sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O MINOTAURO BRASILEIRO

Conta à lenda que uma rainha brasileira, inspirada pela mitologia grega, e imitando o rei Minos, mandou construir em seu castelo, situado num belo planalto, um labirinto. Essa complexa construção, tinha como objetivo confundir os seus inimigos em casos de discordância no poder. Mesmo estando sempre rodeada por dezenas de ministros, centenas de guardiões e outros tanto de asseclas, a rainha não se sentia segura, portanto o labirinto poderia servir para a sua proteção em caso de necessidade. Porém, o tempo passou e a solitária soberana, saiu a passear pelos jardins do palácio e descuidadamente perdeu-se no labirinto. Nervosa e aos prantos  a senhora real, quase em desespero, percebeu que não estava sozinha.
Assustada, viu surgir na sua frente uma figura estranha, um ser de baixa estatura, usando espessa barba e com uma voz rouca lhe disse: eu sou o Minotauro e há anos estou vivendo aqui próximo do seu palácio, neste labirinto. Em todo este tempo, eu lhe protegi e nas madrugadas, entrava em seu castelo e deixava sugestões, ideias e projetos para que Vossa Realeza usasse em seu reinado. Foi então que a rainha percebeu e reconheceu de onde vieram muitas das suas ideias de governo. Emocionados os dois se abraçaram e juraram amor eterno. Porém, havia no reino uma parte da população que não estava satisfeita com as ações da rainha, e prepararam uma  forma de resolver pacificamente a questão. Trouxeram, de uma terra montanhosa, conhecida como Minas, um príncipe que deveria disputar o trono. A rainha, diante de tal situação, buscou ajuda do seu Minotauro, que depois de anos escondido, saiu do labirinto e intrepidamente lutou por sua amada. O príncipe mineiro foi derrotado e  obrigado a voltar para as suas Minas. A rainha continuou no trono, mas sem nenhuma aclamação. Assumiu o reino de forma discreta, buscando formas para agradar a Gregos e Troianos. Pelos corredores do palácio, já corre um boato que o Minotauro, está de olho no trono, cetro e coroa da rainha.
Dizem que ele sonha em governar, ou melhor, reinar ocupando o lugar que hora pertence não mais a sua amada, mas a sua rival. Esta história continuará no ano de 2018, até lá acompanhemos as ações da Rainha de Vermelho e as tramas do invejoso Minotauro.
Edison Borba

O MUNDO MÁGICO DAS PALAVRAS

Lembro perfeitamente bem, do dia em que ouvi pela primeira vez pleonasmo e anacoluto. Foi paixão à primeira vista. Lindas palavras. Imponentes  e  sérias elas ficaram na minha cabeça, após a aula de Língua Portuguesa. Sai do colégio pensando  como seria magnífico encontrar um pleonasmo e se no mesmo momento pudesse fazer contato com o anacoluto. Um sonho! O  tempo passou, e as esqueci  até que um dia esbarrei com o inusitado. Eu, um quase adolescente diante do inusitado! Diferente das outras palavras, essa era intrigante. O que seria inusitado? Observei que  me olhavam com admiração, quando eu a pronunciava. Percebi que se tratava de algo que envolvia  um grupo seleto de pessoas. Foram semanas convivendo com o inusitado, mas gradativamente, fui perdendo o interesse e mais uma vez busquei novos rumos. Certo momento, fiquei frente a frente com o claustrofóbico. Impressionante! Alucinante! Pensei em me tornar um adepto dessa estranha palavra, viver num claustro,  adquirir uma fobia e me transformar num claustrofóbico. Seria a realização de um sonho! Teria respeito da sociedade. Todos me fariam reverência. Vejam, chegou o claustrofóbico! Que palavra especial. Porém, aos dezoito anos, mudei meu foco e me aproximei dos tentáculos. Passei a ficar horas a fio imaginando-me cheio de tentáculos. Provavelmente seria confundido com um marciano. Minha foto sairia nos jornais me garantindo o sucesso. E assim de palavra em palavra fui vivendo num mundo de aventuras. O professor de ciências me presenteou com o artrópode. Quando ouvi tal expressão, meu coração bateu forte, quase sufoquei: artrópode. A força da sílaba “tró” é inebriante. Andava pelos corredores do colégio pensando em viver como um deles. Habitar o seu mundo seria divino. Mas, um novo encontro mudou meu destino. Outro mestre, outra aula e lá estava o icosaedro. Um desafio! Na lousa a palavra gritava aos meus olhos: decifra-me! Uma sensação estranha tomou conta de mim. Estava, pela primeira vez, sendo levado a buscar uma solução. O que poderia ser aquilo? Na minha timidez, não solicitei ao matemático a explicação. E vaguei dias a dias com aquela dúvida. Até que, ouvindo um noticiário radiofônico o locutor nervoso, durante as informações, bradou: deletério. Naquele momento, como num passe de mágica, encontrei uma nova vontade de viver. Comecei a dançar e a pular, repetindo freneticamente: deletério, deletério. Meus amigos não  entendiam, o porque de tanta euforia. Apenas eu e meu coração sabíamos que um novo amor começava ali. Porém, minhas paixões são efêmeras e logo outras palavras surgiram em meu caminho: ergoterapia chegou aos meus ouvidos pelos lábiosde uma terapeuta. Na filosofia encontrei-me com a “prana”. Um viajante me apresentou a Argóvia. E a medicina tem sido uma inspiração através de seus complexos termos como agerasia, eletrocardiograma e masseter.

Palavras, palavras e palavras! Um mundo mágico e instigante. Com elas ampliamos nossos horizontes, podemos conversar horas e horas, mudando de assunto constantemente. Tornamo-nos, verdadeiros opsômanos em busca de alimento.

Amigos, por favor, não maltratem as palavras, não tirem delas o brilho e vigor. A pressa do mundo moderno, obriga-nos a abreviá-las, e dessa forma, as mutilamos.

Como é bom pronunciá-las, sílaba por sílaba, saboreando cada letra, como nos ensinaram os  queridos professores alfabetizadores.             
Edison Borba

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O BICHO TÁ PEGANDO!

