.  Ainda faltavam alguns quilômetros para a sua residência e o seu organismo não podia esperar mais. Ele que nunca havia quebrado regras, não teve escolha.
Claudionor distribuiu os presentes entre os seus amigos de cela. Caminhou pelos corredores da delegacia fazendo rôrôrô. Acompanhado por dois policiais, fez a alegria de toda a comunidade carcerária, que nunca tinha recebido a visita de um Papai Noel.
Ele foi preso, enquanto urinava na estátua de um famoso político. Atentado ao pudor, danos ao patrimônio público, contaminação ambiental foram alguns dos artigos que o delegado usou para manter Claudionor na prisão naquela noite de Natal.
Edison Borba


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LUA DE AMOR

                        TERRA NOVA

LUA CHEIA

NOVA LUA

TERRA CHEIA

MINGUA A TERRA

CRESCE A LUA

LUA CLARA

TERRA ESCURA

CÉU NA LUA

SOL NA TERRA

TERRA SEM CÉU

LUA SEM SOL

TERRA À MINGUA

LUA CRESCENTE

MINGUANTE TERRA

                        LUA COM ÁGUA

                        TERRA COM SECA   

                        SEDE NA TERRA

                        CHUVA NA LUA

                        LUA SEM HOMEM

                        HOMEM NA TERRA

                        SOL SEQUE O HOMEM

                        HOMEM QUE SECA A TERRA

                        LUA FIQUE BEM LONGE

                        DA TERRA E TAMBÉM DO HOMEM

                        FIQUE NO CÉU BEM DISTANTE

                        MINGUANTE

                        CRESCENTE

                        ATRAENTE

                        ILUMINANDO OS AMANTES

                        NA TERRA QUE SECA E MINGUA

                        A CADA DIA A CADA INSTANTE

                        FAZEI O AMOR ENTRE OS HOMENS

                        AUMENTAR COMO A LUA

                        QUANDO CRESCE DO MINGUANTE

                        FICANDO REDONDA E GRÁVIDA

                        DE VIDA, PAZ E AMOR!

                                                    Edison Borba

                       




VIVENDO ÀS AVESSAS

Essa uma história para quem tem bons nervos e boa cabeça. Está liberado do analista e consiga suportar emoções fracas.
Após cozinhar seus alimentos na geladeira, colocou a toalha sobre o fogão e se deliciou com um gostoso sanduiche. O que sobrou desta lauta refeição foi guardado dentro da máquina de lavar. Cansado, após um dia de vadiagem, pois estava desempregado, esticou o corpo sobre a cadeira, ligou o rádio para assistir mais um capítulo da sua telenovela preferida. Assim vivia Roberval, um homem de hábitos simples e descomplicados.  Metódico todos os dias lia o jornal enquanto tomava o seu banho de chuveiro. Fato que o deixava confuso quanto ao teor das notícias.
Amante de animais e plantas adorava ouvir os miados de sua cadelinha, que apesar de ser uma legítima VL (vira lata), tinha pedigree registrado em cartório para pessoas. Suas plantinhas de plástico eram aguadas diariamente para se manterem sempre viçosas.
Homem de hábitos higiênicos fazia questão de lavar as mãos na xícara de chá, sempre que ia manipular o lixo. Defensor da ecologia recolhia todo o material considerado descartável, como roupas, sapatos, alimentos ainda na validade, arrumava-os em sacos plásticos que colocava no meio da rua.
Um autêntico cidadão! Apesar de ser jovem, ocupava os lugares preferenciais nos trens, metros e ônibus. Furava a fila nos bancos e mercados. Fumava em lugares fechados, até dentro de hospitais. Quando era observado por alguém, fazia questão de desacatar até as mais altas autoridades. Sabia que a lei estaria sempre ao seu lado, Roberval, ia levando a sua vida tranquilamente. Colocava terno e gravata para dormir e pela manhã usava o seu pijama de flanela, para procurar um novo emprego, sem sair de casa. Tarefa fatigante, que o deixava irritadamente tranqüilo, obrigando-o a voltar para seu aconchegante dormitório no subsolo de seu pequeno apartamento  609 de um edifício de dois andares. Provavelmente, esse fosse o motivo dele estar sempre se sentindo nas nuvens, como se habitasse o nada.
Certa manhã, após acordar e já vestindo seu pijaminha, para se manter em casa e tentar encontrar um novo emprego, Roberval conheceu Karlaval.  Um encontro casual. Coisas do destino. Que para aumentar a coincidência, ambos possuíam em seus nomes a sílaba VAL. Só podia ser predestinação, até porque esse momento aconteceu no período de carnaval, quando as crianças, ganham ovinhos de chocolate, trazidos por Papai Noel. Só podia ser um encontro para ser eternizado.
Olho no olho, coração disparado e amor a primeira audição. Eles sentiram que foram feitos um para cada um. Poderiam viver juntos, porém cada um em sua casa. E assim começou aquele desamor, que apesar de ter uma longa e efêmera duração, deu bons frutos. Ambos amavam saborear frutas misturadas com café. Todos os dias antes de se desencontrarem eles tinham como desjejum:  jaca com café, capuccino com manga, descafeinado com melancia e o famoso café pingado (com leite) e cajá.
E assim o tempo foi passando rapidamente devagar para Roberval e Karlaval. Horas, dias, meses e anos sem trocarem palavra, esse casal sonhava em fazer bodas de prata. Chegarem desunidos aos 25 anos de um não relacionamento que deu certo.
O final dessa história; nem eu sei contar. Dizem que ultimamente eles não são vistos nem juntos nem separados.
Quem souber do paradeiro deles, por favor, não avise a ninguém, o melhor é mantê-los na clandestinidade, para o bem de todos.
Edison Borba

