quarta-feira, 31 de outubro de 2012

VIOLÊNCIA – ATÉ QUANDO?

           Nesta madrugada (31 de outubro de 2012) seis policiais foram assassinados em  São Paulo. Em todo o Brasil já se contabiliza duzentos e vinte e nove mortes de policiais. Esse incrível número deve ser bem maior em virtude de alguns estados não fecharem os dados relativos a esse tipo de situação.
Violência diariamente. Violência em todos os lugares. As mortes acontecem em comunidades pobres ou em avenidas de  bairros de classe média e alta.
De onde estão partindo as ordens para essa  epidemia de assassinatos?
Qual o objetivo de tanta violência contra policiais?
A situação se complica cada vez mais, com a ameaça chegando até aos familiares dos defensores da lei.
Até quando isso vai continuar a acontecer?
Se somarmos a esses números de policiais mortos, o dos civis, obteremos dados inacreditáveis. Provavelmente morrem no Brasil mais pessoas que nas lutas terroristas que acontecem em diversos países do mundo.
Policiais militares, civis, bombeiros, agentes penitenciários e demais profissionais estão correndo risco.
Como resolver essa questão, é um grande desafio para as nossas autoridades. Após um período de eleições caberá aos novos prefeitos e vereadores buscarem junto aos governadores e o governo federal encontrar uma saída para tal catástrofe.
Não podemos fingir que nada acontece. Estamos preparando o país para grandes acontecimentos – Copa de Futebol – Olimpíadas e tantos acontecimentos esportivos e culturais, mas estamos enfiando a cabeça na areia para fugirmos da triste realidade.
Até quando? Essa é a pergunta que todos os cidadãos estão fazendo!
 Edison Borba
 

 

domingo, 28 de outubro de 2012

MULHER PANCADA


Lágrimas

Olhos vazios

Alma  perdida

Mulher espancada

Machucada

Dolorida

Lavar, passar, cozinhar e apanhar.

Todos os dias

Dias e dias

Mulher conformada

Dominada e confusa

Calada vazia sozinha

Mulher pancada

Usada

Não se revolta

Aceita

Tem medo da vida

Medo do amor

Acostumada com a dor

Alma estraçalhada

Cabeça conturbada

Condenada  a sofrer

Mulher pancada

Revide

Lute

Sonhe

Exija

Grite

Você tem  direitos

Você merece respeito

Você merece ser amada

Não se deixe intimidar

Não se deixe abater

Acredite nas leis

Acredite na vida

Acredite no amor

Acredite em VOCÊ!

Edison Borba

 

 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

VOAR ...VOAR ... VOAR ...

Quero ser um avião

Ou talvez um gavião

Vou querer furar as nuvens e voar e voar e voar

Voar livre e ligeiro

Como pássaro ou borboleta

Festejar a primavera

Visitar muitos lugares

Beber água da chuva e comer flores vermelhas

Voar até o Japão

Contornar a Torre Eiffel

Dar cambalhotas no ar

Voar de cabeça para baixo

Sem medo e sem amarras

Igual a um super- herói

Voando pelo infinito

Como uma ventania

Vitorioso e angelical

Errante como um vagabundo

Voando irregular

Quebrando rotinas

Enganando retinas

Como bailarino virtual

Sendo o que não é verdadeiro

Usando a imaginação

Voar bem alto e sem rumo

Sem limites e sem destino

Desengonçado bailar

Aproveitar a viagem

Antes de despertar.

Edison Borba

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A MOCHILA COR DE ROSA

            A mochila cor de rosa, na vitrine de uma loja, sonhava um dia ser levada por uma menina. Uma dessas garotas sonhadoras que gostam da cor das rosas.

O tempo passava e nada. Nenhuma garota olhava para ela. Nenhuma menina se interessava por aquela mochila. As pinks, amarelas e vermelhas eram as preferidas.

O tempo passando e ela sonhando com os livros que poderia carregar. Talvez cadernos escolares, lápis coloridos, canetas e outros objetos usados para estudar.

