domingo, 30 de novembro de 2014

E AGORA BRASIL?

E agora João? A agora Maria? E agora Antônio? E agora Dilma? E agora Brasil? 
Carlos Drumond nos emocionou com o poema para um José que não dormia e não morria seguindo apenas em frente, depois que a festa acabou, e ele então perguntava: “e agora José?”
A pergunta é a mesma para o Brasil: e agora Brasil? E agora Dilma? Depois que a festa acabou, as mentiras  reveladas, a zombaria contra o povo está surgindo através das denúncias. E Agora?
Começaram os protestos. E agora, Dilma?
O povo aguarda por soluções. Não basta discursos, todos querem ações. E agora? A alegria dos palanques acabou,   o riso não veio e tudo parece que está mergulhando num abismo sem fim. E agora?
A Senhora Presidente tem a chave na mão para abrir uma nova porta para o Brasil, mas precisará coerência, deixar a gula e a fome de poder e tirar o ódio do coração e governar para o povo e não apenas para um partido, que há tempos já está “partido”, e apenas ela não viu.
Não espere mais o povo gemer, o povo gritar e o povo acordar, porque se isso vier acontecer todos iremos sofrer e vai ser duro de doer. Ver a senhora ficar sozinha no escuro sem um cavalo preto que chegue a galope para lhe salvar. E agora mulher?
O povo começou a sair para as ruas, e a se aglomerar, a pedir, a cobrar uma nova Nação. Não aceitam mais a volta da inflação e os antigos problemas. Foi sua promessa, fui sua escolha, fui sua proposta.
E agora Senhora? Como vai governar? Você está sozinha, rodeada de lobos, uivando ao seu redor querendo manter a sua matilha ou será a quadrilha? E agora? Como fazer para satisfazer  o João, a Maria, o Sebastião e a população?
Os palanques foram desmontados e seus discursos estão gravados e nada do que foi prometido está sendo realizado. E agora Senhora?
Estás solitária, sozinha em palácio amargando a vitória.
Que governo será feito? Como aplacar a fome dos miseráveis? Como esconder os que não sabem ler? Como fazer para mascarar as obras não feitas? Como apagar aquilo que temos para “pagar”? Como embrulhar o bagulho e o entulho que já não cabem mais embaixo do tapete?
Como manter  seus amigos corruptos que continuam sob as suas asas? E agora Senhora Dilma, o que será do Brasil?
Edison Borba

sábado, 29 de novembro de 2014

OS CEM ANOS DE BITITA!

Maria Carolina de Jesus -  14 de março de 1914 em Sacramento  (M.G.)

                                          13 de fevereiro de 1977 em São Paulo (S.P.)
Mulher negra, favelada, catadora de papel, analfabeta até os sete anos, quando aprendeu a ler e escrever. Apaixonou-se pelas letras,  anotou o que acontecia no seu cotidiano (um diário) que se transformou num livro: Quarto de Despejo”, traduzido em treze idiomas, e que vendeu mais de um milhão de cópias.
      
                   Alguns trechos do quarto de Despejo:
“Quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos”.
 
“Deixei o leito às 4 horas para escrever. Abri a porta e contemplei o céu estrelado. Quando o astro-rei começou a despontar eu fui buscar água. Tive sorte! As mulheres não estavam na torneira. Enchi minha lata e zarpei”.
 
“Eu não tenho homem em casa. É só eu e meus filhos. Mas eu não pretendo relaxar. O meu sonho era andar limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me a andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que tenho é residir em favela”.
 
