sábado, 30 de março de 2013

ATRAÇÃO FATAL

O cinema nos reservou grandes sustos, quando Glenn Close, atormentou a vida de Michael Douglas, um advogado casado com uma linda mulher e pai de uma alegre garotinha, aproveitando uns dias de folga da esposa, se deixa envolver por uma atração fatal.
O breve caso, que deveria durar apenas um final de semana, se transformou em perseguições e sustos, a bela mulher vivida por Glenn, era psicopata e transforma a vida do executivo em um inferno. Só não aconteceu o pior com a sua família, porque em filme americano, o mocinho sempre vence, e o “happy end” é sempre garantido.
Na vida real, nem sempre os finais são felizes. Tragédias, dramas e mortes acontecem em função das fatais atrações.
Nos anos sessenta, no Rio de Janeiro, um caso abalou a cidade. Uma mulher, apaixonada por um homem casado, sequestrou e matou sua filhinha de quatro anos. Após executar a criança, incendiou seu corpo. O crime aconteceu nos fundos de um matadouro, no bairro da Penha. Essa assassina ficou conhecida como a Fera da Penha.
Na cidade de Duque de Caxias (RJ), no ano de 2011, outra menina foi assassinada. Após romper um romance com o pai da garotinha, a abandonada sequestra a filha do ex amante e se vinga matando a menina.
A tragédia se repetiu. Outra mulher, manicure, possivelmente amante do marido de uma de suas clientes, após ser rejeitada sequestra e mata o filho do seu “amado(?)”, uma criança de apenas seis anos.
Atrações fatais acontecem na ficção e na realidade. A vida imita a arte ou a arte imita a vida.
Não importa quem imita quem, o que fica como lição é apenas a traição. Quem tem uma família, precisa zelar por ela. Sejam homens ou mulheres. Maridos ou esposas. Quando existem filhos há que se pensar na segurança deles. Quem se propõe a constituir família e gerar descendentes, deve saber que existirão alguns desejos que deverão ser repensados ou bem pensados. Quando sentimos vontade de experimentar novas aventuras além das portas da casa,  seremos responsáveis pelas consequências que uma aventura poderá causar. Muitas vezes é melhor seguir sozinho e não colocar em risco a vida e a felicidade de outras pessoas, principalmente quando essas são crianças, e nossos próprios filhos.
É um caso a ser pensado!
Edison Borba

 

 

 

 

 

quarta-feira, 27 de março de 2013

SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS?

Hoje acordei com uma dúvida em minha cabeça: “somos todos filhos de Deus?”
Creio que esse questionamento surgiu após assistir a um sem número de discussões entre os mais diversos núcleos religiosos, que apontam caminhos diversificados para chegarmos a Deus. Além da diversidade de formas de orar, pedir, rezar e até adorar, tenho observado que na ânsia de angariar fiéis, alguns são desprezados, por não preencherem adequadamente a ficha de adesão religiosa.
Sinceramente estou meio perdido ante tantas convocações e também diante de tantas ofertas para que eu possa atingir a salvação. Minha perplexidade aumenta quando percebo que para alguns humanos, as portas do céu estão fechadas. Os segmentos religiosos construídos por nós, do mundo moderno, se mostram intransigentes e preconceituosos.
Buscando na Bíblia uma orientação, abri o livro dos livros na página em que Jesus, brilhantemente (como sempre), diz para os que estavam prontos a matar uma mulher a pedradas: “quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra!”.
Bastou que essa frase fosse pronunciada, para que todos, um a um, se afastassem do local e fossem para suas casas refletirem sobre suas vidas.
Após tantos anos dessa passagem, estamos convivendo com pedradas atiradas por diversas mãos, as mesmas que carregam terços, bíblias, amuletos entre outros símbolos de religiosidade.
Será que existe, hoje, aqui na terra alguém sem pecado algum?
Será que Deus, diplomou alguns homens e mulheres, e deu a eles o direito de julgar?
Será que na calada da noite, nos quartos escuros, ninguém comete nenhum pecado?
Não estou, aqui defendendo bandidos, assassinos, ladrões, terroristas ou qualquer outro tipo de criminoso. Apenas estou fazendo uma reflexão, principalmente, diante de algumas palavras tão ríspidas e sem compaixão proferidas por alguns “profetas” do mundo moderno. Estou pensando nas violentas vozes, que não soam como as de Jesus.
Nesse período de Semana Santa, todas as Igrejas deveriam abrir suas portas para acolher todos sem distinção. Chega de tanto preconceito, racismo e discriminação.
“Quem não tiver nenhum pecado, que atire a primeira pedra!”
Edison Borba