O bicho continua pegando!

Agora pela manhã, dia 30 de outubro cinco mortos foram encontrados dentro de um carro, em Benfica, com uma placa onde se lia: “Aqui não aceitamos covardia. Vida se paga com vida”. É possível que estas mortes tenham acontecido como represália pelos acontecimentos na comunidade da mangueira, que está enfrentado há mais de dois dias, problemas com os traficantes da comunidade.

Outro corpo de um homem, foi retirado do canal do mangue,  crivado de balas. Os oficias do Corpo de Bombeiros acreditam que ele deve ser morador da Comunidade da Boca do Lixo, que fica nas proximidades do Sambódromo.


Enquanto isto na Favela de Acari, o comércio está fechado e mais de duas mil crianças estão sem aulas, as  escolas não estão funcionando. Em torno de 220 policiais civis, militares e das forças armadas  em carros blindados vasculham o local, tentando prender traficantes e fechar laboratórios de preparação de drogas, que são distribuídas para o sul do estado. Até o momento foram apreendidas vinte motos roubadas e que se encontravam em poder dos traficantes.  Bandidos armados com fuzis e pistolas ameaçam a população e os policiais, que tiveram que remover quase uma tonelada de obstáculos colocados nas ruas, que impediam a entrada da polícia na favela de Acari. Helicópteros sobrevoam a comunidade dando apoio aos policiais que atuam por terra.

“O bicho continua pegando” no Estado do Rio de Janeiro; no município de São Gonçalo que vive dias de terror, com tiros e mortos há mais de uma semana. Niterói perdeu a tranquilidade.  Campos, Petrópolis e Valença,  também estão tendo dias difíceis.

E assim vamos sobrevivendo a mais um dia rotineiro no Rio de Janeiro.

Amanhã será um novo dia!

Edison Borba

AGRADECIMENTO / INFORMAÇÃO

Caros amigos, obrigado pelo carinho com que vocês recebem meus textos, ideias e opiniões. Obrigado também pelo interesse demonstrado pelos meus livros. Informo, para os que estão querendo adquiri-los que podem fazê-lo através da Editora  All Print. É só acessar no Google e indicar meu nome, que a página referente a compras indicará a melhor forma de agir.



 Cordialmente Edison Borba
 

O CENÁRIO DA MANGUEIRA

Um dia um poeta cantou: “Mangueira seu cenário é uma beleza que natureza criou”. Saudade deste tempo em que o morro da Mangueira, local da mais famosa Escola de Samba do Brasil, a Estação Primeira, podia ser cantada em prosa e verso que enaltecia os barracões de zinco e o esplendor do amanhecer naquela comunidade. Todo mundo conhece a aguerrida Escola e a sua comunidade, pelo som dos tamborins e o rufar dos seus tambores.


Porém, o tempo passou e hoje o cenário mudou. Bandidos ocuparam o local e mesmo com a presença da UPP, os tiros ameaçam a população. Ontem dia 29 de outubro, um jovem de 18 anos foi morto por bala perdida, uma criança e um adulto ficaram feridos. Traficantes que disputam o local há mais de dois meses deixaram em pânico os moradores da comunidade e todos os habitantes do Rio de Janeiro. A comunidade mangueirense revoltada com o que está acontecendo, protestou contra a criminalidade queimando ônibus e promovendo distúrbio pelas ruas. Os policiais que trabalham nas UPPS sentem-se acuados, com a força dos traficantes que a cada dia se mostram mais perigosos e desafiam a força do estado, mostrando pelas redes sociais o seu forte armamento. Infelizmente, o verde e rosa da nossa querida Mangueira, está de luto e assim ficará enquanto os donos do tráfico comandarem e ditarem as leis da comunidade. Neste momento a situação é tensa na Mangueira. Lamentamos que apesar da implantação das forças pacificadoras, as comunidades da Rocinha, Alemão, Pavão Pavãozinho, Santa Marta, Mangueira  e outras tantas que receberam as UPPS, continuam em guerra, medindo forças com a sociedade. Esperamos que o mais rapidamente possível possamos voltar a cantar as belezas da mangueira, berço de grandes poetas como Carlos Cachaça, Chiquinho, Nelson Sargento, Cartola e muitos outros e lembrar a elegância das duas maiores Damas Mangueirenses: Dona Zica e Dona Neuma sem dúvida da inesquecível voz de Jamelão.

Mangueira teu passado de glória
Está gravado na história
É verde e rosa a cor da tua bandeira
Prá mostrar a essa gente
Que o samba é lá em Mangueira

Edison Borba

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

SENHORA DO DESTINO

Acredito que todos ao nascerem, recebem uma missão para cumprir. Porém, o livre arbítrio, permitirá que se façam escolhas para a realização da missão. As  escolhas  poderão ajudar ao cumprimento,  retardamento ou o impedimento da realização da missão. Importante lembrar, que o compromisso para realizar-se o que foi determinado, deverá seguir caminhos  corretos, onde a ética não seja ferida. Pensando por este ângulo, pode-se acreditar que os nossos governantes receberam como missão, serem líderes e guiarem os cidadãos de uma nação. Sendo assim, e trazendo o tema para o momento vivido pelos brasileiros, podemos imaginar que a nossa governante, recebeu uma incumbência, como outras mulheres de outros países também já o fizeram. Mulheres que ocuparam e ainda ocupam o posto de guiar os destinos de um povo. No caso do Brasil, a nossa presidente trás em sua história, a luta, o combate, a coragem e a vontade de guiar um povo para a conquista da liberdade. Foi com este currículo, que ela recebeu quatro anos de presente para o cumprimento de sua missão. Esta confiabilidade, em grande parte coube ao fato de termos uma mulher no poder pela primeira vez em nossa história. Esta questão de gênero sempre sensibiliza o povo, pelo fato de mulher, lembrar mãe, filhos e netos e consequentemente, amor. O tempo passou e acompanhamos as dificuldades desta senhora cumprir a sua missão. Constantemente envolvida por maus conselheiros, vimos a sua imagem perder o brilho gradativamente. O sorriso de há quatro anos passados, deu lugar a uma sutil plástica e a um rosto sério, quase zangado, deixando transparecer tensão e nervosismo. E foi assim que a nossa Senhora do Destino, ganhou mais quatro anos para cumprir sua missão. Houve momentos que ela parecia uma bomba a explodir, em outros, uma lágrima furtiva escapava de seus olhos, deixando transparecer que  ainda possui a sensibilidade que se espera de uma senhora, mãe e avó. Durante o tempo de seu mandato, algumas vezes, a vimos emocionada, ao se referir aos “brasileirinhos”. Nesta hora, esperanças germinavam nos nossos corações. Infelizmente, ela já não possui tanto apoio do povo para o qual  irá governar. Nos próximos quatro anos sua missão será mais difícil,  pois a sua presença no poder não é mais uma (quase) unanimidade, e o seu livre arbítrio está cercado por crocodilos e hienas. Para os milhões de brasileiros, de todas as cinco regiões, ainda  existe esperança de que a senhora dos seus destinos, não perca a ética e que como mulher tenha a sensibilidade de perceber que alguns caminhos trilhados no governo passado, chegaram próximos de abismos.  Será necessário, que a Senhora Presidente, mande fazer uma boa limpeza no palácio e até uma dedetização para eliminar de vez as ratazanas do poder. O povo espera, com certeza, e sem partidarismos que os próximos quatro anos a sua Senhora do