“Que suplicio catar papel atualmente! Tenho que levar a minha filha Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não gosta de ficar em casa. Eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o peso do saco na cabeça e suporto o peso da Vera Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me.  Depois domino-me. Ela não tem culpa de estar no mundo”.
         Maria Carolina em Quarto de Despejo fala sobre  como era viver numa favela, seu cotidiano, seus sonhos e seu passado.  A história desta mulher, é fascinante, singela e triste. Negra, semianalfabeta, favelada e catadora de lixo, ela tornou-se famosa e conhecida internacionalmente por sua obra literária. Porém, a sua ingenuidade e o seu passado, contribuíram para que aproveitadores a deixassem na miséria, após conseguir sucesso com sua obra. Como escritora, deu entrevistas, ganhou prêmios, viajou ao exterior sendo aplaudida por um mundo que logo a esqueceria. Seus livros seguintes a quarto de Despejo, não tiveram a mesma repercussão. Morreu esquecida no barraco de um dos seus filhos.  
Bitita era o seu apelido na infância, e tornou-se outro livro, “O Diário de Bitita” no qual ela descreve usando uma linguagem simples a sua infância em Minas Gerais.
Quarto de Despejo tornou-se polêmico no mundo acadêmico, criando para o jornalista Audálio Dantas, que descobriu o diário de Carolina, diversos problemas. Muitos não acreditavam se tratar de uma obra escrita por uma mulher negra, favelada e semianalfabeta. Afirmavam ser um embuste, pois no texto havia palavras rebuscadas e que não poderiam ser escritas por uma mulher como Carolina Maria de Jesus.
Audálio foi chamado de embusteiro, pois na obra havia termos como “astro – rei” no lugar de sol e frases inteiras como “acordei, abluí-me e aleitei-me”. Alguns jornalistas afirmavam que o livro Quarto de Despejo, era uma fraude.
Maria Carolina de Jesus  viveu e morreu lutando contra o preconceito que marcou a sua vida desde o seu nascimento.
Este ano, comemoramos os cem anos desta mulher brasileira, vítima de uma sociedade preconceituosa!
Vale a pena conhecer a sua obra!
Edison Borba
 

 

 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PASSOU DE CEM!

O número de policiais militares assassinados no Rio de janeiro em 2014, já passou de cem. Alguns foram mortos em serviço, outros morreram quando estavam em dia de folga, o que assinou a sentença de morte destes  homens, foi a farda e o distintivo.
Apesar das diversas contradições sobre a atuação dos Policiais Militares, não podemos negar que dependemos da ação deles para garantir à sociedade um mínimo de segurança. Trabalhando muitas vezes em condições precárias e sobrevivendo com baixos salários essa tropa luta contra muitos desafios para ser uma elite.
Mesmo  com alguns que se desviam da ética, esse número é muito pequeno quando comparado ao total de militares que trabalham com dignidade.
Hoje, dia 28 de novembro, traficantes que atuam na Maré, mais especificamente na Vila dos Pinheiros, mataram o Cabo do Exército Michel Augusto Micane, de 21 anos.
O soldado Micane fazia parte da Força de Pacificação que está atuando no Rio de Janeiro. Ele foi morto com uma bala na cabeça, e agora  faz parte da lista de policiais assassinados na luta do Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro. 
Na mesma hora da morte do jovem militar, um carro blindado da PM foi atingido por tiros no Conjunto Esperança.
Mas o dia também teve troca de tiros na Rocinha, para mantendo em alerta os moradores da Cidade Maravilhosa.
A sexta-feira termina e ficamos aguardando o próximo (dia) e com ele mais tiros, mortos, feridos, escolas fechadas e comércio deixando de funcionar.
Mas, isto já faz parte da rotina de quem mora no RJ.
Edison Borba

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

QUANTO VALE A PALAVRA SAGRADA?

Quando Jesus, o Filho de Deus esteve na terra, sua palavra podia ser ouvida nas montanhas, a beira  mar, nas praças, nas vilas ou em qualquer lugar onde houvesse ouvidos de ouvir. Jesus, nunca precisou de templos, para ele bastava à natureza. E foi assim, que ele falou para milhares de pessoas durante o “Sermão da Montanha”. 
Além de estar sempre disponível para ouvir e aconselhar Ele também era capaz de conceder milagres e não fazer nenhuma propaganda sobre o seu feito. E assim ele seguia acompanhado dos apóstolos, sempre misericordioso para com os homens e mulheres e afável com as crianças.
O maior orador do mundo, jamais exigiu algo em troca de sua palavra. Quando se dirigia ao povo, falando em nome do Pai, ele pregava o amor o próximo, à simplicidade, a harmonia,  a compreensão e a paz. O tempo passou, e muito do que Ele ensinou, foi esquecido pelo homem moderno. Atualmente existem muitos a falar em seu nome, a sua palavra tem sido usada conforme os interesses de quem  fala.
Para ouvir os que se dizem seus supostos mensageiros, é necessário frequentar  templos e igrejas e pagar para ouvir o que o Mestre nos deu gratuitamente. Os que se dizem ser seus mensageiros estão produzindo milagres em larga escala. Diariamente, cego volta a enxergar, paralítico a andar e doentes são curados das mais incríveis enfermidades. É constrangedor que pessoas se prestem a divulgar milagres, que todos sabem não existiram. É uma grande crueldade para com aqueles, que, encontram-se realmente doentes e que buscam tratamento médico, assistir às farsas montadas em programas de televisão.
Tudo o que Jesus plantou é exibido de forma irresponsável pelos que conseguem arrecadar somos incalculáveis de dinheiro, muito dinheiro.
Quanto vale um milagre? Quanto custa a palavra sagrada? Qual o preço de uma benção? Estamos vivendo o momento da inflação religiosa, é preciso ir ao templo com a carteira preparada para poder conseguir obter as graças do Senhor, que deverão ser pagas em euros, dólares ou reais, dependendo do valor do milagre a ser alcançado.
É triste acompanhar o leilão das palavras sagradas. É desconfortável ver as falcatruas milagrosas. É triste saber que se comercializa aquilo que nos foi dado gratuitamente.
É constrangedor!
Edison Borba