            Era uma sonhadora!  Pensava em poder levar um diário, daqueles cheios de lembranças e paixões. Repleto de revelações como o primeiro amor, o beijo escondido e a espera de um convite mais ousado.

            Como seria bom ter uma amiga, que a levasse em seu ombro, pelos parques, jardins, escola e até para as lanchonetes.

O tempo foi passando e ela esperando.

Um dia, ou melhor,  uma tarde, a linda garota de sorriso feliz chegou até a vitrine e a olhou com interesse. Foi amor à primeira vista. As duas se apaixonaram.

Nasceu  naquele momento uma grande amizade.

Tornaram-se companheiras, amigas e confidentes. Era maravilhoso sair todos os dias pendurada no ombro da menina de sorriso bonito, rumo ao colégio.

Ficar no cantinho da classe e assistir a todas as aulas. Mas o melhor era o recreio. Nesse momento ela ouvia histórias de outras meninas e outras mochilas. E eram tantos os sonhos e alegrias, que ela nem reclamava quando ficava pesada com tantos objetos que era obrigada a carregar.

Tinham os materiais escolares, os produtos de beleza, merenda e mais um montão de traquitanas que para nada serviam, mas que faziam parte da vida de sua amiga. Ah! Sua amiga! Gostava de ouvir a sua voz e as ruas risadas. Quando percebia alguma tristeza, agarrava-se em sua dona, tentando passar para ela todo o seu carinho.

O tempo passando e as duas cada vez mais envolvidas por uma linda amizade.

Mas, um dia, um homem cruel viu a menina e sua linda mochila. Na realidade nem era um homem adulto. Era um desses rapazes, que até podia ser mais um dos amigos da menina da mochila. Menino mau. Rapaz sem coração. Homem perverso.

Uma tragédia se anunciou.

Um tiro. Uma menina sangrando. Sua mochila sendo levada.

Morreu a menina de sorriso alegre.

A dona da mochila cor de rosa.

Calçada manchada de sangue.

Vermelho contrastando com o rosa da mochila.

Menina morta.

Sonhos apagados.

A mochila cor de rosa está jogada num canto da uma delegacia de polícia.

 - Em memória de Caroline Silva Lee, 15 anos, assassinada em São Paulo.

  Edison Borba

POBRE CARMINHA, acabou no lixão!

           Mais uma vez  um final decepcionante. Após tanto sensacionalismo cercando mais uma novela da  nossa televisão  um final “mixuruca”. Total desperdício de atores, atrizes, talentos e cenários.
            Uma mistura de situações, uma série de falas sem sentido, tudo feitos às pressas para dar início a uma nova produção.
Que pena!
            Fica no ar uma sensação de descaso para com a população que pensa e gosta de dramaturgia de bom gosto. Após uma sequência de capítulos e de grande exploração na mídia na hora de acabar tudo se transforma em trabalho amador.
Preocupados em agradar aos patrocinadores a direção do texto esquece, dos telespectadores.  O povo que se contente com qualquer  final, o que importa é manipular suas atenções para a próxima história.
Que horror!
Os noveleiros mais atentos perceberam uma série de erros na produção. Cenas feitas  às pressas, e de gosto duvidoso. Tudo agrupado como em uma colcha de retalhos. Nenhuma emoção. Nenhum suspense. Tudo previsível. Um grande copo de água com açúcar. O que aconteceu com o último capítulo que seria rico em suspense.
Que lamentável!
É obvio que um capítulo não invalida o total da obra. Sem dúvida foi uma das mais movimentadas novelas dos últimos anos. Usando a vingança como fio condutor, a história teve momentos de boa dramaturgia. Apesar de apelar em alguns capítulos para um excessivo dramalhão, beirando às novelas mexicanas, a história e os atores, sob uma segura direção, conquistaram o público.
Importante lembrar a ação da emissora no sentido de prender o público através de uma mídia bem feita e calculista, tentando dar ao final do folhetim um clima de Copa do Mundo de Futebol.
Imagens da cidade e uma tentativa de convencimento que tudo e todos estavam parados para ver o final da Avenida. Será que houve quem acreditasse?
Uma lástima!
Saudade do Dr. Albertinho Limonta, que realmente causou grande arrebatamento numa cidade, que na época não possuía outros atrativos. O segredo guardado por mamãe Dolores foi mais comovente do que o da mãe do lixão.
Passada a decepção do último capítulo, atores e atrizes em férias, mas ainda  usufruindo das benesses que esse tipo de novela propicia  mergulhemos, em mais um dramalhão.
É bom aproveitar o início. Ficar atento no miolo do texto e desligar a televisão no último capítulo. Agindo assim não corremos o risco de acabarmos no lixão como a pobre da Carminha.
            Até a próxima!
Edison Borba