Destino, use menos vestidos vermelhos e se embeleze com as cores verde, amarelo, azul e branco, que representam a totalidade desta linda Nação e não apenas um partido. Caso contrário o Brasil, será repartido e dificilmente, voltará a ser uma Nação única de norte a sul, sem nenhum desmembramento e preconceito.
Que Deus nos ajude!
Edison Borba

LIVROS - AMIGOS - LIVROS

Apesar do avanço tecnológico e da criação de novas formas de leitura e comunicação, o nosso  bom e amigo livro continua resistindo. Sejam bem vindos os “tablits”, “emails”, “blogs”, “notebooks” e todos os  meios de leitura e informação. Sentem-se no chão, vamos fazer uma rodinha e ouvir histórias. Convidamos vocês a compartilharem um momento apaixonante. Vocês, nossos novos amigos, venham conhecer e aprender com os livros. São muitos e variados esses companheiros de todas as horas do dia e da vida. Os infantis, coloridos e com cheirinho de sabonete são responsáveis pelas fantasias da garotada. Habitados por fadas, princesas e duendes. Os  adolescentes mergulhados nos sofás ou deitados no chão, saboreando chocolate, preferem as aventuras com super heróis.
Viajam pelas galáxias e encontram outros mundos, só possíveis através da leitura. Romances de amor guardam em suas páginas, manchas das lágrimas derramadas por leitores sensíveis. Nos policiais, o mistério se esconde em cada capítulo. É necessário ter controle, para não ler a última página, que revela quem é o criminoso. Livros e mais livros. Os de terror  indicados para pessoas de nervos fortes, revelam momentos de tensão e medo. Os didáticos às vezes não são bem tratados. Considerados obrigatórios, levam os estudantes a ter com eles uma amizade forçada. Seus conteúdos precisam ser aprendidos às vésperas dos exames. Mas quando a nota é boa, são abraçados e beijados. Livros, elegantes, são os técnicos. Dirigidos a um grupo específico, sofisticados usam  linguagem própria, só decifrada por um seleto grupo. A Bíblia, o livro dos livros, atravessou gerações e ainda continua atual. Seus ensinamentos podem ser encontrados em todo o mundo, nos mais diferentes idiomas. Nossos amigos os livros, nos acompanham para lugares inusitados. Na praia, no campo, nas salas de espera de consultórios, nos meios de transporte. Com a luz do sol ou elétrica, ou até mesmo sob a trêmula lamparina ler é algo fantástico. Os livros são independentes. Não necessitam fios, baterias ou outros meios sofisticados para serem acessados. Dormem junto ao travesseiro, bem pertinho do leitor. Pode ser visto no colo de quem cochila na cadeira de balanço. Nas mochilas, nas bolsas, nas pastas às vezes amassados e marcados com lápis ou canetas, são companheiros fiéis. Os de poemas e sonetos escondem em suas páginas, pétalas de rosas e papéis de bombons, testemunhas de amores e paixões. Nas bibliotecas, ficam em grupos. Nas coleções, são revestidos de lindas capas com letras douradas. Alguns são caríssimos, mas as mensagens não dependem da qualidade do papel. Livro é poesia, aventura, paixão, amor e companheirismo. Receber um de presente, com votos de felicidade, é encantamento para toda a vida. Ter um com dedicatória do autor é insubstituível. Essa é mais uma das magias que os livros podem nos oferecer. Feiras e bienais são grandes encontros de autores e leitores, momentos de aventura para serem saboreados página a página. Bibliotecas são impressionantes recantos que abrigam a memória humana. Os contadores de histórias, ledores  mágicos,  transformam as letras em palavras. As palavras em frases. As frases em textos e os textos em vida.

"Um livro aberto é um cérebro que fala;
Fechado, um amigo que espera;
Esquecido, uma alma que perdoa;
Destruído, um coração que chora". Voltaire

Boa leitura! Edison Borba

A CLASSE OPERÁRIA NÃO VAI PARA O PARAÍSO!