terça-feira, 26 de março de 2013

CATÁSTROFES - TRAGÉDIAS

            Não estou referindo-me a algum abalo sísmico, terremoto ou tsuname, a questão envolve relações humanas. Mais especificamente relacionamentos entre adultos e crianças. 
Que os historiadores, sociólogos, educadores e antropólogos entre outros estudiosos possam explicar  quais os motivos que estão levando a tantas hostilidades e crimes entre esses dois mundos.
Aqui no Rio de Janeiro, hoje, dia 26 de março, amanhecemos com algumas manchetes de jornais, que só podem ser classificadas como catástrofes ou tragédias..
Um menino de seis anos foi assassinado por asfixia, por uma mulher de 22 anos, que trabalhava como manicure de sua família. Isso aconteceu em Barra do Piraí, uma pacata cidade do interior do estado.
Outro fato assustador aconteceu aqui mesmo na cidade do Rio de Janeiro, numa escola municipal, situada num bairro da zona norte da cidade. Aluno de 15 anos agride a diretora da escola. A senhora foi hospitalizada e o jovem transferido para outra unidade escolar.
Um terceiro fato, que também está nas manchetes, envolve estupro. Pai, portador do vírus da AIDS, abusava da filha de 14 anos.
Essas tragédias, ou  catástrofes, nos colocam diante de uma situação verdadeiramente preocupante, as relações entre adultos e crianças. Temos observado o aumento de casos envolvendo esse tipo de relacionamento. Pais, mães, padrastos, madrastas e vizinhos envolvidos com espancamentos, torturas, violência sexual entre outros tipos de abusos.
Na outra ponta da tragédia, estão os traficantes, que cada vez mais, estão usando a “mão de obra” infantil para traficar, assaltar e até matar. De maneira sutil, e aproveitando as fragilidades das nossas leis, os adultos escapam da prisão. Crianças e jovens são apenas detidos por alguns dias ou horas e voltam a agir sob a regência dos bandidos.
Sejam os crimes ou violências isoladas, como a morte do menino, a agressão à diretora ou o estupro, outros envolvimentos perigosos entre adultos e crianças está se tornando uma terrível rotina. É complicado encontrar o polo gerador dessas tragédias. São questões sociais que envolvem educação, economia, vida em sociedade, políticas sociais entre tantos outros fatores.
Um país que se prepara para ser uma nova potência mundial, precisa estar atento para fatos que a princípio podem ter pouco significado. Mas, é como uma bola de neve, que ao rolar montanha abaixo vai aumentando até provocar uma trágica catástrofe.
Edison Borba

domingo, 24 de março de 2013

CHUVAS EM MARÇO

É pau  é  pedra é casa no chão.
É família enterrada é criança sem pão.
É encosta escorrendo derrubando um irmão
É lama, é lodo, é a descontrução.
É o povo sofrendo  tanta desilusão.
É criança chorando a morte do pai.
É político fugindo.
É dinheiro sumindo.
É entulho, é entulho é o sonho desfeito.
É prefeito, é prefeito e até vereador.
É o homem do mal que só causa dor.
É Petrópolis, é Xerém é o Rio também.
É  janeiro, fevereiro, março e abril.
É todo o ano, o ano todo.
É tijolo, telhado é parede caindo.
É o rosto molhado chorando em vão.
É a mobília arrastada, é a roupa molhada.
É tristeza, é tristeza ninguém tem compaixão.
É o Bumba é o Bumba e Friburgo também.
É gente enterrada e até soterrada
É desabrigado e desalojado.
É o lar é o lar que se foi na enxurrada.
É pau é pedra
É a luta é a luta
É  a força de um povo
É o voto é o voto
É  renascer de novo.
Sem criança chorando.
Sem casa desabando.
Sem viúvas na rua.
Implorando por pão.
É pau é pedra.
MAS NÃO É O FIM DO CAMINHO.

Com a benção de Tom Jobim!

Edison Borba

 

sábado, 23 de março de 2013

HÁBITO DE ENTERRAR

Jovens intoxicados

Famílias soterradas

Mulheres assassinadas

Hábito de enterrar

Comprar caixões

Escolher  mortalha

Chorar pelos filhos

Lamentar os amigos

Hábito de enterrar

Foi bala perdida

Foi água de enchente

É gente pobre é indigente

A gente esquece essa gente

O coração adormece

Foi trabalhador

Confundiram com traficante

Foi uma bala errante

Quem atirou?

Em quem?

No menino, no rapaz, no homem.

Ninguém viu, é melhor não perguntar.