domingo, 21 de outubro de 2012

HORÁRIO DE VERÃO

            Começou hoje em alguns estados brasileiros mais um horário de verão. Isto significa que até o final da estação do calor, alguns cidadãos acordarão uma hora mais cedo. As autoridades alegam que tal medida gera uma grande economia de energia.
Num momento em que salvar o planeta deve ser a meta de todos os seres humanos, encaremos essa mudança como a nossa parcela de contribuição.
Deixando de lado os transtornos biopsicológicos que algumas pessoas poderão apresentar, para que suas necessidades pessoais (dormir / acordar / digerir / defecar) se adaptem ao novo sistema, o importante é  a economia. Em pouco tempo todos estarão integrados ao novo sistema, que logo terminará, exigindo outras adaptações, mas isso faz parte da rotina.
Muito interessante, nesse tempo de calor, biquínis e sorvete é acompanharmos as entrevistas que são realizadas, sempre que essa regra é adotada.
Jornalistas animados fazem a mesma pergunta (em todos os canais de televisão e emissoras de rádio): - O que você vai fazer para aproveitar essa hora a mais?
            Antes de seguir, é importante lembrar que não ganhamos hora nenhuma. Adiantamos nossos relógios acordamos mais cedo, entramos mais cedo no trabalho e saímos após cumprirmos a mesma carga horária no escritório, fábrica, loja, escola e demais postos de operações.
Atenção senhores entrevistadores para esse pequeno detalhe.
Voltando ao tema, outra questão interessante fica por conta dos entrevistados. A maioria responde que irá a praia. Até aqueles que residem bem longe do mar, afirmam que irão jogar seus corpos ao mar.
Por que, essa resposta é a preferida? Provavelmente seja em função das entrevistas serem realizadas nos calçadões praianos.
Apresentamos como sugestão, movimentar os microfones para os portões das fábricas,  estações de trens, pontos de ônibus de preferência fora da zonal sul da cidade.
Provavelmente, teríamos uma maior variedade de respostas.
Faz tempo que ouvimos as mesmas perguntas e as mesmas respostas. Sendo assim, fugimos de uma reflexão mais detalhada sobre a adoção de tal medida. Se todos os cidadãos e cidadãs mostram-se felizes com o “ganho” de  mais uma hora em suas vidas para beber chope e mergulhar nas águas de Iemanjá, questões  mais sérias deixam de ser abordadas.
Respeitemos o horário de verão. Vamos colaborar com a economia de energia. Porém, faz-se necessário, informar a população sobre o que poderá ocorrer com os organismos e passar orientações de como sobreviver a essa mudança, com  menos problemas de saúde.
Agora todos ao mar ou aos bares para aproveitarmos essa hora extra! (risos)
 Edison Borba