Terminada a euforia eleitoral, aos vencedores os louros,  aos perdedores reflexão  e para o povão a vida, que retoma a sua rotina.
Trabalho, muito trabalho, mãos sujas de graxa, macacão, botas, facão, máquinas, fumaça, cansaço, longas filas, transporte público lotado, engarrafamentos, marmita, cafezinho, salário minguado, empréstimos e os meses passando vagarosamente.
Também acontecem coisas legais, como churrasco com amigos, cinema vez em quando, pipoca, refrigerante para as crianças, uma pelada de várzea, visitar os avós, domingo nos parques e muita coragem para manter a família.
E assim a humanidade caminha, em passos de formiga e sem vontade. Cidadãos trabalhadores, eleitores, famílias que sonham com um futuro melhor para seus filhos, vêm o tempo passar e o sonho do avô, passou para o filho que agora passa para os seus filhos e provavelmente irão passar adiante. Eta! Vida de gado, povo marcado! Povo feliz!
Esperança é o que ajuda a alimentar essa gente, tempero que faz do arroz com feijão um manjar dos deuses.
Quando termina um período governamental, renasce nessa gente humilde um enorme desejo de ter as suas vidas menos aviltadas. Sair do barraco, não morrer no incêndio da favela, libertar-se das mãos dos agiotas, ver sua comunidade urbanizada, não sofrer com a dengue e não temer as chuvas e chegar ao final do mês com tranquilidade. Portanto, o ano de 2015, será mais um que fará a classe operária pensar que vai poder chegar ao paraíso.
O período que se abre de novembro de 2015 até julho de 2015, serão de expectativas de que seremos felizes.
Desta vez acertamos!
Nossos dias irão melhorar e uma luz começa a brilhar no fim do túnel. Porém, esta eleição ainda nem terminou e um bando de aproveitadores já estão cercando a nova (antiga) presidente, na ganância de voltar ao poder. Pelo que já se leu nos jornais, à senhora de vermelho, corre o risco de se transformar num fantoche.
Os seus aliados de partido e demais apoiadores já começaram a leiloar o palácio e o país.
Tudo indica que a classe operária, ainda não  poderá chegar ao paraíso. Esta dádiva  será preferencialmente dos empresários e políticos, que apostam seus euros e dólares nas ilhas paradisíacas (os paraísos fiscais), onde vez por outra descansam seus neurônios, como muito caviar, wisky puro ou com uma pedrinha de gelo.
Edison Borba

VENTRE VIRADO

Fui nascido e criado no bairro de Inhaúma, na cidade do Rio de Janeiro. “Naquele” tempo, criança brincava na rua, pulava corda, soltava pipa, dançava ciranda, corria no pique esconde e ousava brincar de pera, uva ou maçã.
Não havia as vacinas que hora salvam muitas vidas. As mães visitavam as amigas cujos filhos tinham contraído sarampo, rubéola, caxumba ou coqueluche, para que seu filho “pegasse” o vírus e ficasse imunizado. Era preciso evitar que esses males acontecessem na idade adulta, principalmente a caxumba, que era um perigo para os meninos: “ a caxumba, podia descer”, e neste caso o homem ficaria estéril.
A medicina da época ainda estava muito longe de servir aos bairros mais distantes e para suprir esta carência, as mulheres rezadeiras, faziam toda a diferença.
Geralmente senhoras idosas, que sabiam como curar cobreiro, ventre virado, espinhela caída, nervo torcido, terçol e outros problemas de saúde que apavoravam as famílias.
Estas mulheres também formavam uma equipe de parteiras, que sabiam como cuidar das parturientes. Os partos eram feitos em casa. Na minha família,  os três filhos, incluindo eu, nascemos na própria cama onde fomos “feitos”.
Normalmente as curas  para as doenças, vinham de rezas, que eram realizadas com galhos de arruda ou guiné,  passados no corpo do doente, pela senhora rezadeira, que geralmente usava um copo com água e às vezes uma vela acesa.
Era preciso repetir o ritual por três dias, para não quebrar a corrente. Para ajudar no tratamento e apressar a cura eram indicados chá de hortelã, erva doce, carqueja ou de folha de laranjeira.
Havia casos que outras receitas eram aconselhadas, como: gemada pela manhã e garrafadas de ervas, para levantar o ânimo do doente e também para salvar alguns casamentos.
Toda a minha infância,  a dos meus irmãos e das outras crianças que viveram naqueles anos e sobreviveram às mais complicadas doenças, em grande parte se deve a ação destas mulheres rezadeiras.
Muitas de origem africana trouxeram para Brasil o conhecimento de seus ancestrais.
A todas elas,  muito obrigado!
Edison Borba

terça-feira, 28 de outubro de 2014

AMOR SANGRENTO.

Dizem que o amor faz milagres, regenera pessoas, salva vidas e almas. O maior e mais puro sentimento que um ser humano pode sentir, teve em Jesus a sua maior prova, que ao morrer na cruz,  foi capaz de perdoar aqueles que o fizerem sofrer até à morte.
Essa é a maior prova de amor que o mundo já conheceu!
Existem várias formas de amor, e segundo o poeta todas elas valem a pena: amor materno, fraterno, conjugal, filial e tantos outros. Amar a natureza e tudo que ela existe é também uma linda forma de demonstrar esse sentimento.
Porém, uma forma de amor, nos chamou a atenção: os noticiários informaram que Suzane von Richthofen, condenada por ser a mentora do cruel assassinato de seus pais, apaixonou-se por Elize Matsunaga, também condenada e pagando pena na mesma prisão. Elize, condenada por ter sido responsável pela morte e esquartejamento do corpo de seu marido Marcos Matsunaga.
Que tipo de atração, envolveu Suzane e Elize?

Ambas condenadas por crimes semelhantes, onde as vítimas eram pessoas que ambas deveriam amar.
Amor filial de Suzane pelos pais e amor conjugal de Elize para com o marido.
Ambas demonstraram que; o ódio, a cobiça e a violência foram mais fortes do que o sentimento mais importante e puro que a humanidade deveria desenvolver o amor. Duas mulheres que praticaram com  total frieza e de forma cruel, não um simples assassinato, mas um processo de ódio e vingança, onde as vítimas tiveram seus corpos dilacerados. Creio que todos possuem o direito ao perdão  à regeneração, porém a união entre duas mulheres capazes de executar tão hediondo crime, é sem dúvida um fato inusitado.
Importante também destacar, que ambas nunca demonstraram arrependimento, ou qualquer tipo de emoção que nos fizessem crer que elas refletiram sobre os atos cometidos.
Presas, julgadas e condenadas, ambas demonstram um comportamento difícil de ser entendido pelo mundo da psiquiatria.
Será que os iguais se atraem?
Como duas mulheres portadoras de comportamentos tão cruéis, podem desenvolver uma forma de amor conjugal?
Que tipo de relação, Suzane e Elize desenvolveram?
Será apenas atração física, sexual?
Ou será que   o fato de ambas terem cometido crimes tão hediondos, suas mentes se entendem a ponto de manterem uma união conjugal? Será que Freud seria capaz de entender essa forma de amor tão sangrento?
Mais uma situação para refletirmos, neste tão incrível mundo!
Edison Borba

A ESPERTEZA DE DEUS!

