sexta-feira, 31 de agosto de 2012

OS OUTROS

           No mundo da dramaturgia, existe um grupo de homens, mulheres e até crianças que dificilmente serão indicados para o prêmio de melhor ator ou atriz. Seus rostos não são vistos em capas de revistas e suas caras “não dão as caras” nas ilhas da fantasia.
Não aparecem nos rótulos dos produtos de beleza e de limpeza.
São os famosos sem nome. Nenhuma novela, filme ou peça teatral pode acontecer sem a presença deles. São os sustentáculos, as escadas, os alicerces daqueles considerados como donos da cena.  
Seus nomes aparecem em letras miúdas no final dos créditos. No cinema, os espectadores já estão na rua comendo pipoca quando a relação dos anônimos aparece na tela. Na televisão dificilmente coseguimos decifrar seus nomes, quase sempre escritos em letras diferentes e não visíveis claramente. São conhecidos como coadjuvantes atores e atrizes de apoio. São eles que dão as “falas” para o galã ou a mocinha brilhar na cena de amor. Nas brigas e confusões  eles aparecem como complemento. Sentam à mesa durante os jantares e suas pequenas participações melhoram a qualidade das interpretações.
Muitos desses intérpretes passam desconhecidamente anos após anos sem ter seus trabalhos reconhecidos. Alguns, vez por outra, roubam à cena e causam impacto nos protagonistas. Provavelmente não serão escalados para uma próxima aparição. Suas posições em cena não podem ultrapassar “certos” limites. Os personagens principais estão nas mãos dos astros e estrelas cujos salários e patrocínios estão muito além dos seus cachês, sempre mais modestos.
Minha homenagem a esses operários das telas e palcos, que nem sempre possuem a beleza exigida pela mídia, mas são os grandes trabalhadores da arte de representar.
Quantos prêmios foram conseguidos pelos famosos, graças ao apoio dos parceiros de cena. Quantas gafes deixaram de ter grandes proporções pela interferência do coadjuvante. Sem eles alguns momentos inesquecíveis e memoráveis da arte de representar jamais teriam o impacto que marcaram a vida dos fãs.
Aplausos muitos aplausos para esses grandes astros e estrelas, cujos nomes esquecemos, e que sutilmente deixam suas marcas nas grandes obras da dramaturgia.   
Edison Borba

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"PALAVREANDO"


Palavras outras

Outras palavras

Palavras de Caetano

Veladas palavras

Do baiano Veloso

Mas que palavras?

Aquelas que eu não disse?

Aquelas que eu disse?

As que eu só pensei

As  que falei sem pensar

As  que usei para ofender

As  de amor

As  falsas palavras ou as palavras falsas

As malditas, que eu disse sem querer dizer

Não eram as adequadas

Não expressavam meus sentimentos

As palavras falsas, que foram planejadas.

Ardilosamente pensadas

As  que usei para enganar

Perigosas palavras

As amorosas, ditas aos amigos.

Deliciosas palavras.

Delicadas, afetivas. Vieram do coração.

Palavras ao vento

Ditas apenas para preencher um espaço

Palavras sem compromisso

Mas as que comprometem? As que prometem?

As usadas como juras?

Por que usá-las? Para quem usá-las?

Palavras, pensamentos expressos através de sons.

Palavras, uma vez pronunciadas, não retrocedem.

Ficam no ar, vibrando por toda a eternidade.

Palavras – perigoso artifício humano

Saber usá-las – uma sabedoria.

O melhor é calar, pensar e só depois falar.

Palavras não são apenas palavras

São sentimentos que expressam momentos

No início foi o verbo

E depois ...

Edison Borba

sábado, 25 de agosto de 2012

O PULO DO PAI

“Pai pula muro de casa e salva família da ameaça de perigosos assaltantes”!