CARTAS DE AMOR

            Em pleno século vinte e um soa um pouco estranho escrever  cartas de amor. Talvez melhor  emails formatados em letra Constantia ou Times New Roman reforçadas em negrito. No final fazer alinhamento, aplicar o revisor de textos, incluir algumas animações, clicar  e enviar.
Tudo rápido e padronizado. Basta tocar uma tecla e lá se vai a mensagem para todo o mundo, com cópia oculta para mais e mais leitores.
Cartas de amor possuem características que não podem ser imitadas, e jamais serão igualados. São únicas! A letra, a tinta, a caneta, o papel e o texto se completam. São peças raras que traduzem emoções.
Letra forte e calcada para dizer adeus.
Letra tremida e fragilizada pedindo perdão.
Letra redonda, harmonicamente desenhada para traduzir um amor puro.
Letra manchada pelas lágrimas da saudade.
Cartas cujos perfumes traduzem o texto.
Cartas esperadas com paixão.
Cartas fechadas, lacradas com texto guardado em segredo pelo medo da revelação.
Cartas lançadas ao mar, levadas pela correnteza.
Amassadas e rasgadas antes mesmo de serem lidas.
Cartas extraviadas cujo remetente sofre a espera da resposta que nunca virá.
Cartas beijadas, manchadas de batom, trazendo os lábios da amada.
Cartas mentirosas, com promessas dúbias que jamais serão cumpridas.
Cartas de amor são mensageiras de emoção. Elas carregam sentimentos. São portadoras de paixões. Documentos de relações felizes ou torturadas. Guardadas em baús ou gavetas, guardam marcas de relações longas ou efêmeras. Amareladas com tempo envelhecem juntamente com seus atores.
Capazes de reacender emoções adormecidas esses maravilhosos e pequenos pedacinhos de papel são inesquecíveis.
Felizes aqueles que puderam algum dia escrever ou receber uma carta de amor.
Edison Borba

sábado, 20 de outubro de 2012

PALAVREANDO

Amizade– Amigo – Amor =  Essas são deliciosas de repetir!

Ambição = Essa não!

Beleza  - Bondade = Juntas ficam melhores!

BAGUNÇA = Não e não!

Carinho =  Como é bom dar e receber!

 Caridade = Devemos  fazer!

CARÊNCIA = É triste quando existe!

Delicadeza = É sempre bem vinda!

Devoção = Faz bem a alma!

Elegância – Educação  = Elegante é ser educado!

EMPÁFIA =  QUE HORROR!

                                               FORMOSURA = Da alma!

                                               FEIÚRA = Será que existe?

GENTILEZA GERA GENTILEZA!

Harmonia = Faz nossa vida melhor!

I NTELIGÊNCIA =  Um dom maravilhoso!

JUSTIÇA = PARA TODOS IGUALMENTE!

LEALDADE = Lindo sentimento!

Mentira = NEM DE BRINCADEIRA!

NEGLIGÊNCIA =  Pode causar um desastre!

OUTUBRO =  MÊS DA PRIMAVERA.

PAIXÃO =  É sempre passageira!

QUERÊNCIA =  É  lá do sul do Brasil, tchê!

RISADA =  Coisa boa!

Saudade = Ruim de sentir!

Teimosia = Somente e apenas de criança!

UNIVERSAL =  Queremos a paz!

                VERDADE = Sempre!

                               XERETAR = Que coisa feia!

                               ZANGA = Causa rugas!

Edison Borba

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

VILÕES, PLANTÕES, CARMINHAS etc e tal ...

