sábado, 25 de dezembro de 2010

ESTÁ CHEGANDO A HORA!

Mais uma vez é Natal...
Hora de dizer que amamos,
Que adoramos a paz!
Hora de falar de amor,
De saudade e amizade.
Hora de expressar bondade,
Dar presentes
Lembrar dos ausentes.
Abandonar as mágoas,
As desavenças,
E as brigas.
É chegado o momento
Do sacramento, exaltar!
Nasceu Jesus
Nosso amigo,
Companheiro,
Conselheiro,
Aquele que vem primeiro,
Que qualquer soma em dinheiro.
É hora de presentear papai, mamãe e parentes.
Filhos, filhas e sobrinhos.
Os netos não podem faltar.
Amigos estão na lista do quanto eu vou gastar!
Nada disso companheiro!
Não gaste o seu dinheiro!
Dê abraços, dê seus braços.
Dê amor e amizade. Dê carinho e bondade.
E para matar a saudade, procure se comunicar.
Mande cartas, telegramas, emails e bilhetinhos.
Mande cartões!
Mande beijos!  
Tudo com muito carinho!
Agindo assim você vai, alegria espalhar.
Jesus ficará feliz! E você economizar.
Economia em dinheiro.
Mas não em amor verdadeiro,
Que deverá vir primeiro no ano que vai chegar!

              Edison Borba



                                                                               

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CONVERSANDO SOBRE PROJETOS


Todas as vezes que pensamos em projetos, aparecem em nossas cabeças, propostas grandiosas e difíceis de executar. Imaginamos custos elevados e situações complicadas que deverão ser vencidas.
Porém, podemos imaginar formas simples de resolvermos situações aparentemente complicadas, para as quais ao usarmos criatividade e  imaginação realizamos um projeto, sem nos darmos conta do nosso feito.
Recebi um email sugerindo a utilização de folhas de jornal para substituirmos o uso de sacos plásticos para o lixo caseiro.
A técnica proposta foi o origami. Usando dobraduras podemos transformar o jornal em sacos de lixo. Preferencialmente lixo seco (pedaços de papel, pano, resíduos domésticos encontrados no chão após a limpeza, etc). A sugestão é simples e nos ajuda a resolver problemas ambientais. Podemos considerar essa idéia como uma proposta inovadora? É bom pensar sobre isso!
Outras vezes, o projeto surge no nosso conteúdo programático. Uma nova forma de abordar um assunto antigo pode se transformar em um projeto.
Há tempos, conversando com uma colega professora de Língua Portuguesa, pensamos nas questões afetivas e a tecnologia. Seria possível analisarmos as comunicações amorosas, através dos diversos mecanismos que os enamorados usavam e usam até os dias atuais?
Meus avós provavelmente se comunicaram através de bilhetes ou cartas manuscritas. Depois vieram as máquinas de escrever, os telefones, as máquinas de fax, os telefones celulares e a internet. A cada dia, as juras de amor aumentam de velocidade. Será que essa questão pode se transformar num projeto?
Seria interessante que os alunos lessem romances de diversas épocas e assinalassem as formas de comunicação usadas pelos amantes através dos tempos. E depois? Quando estivermos no ano dois mil e noventa? Vamos imaginar algum tipo de máquina ou de mecanismo além do que usamos hoje?
Quando lecionava no Colégio Méier, nos anos setenta, um aluno da 8ª série imaginou uma casa do futuro construída no fundo do mar. Ele pensou em diversos mecanismos para permitir que os seres humanos pudessem viver nesse ambiente para o qual nosso organismo não possui mecanismos  de sobrevivência.
Apresentamos o projeto numa exposição de ciências, não fomos premiados, mas o projeto do meu aluno causou muita polêmica.
Acredito que naquela época provocamos nas pessoas que visitaram a feira, muitos questionamentos sobre a sobrevivência humana.
Existem áreas do saber que são mais exploradas para a construção de projetos, como a Química, Física, Biologia e Matemática. É muito comum, professores de outras áreas do conhecimento encontrar dificuldades na organização der um projeto.
Como poderíamos imaginar um projeto para Língua Estrangeira? Sociologia? Artes? Educação Física? Geografia?  História?
Pensando isoladamente pode ficar difícil, mas se imaginarmos que não somos seres isolados, podemos solucionar o problema através da multidisciplinaridade e  interdisciplinaridade. Somando conhecimentos e saberes podemos imaginar “coisas” incríveis para a melhoria da qualidade de vida no nosso planeta.