        Era mais  uma  dia tranquilo para a família. Pai  chega do trabalho, mãe prepara o jantar, filha assiste programas na televisão, todos esperam a chegada do filho e irmão. Uma família comum da cidade de São Paulo. Classe média, um carro, todos os aparelhos elétricos e eletrônicos comprados com economias provenientes da colaboração de todos.
Felizes e realizados, provavelmente sonhando com alguma viagem ao exterior, à formatura dos filhos, compras de Natal, um novo carro (que nem precisa ser novo) e tantas outras coisas que homens e mulheres, cidadãos honestos e trabalhadores, costumam sonhar.
Provavelmente, realizar uma linda festa de casamento para a filha mais jovem. Transformá-la numa linda princesa, que vestida de branco chegará ao altar para ser levada por um jovem cavalheiro, um príncipe.
Tudo ia bem, na noite de quinta-feira, dia vinte e três de agosto do ano de dois mil e doze, na casa dessa família paulistana, até a invasão de bandidos que aproveitando a chegada do querido filho e  amado irmão, entraram naquele lar, ameaçando a criando pânico entre seus habitantes. Ladrões, meliantes, malfeitores que para conseguir seus intentos, ameaçavam matar cidadãos trabalhadores.
Os bandidos, provavelmente nunca souberam o significado de uma casa, onde o amor é o elo que mantém a sua estrutura. O afeto  e o carinho entre seus moradores são mais fortes que os pilares de concreto que sustentam o telhado. Uma família com alicerce forjado em respeito e união.
Mais forte que as armas, o sentimento de amor moveu o pai, que sem medir consequências, pulou um alto muro, para conseguir ajuda. Machucado fisicamente, esse homem se transformou num herói.
Que lindo exemplo de amor! Que encantamento sabermos que existem super-heróis, que mesmo sem roupas coloridas, possuem poderes mágicos.

“Pai pula muro de casa e salva família da ameaça de perigosos assaltantes”!

Esta manchete de jornal poderia ser escrita de outra forma:

“O amor  é a arma mais forte que existe no mundo!”.

O amor salva, une, preserva, reconcilia e mantém o equilíbrio e a paz no mundo.
Edison Borba

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

VIOLETA

Uma violeta nasceu na minha janela.

Pequenina flor. Apareceu sob as folhas.

De cor roxa e pétalas de veludo.

Uma violeta nasceu na minha janela.

Linda, sob o sol, brilhando como um diamante.

A natureza me brindou com esse presente.

Hoje ao acordar lá estava a violeta.

Pequenina e frágil  é a minha violeta.

Em segundos percebi como em minha vida eu preciso de violetas.

Pequeninas e frágeis que não ouso tocar com minhas mãos.

Permito-me  apenas olhar e  admirar

Viajo em pensamentos fascinantes pela natureza.

Sinto-me  envolvido por ela, a pequena violeta.

Hoje, nasceu uma florzinha na minha janela.

Um perfeito momento de beleza que fez meu coração bater.

Uma violeta levou-me por um caminho encantado.

E me fez feliz como há muito tempo não havia  experimentado.

Vontade de beijar-lhe as pétalas.

Sentir o leve perfume que se espalha em minha janela.

Falta-me coragem.

Uma violeta nasceu em minha casa, em meu coração, em minha vida.

Edison Borba

terça-feira, 21 de agosto de 2012

B.B. – Saudade da Brigitte.


Durante muitos anos as iniciais B.B.  nos levavam a imaginar a beleza francesa da incrível Brigitte Bardot. Mulher de  corpo escultural que mexia com a nossa imaginação. B.B. Nas praias de Cabo Frio, emoldurando uma das mais belas localidades do  Rio de Janeiro. B.B. nas telas despetalando a margarida despertando a curiosidade dos rapazes.
Por muitos anos, o símbolo sexual era traduzido pelas letras B.B. chegando a inspirar compositores que através de uma marchinha carnavalesca, animou a folia nos bailes.
B.B. também  pode significar beleza e bondade, duas palavras de extrema importância para a vida. Viver é  poder usufruir das lindas paisagens que a natureza nos oferece. É poder contemplar a arte produzida por homens e mulheres como Michelangelo, Leonardo da Vince, Tarsila do Amaral entre outros.
Bondade é traduzida pelo trabalho de Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e de outros líderes mundiais que através de suas atitudes servem de modelo para nossos dias.
Infelizmente, essa mesma sigla, está perdendo o seu significado. Não é mais motivo para alegria e felicidade. Não emoldura as nossas praias, não estão nas salas de cinema e nem nas galerias de arte, essas mesmas letras servem para designar Bandidos  e  Balas.
Agosto de dois mil e doze balas e bandidos matam indiscriminadamente cidadãos na cidade do Rio de Janeiro. Em algumas semanas dois jovens e uma criança foram brutalmente assassinadas. Os adultos, vão direto para a contabilidade  e  percentuais de mortos. É, tão rotineiro os assaltos e confrontos entre bandidos e policiais, que os noticiários misturam balas, bolas, mortos, bailes e gols.
Os jornais já nem se preocupam em usar como manchetes de primeira página, esses terríveis acontecimentos. As aventuras dos artistas, o silicone das famosas, os bumbuns das colunáveis e os amores dos jogadores vendem mais do que a morte de uma menina ou o assassinato de um jovem trabalhador. Mais um ou mais uma, o velório, o enterro, pessoas com cartazes pedindo justiça é matéria para a segunda página.
A preocupação está no vencedor do reality show ou no capítulo da novela. Quem vai ganhar os milhões da “Fazenda” ou como será o desfecho do folhetim, é o que vende jornal.
Saudade da Bardot e sua sensualidade. Das tardes nos cinemas com pipoca e guaraná, sem a preocupação de ser vítima de um bandido ou morto por uma bala.
B.B., duas simples letrinhas, porém uma grave mudança em seus significados.
Edison Borba