Hábito de enterrar.

Escolher o cemitério

Fazer cortejo e chorar

Aplaudir  pedir justiça

Deixar passar

Amanhã?  Amanhã vou trabalhar.

Hábito de enterrar.

Aquela mulher chorando, é a mãe.

A de preto é a viúva.

As crianças são os órfãos.

Eles vão acostumar.

É hábito de enterrar!
 
Edison Borba

ANEL DE PRATA

           Anel de ouro, anel de prata, anel com diamantes, anel de aço, anel de lata.
Joia, adorno, compromisso, status, lembranças.
Quantas mensagens existem num anel.
Exibir um anel pode demonstrar compromisso com alguém, com uma profissão ou com alguma causa. Anel é joia especial. Com adornos ou sem eles ou apenas um aro chamado aliança,  indicando estar ligado a alguém.
Aliança é um anel especial. O de noivado está em queda no mercado. O de casamento, muitas vezes fica tanto tempo que nem sai mais do dedo. Passa a fazer parte do corpo de quem usa. Chegam às bodas e eles permanecem firmes indicando relação duradoura.
Outras vezes essa joia, serve para indicar profissão. Anel de doutor. Doutor médico ou doutor advogado. Pode ser veterinário ou farmacêutico. As pedras e suas cores,  informarão apenas a especialidade profissional do cidadão. Porém, a qualidade do trabalho, somente as  ações é que irão certificar. Neste caso o anel serve apenas para indicar  titulação e nada mais que isso.
Anel no dedo médio ou no indicador. Tem gente que usa no mindinho e os que colocam no polegar. Não existe um dedo certo para usar. O importante no anel é o que ele vai significar. Em alguns casos pode ser ostentação. Houve tempo que servia para identificar os escravos. Ben Hur, quando se apaixona por sua escrava Esther, retira-o de sua amada e o coloca em seu dedo. Naquele ato ele a libertou e tornou-se seu escravo.
Lindas cenas são protagonizadas por anéis.
No filme ENSINA-ME A VIVER, a personagem vivida por Ruth Gordon, ao receber um anel de seu amado, joga-o no  mar. Diante dos olhos assustados do rapaz, ela diz: “eu guardei o anel. Agora, sei onde ele está e não corro o risco de perdê-lo”.
Que imagem delicadamente maravilhosa!
Altares enfeitados por flores brancas têm sido testemunhas de juras de amor e  troca de alianças. Beijos, lágrimas e divórcios. Em alguns casos, os contratos são rasgados e as joias atiradas pela janela. Acabou o amor, o anel perdeu seu valor afetivo, restou a joia, que poderá ser vendida ou usada no dedo de um novo contratado.
Que me desculpem os românticos, mas os laços afetivos andam em baixa na bolsa de valores do amor. As joias entregues no ardor da paixão trocam rapidamente  de dedo ou ajudam àquele que a herdou,  aumento em sua conta bancária.
As revistas de fofoca sobrevivem com as trocas de alianças, anéis,  casais e  pares. O troca troca e a dança das cadeiras, também fazem a festa dos joalheiros e advogados. Contratos rasgados, amor esquecido e aliança rompida.
Entre tantos anéis, um está sendo olhado com respeito. Trata-se do ANEL DO PESCADOR, que  será usado pelo no Papa Francisco.
Mais do que uma joia, ele representa a aliança entre Deus, Igreja e Povo. No dedo do Papa, ele aponta para a responsabilidade dos religiosos, de qualquer crença ou segmento, em manter a paz, o amor e a fraternidade entre pessoas e nações.
É a aliança com a fé, com a esperança e a caridade.
Como seria bom se todas as alianças (com duplo sentido) fossem respeitadas!
Edison Borba

sexta-feira, 22 de março de 2013

DIA DA ÁGUA?

Doce, salgada, limpa, contaminada.
Água dos oceanos, água das lagoas.
Represadas, cloradas, poluídas.
Com gás, sem gás, engarrafada.
Água correndo nos rios.
Jorrando das fontes.
Despencando das cataratas.
Caindo das cascatas.
Rodopiando entre as pedras.
Água parada onde mora mosquito.
Peixes são seres da água.
Jacarés, crocodilos e tubarões.
Vivem na água, com as baleias e golfinhos.
Águas profundas e águas rasas.
Água da Amazônia.
Água que não chega ao sertão.
Chuva, água que vem do céu.
Água fria, quente ou fervendo.
Sede é o corpo pedindo por água.
Desertos, oásis, secura.
Água é vida é força que roda o monjolo.
Que gera energia que trás alegria.
Lágrimas,  a que desliza dos olhos.
Avisando tristeza, saudade ou paixão.
Dia da água?
Água é para todo o dia.
Semanas, meses e anos.
Água  líquido que gera vida .
Mantém os vivos seres.
Todos os seres.
Até os humanos
Que são não humanos
Com a fonte da vida
Dia da água?
Meu dia é de água.
Meu corpo é de água.
Minha vida é só água.
Choro!