Edison Borba.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ELA

           Palco
           Luzes
           Mãos
           Pulseiras
           Bethânia!
Encantamento
Mulher
Menina
Senhora
 Maria!
          Louvores
          Cantares
          Emoções
          Artista!
                      Força
                      Brilho
                      Magnetismo
                      Orixás
                      Iansã!
                                    Êxtase
                                    Maria Bethânia!
De Edison Borba


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

UMA GRANDE FESTA

Dia 01 de dezembro, Rio de Janeiro, um dia de festa! Jovens estudantes se reuniram alegremente para mostrarem seus projetos. Durante um ano inteiro, essa “garotada”, orientada por seus professores, trabalharam, estudaram e se dedicaram incansavelmente para realizarem seus sonhos! 
Finalmente é chegada a hora. Como aves que saem de seus ninhos, esses jovens maravilhosos, voaram pelos céus levando na bagagem, além dos materiais de suas pesquisas, as suas crenças e convicções que ser feliz é possível!
Ah! Quanta alegria! Quanto barulho! Quantas vozes misturadas, cada uma delas tentando apresentar da melhor forma possível, como foi estudar; trabalhar e compartilhar com seus companheiros suas invenções, suas criatividades, suas idéias e criações.
Dentro de toda essa maravilhosa “parafernália” podíamos observar alguns olhares atentos vindo de rostos preocupados e cuidadosos. Pessoas discretas e sensíveis, sempre rondando e marcando o seu território como fazem os provedores em relação à sua prole. Os mestres! Os professores! Os cuidadores! Os parceiros!
Que lindo quadro poderia ser pintado! Renoir, Debret, Matisse e todos os grandes da pintura, retratariam com seus pincéis mágicos esse momento único, onde criador e criatura envolvidos pelas mesmas emoções, se contagiavam pelo amor nascido nas salas de aula.
Meu professor! Meus alunos! Nossos sonhos! Nossas vidas!
Um não existe sem o outro, sobrevivem através de uma simbiose perfeita!
Nesta 4ª feira de dezembro essa relação pode ser observada pelos olhos daqueles que amam e acreditam na educação como o processo que humaniza e transforma. Os mais sensíveis puderam perceber na pele, a onda de amor e carinho que emanava de cada participante interligando todos num só grupo, não havendo mais esse ou aquele colégio, mas jovens sonhadores e seus mestres dedicados. Que lindo dia! Que maravilhoso 01 de dezembro!
Queridos amigos, por tudo isso, por todo esse amor que nos envolveu e nos levou a trabalhar e a produzir mais do que projetos; conduziu-nos pelos caminhos da amizade é que parabenizamos  os que participaram desse grande acontecimento.
Com medalhas e ou sem medalhas somos todos vencedores! Nossos sonhos valem ouro! Nossa fé não pode ser abalada! Nosso compromisso com a educação é constante! Quem tem alma de educador sabe do compromisso que tem com o sorriso de cada aluno! Com sonho de cada jovem!
Mais um ano se aproxima e com ele renovamos planejamentos, aulas, programas pedagógicos, material didático, agendas e também os nossos sonhos!
Mais projetos, mais pesquisas, mais perguntas, mais alunos, mais explicações, mais VIDA!
Obrigado a todos os que acreditaram e continuam, acreditando no Programa Inovar Para Crescer nas Escolas.
Obrigado a todos que não perdem as esperanças!
Obrigado aos que possuem a “mania” de sonhar!
Sinceramente muito obrigado pelo prazer em conhecer esses “loucos” por educação que formam a grande família PINCE!

Cordialmente Edison Borba - Professor.
Rio de Janeiro, 01 de dezembro de 2010.
         