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

JUSTIÇA / VINGANÇA / CARMINHA / NINA

           Nos últimos meses, a televisão tem apresentado a luta da Nina contra Carminha. Uma história em que a mocinha e a vilã, num primeiro momento tinha papéis bem definidos. Como já aconteceu em outras novelas, o representante do bem, sofre bastante, amarga  tristezas e chora rios de lágrimas. Por outro lado, o representante do mau, ri, gargalha e tripudia até a última semana quando o bem acaba vencendo.
Porém, nesse folhetim, a garota frágil que representa a mocinha, na busca pela justiça, acaba se transformando numa cruel vingadora.
Implacável em relação à sua antagonista, ela comete tantos crimes que suas ações se igualam as da mulher malvada.
A personagem Nina confundiu justiça com vingança e aplicou a lei do dente por dente e olho por olho. Dessa forma ela acaba deixando muitos personagens cegos e desdentados. Os males que ela está causando se igualam a da sua oponente Carminha.
Vingança feita com as próprias mãos está bem longe de ser justiça. Entre uma ação e outra, existe uma grande diferença. Quando buscamos justiça, caminhamos no mundo das leis. Contamos com a ajuda de advogados e juízes que analisam a situação e aplicam os devidos castigos.
Quando a justiça prevalece, o ódio diminui dando lugar a racionalidade. Os Senhores da Lei têm como obrigação tratar a todos sem discriminação. As Leis são feitas para servir à sociedade  sem privilégios.
O que temos visto nesse romance, é a prevalência do ódio, da raiva e da vingança a qualquer preço. As ações daquela que seria a heroína, são tão cruéis que em determinados momentos, a malvada transforma-se em vítima, gerando nos espectadores a sensação de pena. Os valores se inverteram e  duas mulheres lutam com armas semelhantes. Crimes são cometidos tendo como justificativa a busca pela justiça.
Carminha a malvada. Nina a justiceira. Carminha e Nina tentam explicar  seus atos. Ambas são odiosas, malvadas e sem escrúpulos. Duas mulheres, criminosas ou não, dependendo do ângulo pelo qual analisamos a questão. Ambas são justiceiras ou vingativas, dependendo de como analisamos a vida de cada uma delas.
Nina, foi levada pela emoção. O ódio limitou sua racionalidade igualando-a a vilã. Tornou-se uma mulher amarga, violenta e dissimulada misturando justiça com vingança.
Carminha, racionalmente planejou e manipulou diversas pessoas. No curso da história, ela se revela manipuladora e desprovida de sentimentos éticos.
Temos a impressão que ela caminha no sentido oposto da sua antagonista e no meio desse caminho os demais personagens sofrem com as maldades das duas mulheres.
Nina e Carminha, duas mulheres, duas vilãs ou duas heroínas?

Edison Borba

domingo, 19 de agosto de 2012

A DIFÍCIL ARTE DE MORRER

Hospital, doenças, médicos.

Respiração difícil.

Agulhas, soro, transfusões.

Solidão.

Lágrimas, oxigênio, pressão arterial.

Enfermeiros, tubos, remédios.

Angústia.