Edison Borba

quarta-feira, 20 de março de 2013

TROTE: CASO DE POLÍCIA!

           A sociedade não pode se calar diante das atrocidades cometidas por estudantes universitários, que acobertados por uma falsa proposta de integrar o calouro ao mundo acadêmico, promove constrangimentos aos novos colegas.
Não podemos tolerar e acobertar atitudes preconceituosas, racistas e violentas cometidas por grupos que não deveriam estar ocupando as carteiras universitárias.
É caso de polícia! É caso de expulsão! Tolerância zero!
Precisamos banir do ambiente acadêmico todos os que não sabem honrar o curso que escolheram. Como diplomar jovens que fazem apologia ao nazismo?
Como autorizar o direito de advogar, às pessoas que demonstram claramente que são preconceituosos.
Como diplomar em qualquer área, indivíduos que não demonstram respeito pelo que estão estudando.
Atenção, Reitores e Corpo Acadêmico,  esse tipo de comportamento é intolerável. Que sejam aplicadas sanções sérias e rígidas.
Chega de impunidade! Chega de tortura fantasiada de trote!
Chega! Basta!
Edison Borba / Professor

EMÍLIO SANTIAGO

          Emílio foi um dos cantores que me fez chorar diversas vezes. Entre tantas lindas interpretações, uma em especial sempre me levou às lágrimas, 40 ANOS.
          Altay Veloso e Paulo Cesar Feital são os engenheiros dessa obra prima e Santiago o responsável por dar vida aos versos.
          Uma das mais significativas obras musicais em que vários momentos da história do Brasil, aparecem de forma sutil.
           Para entender essa maravilha é preciso ter algum conhecimento do que aconteceu no Brasil império, república e no país da ditadura.
           A emoção ainda toma conta do meu coração, porque alguns dos fatos eu tive o privilégio de vivê-los. Hoje estou lembrando de alguns momentos em que minha vida aparece nesta pérola que Altay e Feital compuseram.
           Apaixonei-me por  Guevara, Janis Joplin e pelo Jimmy. Vi Glauber no cinema e cantei Madalena junto com a querida Elis. Vi o galo cantar no Maracanãzinho, num festival da canção. Torci por Disparada numa noite encantada totalmente iluminada por muitos astros e estrelas. Frequentei  “Opinião”, num momento em que não se podia ter opinião. Vi amigos levar tapa na cara, por soldados bem armados, às vezes amedrontados pelo fantasma  ditadura. Vi a esperança de um país sem dono, morrer com o Tancredo. Chorei ouvindo o Hino de um Brasil amargurado e, mais uma vez chorei quando vi o Senna correr, vencer e morrer. Mais um ídolo perdido, mais esperanças sem vida.
            Poderia continuar escrevendo e lembrando  tantas outros momentos, mas prefiro ler os versos desse poema e ouvir a voz do Emílio, me fazendo mais uma vez chorar.
Edison Borba
40 Anos  - Emílio Santiago

São 40 anos de aventura
Desde que mãe teve a doçura
De dar a luz pra esse seu nego
E a vida cheia de candura
Botou canção nesses meus dedos
E me entregou uma partitura
Pra eu tocar o meu enredo
Sei que às vezes quase desatino
Mas esse é o meu jeito latino
Meio Zumbi, Peri, D. Pedro
Me emociona um violino
Mas também já chorei de medo
Como chorei ouvindo o Hino
Quando morreu Tancredo

Dos 40 anos de aventuras
Só 20 são de ditadura
E eu dormi, peguei no sono,
E acordei no abandono
E o país tava sem dono
E nós fora da lei

Quem se apaixonou por Che Guevara
Até levou tapa na cara,
Melhor é mudar de assunto
Vamos enterrar esse defunto
Melhor lembrar de Madalena
De Glauber Rocha no cinema
Das cores desse mundo
Jimmy, Janis, Joplin e John Lennon
Meu Deus, o mundo era pequeno
E eu curtia no sereno
Gonzaguinha e Nascimento
O novo renascimento
Que o galo cantava

"Ava Canoeiro", "Travessia"
Zumbi no "Opinião" sorria,
De Elis surgia uma estrela
Comprei ingressos só pra vê-la
Levei a minha namorada
Com quem casei na "Disparada"
Só para não perdê-la

