domingo, 30 de março de 2014

ISTO AQUI É UMA GUERRILHA!

             Dona Roseana Guimarães, brasileira, trabalhadora, de 31 anos expressou o que a sociedade sabe que existe, mas se cala por medo ou conveniência.
“Isto aqui é uma guerrilha!”  foi a expressão desta mulher, mãe de Vinícius Guimarães, de 15 anos que tombou  vítima da guerra entre quadrilhas rivais, que ocupam as comunidades de Nova Holanda e Baixa do Sapateiro,  parte do Complexo da Maré.
Vinicius morreu, logo após a comunidade ter sido ocupada pelas forças de segurança, deixando claro que haverá muito trabalho para que a população desta extensa área sinta-se protegida. O que nos chama atenção na história deste menino de 15 anos, é que o confronto aconteceu entre grupos de adolescentes. Jovens que deveriam estar estudando e construindo um caminho profissional, estão obtendo orientações, cujas metodologias educacionais, apontam caminhos onde se pode ganhar muito dinheiro em pouco tempo. Eles são seduzidos pela vida dos grandes traficantes, que gozam de prestígio e respeito nas comunidades que ocupam. Sabemos e calamos que muitos traficantes ocupam boas moradias, confortavelmente equipadas, além de gozarem da admiração de muitas jovens mulheres, que vêm numa relação afetiva com eles, a possibilidade de “subir” no conceito da comunidade além de ter acesso a bens materiais que dificilmente obteriam através do trabalho assalariado.
 Estamos muito longe de mudarmos esta situação. Nosso ensino não consegue atrair um grande número de jovens. Nossas escolas não oferecem atrativos para fazer nossos alunos sonharem. Os conteúdos disciplinares apontam para um caminho longo e árduo, e que nem sempre levará ao sucesso. Por mais informatização e outras interferências tecnológicas usadas pelo ensino, ainda estamos longe de atrairmos os jovens.
A necessidade de “andar na moda”, possuir bens de consumo rapidamente e poder responder às ofertas feitas por uma maciça propaganda, leva a nossa garotada a escolher o caminho mais curto, mas que muitas vezes leva à morte.
Dona Roseana tem mais três filhos, para educar e sustentar, tentando livrá-los dos apelos imediatistas da sociedade moderna.
É lamentável, que outros jovens sejam perdidos e suas inteligências desperdiçadas, o mais constrangedor neste tipo de história, é que ela acontece nas mais diferentes classes sociais, mudando apenas o endereço e o estilo de morte.
Edison Borba.

sábado, 29 de março de 2014

ESTATÍSTICAS DA MORTE.

          Enquanto os candidatos ao governo federal e estadual preocupam-se com as possibilidades de conseguir o poder. Enquanto a presidente mede a sua popularidade. Enquanto os institutos de pesquisa calculam as possíveis chances para os que pretendem continuar mamando nas tetas do país, sejam  agraciados com o voto da população, outras medições assustam e entristecem os brasileiros.

Pesquisas apontam para o aumento do número de mortes por assassinato.  A criminalidade tem crescido e com isso o percentual de delitos está cada vez maior. O número de mortes no Brasil, em cada ano é maior do que as que acontecem nos países que estão em guerra. Vivemos uma guerrilha urbana que tem aumentado a cada ano.

E para piorar o quadro, os números apresentados, não são reais, existem muitos crimes, cujas vítimas não são catalogadas. São as mortes por “causa indeterminada”. Mais de cinquenta mil pessoas são assassinadas, e registradas, no Brasil, anualmente.

Porém, outros tipos de “crimes”, são cometidos constantemente, e também possuem as suas estatísticas, como:  

>O número de mulheres violentadas.

>As filas de pacientes a espera de cirurgias e atendimentos hospitalares.

>Cancelamento de consultas nos hospitais públicos.

>Crianças e jovens desaparecidos.

>Escolas  sem carteiras, sem água e impossíveis de funcionar de dignamente.

>A carência de redes de esgoto.

>Vítimas da dengue.

>Desabrigados pelas enchentes, que esperam há anos por moradia.

>As vítimas da seca na região nordeste.

>A quantidade de dinheiro que desparece dos cofres públicos.

Além de outros itens que devem ser considerados crimes, por omissão, por falcatruas dos maus políticos, pela ganância de alguns empresários e muito, mas muito mais.

Apesar de tudo isso,  políticos estão cada vez mais preocupados com o primeiro turno, segundo turno, quem vence quem. A luta pelo poder, a ganância pelo dinheiro e as possibilidades de usar o país de maneira   sórdida é percentualmente bem alta.

Fazer as estatísticas da morte virou um comércio rentável, que  lembra-nos as carpideiras, mulheres  pagas para prantear defuntos.  Provavelmente as vendas de vela devem ter aumentado,  se  tem mais defuntos vende-se mais velas.