Enfermaria, acompanhantes, gazes.

Algodão, injeção, tranquilizante.

Medo.

Paredes  brancas, jalecos, sussurros.

Receitas, lençóis, sangue.

Esperança.

Mãos  trêmulas , espera, relógio.

Telefonemas, informações truncadas.

Vazio.

Orações, recordações, saudades.

Desapego, abandono.

Tristeza.

Médicos, médicos e médicos.

Opiniões e laudos.

Radiografias, tomografias.

Ação  sem respiração.

Viver não é preciso.

A morte é precisa.

Chega na hora certa.

Nos leva pelas águas dos misteriosos mares.

Navegar é preciso.

Morrer é difícil.

É preciso saber representar na difícil arte de morrer.

Edison Borba

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

QUERER ANIMAL

Quero ser um passarinho, voar sem destino, cantar por prazer e viver a liberdade de voar.
Quero ser uma coruja de olhos grandes e atentos para a vida espreitar.
Quero ser um leopardo, um caçador, um vencedor.
Quero ser uma cobra  soberbamente rastejante.
Quero ser uma baleia e bailar nas águas oceânicas.
Quero ser um morcego e voar pela escuridão das noites.
Quero ser um pavão e me exibir em cores.
Quero ser uma tartaruga e sem pressa caminhar.
Quero ser um camelo e andar orgulhoso pelo deserto.
Passarinho, coruja, leopardo, cobra, baleia, morcego, pavão, tartaruga e camelo.
Cantar, espreitar, caçar, rastejar, bailar, voar, exibir, caminhar, andar.
No ar, no chão, nos mares, nas árvores, nos dias e nas noites ser um ser.
Quero, desejo, gostaria, tenho vontade, almejo ser o que não sou.
Um jacaré na lagoa.
Uma girafa na floresta.
Um peixe no mar.
Ter as cores das araras, trinar como um canário, ser forte como um rinoceronte.
Qualidades animais. Vontades humanas.
Não quero ser um homem animal que mata, engana, corrompe e mente.
Sorri disfarçando a maldade, e não como a hiena.
Abraça falsamente, e não é um urso.
Assassina por prazer e não para se alimentar.
Quero as qualidades do mundo animal, a docilidade das feras e a beleza dos que vivem em harmonia com a natureza.
Quero, mas não posso!
Quer apenas admirar e quem sabe numa tentativa animalesca, tentar pelo menos imitar.
Edison Borba

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

FIM e INÍCIO

Respiração difícil. Olhos marejados. Pele amarelada. Lá estava ele deitado sob um velho colchão manchado e sujo. Um velho pijama rasgado  vestia o magro e esquálido corpo daquele homem. Tudo a sua volta é miséria.  O quarto, a casa, os móveis estão decadentes como a própria existência daquele cidadão.
Quem não o conhece, pode até imaginar se tratar de algum indigente. Alguém desprovido de condições culturais e sociais e que sempre viveu sob o estigma da pobreza.
O que poucos sabem é que deitado naquele mísero leito encontra-se um doutor. Um homem das letras, um erudito. Em tempos de ouro, era recebido em palácios e reverenciado por uma alta sociedade, que o acolhia e respeitava.
Poeta, escritor, senhor da literatura, versado em leis era capaz de entreter por toda uma noite dezenas de pessoas, com suas histórias e sabedoria.
O que fez aquele homem, mudar tão radicalmente a sua trajetória? Que motivo, fez dele um mendigo, um miserável?
Como nos romances, o amor pode ser considerado o fio condutor para a tragédia. Como nas mais famosas histórias escritas e cantadas, a impossibilidade de realizar o sonho de ter em seus braços a pessoa eleita por seu coração. Querer e não poder. Amar e não ser correspondido. Sonhar e ficar no vazio da solidão. Todas essas questões abrem espaços para que a desilusão gradativamente vá habitando um coração apaixonado.
Morrer de amor ou de amor se deixar morrer é algo mais comum do que possamos imaginar.
Como preencher um coração vazio? Como completar uma alma dividida?    
Deitado naquela cama humilde estava mais uma vítima do amor não correspondido. Um corpo em frangalhos, uma alma destruída, uma vida desperdiçada.
Como um marinheiro que naufraga junto com seu navio, aquele homem, afundou na solidão e se afogou no infinito mar da paixão.
Fim de uma vida que fez do amor uma arma apontada contra o próprio peito.
Morrer é preciso para perpetuar um amor impreciso.
Fim de uma vida. Início de uma história.
Edison Borba