O  Todo Poderoso, o Senhor dos universos, demonstrou extrema habilidade para com o ser que ele criou. Sabedor que a criatura forjada em seu laboratório divino, receberia um cérebro e com ele poderia pensar livremente, Deus enviou para a Terra, através de Moisés, apenas dez regras que deveriam ser seguidas pelo homem. Apenas dez nada mais que isso.  Conhecidas como os dez mandamentos, impressos em pedra e com uma linguagem simples, que até as crianças poderiam entender. Porém, passados alguns anos após a sua publicação, Deus percebeu, que a maioria do seu povo não estudou a lição,  portanto não estava respeitando nenhum dos dez itens criados por Ele. Mais uma vez, pacientemente, resolveu enviar o seu filho, para que servisse de exemplo vivo de seus ensinamentos. Jesus passou 33 anos na Terra ensinando através de palavras e atos as lições do Pai. Vivendo de forma ética, usando a inteligência e a paciência o Filho de Deus percorreu terras, nações, vilas e cidades, na tentativa de fazer o ser humano entender, que seguir as palavras do Todo Poderoso. Não podemos dizer que sua vida na terra foi em vão, muitas criaturas ouviram e refletiram sobre os ensinamentos do Criador e perceberam que era fácil seguir os mandamentos e que se todos o fizessem a terra seria um eterno paraíso. Porém, um grupo, resolveu seguir seus próprios caminhos criaram outras regras e leis, que passaram a vigorar, deixando os dez mandamentos no esquecimento. Passados mais de dois mil anos da vinda de Jesus ao planeta terra, os mandamentos divinos continuam esquecidos, porém o número de leis  aumentaram muito. Foram escritas constituições, artigos, parágrafos e um amontoado de textos, com palavreado confuso, nos quais existe uma estratégia dos atuais legisladores: deixam sempre que possível um espaço para que aquela regra seja burlada. Não sei, se nosso Criador terá coragem de enviar seu filho novamente a terra. Se isto acontecer, Jesus será discriminado e possivelmente sofrerá muito mais. O melhor é ficar observando lá do céu, e dando corda ao ser humano, e deixar que ele mesmo providencie a sua extinção.
Edison Borba

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

INACREDITÁVEL! UM NOVO CHICO?

Prefiro acreditar que se trata de um engano. Não posso imaginar que um homem, dotado de tanta sensibilidade e talento, tenho pensado, pronunciado ou postado algo assim. Há anos aprendemos a admirar a obra de Chico Buarque e termos como referência suas atitudes e versos. Portanto, ao ler tal mensagem simplesmente fiquei decepcionado. Porém, sabemos que ao longo dos anos, podemos mudar o rumo de nossas vidas. É possível buscar nova religião, novos amores, novos lugares para morar e até  trocarmos nossa profissão. Ninguém é obrigado a ficar parado no tempo fazendo as mesmas coisas e vivendo da mesma forma. Muitas vezes, achamos que nosso amigo ou amiga, mudou para melhor. Trocou  a cor do cabelo e a forma de vestir. Fez cursos de língua e hoje, está não só com um “look” diferente como também está com a vida diferente. Outras vezes, a situação é contrária as nossas expectativas, achamos a pessoa mais triste e algumas vezes optando por viver e conviver com pessoas e lugares que não aprovamos.
Porém, como estamos numa democracia, o direito de ir e vir, trocar de vida, religião e partido político é plenamente aceitável. Existem casos, que assustam quando a pessoa em questão construiu uma imagem de grande admiração e respeito social. Desta forma fica muito decepcionante, quando ouvimos ou vemos opiniões provenientes de alguém que se tornou quase um ídolo para a sociedade. Neste caso, colocamos Chico Buarque! Impossível acreditar que ele tenha pensado, pronunciado ou postado tal observação quanto ao novo governo petista, que será ministrado por mais quatro anos. Apesar de estar repassando esta barbaridade, possivelmente dita por Chico, ainda nego-me a crer em tal sandice. Caso seja realmente verdade, o melhor é continuar a pensar nele como era em outros tempos e esperar a BANDA passar.
Edison Borba

UM BRASIL DIVIDIDO

Ao encerramento desta eleição para presidente da república do Brasil, o resultado deixa claro que temos um país dividido, quase ao meio, com 50% de cada lado (51,64% e 48,36%).
Não sei se esta situação é boa ou ruim, apenas ficou constatado nas urnas que o governo que irá continuar a “reinar”, já não possui a maioria absoluta como aconteceu em anos passados.
A reeleição por uma pequena margem percentual  de votos, deve ser um grito de alerta para o partido que irá continuar por mais quatro anos no poder.
São doze anos marcados por escândalos, crises, prisões, bolsas, inaugurações, viagens, realizações, tragédias, construções, festas, discursos, promessas, greves e muito mais, o que também  acontece em qualquer país em qualquer governo.  Apenas uma diferença, que talvez seja a grande marca: este grupo que continua no palácio teve a honra de eleger um trabalhador (na época) um líder para o governo federal; Porém com o passar dos anos, o desgaste corroeu as bases e os sonhos, de quem apostou no “povo no poder”.
Apesar de mais uma vitória, percebe-se que o desgaste está cada vez mais forte, a ferrugem está corroendo os alicerces de um partido que outrora representava o trabalhador brasileiro.
Esperamos que esta oportunidade de mais quatro anos, possa servir para consertar os inúmeros erros  que infelizmente tornaram-se constantes.
Torna-se necessário que a companheira chefe não se deixe levar  por companheiros e companheiras que não merecem confiança.
Senhora Presidente, seu partido completará 16 anos no poder, que Deus a ilumine e a faça exercer um governo mais transparente, menos corporativista e mais humano!
O povo espera que essa nova fase seja realmente nova e que os  48,36% da população, que apoiou o “outro” candidato, acredite que a “outra” metade (51,64%) estava com a  razão.
Edison Borba