Lavei com meus prantos os desatinos
Pra conversar com meus meninos
Sobre heróis da liberdade
De Agostinho de Luanda
A Buarque de Holanda
Foram sóis na tempestade
Mesmo escondendo tristes fatos
Curti o tricampeonato
Meu Deus, também sou batuqueiro
Pois eu nasci em fevereiro
E o carnaval tá no meu sangue
Sou dos palácios, sou do mangue,
Enfim sou brasileiro

Sou Ayrton Senna, eu sou Hortência
Dou de lambuja a minha vidência
Não conheço maior fé
Que a de Chico Xavier
Que para Deus já é Pelé
Que é o nosso rei da bola

Quem tem Raoni, tem Amazônia
Se está sofrendo de insônia
É por que tem cabeça fraca
Ou está deitado eternamente
Em berço esplêndido, ou é babaca
Ou está mamando nessa vaca
O leite dos inocentes
Vamos ensaiar, oh... minha gente,
Botar nosso Brasil pra frente
laia, laia, laia, laia...

 

SEM MEDO

                        Não tenham medo da bondade e da ternura.
Que recado está contido nesta observação feita pelo Papa Francisco?
Não ter medo da bondade. Não temer a ternura.   
Será que o mundo moderno por estar ligado nos múltiplos aparelhos eletrônicos, está se desconectando  de praticar atos de bondade? Será que a ternura tornou-se cafona, obsoleta e fora de moda?
Todas essas questões afloraram em minha cabeça quando ouvi essa frase. Imediatamente fiz um “mea culpa” para detectar em que momentos eu deixei de ser terno e bom.
Uma simples observação bastou para me fazer refletir e perceber que:
Ando imerso nas minhas intermináveis horas de trabalho. Sou levado a resolver, nas 24 horas de um dia, uma infinidade de questões. Abri a minha agenda e fiquei assustado com a quantidade de compromissos que eu cumpro durante a semana. Na diversidade de atividades que eu tenho nos sábados e domingos. O divertimento se transformou em compromissos. Tenho que assistir aos filmes que concorreram ao Oscar,  assistir peças de teatro que estão em cartaz. Preciso estar ligado e atualizado. Ler  artigos do jornal. Tenho que ter opiniões sobre tudo e todos. Corro o risco de ser marginal e por não ter um blog, não pertencer ao grupo  “face” e não acompanhar um twitter. Tenho dois celulares, dois computadores além de outros aparelhos que carrego em minha pasta. Esses monstrinhos estão na minha mesa de café, almoço, jantar e até nas minhas intimidades. Eles me fazem assumir tantas obrigações e tarefas, que provavelmente ando negligenciando a bondade e a ternura.
À medida que deixei de praticar, foi ficando cada vez mais difícil retornar. Aos poucos o tempo não está sendo suficiente para eu conversar com calma com meus amigos e familiares. Ser um bom ouvinte é ser bom. Ter um gesto de carinho é praticar a ternura. Lembrei que há tempos não reduzo a minha velocidade para saber com calma sobre a vida dos meus amigos. Perguntar sobre a saúde, realizações, sonhos e até tristezas. Realmente me peguei tendo medo de praticar a bondade e a ternura. Não me tornei um homem mau e nem sou um bruto, apenas me afastei das atitudes. Sou um homem plugado, ligado, antenado porém ... um ser humano, menos humanizado.
Que bom, poder parar e refletir que gente precisa de gente. Abraços apertados, beijinhos estalados, risadas e até gargalhadas. Chegar perto, sem a interferência dos celulares e outros veículos de informações, que de tanto informar tiram de nós atitudes humanas de bondade e ternura.
Vou me desplugar para voltar e me ligar!
Quero desacelerar para poder voltar a amar!

Edison Borba

 

 

terça-feira, 19 de março de 2013

CUIDADO, ESCOLA!

