quarta-feira, 20 de março de 2013

SEM MEDO

                        Não tenham medo da bondade e da ternura.
Que recado está contido nesta observação feita pelo Papa Francisco?
Não ter medo da bondade. Não temer a ternura.   
Será que o mundo moderno por estar ligado nos múltiplos aparelhos eletrônicos, está se desconectando  de praticar atos de bondade? Será que a ternura tornou-se cafona, obsoleta e fora de moda?
Todas essas questões afloraram em minha cabeça quando ouvi essa frase. Imediatamente fiz um “mea culpa” para detectar em que momentos eu deixei de ser terno e bom.
Uma simples observação bastou para me fazer refletir e perceber que:
Ando imerso nas minhas intermináveis horas de trabalho. Sou levado a resolver, nas 24 horas de um dia, uma infinidade de questões. Abri a minha agenda e fiquei assustado com a quantidade de compromissos que eu cumpro durante a semana. Na diversidade de atividades que eu tenho nos sábados e domingos. O divertimento se transformou em compromissos. Tenho que assistir aos filmes que concorreram ao Oscar,  assistir peças de teatro que estão em cartaz. Preciso estar ligado e atualizado. Ler  artigos do jornal. Tenho que ter opiniões sobre tudo e todos. Corro o risco de ser marginal e por não ter um blog, não pertencer ao grupo  “face” e não acompanhar um twitter. Tenho dois celulares, dois computadores além de outros aparelhos que carrego em minha pasta. Esses monstrinhos estão na minha mesa de café, almoço, jantar e até nas minhas intimidades. Eles me fazem assumir tantas obrigações e tarefas, que provavelmente ando negligenciando a bondade e a ternura.
À medida que deixei de praticar, foi ficando cada vez mais difícil retornar. Aos poucos o tempo não está sendo suficiente para eu conversar com calma com meus amigos e familiares. Ser um bom ouvinte é ser bom. Ter um gesto de carinho é praticar a ternura. Lembrei que há tempos não reduzo a minha velocidade para saber com calma sobre a vida dos meus amigos. Perguntar sobre a saúde, realizações, sonhos e até tristezas. Realmente me peguei tendo medo de praticar a bondade e a ternura. Não me tornei um homem mau e nem sou um bruto, apenas me afastei das atitudes. Sou um homem plugado, ligado, antenado porém ... um ser humano, menos humanizado.
Que bom, poder parar e refletir que gente precisa de gente. Abraços apertados, beijinhos estalados, risadas e até gargalhadas. Chegar perto, sem a interferência dos celulares e outros veículos de informações, que de tanto informar tiram de nós atitudes humanas de bondade e ternura.
Vou me desplugar para voltar e me ligar!
Quero desacelerar para poder voltar a amar!

Edison Borba

 

 

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