SAPATO DE POBRE

São quatro horas da manhã, o relógio despertou para o dia 27 de outubro do ano de 2014. Visto a roupa, coloco na mochila a marmita, preparada por minha mulher, que já pulou da cama para organizar a casa e mandar as crianças para a escola. O sol ainda não raiou; sigo para a estação de trens, quando na minha cabeça surge a letra de uma antiga música de carnaval. A voz que ouço é de uma cantora chamada Marlene, que repete para mim:
Quatro horas da manhã
Sai de casa o Zé Marmita
Pendurado na porta do trem
Zé Marmita vai e vem

Após tanto tempo, acredito que esta música foi escrita para mim. Será que passados mais de sessenta anos, a vida para os trabalhadores como eu, os conhecidos “Zé Marmita” continua a mesma? Sei que algumas coisas mudaram desde que essa música foi cantada; hoje existe o vale transporte, o metro, os ônibus com ar refrigerado, muitas ruas foram asfaltadas, porém, muitos trabalhadores como eu, continuam sendo apertados nos vagões dos trens, que atrasam, são desconfortáveis e alguns são do tempo em que Marlene gravou esta e outras marchinhas de carnaval, como “Sapato de Pobre é Tamanco”, que se transformou em tênis pirata, comprado nas bancas de ambulantes. Também sabemos que a figura da mulher carregando lata d’água na cabeça, foi substituída, pelas mulheres que carregam a família nas costas. São trabalhadoras, operárias que vivem sozinhas ou então ajudam a completar a renda do marido. São Marias, que lutam pelo pão de cada dia sonham com uma vida melhor, apostando nas novas Leis, incluindo a “Maria da Penha”.

Chego à estação e enquanto espero pelo trem, continuo a lembrar de outras músicas, como  “Favela Amarela”, música escrita a partir de um projeto, que pretendia pintar os barracos das favelas do Rio de Janeiro, de amarelo. O autor desta música, brincou com a proposta de um político, que teve a ideia de colorir a miséria. A situação não mudou muito, apesar de algumas casas serem construídas para o povão e palacetes para os políticos e empresários que trabalham neste projeto.


Hoje, 27 de outubro de 2014, um dia após as eleições, eu um Zé Marmita, já estou na rua a caminho do batente e me pego pensando:

Onde estarão os políticos para os quais ei dei meu voto?

O que estarão pensando?

O que estarão fazendo às quatro horas da manhã?

O trem chega e felizmente consigo um lugar para sentar e cochilar, até a Central do Brasil, onde vou descer e enfrentar um ônibus para  chegar ao meu local de trabalho.

Sei que minha vida pouco irá mudar com os novos políticos, continuarei um Zé qualquer, porém espero que aqueles para os quais dei meu voto, possam ser éticos e morais, para que meus filhos sigam um caminho além do Zé e da marmita.

Edison Borba

 

sábado, 25 de outubro de 2014

UM ESPECIAL DOMINGO!

Hoje, dia 26 de outubro, primavera de 2014, é um especial domingo no Brasil. Hoje, exatamente hoje, todos os brasileiros nativos e aqueles que adotaram esta Nação, irão às urnas para escolherem democraticamente os seus governantes de estado e o presidente. Hoje é definitivo, o que for deliberado neste domingo irá se estender por quatro anos, ou seja, mil quatrocentos e sessenta dias.

Muito antes do Senhor Cabral, chegar em  terras brasileiras, este território já exista, possuía um povo dividido em grupos, com suas próprias regras de sobrevivência. Os europeus trouxeram novos hábitos, leis e de forma muito pouco democrática, se instalaram. O tempo passou e a conquista desta nova democracia foi bastante complicada.
O Brasil teve experiências com diversas formas de governo como império, ditadura civil e militar, além de outras estruturas políticas. Os brasileiros deveriam ter chegado em 2014, com uma bagagem repleta de conhecimentos e  amadurecidos politicamente.  
Às vezes, temos a impressão que os mártires da nossa História não conseguiram nos ensinar a escolher nosso sistema político, ou políticos para o nosso sistema.
Desde Tiradentes, até os que enfrentaram os difíceis anos trinta e os que morreram durante o governo militar temos errado como eleitores. Erramos de tal maneira que tivemos que expulsar um presidente eleito democraticamente, para depois perdoá-lo e fazê-lo senador.
Reelegemos homens, que demonstraram que suas convicções só serviram por quatro anos. Quando receberam do povo mais uma rodada de governo, enfiaram os pés pelas mãos e deixaram claro que reeleição no Brasil é um caso a ser pensado, analisado, discutido e decidido pelos trabalhadores.
Os dias que se seguirem a este domingo, passada a ressaca da eleição, os cidadãos começarão a perceber se a escolha através do voto livre e personalizado valeu a pena.
Somos uma nação jovem se nos compararmos com a Europa,  portanto, ainda com muito o que aprender. Infelizmente, temos tido um comportamento de aluno vadio, só aprendemos “coisas” ruins, estamos sempre repetindo o ano e não conseguimos fazer as lições de casa de forma conveniente.
A partir do dia 27 de outubro, novos alunos estarão ocupando os bancos escolares da política, a população brasileira, aguarda que desta vez, os exercícios sejam executados corretamente e que não haja gazeta às aulas, irresponsabilidade com as lições e que possamos “passar de ano” democraticamente, sem precisarmos ficar em recuperação.
Edison Borba

VOU HIBERNAR!