           Os vilões levam aos plantões ou os plantões fazem os vilões?
Essa é a pergunta que não quer calar.
Os jornalistas, as televisões, os rádios e tudo que se refere à comunicação “tá” mais feliz que pinto no lixo. Fazia tempo que não havia tanto prato para ser servido ao povo. Com um cardápio recheado, os cidadãos estão quase tendo indigestão de tantos vilões.
Em Brasília o mensalão revira o baú da política e coloca a cara de conhecidos vilões novamente na mídia. Jornalistas de plantão tentam explicar os votos contra ou a favor daqueles que formaram uma das mais qualificadas quadrilhas.
Juízes condenam outros absolvem  políticos e empresários, que brincaram de esconde e esconde com o dinheiro do povo.  Valores, datas, agendas, secretárias e negociatas aparecem nos plantões de notícias.
Simpáticos, bem vestidos, diplomados e ostentando sorrisos, esses senhores e senhoras, sentem-se confortáveis como vilões. Eles  acreditam que apesar de todo o movimentado plantão de notícias, a última manchete, ainda poderá ser uma grande pizza tamanho país.
Enquanto isso, em São Paulo, policiais  são assassinados diariamente. Vilões do tráfico possuem um cadastro atualizado com referências particulares e familiares dos agentes da lei. Usando desse trunfo, escolhem suas vítimas sem dificuldades. Diariamente os plantões jornalísticos noticiam nomes de policiais civis, militares e até bombeiros, caçados pela máfia.
No Rio de Janeiro, a ocupação de mais uma comunidade, coloca aos olhos do povo um dos mais perigosos vilões – o crack.
Distribuído sem controle por toda a cidade, tornou-se famoso por destruir vidas. Vendido a qualquer cidadão, incluindo crianças, esse monstro possui tentáculos perigosos e difíceis de serem controlados. Plantões de notícias tornaram esse vilão bastante conhecido. A grande questão é saber como detê-lo antes que  chegue aos nossos lares.
 E para completar esse grande conjunto de vilões, as nossas novelas também contribuem para que a população fique de plantão para ver o final das Odetes, Leôncios, Nazarés, Jacksons e Carminhas.
Vilões de verdade ou criados pelos escritores, são seres maléficos que encantam pela maldade.
Talvez psiquiatras e psicólogos de plantão possam explicar essa magia. Essa atração que os vilões possuem sobre a sociedade.
Muitos admiradores secretos, ainda aplaudem o vilão, um mau caráter que aprontou durante toda a trama e fugiu, dando uma banana para o público, para a ética, para a moral e para o Brasil.
 Edison Borba

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

MEU CHEFE É MULHER!

            O último censo brasileiro, informa que os lares  chefiados por mulheres aumentaram em progressão geométrica desde a última pesquisa.
Em outros tempos, os ganhos conseguidos pelo elemento feminino que compunha um lar, era apenas uma complementação financeira. Com o passar dos anos, a situação se inverteu e as mulheres passaram de colaboradoras a mantenedoras.
Que motivos provocaram essa inversão de valores?
Qual deve ser o papel masculino, diante dessa realidade?
Em que bases estão  acontecendo a educação das nossas meninas?
Essas e outras questões já estão sendo  analisadas por Sociólogos, Psicólogos e outros interessados no estudo comportamental humano.
Mas, o que surge diante dos nossos olhos é a força feminina cada vez mais evidente em nossa sociedade.
As frágeis donzelas que esperavam pelos príncipes encantados, as Julietas que morriam de amor pelos Romeus e as tranças da Rapunzel agora só aparecem nos romances e histórias  encantadas.
Diariamente milhares de mulheres saem de seus lares para buscarem seu espaço na sociedade. Esse poder paralelo ao masculino reúne uma força estranha e difícil de entender. Importante lembrar que as tarefas domésticas, a educação familiar, a organização dos lares ainda continuam a ser exercidas por esse exército de batom.
Física e fisiologicamente privilegiadas, elas menstruam, o que significa alterações orgânicas durante todos os meses do ano. Engravidam e passam meses convivendo com um corpo, que, se modifica para a sobrevivência da espécie.
Após o ato de parir, amamentam por meses e meses numa rotina que garante a existência de vida humana no planeta terra. Mas, nada disso impede que esses seres continuem a manter suas rotinas profissionais e familiares.
Assustadoramente fortes ELAS ainda conseguem cuidar da pele, do cabelo, das unhas  e do corpo, para manter a sua feminilidade e a atração sobre os seus oponentes, que teimam em acreditar que são eles os caçadores.
No cérebro de alguns homens, ainda existe aquela cena do troglodita empunhando uma arma e arrastando a fêmea pelos cabelos para a sua caverna.
Que tolos!
Mais do que em outras épocas, os machos modernos precisam urgentemente atualizar suas táticas de conquista. Afeto, carinho, delicadeza e sensibilidade são atitudes que não podem ser desprezadas. Tudo isso, aliado a postura masculina, cuja pegada, permita a sua parceira sentir-se conquistada dando a falsa impressão da força pré-histórica do homem.
Apesar das novas regras de comportamento social, as mulheres ainda buscam companheiros capazes de  entender sua “estranha” forma fisiológica de vida.
Homens de bom senso são capazes de perceber que elas continuam a ser o sexo frágil. Não aquelas antigas mulheres de fragilidade dependente e pouco racional. Essas ficaram perdidas na história e as que teimam em existir, recorrem a Lei Maria da Penha para ajudá-las.
As mulheres modernas conhecem seus corpos e  sentimentos. Buscam informações e se atualizam sobre  direitos e deveres. Partilham e trocam com seus parceiros sem obediência e nem prevalência. Conversam em busca de soluções.
Dessa forma, o mundo caminha para melhorar as relações humanas.
Homens e mulheres parceiros e responsáveis garantindo a paz universal!
Edison Borba