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SERÁ QUE A GENTE SE ACOSTUMA?

Homens, mulheres, jovens e até crianças vagam desordenadamente. Andar cambaleante,  como zumbis, num vai-e-vem sem destino. Alguns estão sentados no chão, pernas encolhidas contra o corpo apóiam seus rostos sobre os joelhos. Uma grávida encostada na parede olha para o céu. Lixo por todos os lados atrai insetos e ratos. Uma multidão de aflitos busca no crack a realização dos seus sonhos.
Difícil acreditar que estamos diante de seres humanos. Difícil acreditar que um dia todos estiveram aconchegados em úteros. Difícil acreditar que um dia eles foram bebes. Difícil acreditar que um dia sorriram e brincaram com qualquer criança. Impossível aceitar essa degradação. Impossível fechar os olhos para essa cena. Impossível acreditar que esse macabro encontro de seres “quase” humanos esteja acontecendo agora em algumas ruas brasileiras. Estamos nos regozijando por uma economia crescente. Estamos festejando um bom momento financeiro. Estamos brindando a possibilidade da crise européia não chegar até nós.
Mas, ainda estamos chorando, ainda, pelas desigualdades sociais. Por desvios de verbas. Por malandragens políticas e tantos outros descalabros ao sul do equador.
Foi com horror, que mais uma vez a televisão brasileira, apresentou ao vivo e a cores uma cracolândia, nesse caso, a que funciona no centro da cidade de São Paulo. A situação foi tão irreal, tão bizarra que fomos levados a pensar  em montagem, com atores representando uma grande cena de tragédia. Horário do almoço e lá estavam os “craqueiros” circulando naturalmente, como se a situação fosse a mais normal possível.
As cracolândias são apenas pontas de icebergs de misérias. Nossos males são endêmicos. Sistemáticos. Ocorrem em ciclos que aumentam a sua circunferência gradativamente. No início assustam, depois são se entrelaçando no cotidiano e passam a ser vistos como uma “normalidade”.
Lembrando uma antiga e excelente crônica, de Marina Colasanti, “Eu sei, mas não devia”.
“ A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá”.
Até quando vamos ter que nos acostumar a tanta crueldade? Até quando vamos ter que conviver com as cracolândias? Até quando vamos entender como normal, aquilo que é anormal?
Nós sabemos distinguir o certo do errado, mas nos faltam forças. Talvez coragem, ou quem sabe já nos acostumamos e, numa atitude egocêntrica ...
“A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma”.
A Marina Colasanti com muito respeito e admiração.

Edison Borba

FAMÍLIA REAL BRASILEIRA ???