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A GREVE É O MEU PAÍS

Desde o mês de janeiro  diversas classes trabalhadoras, estudantis ou sociais estão usando o mecanismo da greve  para fazer valer dos seus direitos.
Até o presente momento (agosto), brasileiros insatisfeitos com suas situações paralisaram suas atividades, organizaram passeatas, comícios, manifestações públicas, interromperam as ruas entre outras manifestações.
A greve é um tipo de ação democrática, usada sempre que as negociações se esgotam. Num país civilizado e verdadeiramente democrático, os movimentos grevistas deveriam ser raridade. Quando um povo usa esse tipo de luta para fazer valer a sua voz, algo de ruim está acontecendo.
Impossível acreditar que exista equilíbrio social e financeiro numa sociedade em que professores de diversos níveis, estão paralisados há vários meses. Que caminhoneiros interditaram estradas por muitos dias, causando graves problemas no abastecimento das cidades.  Policiais fazem movimento nos aeroportos, ruas e avenidas acenando para a sua situação financeira e social.
Profissionais da saúde deixam de atender pacientes para chamar a atenção da precariedade em que estão trabalhando. Há risco para a vida dos doentes e também dos que trabalham nos hospitais, que funcionam  sem as mínimas condições de higiene. Servidores públicos fazem assembleia e decidem parar suas atividades.
Em todos os estados, existe alguma categoria em greve, ou se organizando para usar esse mecanismo, para chamar a atenção sobre seus direitos.
Meu país está em greve! Esse movimento está acontecendo de maneira seguida, onde as greves se interligam numa cadeia interminável.
O que realmente está existindo nas entrelinhas da nossa política?
Várias CPIS acontecem numa enorme cachoeira de escândalos envolvendo figuras proeminentes da nossa sociedade.
O julgamento dos envolvidos no escândalo do “mensalão” deixa a sociedade estarrecida com o tamanho do desvio financeiro. A cada sessão surgem mais nomes numa teia de corrupção, deixando claro, a existência de  quadrilha atuando nas bancadas partidárias.
A greve é o meu país, que busca de maneira democrática, respostas para tantos desmandos.
Cobertos pela Bandeira Olímpica, que chegou ao Brasil, encontra-se um povo que busca soluções e respostas para muitas situações graves que assolam o país.
Chega de impunidade! Chega de uso inadequado do dinheiro do povo! Chega de discursos vazios e de hospitais lotados e escolas abandonadas! Chega! Basta!
Não queremos um país em greve, queremos um país que saiba respeitar àqueles que trabalham para manter essa pátria respeitada pelas demais Nações.
Edison Borba




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SE NÃO FOR DE OURO ...

Como é triste ver um atleta chorando e se desculpando por ter APENAS conquistado a medalha de prata.
Como é deprimente acompanharmos os jogos olímpicos ir gradativamente perdendo a sua real função: O IMPORTANTE É COMPETIR.
Como dói no coração ver atletas brasileiros, que competem em esportes isolados, não receberem os mesmos LOUROS dos que participam das equipes e jogam coletivamente. Como é constrangedor, vermos a mídia usar palavras PESADAS, para com aqueles que lutaram para representar um país como o BRASIL, que não apoia seus atletas.
Como é vergonhoso ficar sabendo que para a equipe de futebol, havia um compromisso de PAGAR aos atletas pela medalha de ouro.
Como é preocupante, que após o encerramento de mais uma Olimpíada, tudo voltará a se repetir, ou seja, nada será feito para ajudar aos nossos atletas, principalmente os que lutam pela ginástica, tiro, ciclismo, halteres, boxe, saltos, atletismo, natação entre outros esportes.
Parabéns aos atletas brasileiros que lutaram nas arenas de Londres.
Com ou sem medalha, vocês representaram muito bem o Brasil.
Com ou sem patrocínio vocês foram vencedores.
Com ou sem apoio da mídia, que SE NÃO FOR OURO, fica no esquecimento.
Mais uma vez parabéns!
Vocês são maiores que as medalhas. Vocês são de OURO!
Edison Borba