terça-feira, 25 de novembro de 2014

MORRER DE TÉDIO ...

Hoje, num programa jornalístico de uma emissora de televisão, Ricardo Boechat, fez  uma engraçada e séria observação sobre o Brasil. Contou ele, durante a realização do telejornal, que um amigo seu, estrangeiro, afirmou  que no Brasil, ninguém morria de tédio.
Realmente, aqui no solo da Terra de Santa Cruz, todo amanhecer é recheado de novidades.  É comum vermos amontoados de gente, em torno das bancas de jornal, pessoas havidas pelas manchetes, a cada novo dia. O brasileiro nunca tem certeza de nada, todos os dias acontecem novos escândalos, novos preços, novas regras, novas leis, novos presos, novos casamentos, novos divórcios, novos peitos como silicone, novos bumbuns, novas fofocas, novas CPIS, novos (antigos) políticos dando novos (antigos) golpes.
Incertezas diárias até em relação ao tempo: chove, não chove, faz calor e frio tudo ao mesmo tempo. Neste país a incerteza é uma constante! Desde que inventaram que o Brasil é o país do futuro, que as novidades, quase sempre ruins, são explicadas pela procura de um futuro que nunca chega.
Como afirmou o renomado jornalista, eu também quero um passaporte para a Suécia, Noruega, Finlândia, Hungria, Holanda, Luxemburgo ou qualquer outro país em que se morre de tédio.
Os dias se repetem, numa irritante rotina. O povo dorme e acorda com estabilidade social e política.
Deve ser muito ruim morrer de tédio, não sofrer estresse, não aumentar a pressão arterial, não ter a adrenalina em altas doses no corpo, todos os dias, não se irritar com o deboche dos políticos, não ter medo de sair às ruas, não conviver com as cracolândias.
Deve ser irritantemente tedioso, não ter que conviver com as CPIs, com as pizzas servidas no senado e na câmara de deputados e vereadores.
E como deve ser decepcionante ter hospitais que funcionam adequadamente, crianças frequentando boas escolas e com a estabilidade econômica social.
Eu prefiro viver aqui, no Brasil e viver estressado, irritado e decepcionado sem nenhum tédio.
Deve ser muito ruim morrer de tédio!
Edison Borba

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

BALA E BEBÊ!

Grávida é atingida por bala perdida  e dá a luz a um bebê!

                Rio de Janeiro – Zona Norte - Lins

 

Fato: Lívia e Lidiane são amigas. Sábado, dia 22 de novembro, elas passeavam pela Comunidade do Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro, local onde moram, quando foram surpreendidas por uma troca de tiros entre policiais e traficantes, elas estavam passando por uma Travessa do Morro do Amor.
Situação: as duas mulheres foram atingidas por balas perdidas e foram hospitalizadas.
Consequência: Lidiane estava grávida de sete meses, e em consequência das complicações com  ferimento, ela deu à luz a mais um brasileirinho.
Comentário: existem várias formas para induzir um parto: há médicos que usam hormônios, outros aconselham um tipo de ginástica, que poderá ajudar as grávidas na hora da chegada do bebê. Estas e outras interferências médicas  são usadas para facilita mães e bebês. Porém, neste sábado, uma nova técnica foi apresentada por traficantes do RJ: a bala perdida!
Após matarem crianças, mulheres, trabalhadores e policiais, as balas perdidas, agora estão sendo usadas para agilizar o nascimento de bebês.
Isso é uma vergonha!!!