Em 1889, um militar, proclamou a república brasileira. Naquele tempo, a família real voltou para Portugal, dando início a uma nova forma de governança aqui em terras de bananas. Porém, a nossa história mantém até hoje, reis, príncipes, rainhas, princesas, além de outros títulos que compõem a realeza.
Temos o rei do futebol, o rei da música popular, o rei Momo, as rainhas de bateria das escolas de samba, os reis do tráfico, reis e rainhas da música sertaneja, princesas do funk, imperadores, condes, barões, duques e duquesas nas mais variadas cortes espalhadas em todo o território nacional.
A cada ano surgem novas realezas que assumem o trono, mesmo que seja por pouco tempo. De norte a sul, de leste a oeste a família real brasileira é uma das maiores do mundo. Com todo o respeito aos países que tradicionalmente mantém suas realezas em castelos e sujeitas a incríveis protocolos, os brasileiros, jogam futebol, dançam na avenida, fazem fotos “comprometedoras!!??”, desfilam pelos mais variados cantos do país, fazem cirurgia plástica, viajam para outros países em seus jatinhos particulares, e em alguns casos distribuem auxílio ao povo numa demonstração de que  temos um império ou reinado democratizado.
Os representantes da nossa realeza, além de serem recebidos freneticamente  pela população, sempre que surgem em público, também gozam de algumas regalias, diferentemente do que acontece com a plebe. Nossas leis são maleáveis e são reorganizadas para atender àqueles que não fazem parte do povão.
Alguns possuem o direito de usar armas,  promoverem festas particulares em seus palácios, situados em condomínios de luxo, ou até mesmo em seus carrões como forma de relaxar após dias de treinamentos, jogos ou para divertir seus fiéis seguidores.
Sempre envolvidos  por uma fiel corte de vassalos, esses portadores de sangue azulado, brincam de atirar e ferir, como parte de suas “diabruras”. Brincadeirinhas que serão perdoadas pela suprema corte de juízes.
Lamentavelmente, algumas dessas “realezas” brasileiras, não utilizam seus poderes para o bom exemplo. Mesmo sabendo que crianças e jovens, acreditam MESMO em suas mágicas, eles (elas) insistem na exibição de falta de ética, desrespeito às regras, leis e a ordem. É muito triste para um país com o potencial do Brasil, conviver com a bipolaridade comportamental dessas “figuras”.
Sabemos que nem todos os nossos “reis” e “rainhas” procedem de maneira reprovável, mas por menor que sejam os representantes do “mau” eles produzem um efeito cascata tão perigoso quanto um terremoto.
Com a chegada de um novo ano, vamos “torcer” para que a nossa família real modifique as suas ações, e também que os nossos meios de divulgação (rádio, televisão, jornais, revistas) não colaborem com o endeusamento daqueles que não merecem receber nem uma coroa de LATA.
Edison Borba

domingo, 25 de dezembro de 2011

AMIGO OU COMPANHEIRO

Amigo – que é ligado a outrem por laços de amizade.
Amizade – sentimento fiel de afeição e simpatia estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou atração sexual.

Companheiro – aquele que acompanha.

Companheirismo – procedimento ou convívio cordial, afetuoso, próprio de companheiro.

Ser amigo ou ser companheiro?

Ter amigo ou ter companheiro?

Muitas vezes, um amigo não pode ser companheiro, isto é, não pode acompanhar, não tem condições de seguir junto, não comunga dos mesmos interesses. Mesmo seguindo caminhos opostos, continuam amigos. O laço de amizade não se desfaz. Pode afrouxar um pouco. Se alongar como uma pipa ganhando linha, mas o sentimento de fidelidade permanece.

O companheiro segue junto. Lado a lado. Errando ou acertando eles caminham em qualquer estrada. Partilham a água, a comida, os sonhos e o convívio.

Amigos não precisam necessariamente compartilhar o dia-a-dia. Dividir o pão. Andar por avenidas asfaltadas, veredas tortuosas e empoeiradas vielas.

Amigos podem estar tão longe, que não é possível carregar junto à mochila e tudo que se coloca nela. Experiências, roupas, sonhos, comida, desalentos, água e quinquilharias colhidas aqui e ali nos becos e esquinas por onde passaram.

“Eu quero ter um milhão de amigos” cantou o poeta.

Eu quero ter um companheiro. Um só. Apenas um. Que possa me acompanhar sem reclamar. Sentar sob a sombra de uma árvore. Encostar seu ombro ao meu e ficarmos bem quietinhos.

Eu quero ter muitos amigos.

Mas preciso ter um companheiro para dar a minha mão e juntos nos perdermos nas poeiras dos caminhos tortuosos, que não levam a nenhum lugar. Apenas pelo prazer de caminhar.