A quem interessar possa, comunico que a partir da meia noite do dia 26 de outubro do presente ano, vou hibernar por 365 dias. Para tanto, escolhi uma gruta nos confins da Macedônia. Trata-se de um lugar nas profundezas da terra, escuro e silencioso, onde nenhuma forma de comunicação consegue chegar.
Vou permanecer neste local até o dia 31 de dezembro de 2015. Quero dormir e sonhar, que após todos esses dias distante da minha Terra querida, ao acordar, vou encontrar um novo País.
Levo comigo, para esta empreitada, jornais, livros, revistas, gravações de entrevistas e debates, isto é, todas as formas de informações sobre a campanha política brasileira. Toda esta documentação estará em um cofre, dentro de um baú trancado,  cuja chave ficará guardada num secreto lugar. Este material servirá para conferir e comparar a palavra com a ação dos nossos políticos.
Após um ano, vamos poder verificar se as promessas foram cumpridas, como: combate a inflação, construção de hospitais escolas e creches. Se realmente a violência diminuiu e a floresta amazônica não foi atingida por nenhuma madeireira. As obras do rio São Francisco, já deverão estar concluídas e nas terras irrigadas da região nordeste, florescem lindas hortas e pomares, e o povo saiu realmente da linha da miséria e não quer mais receber bolsas de sobrevivência.
Há trabalho para todos os brasileiros e os políticos estão comparecendo a todas as sessões lotando o plenário em Brasília.
Nenhum escândalo foi detectado nestes 365 dias. O povo saiu às ruas para comemorar a ética e a moral com que nossos parlamentares estão conduzindo a Nação Brasileira.
Todos eles, por livre iniciativa diminuíram seus salários e a assumiram seus próprios gastos com moradia e locomoção.
O Brasil foi citado pela ONU, como um País justo para com os seus cidadãos. Tornou-se uma Terra sem analfabetos e sem preconceitos, onde a justiça  funciona, igualmente para todos.
Finalmente, ao sair da hibernação, vou poder ter orgulho da minha Pátria. 
Não tenho interesse em saber quem foi o vencedor da eleição do ano de 2014.  Não me interessa se foi um homem ou uma mulher.
Não tenho interesse em sua religião e nem da sua cor de pele. Não quero saber se é de direita ou de esquerda e nem em que estado brasileiro nasceu.
Não tenho a mínima vontade de saber seu estado civil e nem se em seu passado foi sacristão ou guerrilheiro. Nada disso interessa! O que espero é que seja gente, como a gente! Honesto, correto, ético, cumpra com sua palavra, não se venda por  trinta moedas de ouro. Não precisa fazer discursos, nem gritar diante do microfone em cima de um palanque que ama a sua pátria.
O que, eu e o povo trabalhador desejamos é que o Presidente e demais políticos brasileiros possam servir de exemplos para todos principalmente para as novas gerações.
Se eu não encontrar nenhuma dessas atitudes, voltarei para a caverna nos confins da Macedônia e nunca mais sairei de lá, por VERGONHA.
Edison Borba

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ENFIM ... NÓS!

Está chegando ao fim, os horários e movimentos eleitorais do ano de 2014. Na próxima semana, restará  apenas nós! Nós o povo eleitor trabalhador!
Aos poucos esqueceremos as promessas, as brigas, os xingamentos, os abraços, as faixas, os santinhos e os debates televisivos. Só  restará apenas nós! O povo brasileiro!
Dia 27 de outubro teremos um novo governo ou um velho governo que tentará se vestir de novo. Conheceremos os ministros, os chefes de gabinetes, os assessores e toda a corte  que irá usufruir de quatro anos de vida boa. A partir daí, só restará: nós! Os habitantes das cinco regiões brasileiras!
Quando novembro chegar, já teremos esquecido tudo que nos foi prometido, os apertos de mão e os discursos inflamados. Só nós restaremos! Nós nas filas dos hospitais; nós que vivemos apavorados com a violência; nós o pacato povo do Brasil!
Quando, no dia 25 de dezembro, chegar o Natal, faremos nossas compras com o 13º salário, usaremos cartões de crédito, faremos dívidas para não deixar de festejar o nascimento de Jesus. Pagaremos mais caro, por tudo que comprarmos e então em 2015, nós pagaremos as contas e os pecados, fazendo horas extras no trabalho. Nós, apenas nós!
No dia da posse dos eleitos, eles estarão felizes com as suas faixas e fotografias. Em suas contas bancárias haverá gordos salários, enquanto nós, teremos usado o cheque especial, estaremos no vermelho e renovando empréstimos. Nós, apenas nós, sozinhos teremos que enfrentar as feras a matá-las todos os dias.
No carnaval, quando os tamborins repicarem na avenida, nós nem lembraremos mais o nome dos senadores e dos deputados, apenas saberemos que no palácio do Planalto haverá alguém dançando e cantando, gozando de conforto, planejando viagens e elaborando projetos para garantir-lhe uma aposentaria confortável para toda a sua corte.  Nós?   Nós estaremos rebolando para sobreviver!
E assim se passarão mais quatro anos. Nós continuaremos acreditando que dias melhores virão, que as águas do rio São Francisco, já estarão correndo pelas terras secas do nordeste, que choveu no sudeste e a crise da água terminou. Nós, já teremos quitado dívidas antigas e provavelmente já fizemos outras. Os preços provavelmente já subiram várias vezes e nós nem questionaremos mais, o preço da carne e do tomate. Reduziremos a quantidade no prato e continuaremos a viver, acreditando que algum dia, chegará o Salvador e nos resgatará. Enquanto isto não acontece, nós viveremos a sós na luta pela sobrevivência, esperando que um dia aconteça um milagre e que possamos sentir que chegou a nossa vez, a vez do povão trabalhador, e como  recém - casados possamos dizer: enfim nós!
Edison Borba

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AMIGOS, AMIGOS: CANDIDATOS A PARTE!