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SENHORAS DONAS PARTEIRAS

Mariana, Zezé, Maria, Sebastiana, Rozinha, Severina, Piró e Josefa são algumas entre tantas outras mulheres de mãos santas que ajudam a chegar ao mundo, diversos brasileirinhos. São as parteiras!  Essas mulheres estão desaparecendo. As  mudanças culturais onde as conversas familiares se tornam cada vez mais escassas seus conhecimentos estão deixando de passar adiante. Conhecimentos que seguem de avós para filhas e netas. De tias para sobrinhas e de amiga para amiga.
Entre  suas clientes encontramos meninas de doze anos, crianças que nem sabem o que está acontecendo em seus corpos e vidas. Criança gerando criança. Há também mulheres que já pariram dezenas de meninos e meninas e que ainda irão continuar com essa tarefa por muito tempo. São máquinas reprodutoras de cópias brasileiras que ficarão sem carimbo de reconhecimento e qualidade. A maioria não recebe registro de existência.
Essas sagradas senhoras, não existem apenas para o atendimento na hora do parto. Elas fazem um trabalho de acompanhamento pré-natal. Visitam suas clientes periodicamente durante a gravidez, se tornando   comadres, enfermeiras, conselheiras, madrinhas e rezadeiras. Receitam chás, banhos, benzeduras além de tantas outras coisas que garantem a sobrevivência de mães e filhos.
Durante o dia, noite ou madrugada, sob o forte sol e calor encarando chuvas e tempestades, elas vão onde existe uma vida para chegar. Todas essas mulheres possuem outros afazeres, são bordadeiras, artezãs ou agricultoras que recebem como “paga” pelos  seus serviços  presentes como galinhas, porcos, cestos de bananas, espigas de milho e potes de doces. Mas é o carinho, amor e agradecimento das famílias e o orgulho de ter trazido ao mundo tantos brasileiros, a sua melhor recompensa.
Essas senhoras, sem nenhum conhecimento científico,  ajuda tecnológica e pouco “letradas”, nos ensinam muito através de inteligentes observações sobre a vida:
            “Choro de menino novo é sinal de vida!”
“A gente não é Deus, mas recebe a ajuda dele!”
“Nossa Senhora do Parto é que me ajuda!”
“Perder um bebê dá uma dor de impotência!”
“Pai trabalha, mãe trabalha o menino que vai chegar também vai ser trabalhador!”
“Menino quando nasce já vai tomando conta de tudo!”
“Corto o cordão umbilical e solto o menino pro mundo!”
E como tem menino e menina soltos pelo mundo brasileiro, alforriados pelas mãos santas dessas santas mulheres!
Como ficará o Brasil caboclo, quando elas deixarem de existir?
Salvemos as parteiras, que através de suas ações garantem que não faltem mãos trabalhadoras para segurar a “grandeza” dessa Pátria Gentil – Terra amada Brasil!
                                        Edison Borba


sábado, 27 de novembro de 2010

E O TEMPO VAI!


Querida amiga Kika!! 
Abri o seu email agora de  manhã com a televisão noticiando a guerra na nossa cidade. Bateu saudade mesmo! Lembrei dos lençóis branquinhos, estendidos no varal. Ouvi nitidamente meus tios dizendo: "Deus te abençoe!"
Senti o cheiro da manteiga  derretendo no pão quentinho, comprado na padaria
da esquina.
Das  pipas  coloridas!  Dos cães soltos no quintal! Da bandeirinha do Brasil, que
ficava na sala da minha casa.
Da voz da minha mãe cantando Dalva de Oliveira.
De ir a pé para a escola, sem medo de nada.
Do uniforme em que na blusa branca tinha duas letrinhas EP.
Das professoras, bem vestidas, sempre sorridentes, em frente às turmas cantando
o Hino nacional.
Lembrei do jornaleiro, do quitandeiro e do baleiro: que era um amigo das crianças
e não um perigoso vendedor de drogas.
Ah! Lembrei da pipoca doce. Que delícia!Quentinha vendida na porta dos cinemas
e dos circos.
Menina!!! Que loucura!!! Perdemos tudo isso! Perdemos qualidade de vida!
Tenho pena das nossas crianças e jovens que não podem se deliciar
com coisas simples e maravilhosas e que nos trouxeram tanta felicidade!
Abraços saudosos do Edison
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2010.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MAIS UM DIA

Mais um dia de sangue no asfalto, tiros para o alto e mãos para cima.
Mais um dia de mãos algemadas, pulsos cerrados e rostos cobertos.
Mais um dia de lágrimas vertidas, de corações acelerados e corpos suados.
Mais um dia difícil de viver e fácil de morrer.
Mais um dia de mulheres chorando, crianças gritando e homens se matando.
Mais um dia de balas achadas, detonadas, espalhadas no chão.
Mais um dia de corpos sem vida, escolas fechadas e sociedade parada.
Indignação!
Aceitação!
Humilhação!
Mais um dia de rotina: ir às compras, pagar as contas, marcar um encontro.
Mais um dia de não fazer compras, não pagar as contas e não se encontrar.
Hoje não posso! Amanhã é possível! Depois pode ser!
Depende dos “home”. Depende da fome. Depende do medo.
Se não chover – apareço!
Se tiver dinheiro – compareço!
Mas se tiver tiro, bala voando, fuzil atirando vou adiando.
Hoje não posso, vai ter invasão, vai ter caveirão, vai ter confusão.
Amanhã, é provável que a comunidade faça protesto e  tenha manifesto.
Queimem pneus, peçam justiça gritando refrões – já tão conhecidos!
Espere um pouquinho, que vou assuntar,
se posso sair para trabalhar, para estudar e até namorar.
Se os “home deixá”.
Os “home” é que manda! Os “home” comanda!
Não vou reclamar. Vou me acostumar. Eu vou é calar!
Não quero ficar, na lista do lixo.
Não vou correr risco, de “cagoetar”.
                        Tem até microondas.
                        Prá gente assar.
Não vou arriscar.
                        E nem vou gritar.
Eu vou é calar ... ficar bem quietinho ... falando baixinho.
Os “home” mandaram. A gente obedece.
É só mais um dia ...
É só mais um dia ...
É só mais um dia ...
Dá para esperar!
                             Edison borba
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VERSINHOS