Edison Borba

AZUL OU ROSA?

Bola para os meninos e boneca para as meninas! Surge aqui, na separação do azul e do rosa, a primeira semente que irá germinar e desenvolver as grandes árvores do preconceito.
Nosso processo educacional formal e informal encarrega-se de diplomar homens agressivos e mulheres submissas.
Desde a mais antiga história, a desigualdade entre os gêneros é marcante, infelizmente, mesmo quando o mundo celebra grandes conquistas no atual século, estas barreiras continuam solidamente construídas, de tal forma que o feminicídio no Brasil  é assustador.
Esta educação separatista tem garras bem maiores do que possamos imaginar; elas arranham, sangram e matam  todos que ousarem um tratamento sem barreiras.
Bolas para meninos e meninas, bonecas para ambos os gêneros e todos coloridos num linda e bela mistura irá se traduzir em respeito mútuo.
A sociedade estabelece condições sob as quais criam seus descendentes, para mais tarde, construírem Leis, que deverão punir a todos os que se formaram na escola da segregação e do preconceito. Punir aqueles que aprenderam a nossa própria lição é sem dúvida uma situação inusitada.
No âmago desta complicada situação entre o feminino e o masculino, isto é, aqueles para quem as regras foram estabelecidas, surgem os que transgridem  e respeitando às suas naturezas, quebram o tabu da masculinidade e da feminilidade deixando fluir “que toda a forma de amor vale a pena”.
Para estes o castigo é  bastante grave! Para eles resta a fogueira!
Nesta gangorra, as mulheres submissas, podem ser contaminadas pelo ódio da prepotência de seus patrões  portanto, também fazem coro contra os que são considerados diferentes e que devem ser banidos.
A elas também se juntam os conduzidos como gado pelos religiosos que empunham suas adagas para ferir e dominar a todos que não lhes dizem amém.
Azul ou rosa?
Bola ou boneca?
Homem ou mulher?
Ser humano ou animal?
Humano de ser humano ou humano de ser um ser com humanidade em seu coração?
Igualdade de gêneros, no plural! Todos têm o direito de ser humanos! Não importa as cores ou o brinquedos, o que precisamos em nosso país é ética, respeito e honra a palavra de sermos seres racionais. Precisamos ter preconceito, contra: políticos que roubam o que é do povo, religiosos que enriquecem suas vidas com o suor dos seus seguidores e empresários que exploram seus funcionários.
Precisamos imediatamente demonstrar nossa aversão em relação aos que violentam crianças nas carvoarias, garimpos e canaviais. Os que negam ao povo saúde e educação de qualidade, segurança e moradia digna.
Rosa ou azul?
Boneca ou bola?
Feminino ou masculino?
Numa nação que não respeita seus  cidadãos tratando-os com discriminação educacional e social o problema está  muito além do rosa e do azul, precisamos  mudar os  alicerces antes que um abalo sísmico, derrube tudo como em Sodoma e Gomorra.
Edison Borba

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

TUDO O QUE SOBE DEVE CAIR?

       E aqui estamos nós, novamente, de novo a especular o novo ou antigo governo brasileiro.  A nova  posse da antiga presidente do Brasil ainda não aconteceu e  velhos problemas aparecem de novo novamente. A inflação aos poucos inicia uma próspera carreira, tentando voltar aos seus antigos patamares, quando reinava absoluta, em nosso território. Enquanto os economistas tentam mascarar as contas do rosário, gastas com gastos de campanha e outras coisinhas caseiras, a bolsa (de valores) perde o valor e as ações oscilam mais que gangorra em parque infantil. Porém, nada de alarmismos sem fundamento, a nova equipe econômica assim que for nomeada fará um saneamento, aplicando vacinas e antídotos contra a velha doença que em ciclos epidêmicos costuma a infestar o país.
Enquanto novas contas são feitas para esconder velhas dívidas, o palácio se prepara para nomear os novos e velhos eleitos. Alguns já possuem cadeira cativa no senado e na câmara, são funcionários vitalícios e de tão antigos nem precisam mais assinar ponto. Mas isso é outra história.
Hoje, nos noticiários, o limão estava sendo acusado de provocar a alta dos preços nos mercados, isto é, mercados de víveres alimentícios. As frutas acusavam as hortaliças que por sua vez apontavam o dedo para os legumes. Estes denunciavam a carne de boi, incluindo aquela anunciada por um grande ator de novela e que o Rei passou a comer em sua nova dieta.
A questão é que em janeiro tudo irá melhorar, teremos novos governos e os antigos problemas serão vistos sob uma nova ótica, isto é, tudo que sobe deve cair. Baseados nesta informação da Física; não devemos entrar em pânico, a questão é deixar subir até o ponto máximo e então tudo irá descer. Por enquanto, o que ainda não desceu do céu, foi à chuva e sem ela a água não desce das torneiras.
Aguardemos os novos ventos que deverão soprar em nossos ouvidos e explicar definitivamente, o motivo que levou a nossa Dama de Ferro, pedir bis para manter um espetáculo em cena, quando a plateia já estava começando a vaiar.
Edison Borba