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ADEUS AMIGA!

Grande mulher

Mulher grande

Volumosa e carinhosa

Sorriso farto e voz alta

Abraço macio

Rainha das festas

Chegava e marcava

Com seu peso

Sua graça

Seu fascínio

Modelo de mãe

Profissional competente

Amiga de fé

Lembro você – espaçosa

Provocando  alvoroço

Distribuindo carinho

Impossível não ser notada

Pelo tamanho do seu amor pela vida

Grandiosa e gulosa

Suas histórias

Engraçadas histórias

Eram sempre esperadas

Casos antigos e repetidos

Novos ou inventados

Eram sempre encantados

Grande mulher

Mulher grande

Você deixa saudade

Você fez amizades

Você alegrou as festas

Amiga,

Ao chegar  lá em cima

Faça rir os anjos

Alegre nosso céu

Abrace os companheiros

Diga a eles que aqui no primeiro piso

A festa continua

Os encontros nos bares

Os chopinhos

Conversas esticadas

Passando pelas madrugadas

Continuarão a acontecer

Boa viagem!
 
Homenagem a querida amiga Anay Borges!
 
Edison Borba

terça-feira, 16 de outubro de 2012

COTAS – UM NINHO DE VESPAS.

           É bastante polêmico e até mesmo perigoso, fazer comentários sobre o sistema de cotas para o ingresso nas universidades brasileiras. Num país em que a desigualdade social ainda é uma verdade, fica complicado estabelecer parâmetros sobre quem deve ou não ter direito a uma vaga no ensino superior.
As provas de vestibular, de alguma forma, trouxeram a possibilidade de se nivelar o conhecimento dos candidatos. Porém, esse sistema de avaliação esbarra nas nossas diferenças sociais. Enquanto crianças e jovens da considerada classe A, podem frequentar escolas com melhores condições de ensino, as demais camadas sociais precisam aceitar aquilo que o governo oferece, e que nem sempre,  é de boa qualidade.
É claro e evidente que a distribuição de renda no Brasil ainda é muito injusta e quando analisamos os grupos de menores condições financeiras, encontramos em maioria os índios, os afrodescendentes, quilombolas e deficientes. É justamente esse grupo que ocupa as escolas da rede pública de ensino (municipal / estadual / federal) que lamentavelmente, sofrem em grande maioria com o descaso das autoridades governamentais.
Um candidato que recebeu educação pública desde a sua alfabetização até o último ano do ensino médio, possivelmente, enfrentou períodos de greve, frequentou escolas pouco aparelhadas e desconfortáveis. Estudou uma grade curricular pouco atraente, além de uma carga horária menor do que o exigido para uma aprendizagem adequada.
Quanto ao trabalho pedagógico, um professor de excelência na rede pública acaba rendendo menos, do que poderia, em virtude das condições desfavoráveis em que é obrigado a trabalhar.
Somando todas essas questões às condições   familiares,  cujo  poder aquisitivo fica comprometido com a sobrevivência básica, sobrando  pouco para a aquisição de conhecimentos exigidos nos exames vestibulares, aplicar a mesma prova para todos não é justo. Caímos, portanto, no sistema de cotas, que tenta minorar (ou esconder) nossas feridas sociais. Mantemos o provão,  desculpamos os erros e ignoramos a desigualdade social.
Mas as dúvidas continuam, temos outras questões subjetivas, que envolvem situações raciais e sociais, como:
Aluno afrodescendente, de família classe A, deve entrar no sistema de cotas?
Como classificar racialmente um candidato?
Descendentes distantes de nossos índios, como deverão ser tratados?
Mesmo com todas essas dúvidas, podemos considerar a implantação do sistema de cotas, uma atitude justa para com grande parte da população.
Porém, não é certo, manter a sociedade trabalhadora submetida a condições desfavoráveis, para depois compensar com a facilitação nas vagas universitárias. Isso é indigno!
Sistema de cotas é um ninho de vespas. Uma questão que precisa e deve ser debatida. Uma situação que merece reflexão. Uma preocupação nacional.
Precisamos ter consciência, que lutar pelo sistema de cotas não invalida a luta por uma educação pública de qualidade. Não podemos ser iludidos. Não queremos receber esmolas. Não merecemos continuar a manter um sistema cruel nas bases, para depois tentar curar a ferida colocando algodão sobre a chaga.
Queremos que todos os brasileiros sejam tratados com igualdade social.
O sistema de cotas pode ser mantido como uma ponte construída em caráter provisório e emergencial, e não como algo que servirá apenas para esconder os desmandos e desigualdades que  existem no Brasil.
             Edison Borba
 