Mas, este ano, os brasileiros poderão mudar algumas  estatísticas. Quem ocupará o planalto e colocará a faixa presidencial, será o que  estatisticamente obtiver os maiores percentuais de votos.

O voto é a arma do povo! Vamos usá-lo de forma consciente. Lugar de corrupto é na cadeia. Chega de fingirmos que essa horda um dia vai melhorar. Eles são praga perigosa, e já estão delegando seus poderes e mazelas a filhos e netos. O Brasil coronelista continua no poder. Está em  nossas mãos mudar esta situação. Chega de ficha suja no poder!

Dependendo de quem estiver no planalto, milhares de brasileiros, estarão sendo sentenciados à morte.

A hora de mudar é agora, 2014! Acredito que haja trigo em meio a tanto joio! Acredito nos bons, que estão perdidos em meio aos maus. Temos que encontrá-los e darmos voz a eles.

Chega de esperar que o Brasil seja o país do futuro! O futuro é hoje! As eleições estão chegando. A hora é do povo!

Edison Borba

 

sexta-feira, 28 de março de 2014

JORNALISTAS HUMANOS!

          Até os mais discretos jornalistas e âncoras dos telejornais, até as emissoras mais conservadoras e discretas, que tentam manter a informação isenta de partidarismo, está modificando seu estilo, e usando os horários dos telejornais, para atender a população.
Entrevistas com moradores, filmagens em comunidades, denúncias de desperdício do dinheiro público, parques abandonados e tantas outras mazelas que aflige a população. Várias emissoras de televisão entram com matérias ao vivo, desmascarando políticos que não cumprem promessas feitas durante o período de eleição.
Os jornalistas humanos, falam pelo povo, são eles que possuem a força que une uma nação de norte a sul. Portanto, mesmo cumprindo regras inerentes ao ofício, aos poucos as emissoras estão indo além das informações, elas estão buscando ações, soluções e indicando ao povo que caminhos seguir.
É sapatada, é dedo na cara, é pedido de ajuda, é o corta pra mim e outras formas mais discretas de denúncia que os nossos amigos jornalistas estão fazendo. A sociedade agradece essa parceria. Os companheiros da imprensa são extremamente importantes para a manutenção do processo democrático.
Jornalista humano e não apenas repetidor de mensagens, fazendo leituras e mantendo uma máscara facial inatingível, isso já faz parte de um jornalismo antiquado. É claro que sabemos que é preciso manter o equilíbrio ao se relatar uma notícia, porém é desagradável para o telespectador, ouvir e ver “manequins” sem nenhuma emoção “passar” um nota dramática com a mesma calma e expressão facial com que estaria informando uma venda de apartamento.
Jornalista é povo, e apesar do profissionalismo, ele deve expressar à emoção de um cidadão que está diante das câmeras. Mais uma vez, repito: sabemos das regras a ser seguidas por estes profissionais, porém, assassinato não é batizado; desastre com morte não é casamento de famosos; sequestro de criança não é chegada da primavera; bandidos atirando na população, não é partida de futebol. Para cada fato há que se ter um clima, uma expressão e até, uma demonstração de emoção, do tipo “Isso é uma vergonha!”
Os telejornais aos poucos estão conseguindo driblar o “convencional” e conforme os horários, as notícias são transmitidas com pequenas variáveis de interpretação.
No mundo das notícias, uma voz ainda pode ser ouvida em nossas lembranças, a de Heron Domingues,  o “Repórter Esso”.
Da mesma forma que Heron, entre os  radialistas, os famosos “transmissores” de jogos de futebol,  Ari Barroso, se destacou ao transmitir os jogos, deixando fluir suas emoções, principalmente quando o Flamengo entrava em campo.
Muito bom perceber que os atuais companheiros da imprensa estão mudando para melhor.
A população agradece!
Edison Borba

quarta-feira, 26 de março de 2014

CONSTRANGEDOR!