SERIA CÔMICO SE ...

A novela Império, exibida por uma importante emissora de televisão brasileira, tem proporcionado aos telespectadores, bons momentos de dramaturgia.
Os folhetins exibidos em capítulos diários, por vários meses, sempre tem altos e baixos, isto é, bons e maus capítulos e também bons e maus atores. E muitas vezes, bons atores tendo que trabalhar um texto de pouca qualidade e vice versa. Mesmo com todas essas situações, as novelas de televisão são bons entretenimentos.
Especificamente em Império, dois personagens proporcionam momentos de risos, apesar de tratarem de assunto sério:  Zezé Polessa, como Magnólia e Tato Gabus Mendes, como Severo.
Este casal,  propiciam-nos risos ao tratarem seus filhos de forma absolutamente perversa e policialmente séria. A exploração sexual da família de forma grotesca é uma realidade que infelizmente existe em nossa sociedade nas mais diferentes classes sociais.
A  filha, de quem recolhem a mesada que ela obtém da relação com um homem muito mais velho que ela, é exploração sexual cruel. Quanto ao filho, às orientações para  conseguir dinheiro, chegam a ser grotescas. O autor tem conduzido bem este grupo de personagens, dando ao telespectador momentos de riso misturados com indignação.
O casal rouba o jornal dos vizinhos, dão golpes na praça, exploram sexualmente os filhos além de outras tantas maracutaias.
Suas falas referentes à sociedade trabalhadora,  fazem-nos rir, mas é sem dúvida uma denúncia, contra indivíduos que se apresentam como seres humanos, mas que merecem no final da trama, um sério castigo. Apesar das novelas serem obras, criadas pela imaginação de escritores, é sempre importante que elas sejam usadas, quando possível, para denunciar e mostrar que a Lei, deve existir mesmo na ficção.
A excelente Glória Peres, tem sido um bom exemplo, quando em seus textos, ela trabalha  denunciando situações sérias da nossa sociedade, e punindo aqueles que descumprem as regras sociais.
No caso de Magnólia e Severo da novela Império, espera-se que o casal seja punido por todas as maldades que eles aprontam na história, encobertos pelo bom humor do texto.
Dar a eles um castigo sério será lembrar a alguns pais e mães que existem regras e leis que punem todos os que exploram sexualmente seus filhos e que subtrair o jornal de um vizinho é crime que não deve ser estimulado e sim punido.
Edison Borba

DOIS FILHOS CHAMADOS JOÃO

Quinta – feira, dia 20 de novembro de 2014, na Rua Ribeiro de Almeida, no bairro Barreto, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, morreu o engenheiro João Gabriel Lima da Frota Machado Macedo, de 29 anos. Os assaltantes levaram seu carro, sua vida e mais um filho de uma mulher, que em 2007, também teve outro filho, outro João, o João Guilherme assassinado, por criminosos durante um assalto.
Impossível imaginar o que se passa no coração de uma mulher, mãe, que num espaço de sete anos perde dois filhos, da mesma forma. Neste período, entre 2007 e 2014, muitas outras mulheres perderam  filhos, vítimas da violência que assola nosso país.
Enquanto os familiares do engenheiro choravam a sua morte em Niterói, no Complexo do Alemão, comunidade considerada pacificada, acontecia um confronto entre bandidos e policiais, deixando um  rastro de sangue com policiais feridos e um homem morto.
A população do Rio de Janeiro, já está se acostumando a viver no clima de guerra urbana, da mesma forma que povos de outros países continuam a suas rotinas, mesmo com explosões de bombas acontecendo ao seu redor.
Infelizmente, estamos sempre repetindo as mesmas notícias: morreu vítima de bala perdida, foi atingido por um projétil, baleado morreu no hospital, as aulas foram suspensas, o comércio fechou e mesmo assim senhoras saem para as compras, trabalhadores seguem rumo as suas oficinas numa rotina constante, como um moinho que vagarosamente tritura os grãos de trigo.
Os mortos são aplaudidos durante o enterro, os que sobrevivem aproveitam o dia do velório para marcar uma cartela do Jogo do Bicho, com o número da lápide do falecido e algumas rodadas de chope, para beber o defunto.
A vida segue, corações sangram, os sinos das igrejas já anunciam a chegada do Natal. É melhor esquecer o que passou e começarmos a embrulhar os presentes, antes que uma bala perdida possa furar o pacote.
Edison Borba
 