Eu quero, também quero muito ser amigo e dar meu coração a milhares de outros corações.

Eu também quero ser companheiro.

Ser e ter são sentimentos que precisam estar juntos.

Amigos eu tenho, com certeza. Foram sendo conquistados ao longo da minha existência.

Companheiros! Ando a procurar. É difícil encontrar alguém disposto a não ser apenas amigo. Alguém que queira e possa caminhar ao meu lado, mesmo sabendo que meus passos já não são tão rápidos. Como um velho carro de bois, vou rangendo e arfando, mas continuo caminhando. Preciso de um companheiro, que possa ir buscar a água e colher as frutas, pois já não posso alcançá-las.

Amigos, eu os tenho. São muitos. Espalhados pela vida. Me socorrem quando chamo. Mas voltam aos seus lares, afazeres e amores. Eu os amo. Ah! Como eu amo meus amigos! Como sou grato por existirem.

Mas, preciso de um companheiro, pois apesar de caminhar devagar, ainda tenho sonhos, desejos e muitos lugares para visitar.

Ando perdido em pensamentos como um cavaleiro errante encompridando a vida buscando um companheiro que queira seguir comigo em busca do nada. Apenas pelo prazer de caminharmos juntos.

Edison Borba


ENTÃO É NATAL

Então é Natal. É noite de luz.
Em todos os lares, seja rico ou   pobre,  fagulhas de esperança enchem de magia os corações dos homens de boa vontade.
Abraços, cânticos, luzes, ceia e presentes.
Mesmo convivendo com as mais diversas dificuldades, uma brisa diferente sopra nesse dia. Durante as guerras, quando a trégua de Natal era mantida, em meio a todos os destroços da tragédia, uma tênue esperança renascia no coração dos soldados e de todos os que estavam sofrendo com o conflito.

Então é Natal. É noite de luz.

Não há como negar a magia.
Não há como não enxergar que uma força cósmica envolve o planeta Terra.
Não há como não perceber que somos tocados por uma ação divina.

Então é Natal. É noite de luz.

Apenas algumas horas. Apenas alguns momentos e, tudo se transforma.
Um ano, mais de trezentos dias e basta uma noite para sentirmos que a paz é possível.

Doze meses e num dia, ou melhor, numa noite as esperanças se reacendem.
Muitas horas e apenas um segundo para reviver o sentimento de amor universal.

Então é Natal. É noite de luz.

Crianças brincam. Casais se abraçam. Famílias confraternizam. Amigos se reencontram. Amores renascem.
Brindes. Desejos de felicidade. Renovação de promessas.

Então é Natal. É noite de luz.

Presentes distribuídos. Olhares trocados. Abraços apertados.
Saudades aflorando dos que partiram.
Alegrias explodindo pelos que voltaram.

Então é Natal. É noite de luz.

É o dia do nascimento de Jesus.

 Abraços a todos os meus amigos espalhados por todo o mundo!

Edison Borba










sábado, 24 de dezembro de 2011

NASCIMENTO DE JESUS (a.C / d.C)

O nascimento de Jesus, divide a  história universal  em duas partes: a.C , os fatos acontecidos antes e d.C, os fatos ocorridos após o nascimento de Jesus, também chamado  Cristo.
No Evangelho segundo São Mateus, encontramos a sua descendência. A citação dos que deram origem a José, que desposou Maria, da qual ELE nasceu. Com a chegada do dia 25 de dezembro, data atribuída ao nascimento desse grande líder,  fazer uma reflexão e durante os preparativos para a ceia, lembrando e reverenciando todas as gerações que deram origem a Jesus é uma boa sugestão.
Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.

Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos.

E Judá gerou de Tamar a Farés e a Zará; e Farés gerou a Esrom; e Esrom gerou Arão.

E Arão gerou a Aminadabe; e Aminadabe gerou Naassom; e Naasson gerou Salmom;

E Salmom gerou de Racabe a Booz; e Booz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé;

E Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias;

E Salomão gerou a Roboão; e Roboão gerou a Abias; e Abias gerou a Asafe;

E Asafe gerou a Josafá; e Josafé gerou a Jorão; e Jorão gerou a Ozias;

E Ozias gerou a Joatão;  e Joatão gerou a Acaz; e Acaz gerou Ezequias;

E Ezequias gerou a Manassés; e Manassés gerou a Amom; e Amom gerou a Josias;

E Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na deportação para a Babilônia.

