No mundo da dramaturgia, existe um grupo
de homens, mulheres e até crianças que dificilmente serão indicados para o
prêmio de melhor ator ou atriz. Seus rostos não são vistos em capas de revistas
e suas caras “não dão as caras” nas ilhas da fantasia.
Não
aparecem nos rótulos dos produtos de beleza e de limpeza.
São os famosos sem nome. Nenhuma novela,
filme ou peça teatral pode acontecer sem a presença deles. São os
sustentáculos, as escadas, os alicerces daqueles considerados como donos da
cena.
Seus nomes aparecem em letras miúdas no
final dos créditos. No cinema, os espectadores já estão na rua comendo pipoca
quando a relação dos anônimos aparece na tela. Na televisão dificilmente
coseguimos decifrar seus nomes, quase sempre escritos em letras diferentes e
não visíveis claramente. São conhecidos como coadjuvantes atores e atrizes de
apoio. São eles que dão as “falas” para o galã ou a mocinha brilhar na cena de
amor. Nas brigas e confusões eles
aparecem como complemento. Sentam à mesa durante os jantares e suas pequenas
participações melhoram a qualidade das interpretações.
Muitos desses intérpretes passam
desconhecidamente anos após anos sem ter seus trabalhos reconhecidos. Alguns,
vez por outra, roubam à cena e causam impacto nos protagonistas. Provavelmente
não serão escalados para uma próxima aparição. Suas posições em cena não podem
ultrapassar “certos” limites. Os personagens principais estão nas mãos dos
astros e estrelas cujos salários e patrocínios estão muito além dos seus
cachês, sempre mais modestos.
Minha homenagem a esses operários das
telas e palcos, que nem sempre possuem a beleza exigida pela mídia, mas são os
grandes trabalhadores da arte de representar.
Quantos
prêmios foram conseguidos pelos famosos, graças ao apoio dos parceiros de cena.
Quantas gafes deixaram de ter grandes proporções pela interferência do
coadjuvante. Sem eles alguns momentos inesquecíveis e memoráveis da arte de
representar jamais teriam o impacto que marcaram a vida dos fãs.
Aplausos muitos aplausos para esses
grandes astros e estrelas, cujos nomes esquecemos, e que sutilmente deixam suas
marcas nas grandes obras da dramaturgia.
Edison Borba