 
 

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

HEROISMO ou MASOQUISMO?

Geralmente, pede-se uma nova dose quando o aperitivo agrada. Nos auditórios, o bis faz a alegria dos atores ou cantores, indicando que o espetáculo agradou.
O ser humano sente prazer em repetir, bisar, ver de novo ou até fazer novamente aquilo que lhe proporcionou prazer. Porém, prazer é algo complexo, os masoquistas quando encontram um sádico, complementam-se em prazeres que para os que não fazem parte deste tipo de grupo, é simplesmente um horror.
Neste campo, existe uma diversidade bastante ampla, aquilo que não é bom para um é a delícia do outro. Seguindo neste raciocínio, chegamos à conclusão universal: “o que seria do verde se todos só gostassem do amarelo”.
Todas estas questões brotaram na minha cabeça após as eleições presidenciais no Brasil. O que levou a Presidente Dilma, pedir nova dose, dar um bis, ser novamente presidente por mais quatro anos?
                                      Será algum tipo de masoquismo?
Será um ato de heroísmo, lutar e vencer aqueles que prejudicaram seu governo?
Drama de consciência? Consertar o que fez de errado?
Teria sido muito mais cômodo para ela e seus partidários, deixar a bomba explodir nas mãos do adversário. E como existem artefatos explosivos: bombas, granadas, torpedos, napalm e até as fabricadas em casa como coquetel molotov,  para explodir no Brasil. Tudo isso e o céu também,  está pipocando diariamente no país.
Com grande estrondo explodiu a bomba da Petrobrás e outras já estão com seus pavios acesos.
Novamente volta a questionar a decisão de ter o governo brasileiro por mais quatro anos:
Vaidade? Pressão partidária? Masoquismo? Patriotismo? Distração? Querer ver o circo pegar fogo? Inocência?  
Continuo com a minha preocupação, já manifestada em outro artigo, quando sua foto demonstrando cansaço estampou a capa de uma revista. A impressão que tenho é que ela está fazendo um enorme esforço para  manter-se em pé. Sua postura está cada vez mais rígida, sua face contraída e ela ainda não assumiu o novo mandato.
Que tipo de prazer está movendo esta senhora, que está caminhando para a fogueira, tal qual Joana D’Arc?
Será que ela  acredita que renovando os móveis do Palácio e fazendo uma nova pintura nas paredes, tudo ficará novo. O problema é que não adianta trocar as cadeiras, quando as bundas são as mesmas.
De qualquer forma, como brasileiro, espero que esses novos quatro anos de mandato, possam fazê-la se redimir dos inúmeros erros cometidos na primeira fase. Tomara que ela consiga cercar-se de novos “companheiros” que sejam realmente éticos e que colaborem para desencalhar a canoa que está fazendo marola no meio do oceano.
Boa sorte Brasil!
Edison Borba

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PROBLEMA HABITACIONAL BRASILEIRO

>Se a sua casa caiu durante a enchente – você é desabrigado.

>Se a sua casa foi inundada durante uma chuvarada – você é desalojado.

>Se você ocupou a terra ou prédio de alguém – você é invasor.

>Se você paga aluguel em dia – você é inquilino.

>Se você atrasar o aluguel – você é despejado.

>Se você é dono de um imóvel – você é proprietário.

>Se você comprou imóvel pelo sistema financeiro – você é devedor.

>Se você não pagar as prestações da casa própria – você é inadimplente.

>Se você abandona sua casa por causa da seca – você é retirante.

>Se você tem casa em comunidade – você é corajoso.

>Se um traficante quiser a sua casa – você é expulso.

>Se você tentar reaver a sua casa – você é transformado em vítima.