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CRIMES NO RIO DE JANEIRO

Lendo material publicado em jornais e revistas, encontramos uma terrível informação. Apenas no mês de maio de dois mil e doze foram registradas trezentos e noventa e oito casos de pessoas assassinadas no estado do Rio de Janeiro.
Outro dado assustador,  apresenta dois mil e quarenta e oito vítimas entre janeiro e abril desse ano mortas por homicídio doloso, auto de resistência, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
Não li o seguimento da pesquisa entre os meses de junho e julho por falta de coragem. Os números são tão altos que podemos pensar em dados referentes a uma guerra. Os fatos fazem parte do cotidiano dos moradores de tal forma, que existe uma acomodação, uma “aceitação” passiva e pacífica diante de uma “quase” epidemia.
Para esse quadro ficar mais assustador, as pesquisas informam que apesar desse grande número de assassinatos, o Rio de Janeiro, ocupa a décima segunda posição entre os demais estados.
Apesar de um trabalho intensivo das diversas polícias, esse grande número de mortes, pode estar associado à dificuldade de aplicação das leis. Existe no ar, a impunidade. Os bandidos acreditam na facilidade de absolvição, na regressão das penas e nos outros tantos benefícios que eles irão receber.
Como falar em civilização diante deste quadro. Além disso,  ainda temos os furtos, os roubos, os sequestros, os atropelamentos que se computados aumentariam muito o número dessa tragédia.
Mortes por motivos fúteis e brigas por questões simples, assassinatos entre pessoas da mesma família.
Crises conjugais, falta de paciência, violência no tráfego e no trânsito, tráfico de drogas, desemprego, consumo de drogas são realidades que de alguma forma colaboram para aumentar essa crise.
Estamos vivendo  anos de organização para a Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas entre outros eventos que estão para acontecer. Esperamos que entre as melhorias que a cidade vem recebendo, que também haja alteração nesse triste quadro..
Que nosso estado e a nossa cidade dita “maravilhosa”, possa ser realmente maravilhosa pela qualidade de vida de seus habitantes. Que haja uma redução nessa onda de homicídios e a paz seja uma constante em nossas vidas.
Edison Borba








RELACIONAMENTOS

Flertar, ficar, namorar, noivar, casar.

Beijar e abraçar.

Amar.

Flertar é olhar e desviar deixando no ar a vontade de ficar.

Ficar é  não se envolver. É passar o tempo sem vontade de estar.

Namorar é se envolver devagar. Curtir a chegada e sofrer com a espera.

Noivar é se comprometer. É envolvimento social.

Casar é compromisso. É juramento. É confinamento.

Beijar é tocar os lábios de leve, com força ou com sabor. Neste caso é paixão.

Abraçar é sentir o calor do outro corpo. É aconchego. É carinho.

Amar é respeitar. É colaborar. É saber ouvir. É ser paciente. Amar é sentimento irreversível.  

Flertar é passageiro.

Ficar é perigoso.

Namorar é gostoso.

Noivar é dispendioso.

Casar é ... é ... é ...

O que é casar?

O que significa flertar, ficar, namorar, noivar e casar e depois separar?

Edison Borba

CONVITE – BIENAL SÃO PAULO


Convido todos a comparecerem à

22ª BIENAL  INTERNACIONAL DO LIVRO

SÃO PAULO – de 9 até 19 de agosto.

Especialmente no domingo, 12 de agosto, das 17h às 19h,

estarei  no estande

L50 da Editora ALL PRINT, autografando meus livros:

DOIS EM CRISE, VARRENDO A CASA  e  PELE.

Aguardo a presença dos amigos e leitores!

Edison Borba

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

SOLIDÃO NA NET

Estar sozinho
Viver só

Solidão

Vazio

Quero ter amigos de verdade

Acesso à internet e encontro mil pessoas

Facebook, emails, salas de bate-papo, orkut

Imagens, perfis, fotos e solidão.

Mensagens  recebidas

Mensagens enviadas

Rostos na tela

Sorrisos distantes

Imagens

Solidão

Amizades sem corpo

Amigos virtuais

Solidão

Quero abraçar

Tocar em alguém

Ouvir  vozes

Sentir de perto o afeto

Estou conectado na solidão

Passa mensagens e recebo mensagens

Uma, duas, dez e  mil

Nada existe além de sombras

E de solidão.