De manhã, bem cedo ainda
Ela passa para a escola
Nos lábios leva um sorriso
E no ombro uma sacola.
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          Maria, nome tão lindo
          Foi o da mãe de Jesus.
          O maior lider do mundo.
          Morreu pregado na cruz.
***************
                      Uma velhinha simpática
                      No balcão se debruçou
                      Seus cabelos cor de prata
                      Foi o tempo quem pintou.
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                   Edison Borba 

domingo, 21 de novembro de 2010

MINHA VIDA DE MADEIRA.

            Lareira
            Madeira
            Cadeira
 Na lareira se queima a madeira
 Que  vira brasa
 Esquenta e aquece
 E a gente esquece daquela madeira
 Que botou na lareira
Vira cinza
Que o vento leva
Aquela madeira
Mas a madeira
Que virou cadeira
É muito maneira
Porque a cadeira
Que é de madeira
Me deixa feliz
Me tira a canseira
Mas a madeira
Que foi pra lareira
Também é maneira
Sento na cadeira
Que é de madeira      
Perto da lareira
Aqueço meu corpo
Sem pensar besteira
Olho a madeira que está na lareira
Sentado na cadeira, também de madeira
Penso que um dia
Quer queira ou não queira
Será de madeira a minha cama
Derradeira!

Edison Borba

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

POEMINHA


      
                                                       
        
Os olhos que eu olho
        Não me olham.
Os olhos que me olham
       Eu não olho.
E neste dilema sem fim
       Insisto em olhar para
      Quem não olha para mim.

                                                                      Edison Borba

domingo, 14 de novembro de 2010

DEPRESSÃO SURDA (livro)

Depressão Surda é um livro, que mergulha profundamente na alma dos que sofrem desse terrível mal.
Gente que sofre “caladamente”!
Que chora “prá” dentro!
Que engole soluços!
Que têm os olhos secos, pois suas lágrimas não podem ser derramadas.
Afinal, o que é estar em depressão?
Para muitos, só existe a dor quando o corpo está ferido.
As dores da alma não são contabilizadas.
Portanto quem sofre com esse problema tem que calar suas dores e mágoas.
Sofrer silenciosamente. Sem fazer alardes para não atrapalhar o fluxo social.
Surdos estão aqueles que não conseguem perceber o quanto de sofrimento existe na alma e no corpo de muitas pessoas que estão próximas de nós.   
                                                                                  
                                 
Depressão Surda – Maria Teresa Moreira
AllPrint Editora – SP /2009

AMIZADE

 Em bons tempos.
                                    Ou em tempos ruins.
                                    A amizade deve prevalecer!
                                    No riso ou na dor.
                                    No amor ou no desamor.
                                    A amizade deve se fortalecer!
                                    Na lágrima de alegria ou de tristeza.
                                    A amizade deve crescer!
                                    Na saúde ou na doença.
                                    Na cura ou na morte.
                                    A amizade deve sobreviver!
                                    Amigos são para sempre.
                                    Amizades são eternas.
                                    Paixões são efêmeras.
                                    Amores são voláteis.
                                    Somente a amizade transcende.
                                    Somente a amizade é capaz de resistir.
                                    Somente a amizade se eterniza.
                                    Ela segue com a alma.
                                    Ela sobrevive à morte.
                                    Ela segue para o infinito mais profundo.
                                    Ela habita o desconhecido.
                                    Ela segue para além da vida!
           
                                                                        Edison Borba

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PEGUEI A VASSOURA E FUI VARRER A CASA