E, depois da deportação para a babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel gerou a Zorobabel;

E Zorobabel gerou a Abiúde; e Abiúde gerou a Eliaquim; e Eliaquim gerou a Azor;

E Azor gerou a Sadoque; e Sadoque gerou a Aquim; e Aquim gerou Eliúde; e Eliúde gerou Eleazar; e Eleazar gerou a Matã; e Matã gerou a Jacó;

E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.

De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a Babilônia até Cristo, são catorze gerações.

Que as famílias ao se reunirem em torno da mesa para a ceia de Natal, não esqueçam que é dia da festa do aniversário de Jesus. Papai Noel é um dos convidados, juntamente com todos os que acreditam que a paz é possível entre  os habitantes do planeta Terra.

TODOS SEM EXCEÇÃO!

Feliz Natal! Grande abraço do Edison Borba

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MARCAS

Marcado pela vida
Enrugado pelo tempo
Oculto pela barba

                Andar vagaroso

                Olhar distante

                Movimentos lentos

Corpo desgastado
Cabelos brancos
Pele sem viço

                Insegurança

                Fragilidade

                Medos

Tempo arrastado
Horas vagarosas
Dias imensos

                Interminável destino

                Efêmera juventude

                Felicidade perdida

Casa morrendo
Silenciosa e fria
Quadros amarelados

                Vida vazia

                Vagas lembranças

                Poucas esperanças

Fotos apagadas
Cartas rasgadas
Amores passados

                Saudades muitas

                Longa espera

                O destino é certo

Agora é só esperar
Aguardar
Esperar
Sem desesperar

Edison Borba 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

CALENDÁRIOS

Os dias foram escorregando do calendário/ Um a um  sendo substituídos/
Janeiro, fevereiro, março, dezembro/
Mudaram as estações do ano/
Flores, frio, frutas e calor/
Alegrias, tristezas, saudades e amor/
Era  primavera quando nos encontramos/
Uma linda roseira assistiu ao nosso primeiro olhar/
Era setembro e o ar estava impregnado de perfume/
Quando percebemos, o verão havia chegado e nós estávamos passeando pela praia/
Calor forte. Sol a pino. E nossos pés deixando marcas na areia/
No calendário os dias iam se sucedendo. As folhas arrancadas e as páginas viradas/
Admirados ficamos, quando vimos o chão  coberto de folhas amareladas. Era outono/
Sabores. Frutas. Delícias/
Dias e dias embalados pela brisa suavemente fria, típica da estação/
No céu, a lua mudava de face. Às vezes redonda, quase um queijo/
Nessas noites deixávamos que seu brilho iluminasse nossos corpos/
Mais dias. Mais noites. O tempo passando. O calendário mudando/
Os relógios, como fiéis guardiões, cuidavam das nossas horas/
Sem que pudéssemos perceber, o inverno chegou/
Noites frias. Chuvas fortes. Dias cinzentos/
E o calendário, mudando  sem nos perguntar se queríamos o tempo parar/
Acordei sozinho. Fazia frio e meu corpo estava gelado/
Um bilhete sobre a cama/
Espere por mim na próxima primavera.

Edison Borba 





FAVELA EM CHAMAS

Labaredas, fumaça, vento, fogo e morte.
Crianças, mulheres e lágrimas.
Papelão, madeira, chamas e fumaça.

Favela
Fogo
Incêndio

Bombeiros buscam
O que buscam os bombeiros?

Devastação

Mais uma favela em chamas

Rescaldo
Vítimas

Manhã de quinta-feira
Tem fumaça na favela

Favela do Moinho
É São Paulo ardendo ao sabor das chamas
Foi em Campos Elíseos

É bairro ou comunidade?
É favela

Corpo carbonizado
É um corpo da favela

Não foi resgatado
Mas é corpo de favela

A fumaça dançava ao sabor do vento
As labaredas brincavam de queimar barraco

É barraco
É barato

Teve gente que chorou
Gente que se machucou
Mas era gente da favela

Dizem que foi mulher ciumenta
Era mulher da favela
Resolveu queimar barraco
Queimar os sonhos e o amor

Foi só amor de favela
Que o fogo exterminou.

Edison Borba