Desde que o período eleitoral começou, já fui testemunha de diversas brigas, aborrecimentos e discussões relacionados a preferências políticas. Aprendi desde cedo que religião, futebol e política são temas muito perigosos  para as amizades.
Vivemos proclamando democracia, discutindo igualdades, refletindo sobre preconceito e apesar de tudo ainda brigamos pelas preferências eleitorais. Temos que ter cuidado ao defendermos as nossas preferências, lembrando sempre do amarelo se todos nós preferíssemos o verde.
Candidatos a cargos políticos, não diferem muito uns dos outros. No Brasil ainda vivemos uma situação, que infelizmente não permite que  façamos  grandes distinções entre um governante e outro. Numa pátria em que partidos são criados a revelia e se multiplicam mais do que coelhos, fica difícil falarmos em ideais democráticos. Portanto, perder um amigo, abalar uma amizade apenas por diferenças na escolha de um candidato é burrice.
Nos bastidores, os mais ferrenhos inimigos, trocam abraços e bebem no mesmo copo. Vivemos num país,  onde opositores são sazonais, eles existem por apensa um período e conforme as circunstâncias e interesses, a inimizade, passa a ser amizade, nunca forma clara de ser mantida a Lei de Gerson: “quero levar vantagem em tudo!”
Povão será sempre povão, trabalhador será sempre trabalhador, político será sempre político, isto é, usam os trabalhadores e o povão para as suas conveniências. Em época de campanha, colocam bebês no colo, beijam velhinhos, apertam as mãos sujas de graxa dos operários. Falam palavras bonitas e prometem saúde e educação. Vestem-se com pele de cordeiros, mas continuam com suas almas de lobo. São vampiros sempre prontos a sugar o sangue do povo, mas durante o período eleitoral eles sopram o lugar das feridas.
Perder um amigo, estremecer uma amizade antiga por causa de candidato é constrangedor.
Nenhum político vale o abraço de um amigo!
Edison Borba

TOCANDO TERROR!

“Quem matou um mata todo mundo!”, frase pronunciada por um bandido durante uma troca de tiros na cidade de São Gonçalo, RJ.
 


O estado iniciou a semana com balas cruzando o céu de diversas comunidades do estado. Porém os marginais, que não se sentem ameaçados pela policia,  aproveitam  um momento de lazer para um gostoso banho de piscina, sempre acompanhados de suas armas de alto poder destrutivo.
No Complexo do Lins, no Morro do Gambá, uma base da UPP e alguns veículos foram incendiados, incluindo ônibus. Paralelamente a toda esta violência, uma viatura do 6º Batalhão (Tijuca) foi destruída a pedradas, e os pertences dos soldados foram roubados.
E assim, desviando de balas perdidas, vendo o comércio, fechar as portas e as escolas interromperem as aulas,  vive a população do Rio de Janeiro.
Essas notícias já estão se tornando banais e desinteressantes. Atualmente todo o território do estado do RJ, é considerado área de risco, as variáveis são assinalas para mais ou para menos, conforme informam as empresas especializadas em pesquisa.
Seguindo a orla de praias da cidade do Rio de Janeiro, podemos ter uma pequena ideia desta pesquisa, exemplo: nas areias da praia e na Avenida Vieira Souto, grau menos. Porém, subindo as ruas que seguem para as Comunidades Pavão Pavãozinho, o perigo aumenta.
Outro exemplo, Niterói é menos perigoso que São Gonçalo e assim comparando bairro a bairro, comunidade com comunidade, rua com rua, o mapa da violência é feito, sem descartar nada, nada mesmo, todo o estado está imerso num caldeirão de violência.
Os bandidos continuam “tocando terror”, brincando com a população trabalhadora, debochando da polícia, rindo das famílias, ameaçando a comunidade e ditando regras, cobrando pedágio e deixando os encarregados de manter a paz no estado “baratinados”, sem saber onde encontrar uma saída para o problema – violência!
Enquanto isto, os candidatos aos mais altos poderes do país continuam promovendo brigas de comadres. Uma presidente que ser presidenta e um candidato a tal poder, promovendo bate boca, de uma forma vergonhosa para um país que pretende um dia conseguir respeito da comunidade internacional.
Isto é uma vergonha! – Como diria um apresentador de telejornal.
Edison Borba

SONHO POSSÍVEL?

Acordei agitado, após sonhar com algo inusitado. No meu devaneio onírico, Morfeu me conduziu por uma Terra, onde a felicidade era um bem comum. Todos sorriam e cantavam, por lindos jardins, onde flores coloriam a paisagem. Nos pomares o cheiro das frutas inebriava pássaros e animais. Tudo parecia perfeito, campos de cereais balançavam ao sabor da suave brisa. Nos grandes centros populacionais, os veículos circulavam sem poluir o ar com fumaça. Pessoas caminhavam pelas ruas  sem medo ou preocupação, notei que algumas exibiam joias raras e caras. Todos se cumprimentavam e sorriam como se a vida naquele local fosse um paraíso constante. Intrigado com aquela situação, mergulhado no meu sono e sonho, perguntei a Morfeu, qual o motivo de tanta harmonia e felicidade?
O Senhor dos sonos e sonhos, espreguiçando-se respondeu: aqui nesta Terra, não existem políticos, mas existe política.
Eu, assustado e sem nada entender, demonstrei num franzir de testa, a minha ignorância. Como pode haver política sem políticos?
Mais uma vez, Morfeu, com a sonolência que lhe é peculiar, falou: aqui, existe, uma  democracia popular. Todos podem participar do processo de governo, porém, sem salários ou ganhos. Quem se coloca a disposição para fazer política, o faz por amor a  pátria, trabalhando nas suas horas de folga.
Temos profissionais de todas as categorias, que além de exercer seu papel na sociedade, como médicos, garis, vendedores, professores, arquitetos, pedreiros, serralheiros, padeiros, advogados entre outras profissões, eles dedicam parte de seus dias ao trabalho político social voluntário para que a Nação mantenha seu ritmo e progresso.
Aqui nesta Terra não existem partidos políticos, todos formam um único “partido”, o do bem estar da pátria. Mesmo não havendo partidos, as eleições acontecem a cada cinco anos, quando novos voluntários se inscrevem para trabalhar. Não existe campanha eleitoral e todo o dinheiro que seria gasto em propaganda, é direcionado para a melhoria das condições de vida do povo.
Importante lembrar, que nesta Terra todos “são povo”, aqui não existe regalias e nem imunidade parlamentar. Ser político é ser trabalhador com todos os direitos e deveres de qualquer cidadão.
Neste Mundo, não existe profissão de político. A política acontece por amor à Pátria.
E foi com esta observação feita pelo Deus do Sono, que acordei, abri a janela e chorando, caí na real.
Edison Borba