-“Pedi para enterrarem minha mulher grávida, junto com minha filha de três anos. Elas morreram soterradas e abraçadas. Eu não quis separá-las”.
Palavras de um homem, morador de Santa Catarina, uma das vítimas das chuvas, descrevendo a sua tragédia.
Sexta-feira, 28 de novembro de 2009. Mais um final de semana. Mais um final de mês. Voltei do banco, onde fui pagar mais uma conta, entre tantas que tenho que pagar todos os meses. Ainda faltam dois dias para terminar o mês e o dinheiro já terminou.   Agora é usar cheque especial, cartão de crédito e outros artifícios que nos ajudam a empurrar mais uma conta, mais uma dívida para mais adiante. Mais, mais, mais e mais!
Foi com esse desânimo, que voltei para casa. A semana foi cansativa, cheia de afazeres. Idas e vindas a diversos lugares. Uma semana de chuva. Muita chuva! Chuva persistente. Chuva teimosa. Brincando com o sol. Brincando com a gente. Fazendo poças, que irão se transformar em piscinas para os mosquitos. Mais um verão de sol, praia, turistas, biquínis, gente bronzeada e dengue.
Tudo isso e muito (muito) mais.  “Coisas” pequenas, problemas do dia-a-dia, que somados, nos fazem ter vontade de sumir ou sucumbir nesta cidade que ainda é maravilhosa.
Foi com esse humor, ou melhor, mau humor, que liguei a TV. O apresentador, após amedrontar a todos com a queda das bolsas e os perigos que a crise americana está trazendo para o nosso modesto salário, iniciou uma detalhada explicação sobre as enchentes no estado de Santa Catarina. Casas destruídas, lama, água, lágrimas, barro, móveis, roupas, água, destruição, choro, chuva, gente, entulho, sujeira, barcos, soldados, solidariedade, medo,  crianças, corpos, morte, dignidade, ruas, água e água, barranco, barreiras, estradas, veículos, prejuízos, comida, fome, sede, tristeza, chuva e chuva, lamentos, sofrimentos, ajuda, isolamento, solidariedade, doentes, perdas, sonhos, paredes, brinquedos, saques, aproveitadores, dinheiro, banco, conta, ajuda, desconfiança, canoas, lixo, rato, crianças, mulheres, bebês, homens, rostos, confiança, fé, dignidade, esperança, conformismo - Deus!
Mergulhei neste mar de informações. Tristes detalhes de vidas rompidas e sonhos interrompidos. Famílias desfeitas e casas destruídas. Desconstruções das construções humanas. O barro cobrindo vidas. Enterrando famílias. Soterrando cidades.
Foi nessa complexidade de informações e emoções, que ele apareceu na tela da TV. Rosto sofrido. Olhos sem lágrimas. Um conformismo cortante. Um homem sem nada. Tudo que lhe pertencia, a chuva levou. O barro enterrou. Documentos, móveis, fotos, panelas, roupas, sonhos, esperanças, pequenas lembranças acumuladas em toda a sua vida. Brinquedos da filha, retratos da família, cheiro de casa, perfume da mulher, o gosto da comida caseira, os risos, as vozes, os cantares, os sons, as cores, a vida que foi vivida.
-“Pedi para enterrarem minha mulher grávida, junto com minha filha de três anos. Elas morreram soterradas e abraçadas. Eu não quis separá-las”.
Minha sexta-feira difícil! Meus problemas da semana! Meus questionamentos! Minhas dívidas! Minhas dúvidas! O que fazer com tudo o que aconteceu comigo, diante daquele homem.
Peguei a vassoura e fui varrer a casa!
                                                                 Edison Borba

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SEM SAÍDA

Sim e não.
Não e sim.
Às vezes o sim é não,
E o não é sim.
Eu fico na confusão,
Sim ou não?
Eu digo sim
Quando gostaria de dizer não.
Digo não com vontade de dizer sim.
Sim ou não?
Que grande confusão!
                                   Edison Borba

AMIGOS

Eu me considero um homem privilegiado. Tenho tantos  amigos que não caberiam do lado esquerdo do meu peito, dentro do meu coração. Tenho amigos altos, gordinhos e os baixinhos. E não posso esquecer os magrinhos. Alguns são faladores outros são calados. Mas amo a todos intensamente. Tem a Kika, o Lu, a Neca, a Su, a Khal, o Edu, a Beth, a MT, a Tetê, o Henry e outros muitos outros! Mas, aqui nesta página do blog, quero destacar apenas dois, muito especiais. Além de meus amigos, eles são amigos entre si (parece até questão de matemática). Gostam de desenhar, pintar, colorir, inventar histórias e escrever. Vivem imersos no mundo das cores e imagens. Amam livros e escrevem livros. Quem os conhece se apaixonam na hora! Querem saber seus nomes? Estão curiosos? Gostariam de mergulhar no universo deles?
Querem saber mais? Ainda não adivinharam? Eles são amigos da Lis e do Flics!
Minha declaração de amizade e carinho para Ro e Saguar!
Conheçam mais do que eles são capazes de criar nos blogs:
Impossível não ficarmos apaixonados por Rose Araujo e Luis Saguar!
                Edison Borba