            Esse aviso pode ter dupla interpretação. Podemos ler, cuidado, tem escola por perto, como sendo um sinal de perigo, ou então, cuidado, escola, como um pedido de atenção para com as unidades de ensino.
            Prefiro ficar com  segunda opção -  precisamos cuidar melhor das instalações das nossas escolas (prédios), atentar para a melhoria do processo psicopedagógico, rever metodologias, atender os Docentes, não só com melhores salários, mas também com capacitação continuada e respeito social, não descuidar dos funcionários que colaboram para que toda a estrutura escolar se mantenha em funcionamento e principalmente dos agentes do processo, os alunos.
            Os jornais desta semana publicaram observações críticas em relação às redações dos alunos que participaram do ENEM. Na matéria jornalística, encontramos redações que receberam nota máxima, apesar de graves erros de ortografia, como: “rasoavel”, “trousse”, “enchergar”, além de concordâncias verbais, acentuação e pontuação.
            Sabemos das dificuldades que a língua portuguesa nos apresenta. Provavelmente é uma das mais difíceis de ser dominada. Por ser muito rica e ter sofrido uma grande quantidade de interferências de outros idiomas, dominá-la plenamente é tarefa para poucos. A sua beleza também é sinônimo de dificuldades, porém existem algumas regras mínimas e básicas que não devem ser feridas. É exatamente neste ponto que está o maior problema. Nossos jovens candidatos às vagas no Ensino Superior estão cada vez mais pecando não só na ortografia, mas na capacidade pensar e interpretar o que foi lido.
            Essa situação fica cada vez mais trágica, pois funciona como uma rede que tece a vida do estudante e futuro profissional numa armadilha, que acaba em catástrofes.
             Na medicina, temos acompanhado situações que apontam para a dificuldade de interpretar regras e ordens e assim, poder agir corretamente. Um profissional que injeta leite na veia de um paciente entre outros casos pode estar indicando incapacidade de entender corretamente o que lhe foi solicitado.
            As redações do ENEM podem ser um indicativo de que precisamos  rever, revolucionar e reorganizar as várias metodologias, regras e leis que regem nosso processo educativo.
            As provas da OAB, também denunciam a falta de qualidade no ensino brasileiro, desde as primeiras séries do ensino infantil.
            Alfabetizar é um dos mais importantes momentos da educação de um cidadão. Aprender a ler é mais do que pronunciar palavras, é antes de tudo pensar, interpretar e entender. Desse conjunto nascem as ações.
 
            Infelizmente, no Brasil o número de pessoas que não sabem ler e nem escrever o próprio nome ainda é muito alto. Porém,  outro grupo é bastante preocupante, são os analfabetos funcionais. Homens e mulheres que sabem reconhecer palavras escritas e fazer uma  leitura de letras e sílabas, mas não têm condições de entender o significado daquilo que estão “lendo”. Lamentavelmente, representantes desse grupo, estão chegando ao Ensino Superior e obtendo o direito de atuar como profissionais nas mais diversas áreas.
            A sociedade corre riscos ao se encontrar com esses diplomados e obter os seus serviços. Há risco de vida e morte. Há risco de sobrevivência. Há risco social.
            Diante desse quadro, fica difícil acreditar no Brasil como um líder entre as grandes potências mundiais.
            Ainda é tempo de agir! Vamos aproveitar os erros cometidos nas redações do ENEM e iniciarmos um amplo movimento de alfabetização nacional!
            Não basta criticar e até ridicularizar, transformando esses casos em motivo de pilhéria. O assunto é sério e devemos tratá-lo com a atenção e respeito que ele merece.
Edison Borba

 

 

 

 

 

segunda-feira, 18 de março de 2013

“LEITURATERAPIA”

           Ler é um hábito saudável e que deveria ser aconselhado pelos médicos, como terapia. Ajuda passar o tempo, enriquece o vocabulário, estimula o cérebro possibilitando a melhoria cultural do leitor.

Importante lembrar, que é preciso selecionar o material que será consumido, isto é, deve-se cuidar para que o texto, livro, revista, jornal ou poesia seja de boa qualidade.

Para os iniciantes,  aconselhamos textos pequenos. À medida que o hábito da leitura começar a “fazer efeito”, as doses poderão aumentar até chegarmos aos livros clássicos.

Os românticos podem iniciar o tratamento com poemas. A poesia é um excelente antídoto contra a tristeza, podendo ser usada em todas as idades, sem preocupações com a dosagem.

Para o entretenimento, as revistas podem ser utilizadas, porém com algumas restrições. Cuidado com as capas bonitas que escondem um conteúdo de má qualidade.

Quanto aos jornais, os iniciantes devem acautelar-se com as manchetes trágicas, que não fazem bem à saúde. O melhor é começar pelo caderno de diversões.

Existem alguns excelentes cronistas que publicam ótimos textos em jornais e revistas. Eles fornecem bons antídotos para todos aqueles que buscam o tratamento pela “Leituraterapia”.

Para as crianças, podemos usar os livros coloridos e ricos em gravuras. Os textos pequenos geralmente são de fácil entendimento e aos poucos despertam na garotada o saudável hábito de ler.