Edison Borba


domingo, 5 de agosto de 2012

O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?

Essa pergunta é feita às crianças diariamente em todas as partes do mundo. Um  questionamento confuso e que ao ser feito, nega a existência do indivíduo.
Toda criança é  um ser pensante que possui desejos, vontades e sonhos, que irão se modificando a  medida que o desenvolvimento acontece.
O que você  vai ser, causa a impressão do “não ser nada”. É como se o perguntado não existisse e somente ao chegar à idade adulta poderá ser alguma coisa.
Muitas vezes, quando fui questionado dessa forma, eu não sabia o que responder e na minha confusão mental  sofrendo a pressão do adulto, inventava algo, para ficar livre da situação.
Sozinho, ficava imaginando um milhão de coisas, de pessoas e profissões. Porém, tudo estava muito longe da minha vida.
Como chegar a ser algo, se eu nada sou? Como eu farei para ser? Como se faz um trabalhador?
Para piorar a situação, até na escola o fato se repetia. Levei anos estudando sem saber o motivo de receber tantas informações.
Leituras, números, mapas e histórias de um tempo que eu não conseguia localizar no meu cotidiano. Fui cumprindo todas as etapas sem conseguir objetivar os conteúdos na minha vida.
Pedro Álvares Cabral, rio Amazonas, somar e dividir, informações confusas eram para mim elementos complexos e que surgiam como fantasmas em meus sonhos.
O tempo passou novas práticas pedagógicas surgiram, tecnologias foram criadas; aparelhos sofisticaram as salas de aula, mas esse processo de conquista e “enamoramento” pela saber ainda não atingiu  a sua função. É muito raro encontrar escolas, que conseguem cativar seus alunos. Não me refiro, ao uso de computadores ou de instrumentos similares, mas ao prazer pelo adquirir conhecimento.
Acredito que está acontecendo uma confusão entre gostar de “mexer” nos aparelhos e gostar de aprender. Ter vontade de saber pelo prazer de aprender. Ficar diante de um computador e saber ligar, desligar, teclar e conectar não torna ninguém crítico e capaz de desenvolver conceitos claros sobre cidadania.
Nossas crianças e jovens são seduzidas pelo lúdico das salas de bate papo, face books, orkuts, mas não são levadas a tirar proveito dessa parafernália, no sentido de sua formação pessoal.
As famílias e as escolas quando perguntam: “o que você vai ser quando crescer?” esquecem daquilo que a criança já é, e, o que está sendo oferecido a ela para ser.
As escolas continuam convivendo com problemas de aprendizagem, disciplina, aproveitamento, discriminação e relacionamentos, misturados aos celulares, computadores e outras modernidades.
Lembrando a raposa do Pequeno Príncipe – “tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas”, precisamos urgentemente cativar nossas crianças e jovens, antes que outros indivíduos o façam. E sem nenhum escrúpulo são capazes de seduzi-las e conquistá-las através de  técnicas pouco pedagógicas e nada ortodoxas para caminhos extremamente nocivos e sem perguntar, “o que você vai ser quando crescer?”.
Edison Borba

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CORES

Ah! Este azul, que me  lembra o céu
Ah! Este azul, que eu tanto amo.

Vermelho, forte como sangue.

Vermelho, sol poente.

Céu, sangue.

Azul, vermelho.

Esse verde que me acalma.

Ah! Esse verde que enche minha alma de vigor.

Agradeço o amarelo.

Amarelo do sol que me fortalece.

Roxo que me faz chorar.

Roxo que me faz lembrar, do que não quero esquecer.

Cinza, simples como as coisas simples.

Esse cinza, que fecha um dia anunciando chuva.

Campos queimados se tornam marrons.

Marrom triste marrom, das secas, campinas.

Em luto visto o preto.

Preto,  cor de uma dor.

Ah! Essa dor, que me corrói e me deprime.

Ah! Essa cor, que não é cor e, sim a ausência da luz.

Ah! Esse azul. Esse vermelho, amarelo e marrom.

Cinza e roxo.

Cores, simples cores que escorreram da minha vida.

Ficou o preto, que não é cor!

É a ausência de cor, de vida e amor.

Edison Borba