>Se você tentar se defender – você é um homem morto

>Se você morrer – você será proprietário de uma cova no cemitério da cidade!

— Essa cova em que estás,
    com palmos medida,
    é a cota menor
    que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
    nem largo nem fundo,
    é a parte que te cabe
    deste latifúndio. João Cabral de Melo Neto

                             Morte e Vida Severina

 
Edison Borba

CALENDÁRIO x PRECONCEITO

Houve um tempo que as escolas e a sociedade preocupavam-se com datas cívicas, como dia da descoberta  e Independência do Brasil, Tiradentes, assinatura da Lei Áurea entre outras. Atualmente, essas datas apenas são lembradas quando o dia corresponde a um feriado, com o final de semana “esticado”, nestes casos, comemora-se apenas o descanso, mas o significado da data, somente os calendários é que assinalam, colocando o número do dia em vermelho.


As datas cívicas  foram atingidas pelo preconceito, caiu em desuso, não faz parte da grade curricular dos colégios, não “cai” nas provas do ENEM e de nenhum vestibular. Aos poucos, perdemos referenciais,  importantes para a formação da cidadania.
No mês de novembro, dia 15, deveria ter sido lembrado, como a data da Proclamação da República Brasileira. Apesar da política democrática do Brasil estar adoentada, o dia existe em nossa História. Dezenove de novembro é dedicado à Bandeira Nacional, um dos símbolos da Pátria, e que durante os jogos da Copa do Mundo de Futebol, é vista pendurada nas fachadas dos prédios e janelas, além de aparecer também enrolada nos corpos suados dos torcedores. Dia 20 em algumas cidades e estados brasileiros, reverencia-se com feriado, o guerreiro Zumbi dos Palmares, o patrono da Consciência Negra no Brasil. Algumas manifestações são realizadas, para que a escravidão brasileira não seja esquecida e que as atitudes preconceituosas existentes até os dias de hoje, sejam denunciadas e punidas por severas Leis.
Particularmente, eu acredito que as datas marcantes da História de um povo, não podem  ficar em gavetas e deixadas de lado nas programações escolares. Não podemos apagar da nossa memória, fatos, personagens e lugares que foram marcantes no passado  que ajudam a entender o presente e planejar o futuro. Infelizmente, a mídia nacional, não se preocupa em divulgar, informar e estimular o reconhecimento que estas datas têm para a nossa Pátria.
Lembrar Zumbi, o guerreiro negro, é abrir espaço para  se discutir e encontrar meios que consigam minimizar a discriminação que teima em existir em nosso país. Ainda existem muitas conquistas a serem feitas; ser negro brasileiro é não ter espaço em comerciais; na arte teatral, seus personagens serão de subalternos ou bandidos;  ter dificuldades nos restaurantes e lojas, viver provando à polícia que ser negro não significa ser desocupado, traficante, bandido ou ladrão.
A discriminação racial no Brasil é uma ferida que não cicatriza, há sempre alguém para fazer sangrar e manter a chaga aberta.
Muito já avançamos, espaços foram  abertos e respeito conquistado, porém ainda há muito o que fazer. Os percentuais continuam apontando para a situação de inferioridade do negro na sociedade brasileira. A luta é árdua, contínua e diária e tem que acontecer em diversos campos de batalha. A memória de Zumbi dos Palmares tem que continuar viva, lembrando todos os dias, a todos os cidadãos brasileiros que o dia da Consciência Negra, não é só uma data no calendário, mas uma força que mantém acesa a chama da igualdade social.
Edison Borba

MAIS UMA JOVEM MORTA!

Vítima: Priscila Gomes -  17 anos
Local: Comunidade Santa Lúcia / Imbariê / Duque de Caxias / R.J.
Dia: 18 de novembro de 2014
Ontem, dia 18 de novembro,  mais uma jovem brasileira morre atingida por uma bala perdida. Priscila caminhava para o ponto de ônibus, quando uma bala atingiu seu coração.
Mais uma brasileira morta!
Mais um nome para as estatísticas!
Mais uma família enlutada!
Seu pai, Senhor Eduardo Gomes, trabalhador, disse morar no inferno. Em estado de choque lamentou a perda de seu mais precioso bem, sua filha, de 17 anos que trabalhava e estudava. Como toda menina, tinha sonhos e alegria em seu coração, onde o projétil se alojou.
Quem a matou? Traficantes disputando território, para comercializar as drogas.
Quem a matou? Os usuários, alguns viciados doentes e outros que dizem usar apenas como divertimento, em suas baladas.
Quem a matou? Nossos políticos e dirigentes que ainda estão discutindo e analisando os roubos,  ocorrido na Petrobrás.
Quem a matou? À bala? O traficante?
Quem a matou?
Edison Borba

O BICHO, TÁ PEGANDO DE NOVO!