 

 

 

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

COM A MALDADE NA ALMA

            Houve tempo que  nas salas escuras dos cinemas  enfrentávamos o medo. Gritos de terror diante do sangue que se espalhava pela telona levavam ao delírio uma plateia aterrorizada. Um mundo fascinante de maldades que inebriavam o público.
Machados, serras, facas, cabeças cortadas, sangue e muito sucesso de bilheteria. Ao escolher um programa, antecipadamente já sentíamos calafrios, pois imaginávamos o que seria visto.
             Bette Davis e Joan Crawford foram apaixonadamente terríveis. No mundo feminino essas duas foram imbatíveis.  Atuando juntas ou separadamente  se encarregaram de grandes momentos de pavor. “O que teria acontecido com babe Jane?” Essa pergunta foi respondida com muitos gritos da plateia e sangue respingando na cara de centenas de cinéfilos.
No time masculino Vincent Price é destaque pela capacidade de criar sucessos aterrorizando seus fãs. Durante décadas seu nome foi sinônimo de suspense e terror. Seu rosto na tela  já era motivo de corações acelerando e muito suor escorrendo pelo corpo.
Porém,  Anthony Perkins encarnando Norman Bates,  marcou nossas vidas ao matar a facadas a linda Janet Leigh. A cena do chuveiro, ainda está presente na cabeça de quem assistiu e gritou muito em Psicose. Uma cortina de plástico, água, sangue, um crime e muito terror misturado com mistério que só seria revelado na última cena, após um longo suspense criado pelo incrível Hitchcok.
Histórias de suspense e terror ainda fazem sucesso, quando bem contadas. Não basta o susto pelo susto é preciso preparar o espectador para o que irá acontecer.  
No mundo animal, o tubarão de Steven Spielberg, é o grande vilão. Até hoje, fico a imaginar  os afiados dentes desse terrível animal, devorando a bela garota que nadava nua sob a luz do luar.
            Não podemos esquecer as trilhas sonoras, os sons que antecedem ao susto, deixando o espectador aterrorizado e sem fôlego, antes de presenciar a cena.
            Norman Bates e o tubarão estão imortalizados pelos sons que compuseram dois grandes momentos de terror,  suspense e medo do mundo cinematográfico.
O cinema anda carente de bons sustos. A alta tecnologia do mundo moderno, não consegue substituir expressões faciais diante da morte. Há que se alternar momentos de silêncio seguido da trilha sonora e o trabalho dos atores e atrizes e então o susto, o grito e o prazer do medo cinematográfico.
Tudo isso fez tremer os mais valentes dos espectadores, que sentiram a maldade  cravada na alma dos personagens.
Atores, atrizes e diretores  souberam magistralmente transformar o cinema numa agradável sala de tortura.
Edison Borba