domingo, 7 de novembro de 2010

SER BICHO

UMA HISTÓRIA ANIMAL
Nascido sob o signo de Touro com ascendente em Peixes, esse homem é verdadeiramente um enigma. Tem olhos de lince, pescoço de girafa e orelhas de asno. Seu cabelo mais parece uma juba de leão. Mas ele se acha! Vive gabando a sua beleza.
Em sua casa há diversos espelhos, o cara é um pavão!
Nas festas, tenta ser engraçado se comportando como um macaco.
Quando fica zangado faz tromba de elefante. Chora por qualquer motivo, mas ninguém acredita em suas lágrimas de crocodilo. É lobo em pele de cordeiro! Em sua empresa, todos o temem, age como uma cobra e quando fica furioso se comporta como um leopardo. Dizem que ele tem mais veneno que o próprio escorpião. Mas, quando encontra algum colega, sorri como uma hiena e  dá aquele abraço de urso.
É porco. Quando come espalha comida pelo chão. Além de ruminar como um boi ele fede igual a um gambá.
Fala sem pensar, parecendo um papagaio,  por esse motivo ninguém o convida para nada. Vive isolado como uma águia em seu ninho.
Escorregadio como uma lesma e ardiloso como um lobo, mantém sua vida em mistério, nada revelando a ninguém. Mas com a astúcia da raposa, gosta de escutar o segredo dos outros.
Nas reuniões de trabalho, se comporta como um avestruz, para não assumir responsabilidades, enfia a cabeça na areia.
Parasita como um carrapato, gruda e suga o que pode de quem se aproxima.
Quando encontra uma presa fácil, age silenciosamente como um gato.  Arma um bote de víbora. Como um morcego, age sempre à noite, enquanto suas presas dormem.
Quando está em apuros, corre como uma lebre e se esconde em tocas como um tatu.
Mas, essa pessoa esquisita como um ornitorrinco, se diz vegetariano como uma panda.
Mas sabemos que não passa de um carnívoro sempre a espreita.  Mas também não se importa em comer carniça. É o próprio urubu.
Dizem que ele azara a vida dos outros.
Esse cara é animal!

         Edison Borba

sábado, 6 de novembro de 2010

LEMBRANÇAS

O que foi felicidade ....
Me mata agora de saudade ...
Velhos tempos ...
Belos dias ...
Esses versos são de uma canção que da minha juventude. Período da Jovem Guarda! Aos domingos, ligávamos a TV da marca Philco, tipo caixote, para nos deliciarmos com as canções românticas, nas vozes de Wanderléa, Erasmo, Wanderlei Cardoso, Martinha, Rosemary, Jerry, Roberto Carlos,  Vanusa entre tantos outros.
Belas tardes de domingo, onde sonhar era possível!
Apesar das dificuldades que sempre fizeram parte da história da humanidade, naqueles anos,   houve uma trégua!
Sem ser saudosista, sem apelar para – “naquele tempo era melhor”, o que foi felicidade me mata agora de saudade ... velhos tempos ... belos dias!
O uso desordenado das drogas, os crimes, o terrorismo, a violência diária e o desrespeito à vida  eram situações que não cabiam naquelas tardes de domingo.
Havia espaço para o amor inocente. Namorado enviando flores. Cadernos de poesias. Flores prensadas entre páginas de livros. Papel de bombom guardado em caixinhas de lembranças.
Era possível, voltar para casa caminhando pela madrugada, após uma domingueira num clube do bairro, sem ameaças e balas perdidas!
Os mais jovens me desculpem. Sei que vocês têm um jeito próprio de gostar. Ficar, amassar, cheirar, não se lembrar, ficar doidão, transar sem amar. Eu tento entender e conviver com essa nova onda. Dançar um funk, fazer um rebolado sensual, beijar, beijar, beijar ...
Eu juro que tento entender!
Não sou antiquado, sou apenas um homem que ama as tardes de domingo!
                       O que foi felicidade ...
Me mata agora de saudade ...
Velhos tempos ...
Belos dias ...
Para Kika Lopes  
De   Edison Borba

POEMINHA

                                    Minha casa meu lar!

Toda casa tem parede.
Tem telhado.
Tem janela.
Toda casa tem panela.
Tem fogão.
Tem geladeira.
Também tem que ter cadeira.
Prá sentar e descansar.

Mesa, com jarro no centro.
Prato, colher, garfo e faca
Tudo isso também tem.
Abridor e secador.
Pregador tem no varal.
Pano de prato, e jornal.

Tem que ter a frigideira.
E também a saladeira.
No quarto fica a cama.
Na sala fica o sofá.
No banheiro tem chuveiro.
Na cozinha  galeteiro
Também não pode faltar
Toalha, concha e vassoura.
Para o pó, espanador.

Isso tudo e muito mais.
Uma casa tem que ter.
Mas uma casa, realmente;
Para ser feliz de verdade.
É preciso com certeza.
Além de muita beleza.
Ter amor e muita paz!