Tem criança chorando,
mulher gritando e
trabalhador sangrando.
O bicho continua pegando!
É na comunidade e na cidade
Mas a comunidade foi pacificada?
E a cidade está policiada?
Qual nada ...
A cidade está violentada
E a comunidade continua tomada
É bandido e traficante
E muito meliante
Que circulam pelas ruas
Desafiando o governo
Nada temem os destemidos
Depois que cheiram a maldita
Droga que destrói e violenta
Entra nas casas e lares
Sem saber o que é amor
Mata meninos e meninas
Trazendo agonia e dor
O bicho tá pegando!
Em toda classe social
Entrou nas salas de aula
Se formou ganhou diploma
Dentro das Universidades
A droga bacharelou
E nosso futuro assusta
Tem doutor, professor e muito trabalhador
Cheirando, fumando e informando
Que droga é coisa boa
Não faz mal e é legal
Gente fina de verdade
Que se esqueceu da maldade
Que trás para a sociedade
Droga que financia violência, morte e dor
E jamais terá espaço, onde reside o amor.

Edison Borba

 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

LIVROS QUEIMADOS / LIVROS ABANDONADOS

     “UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS E LIVROS” – Monteiro Lobato
O mundo moderno vive extasiado diante de tanta tecnologia, que diariamente surge no mercado. Infelizmente esquecemos que os criadores de tantos objetos revolucionários estudaram e buscaram conhecimentos nas páginas dos livros. O amor à leitura, em livros, tem sido negligenciado aos mais jovens, por seus familiares e professores. Estamos criando uma geração alheia à boa leitura. Quando é chegada a hora do vestibular, uma lista de obras é indicada e muitas vezes lidas,  não por prazer, mas por obrigação escolar.
Até hoje, nos horrorizamos com a queima de livros promovida pelos nazistas, no início da segunda guerra mundial. Na fogueira dos  seguidores de Hitler, não foram livros que arderam  mas, ideias, pensamentos e liberdade de expressão.
Naquele momento, o povo perdia a possibilidade de comparação e reflexão sobre os  pensamentos dos diferentes escritores.
No Brasil, queimamos livros quando não incentivamos nossas crianças e jovens ao hábito da boa leitura e literalmente, quando abandonamos as poucas bibliotecas que existem no país.
Nossas bibliotecas vivem no abandono sem  cuidados de manutenção do prédio e do acervo e não atrai  frequentadores.
O excesso de tecnologia  ocupou as nossas mãos, nas quais os livros não são mais acariciados. A falta de incentivo à leitura, o descaso das autoridades pelas bibliotecas, a pobre programação das emissoras de televisão, são desestímulos ao prazer de ler.
Além de tudo isto, é comum encontrarmos livros abandonados e jogados em lixeiras. 
Há poucos dias, o sargento Figueira, do 12º BPM de Niterói, cidade do RJ, que encontrou  1216 exemplares de livros didáticos (alguns ainda embalados) comprados pelo Governo Federal, abandonados num terreno baldio do bairro  Pendotiba.
Seguindo a pista do crime, o policial viu o primeiro exemplar, depois outro e mais outro. E assim, seguindo o rastro, chegou a um lugar de difícil acesso, chamado Vila Progresso, e lá estava uma biblioteca abandonada, perdida no lixo. Os livros foram apreendidos e levados para a delegacia.
Este não é um fato isolado, sabemos que em todo o país, diariamente centenas de livros são destruídos por diversos fatores ambientais como insetos, umidade, problemas de conservação e principalmente pelo descaso das autoridades.
Não encontramos em nenhum projeto dos atuais governos empossados  referência às bibliotecas. Nenhum candidato foi visto com um livro nas mãos ou visitando algum lugar de leitura.
Queimamos milhares de livros anualmente no Brasil!
Ao lembrarmos o pensamento de  Monteiro Lobato: “Um país de faz com livros e homens”, ficamos apreensivos com o futuro do Brasil.
Edison Borba