           “Eu quero ficar boa!”.
Palavras de  Dona Rita, brasileira com 87 anos, após ser atendida no chão de um hospital público em São Paulo. A senhora Rita Alexandre da Silva com fortes dores abdominais, após uma longa espera de mais de seis horas, foi atendida  no chão do hospital.
Isso mesmo, no chão! No local do atendimento não havia cama nem maca, segundo a filha de Dona Rita, sua mãe ficou não chão se debatendo em fezes, após passar por uma lavagem intestinal.
Tudo  fotografado, filmado exibido pelo telejornal do SBT, na noite do dia 26 de março de 2014.
Provavelmente, este seja o atendimento padrão FIFA, ou lembrando as palavras do expresidente Lula, “em questão de saúde, atingimos quase a perfeição!”
Dona Rita não é a única, nem a primeira e nem a última a passar por este tipo de humilhação. Diariamente brasileiros, trabalhadores e eleitores, sofrem com o descaso e a desumanidade da nossa democracia.
Será que podemos considerar o atendimento ao qual Dona Rita foi submetida, um tipo de tortura? Ou é apenas um caso isolado em que a paciente é a responsável por ter 87 anos e adoecer?
Como a Comissão dos Direitos Humanos tratará este caso?
Que providências nossos senadores, deputados e demais guardiões da integridade do povo, irão tomar quanto a essa triste história.
Diversas dúvidas pairam sobre a minha cabeça e questiono como esta situação seria resolvida na Suécia, Noruega, Alemanha, Áustria, Finlândia ou qualquer outro país?
É lamentável, que tenhamos que repetir as mesmas histórias, os mesmos problemas quase que diariamente.
As imagens de Dona Rita no chão,  são emocionantes, tristes, constrangedoras e humilhantes. Um país que se ufana do crescimento de sua economia e de suas riquezas, trata seus cidadãos como material descartável é simplesmente uma vergonha!
Edison Borba

GUERRA DA ÁGUA!

     A natureza ficou zangada e após ser aviltada por muitos anos, resolveu fechar a torneira. Faz tempo que as chuvas, não chegam para abastecer sistemas de coleta de água e armazenamento, deixando, principalmente São Paulo, em estado de alerta.
Diante do perigo, irmãos brasileiros iniciaram uma “pequena” guerra. Rio de Janeiro e São Paulo estão “conversando” sobre a posse de alguns rios e bacias hidrográficas. Paraíba do Sul, rio Jaguari, vale do Paraíba e até a baía da Guanabara entraram nas conversações.
Esse rio é meu! Essa água é minha! Com essas observações começou a disputa pela posse da água entre cariocas e paulistas. Uma briga que promete ir longe, enquanto São Pedro, não decidir abrir as torneiras do céu e apaziguar os ânimos.
      Esta situação, que aparentemente, pode até ser engraçada, demonstra o risco que estamos correndo. Árvores cortadas, reservas florestais destruídas, expansão imobiliária sem controle, impermeabilização do solo são algumas loucuras cometidas pela sociedade. Algumas campanhas tentam alertar sobre o que poderá ser o nosso futuro. Porém, políticos e empresários, gananciosos atropelam o planeta.
      A natureza é sábia, ela espera, mas não deixa de responder às ações humanas. O que já vimos em filmes, nas telonas dos cinemas, está se tornando realidade mais rápido do que imaginávamos.
      Essa guerrinha brasileira não levará a lugar nenhum, se não houver uma grande mudança de hábitos em todo o povo. Fazer transposição das águas de rios é mexer num complexo geográfico e ecológico que a natureza levou séculos para construir.
      A necessidade de água aumenta rapidamente. Cada vez mais precisaremos deste líquido básico para a vida e que está se perdendo na poluição dos rios, como é o caso do Tietê.
      Mudanças de cursos hídricos vai trazer  graves problemas envolvendo a grande cadeia alimentar entre fauna e flora. É um desastre anunciado!
      Chegou a hora, dos habitantes começarem a aprender a defender a natureza, de forma prática. Fazer apenas passeatas e distribuir panfletos não está funcionando.
      A Lagoa Rodrigo de Freitas e outras tantas lagoas do Rio de Janeiro, estão morrendo, juntamente com rios e riachos que agonizam diariamente.
      Haverá um dia, que nossas casas, ricas ou pobres, perderão o valor, pela falta do bem mais caro e precioso, água,
      Haverá um tempo, que se pagará muito caro por um copo de água.
      Haverá  década que irmão brigará com irmão, pela sobrevivência, por falta de água.
      Esse tempo já chegou, a guerra entre Rio de Janeiro e São Paulo é o primeiro acontecimento entre outros, que o futuro irá trazer.
Edison Borba

O QUE APRENDEMOS?