Esse tratamento pode ser usado em casa, nas praças, nas salas de espera, no metro, nos mais diversos meios de transporte e até no banheiro. São fáceis de carregar. Existem em diversos tamanhos e os preços também variam bastante. Porém, quem não puder adquirir um livro, basta  dirigir-se às bibliotecas e usá-los gratuitamente.

Portanto, não há motivo para não fazer esse tipo de tratamento. Vá agora mesmo a uma livraria, banca de jornal ou a uma biblioteca e comece a sua “Leituraterapia”.

Boa sorte e boa saúde!
            Edison Borba

 

 

 

domingo, 17 de março de 2013

MARASMO

            Estou diante da tela do computador, parado, estático, nenhuma ideia aparece. Nada me faz  ter vontade de escrever. Li os jornais e as notícias se repetem.
No caderno policial os crimes são tantos que não causam mais nenhuma sensação de espanto. Homens matando mulheres, alguns famosos outros anônimos. Os que chegam ao banco dos réus são agraciados com leves penas. Muitos nem chegam até o tribunal. Continuam livres, leves e soltos para matar e torturar.
No setor de política, também não fizemos grandes avanços. A presidente continua organizando a dança das cadeiras. Os senadores e deputados federais  teimam em manter o comportamento de sempre. Muito barulho e pouco trabalho. Nos estados e municípios a festa é a mesma envolvendo deputados estaduais e vereadores.
As notícias de hoje são muito semelhantes as do mês passado, que eram parecidas com o do outro mês e assim sucessivamente.
Para a alegria dos jornalistas mundiais, um novo Papa foi eleito. Francisco, um senhor simpático, que está causando frisson na imprensa com suas declarações e atitudes, até o momento, uma sucessiva quebra de protocolos.
Num cantinho de página, encontrei uma notícia do Rio Grande do Norte. Nesse belo estado brasileiro, os alunos das escolas da rede pública, assistem aula, apenas  três vezes por semana. O motivo é a falta de professores. Salário ruim não atrai candidatos à profissão. E o futuro das nossas crianças? Nem pensar!
Outra notícia de pé de página vem do Espírito Santo, o estado além da bela praia de Guarapari também tem um pediatra  que receita gotas de vodca para tratar  bebês. Essa eu prefiro não comentar.
Ainda não encontrei nada que me traga inspiração. Continuo paralisado, olhando a tela e nada me causa vontade de escrever.
No caderno de esportes fala-se da pontaria do Neymar, que está em jejum de gols, fato que está preocupando Muricy e o  Santos. É preciso ter calma nessa hora. É a fase. Depois passa e ele volta a acertar a rede dos adversários. No momento ele anda muito ocupado com sua nova Maria Chuteira. Vamos dar um tempo para garoto se divertir.
Li, mas não quero acreditar. Na Índia, uma turista da Suiça foi estuprada. Mais violência contra a mulher. Em São Paulo, mais uma mulher foi assassinada pelo ex companheiro. Até quando vamos conviver com esse tipo de fato, acontecendo, nos mais diferentes países deste mundo. Será que são as mudanças climáticas as responsáveis por tanta violência, ou é mesmo falta de educação e da aplicação de leis mais severas?
Estou na dúvida entre dois assuntos, ou escrevo sobre o sapato da linda duquesa de Cambridge, Kate Middleton, cujo salto ficou preso numa grade, durante uma cerimônia, ou então das pernas não depiladas de Thammy Gretchen.
Na dúvida, acho melhor esperar o próximo domingo. Quem sabe até lá algo de novo aconteça e eu possa sair desse marasmo que me consome.
Edison Borba
 