                                                             Edison Borba



   

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

HISTÓRIA DE PESCADOR

WEIMAR
Nasceu numa pequena cabana de pescador. Seu pai vivia do mar e no mar. Pela manhã, com o vento soprando ruma ao desconhecido, o pescador Tonho se deixava levar pelas ondas, feliz como passarinho que sai da gaiola deixando na beira da praia sua mulher e a filharada. Weimar, o caçula, aprendeu com o pai e os irmãos a jogar a rede, a puxar arrastão, a identificar vento de chuva ou brisa que acalenta.  
Amava o mar e tudo que nele habitava. Conhecia os segredos das ondas e das marés.
Quando não estava pescando, junto com seus companheiros, ficava  sentado na beira da praia, com os olhos perdidos na imensidão oceânica.
Homem bonito. Pele bronzeada e lindos olhos azuis.  Sabia como ninguém manusear uma rede, que nunca voltava vazia. Na vila, os pescadores afirmavam que ele tinha o poder de atrair os peixes. Iemanjá provavelmente havia se enamorado de tão belo homem, satisfazendo todos os seus desejos. Mas esse enamoramento tinha um preço: Weimar era um  solitário.
Seus irmãos casaram, formaram família e, continuando a tradição dos pescadores, saiam para pescar deixando suas mulheres acenando e rezando para que  voltassem, trazendo as redes repletas de peixes.
Apenas Weimar partia só.
Quanto mais o tempo passava, mais Weimar ficava diferente. Suas pescarias se tornavam mais longas, havendo ocasiões que ele ficava dias sozinho naquele infinito oceano. Sua mãe já não tinha mais lágrimas. Já havia chorado mares de prantos. Seu menino estava cada vez mais longe.
Na vila, homens e mulheres percebiam as mudanças no companheiro. Algo estranho estava acontecendo. Quando mergulhava, Weimar era capaz de ficar muito tempo sob as águas.
E, ao emergir, o fazia com uma força inigualável.  
Suas pescarias se tornaram mais longas. Quando adentrava ao mar, ninguém sabia quando voltaria. Suas redes já não traziam tanto pescado, às vezes voltavam vazias.
É história, passada de boca em boca, que numa noite de lua cheia, uma bela mulher saiu do mar e levou consigo o belo pescador.
Caminhou com ele pela areia da praia por um longo tempo. A lua cheia prateava o imenso oceano formando uma linda estrada pela qual os dois seguiram de mãos dadas. Há quem afirme que era Iemanjá que veio buscar o seu amor. Weimar nunca mais foi visto, sua cabana ficou abandonada e seu barco ancorado no porto. Em noites de lua cheia, quando a brisa sopra do mar para a praia, é possível ouvir os dois sussurando juras de amor.                                                          Edison Borba
DO LIVRO - DOIS EM CRISE - página 99

ANALFABETOS

“- Quando eu vejo um livro, só vejo letras. Sinto vontade de saber o que está ali. Mas quem é que vai ditar para mim? O que eu posso fazer?” Declaração da senhora R. C. R. – mulher analfabeta.
R é uma brasileira  entre tantos  que só reconhecem as letras, mas não conseguem saber o significado quando elas se juntam. As palavras, as frases, os textos, as notícias – nada pode ser reconhecido. Apenas as letras, sozinhas, isoladas e sem significado.
O que não consegue ler. Não consegue entender. Não consegue ser. Pessoas assim não existem. Não são mensuradas. Não são politicamente corretas. São ignoradas! São analfabetos!
Fico imaginando alguém olhando um jornal ou um livro, e não conseguindo desvendar o código ali contido. Por mais que eu tente, não posso perceber, como deve ser o  mundo do analfabeto. Aprendi a ler aos seis anos de idade. Meu universo é recheado de termos, textos, frases, poemas e milhares de imagens formadas a cada nova palavra decifrada. Creio que os “iletrados” fazem parte de outro planeta. Eles habitam outro mundo – o dos esquecidos!
Viver no mundo dos livros, revistas, computadores, anúncios, letreiros o mundo das palavras e não saber o seu significado. Viver no mundo das letras e não conseguir decifrá-las. Depender de alguém para reconhecer os códigos contidos em documentos é absolutamente impensável para nós que dominamos esse universo.
Ler é desvendar, interpretar e analisar de forma pessoal os mistérios codificados nas vinte e seis letrinhas que formam o nosso abecedário.
Analfabeto é refém! É dependente!
Suas ações serão tomadas conforme o que ouviu de alguém, que ao ler, coloca sua entonação pessoal, que  transforma o conteúdo da mensagem.
Após todas essas considerações, fico pensando: a quem interessa a existência de tantos analfabetos?  A que propósitos eles são úteis?
Esse grupo não é citado em nenhuma campanha. Não é lembrado em seminários. Não é analisado por pesquisadores. Eles vivem no limbo. No esquecimento. Vivem mergulhados no escuro universo da cegueira das letras! Eles vivem ao nosso lado e não os reconhecemos!
                                     Edison Borba