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

HUGO CHAVES

A história está encarregada de avaliar mais um homem de ideias polêmicas e atitudes complexas, Hugo Chaves. Durante anos esteve à frente de seu povo, criando regras, ditando ordens e provocando amor e ódio. Ocupou páginas e páginas, de jornais e revistas. Esteve nos horários nobres dos telejornais. Foi entrevistado, vaiado e aplaudido. Ao morrer  sua personalidade será objeto de estudos, mas nunca haverá consenso sobre suas ações.
Mais um líder que irá se juntar a todos que compõem a vasta galeria de homens e mulheres que tiveram na terra um papel que levará muito tempo até que, se é que haverá,  uma explicação para a sua popularidade, dividida entre amor e ódio.
Nas Américas, outros nomes podem ser listados nessa complexa lista de contradições: Péron e sua esposa Evita, Getúlio Vargas, João Goulart e Fidel Castro  são apenas alguns nomes que não saem das pesquisas.
Todos foram extremamente populares. Todos provocaram amor e ódio. Todos se envolveram em situações inexplicáveis quando exerciam seus mandatos.
Na literatura mundial, esses nomes se aglomeram provocando até hoje dúvidas sobre as suas formas de agir.
Questionam-se o papel de líderes europeus, asiáticos e africanos além dos norte americanos e sul americanos, alguns pelas crueldades outros por relacionamentos afetivos ou por não assumirem atitudes mais claras quando diante de situações críticas.
Outra questão que envolve as pesquisas está nos motivos que levaram cidadãos a se juntarem a eles e colaborarem muitas vezes na prática de atrocidades.
Por que tantos homens e mulheres seguiram ordens e ajudaram na construção de governos rígidos, radicais, opressores colaborando para que  as suas ações se transformassem em grandes catástrofes.
Até hoje trememos de horror diante dos campos de concentração, espalhados pelo   mundo, perseguições, prisões e genocídios praticados por diferentes governos.
A pergunta continua: por que tantos homens e mulheres, cidadãos comuns, ajudaram a esses líderes  cometerem tantos atos no mínimo inexplicáveis.
Com a morte de Chaves, a Venezuela se divide entre Chavistas e não Chavistas. Como explicar a atitude desses grupos? Quem tem a razão? O que é melhor para os venezuelanos?
Talvez em algumas centenas de anos tenhamos diversas pesquisas históricas apontando para os dois lados. Haverá sempre a dúvida da razão.
Assim é a história.
Assim são os homens.
Assim caminha a humanidade em passos de formiga e sem vontade, conforme o poeta Lulu Santos, previu em uma das suas músicas.
Que venham os estudiosos e suas teses e questionamentos!
Edison Borba

 

quinta-feira, 14 de março de 2013

“FRANCISCOS”

            Existem muitos “Franciscos” na história universal. Príncipes, guerreiros, escritores entre outros. No catolicismo também existem “Franciscos”, entre eles dois se destacam pela forma muito especial de exercerem a sua fé. Homens que mantiveram uma relação direta com a  natureza e com o povo. Saíram dos palácios e templos e foram evangelizar da forma mais simples e próxima à que Jesus o fez: nas ruas e praças perto do povo.
Francisco Xavier, considerado um grande missionário. Atuou no oriente, junto aos pobres, doentes e prisioneiros. Nascido em família rica, esse homem, saiu pelo mundo levando os ensinamentos do Mestre, nos mais variados lugares. Não construiu igrejas nem templos, mas ajudou na construção de homens, através da evangelização.
Francisco de Assis  nasceu rico, viveu plenamente a sua juventude, até que uma força superior o tocou e o transformou. Tornou-se um defensor da natureza e dos menos favorecidos. Da mesma forma que o Xavier, não se apegou aos templos e palácios, sua missão era evangelizar seguindo os mesmos passos de Jesus. Caminhava e reunia o povo e através de sua palavra e atos, fazia ressurgir a fé onde havia desespero. Foi um dos grandes defensores da paz e das vidas em todos os sentidos. Amou e defendeu todas as criaturas da face da terra.
Nesse momento, um novo Papa adotou o nome de Francisco. Acredito que ao assumir essa identidade, ele está propondo-se a percorrer os mesmos passos dos outros “Franciscos”.
Abrir as portas da igreja para todos sem distinção. Sair “de dentro” do templo e caminhar junto com suas ovelhas onde quer que elas estejam. Não andar sozinho, buscar em outros líderes religiosos, a amizade e a paz. Ouvir seu povo com o coração e mesmo, quando tiver que ser respeitoso com os dogmas do catolicismo, que encontre palavras amenas para analisar assuntos delicados como os que envolvem a construção de famílias, o amor, as questões femininas entre outras, não apenas condenando e pronunciando palavras preconceituosas sobre questões, que envolvem profundamente homens e mulheres de todos os continentes.
Sabemos que líderes religiosos, precisam manter posturas públicas relacionadas aos dogmas, que fazem parte da construção do seu segmento religioso, mas é preciso saber escolher palavras e até orações para que todos, indistintamente, possam  sentir-se parte do todo e nunca marginalizados.
O maior dos Mestres, sempre soube  perdoar com um amplo sentido de envolver, acalentar e entender  todos os seus semelhantes. Sua mão sempre foi estendida para quem o procurasse. Suas palavras eram de conforto e carinho.
Francisco Xavier e Francisco de Assis, também assim o fizeram.
Que o novo Papa Francisco I, seja mais um Francisco entre tantos outros que passaram pela vida ajudando na construção de seres humanos mais humanos.
Amém!
            Edison Borba