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

ENTREVISTA – JORNAL FOLHA DIRIGIDAPUBLICAÇÃO: 02 A 08 DE NOVEMBRO/ 2010.
 ENTREVISTADO - EDISON BORBA – PROFESSOR
JORNALISTA -  RENATO DECCACHE
PARTICIPAÇÃO: LUIZ MAYNART – PEDAGOGO
OBSERVAÇÕES:
Essa entrevista foi realizada tendo como objetivo, divulgar a 4ª Exposição de Inovação e Tecnologia, do Programa Inovar Para Crescer nas Escolas – PINCE
DESTAQUES:
Destacamos abaixo algumas observações citadas pelo entrevistado:
>“Cada vez mais a família e o mercado precisam de pessoas com senso de observação, criatividade, curiosidade, pró-atividade e com disposição para mudanças”.
 > “Não se constrói espírito empreendedor na idade adulta. Essa ação é inata nos indivíduos.
Porém cabe ao processo educativo fazê-la aflorar ou não. Cada sala de aula deve oferecer desafios  capazes de fazer com que essa atitude inata possa se desenvolver”.
>”Nossos alunos precisam entender que todos os conteúdos escolares estão interrelacionados, e que eles são importantes para a abertura de oportunidades no mundo moderno”
>”O que acontece dentro das escolas não pode ser alienado ao nosso cotidiano. Necessitamos transformar nossos jovens em cidadão capazes de serem empreendedores das suas próprias vidas”.
>”Pobre da nação que demora para iniciar o processo educacional em seu povo”.
>”Não podemos continuar com um ensino alienado das questões socioambientais”.
>”Atualmente temos grandes dificuldades para fazermos com que as sociedades reduzam a quantidade de lixo produzido diariamente. Temos dificuldades também no que se refere as leis”.
>”As escolas refletem a sociedade nas quais elas estão inseridas. Portanto, trabalhar este tema ou qualquer outro nas escolas brasileiras, ainda tão desprovidas dos mais simples materiais pedagógicos é muito difícil”.
>”As questões educacionais não são resolvidas apenas com a criação de leis e regras. Não basta criar disciplinas com conteúdos relacionados ao empreendedorismo.É necessário que mudemos a essência comportamental humana. Isso leva muito tempo!”
>”O Projeto Inovar Para Crescer nas Escolas – PINCE, do qual sou Coordenador Pedagógico, trabalha há quatro anos por uma educação inovadora!”
Em nome da Equipe do PINCE convido a todos a visitarem o nosso SITE:
                       WWW.PINCE.COM.BR
                            Edison Borba

terça-feira, 2 de novembro de 2010

NASCE UM ANJO

                                                            
                        Um anjo caiu do céu.
Uma menina caiu da janela.
Uma criança ... um anjo ...
Não soube voar!
Dançava e cantava trazendo alegria!
Voava em seus sonhos de menina sadia.
Um anjo foi jogado do céu!
Mas anjos sabem voar!
Anjos sabem pairar sob as nuvens.
Fazer cambalhotas, fazer piruetas, dançar e cantar!
Por que esse anjo caiu sem voar?
Quem fez a menina parar de sorrir?
Quem fez esse anjo deixar de existir?
Deus faz os anjos para nos alegrarem.
Alguns ELE deixa no céu a brincar.
Outros ELE manda para nos presentear.
Escolhe as pessoas com quem vai ficar.
Estou cá pensando se ELE errou.
Enviando esse anjo para mãos desumanas.
Ou será que fez certo?
Quando o anjo caiu no jardim sobre a grama.
Uma luz, uma estrela a todos guiou.
Um anjo nascia!
No jardim manjedoura!
Somos todos Reis Magos em busca da luz!
Luz salvadora para o mundo moderno.
Nasceu mais um anjo, ali no jardim.
Pertinho do povo mil anos depois.
Nasceu diferente. Invertendo a questão.
Morreu prá nascer e fazer florescer
A paz e o amor nessa nova estação!
                                       Para Isabela Nardoni
                De Edison Borba      



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DOIS EM CRISE (livro)

Este livro contém histórias de homens e mulheres.
Os personagens femininos são de Maria Teresa Moreira, e os masculinos surgiram do meu imaginário. São 26 homens, cujos  nomes percorrem todo o nosso alfabeto. Do Álvaro ao Zé, não esquecendo o Kanyomar, o Weimar e o Yago.
Cada um com uma história. Um drama. Uma crise.
Visitem este mundo misterioso, e conheçam incríveis personagens e suas histórias.
Boa leitura!
                                                                                info@allprinteditora.com.br
                                                                                (11) 2478.3413