           Todos os países comemoram suas datas históricas, algumas importantes pelos benefícios que chegaram para o povo a partir daquele dia, outras trazem recordações tristes, mas que não podem ser esquecidas, para que aquele fato não se repita.
Nós brasileiros, também temos as nossas, como 7 de setembro, 13 de maio, a revolução dos anos 30, o período da Coluna Prestes, 15 de novembro e 31 de março. Cada uma destas e outras datas estão assinaladas nos livros de História. Os alunos estudam, os professores explicam, fazem questões em provas e concursos e sabem responder na ponta da língua algumas delas. Porém, o significado daquele acontecimento no sentido de mudar o estilo de vida, dos costumes, da essência, da ética e moral de um povo, fica muitas vezes esquecido nas entrelinhas das páginas dos livros.
Desde os primeiros anos escolares aprendemos quando o Brasil foi “descoberto”. Descoberto? Como? Por quê? Que consequências este fato trouxe para os brasileiros, que habitavam esta terra? Estas perguntas, não são tratadas adequadamente, não se faz reflexões sobre o antes e o depois do fato. Muitas vezes, no ensino, ficamos presos apenas às datas e nada mais.
Tratados assim, os fatos perdem a essência, e  transformam-se  apenas em números repetidos pelos alunos sem nenhuma reflexão.
Outra questão interessante é o destaque que damos a um fato em detrimento a outros, e assim  esquecemos que as interligações fazem com que  todos os acontecimentos sejam relevantes. Existe uma teia, que envolve os acontecimentos tornando-os interdependentes.
A chegada do dia 31 de março, causa  “euforia” em muitos brasileiros que dizem ter participado do evento e colocam-se como mártires. Alguns até, já conseguiram tirar proveito financeiro da situação. Infelizmente, muitos dos que se dizem participantes da luta pela restauração da democracia no Brasil, hoje cometem desatinos muito sérios.  Quando estes “mártires” chegam  ao poder, suas ações pérfidas e traidoras, merecem punição tão séria quanto as que devem ser aplicadas nos torturadores da ditadura.
Torturadores psicológicos e sociais, cidadãos que trocaram o “pau-de-arara” por crimes sutis e  perversos como a corrupção. Situações  hediondas  cometidas por grupos ou quadrilhas, que cantam o Hino Nacional e choram de “amor” pela pátria.
Presidentes, presidentas, senadores, deputados, governadores e tantos outros que “se exilaram” confortavelmente em outros países, são uma vergonha para  homens e mulheres que sofreram na pele as forças ditatoriais. Os verdadeiros sobreviventes da “casa da morte”, devem se sentir humilhados com os aproveitadores que hoje, muitos em Brasília, gozam de benefícios  para cometerem crimes.
O que temos presenciado nos governos pós-ditadura é uma sequência de mentiras, contra o povo num processo democrático às avessas, que nos faz sofrer de vergonha.
O que aprendemos com os anos de ferro? O que aprendemos com os governos dos militares? O que aprendemos nos porões da ditadura? O que aprendemos com o desaparecimento de vários brasileiros?
Triste ter que assistir calado, a cara de pau de senhores e senhoras, que contam bravatas de suas lutas (??!!) contra a ditadura.
Dia 31 de março, vamos ter que ouvir discursos inflamados e declarações de amor ao Brasil, onde crianças continuam sem escolas, doentes morrem nos corredores dos hospitais e o povo continua sendo torturado de forma sutil.
Quadrilha de “mensaleiros” e outros tipos de bandidagem são resultado da ditadura?
 Tortura nunca mais! Nunca mais? Fome e miséria também são formas de tortura!
 Não podemos admitir torturadores militares e  torturadores civis!
 Não podemos aceitar ditadura militar e ditadura democrática!
Vamos  exigir  que a história conte a verdade sobre o que aconteceu antes, durante e o que está acontecendo agora  durante os governos democráticos.
Depois da Copa do Mundo de Futebol, haverá eleições, o voto é o poder do povo, vamos honrar os que realmente morreram pela democracia brasileira!
Edison Borba (estudante universitário nos anos sessenta)
 

segunda-feira, 24 de março de 2014

PERIGOSOS LABIRINTOS.

          Quando Dédalo construiu o seu labirinto, ele o fez para proteger o  Minotauro. Um percurso, sabiamente desenhado, que tornava quase impossível, sair daquele complicado local.
Os arquitetos e engenheiros que planejaram  labirintos, o fizeram para tornar a vida dos visitantes um verdadeiro inferno. Sinuosos, milimetricamente organizados, obrigava quem os visitasse,  dar voltas e voltas, voltando sempre ao mesmo lugar. A situação dentro de um labirinto, é enlouquecedora, quanto mais se quer sair, mais perdido ficamos. Esta complexidade matemática causa em que estiver buscando a saída, angústia, medo, pavor, sensação de “sufocamento” e desespero.

Os livros de história, os romances, e até muitos filmes já ilustraram situações vividas em labirintos. Heróis salvando belas princesas, lutas repletas de mistério, bandidos refugiados nos corredores labirínticos e muita ação e emoção. 
Aqui no Rio de Janeiro, em pleno século XXI, existem alguns labirintos de complexidade muito maior do que o construído por Dédalo. Espaços  habitados por centenas de pessoas, onde não se tem noção de princípio e nem de fim. Não há regras e nem parâmetros, tudo foi construído, sem sentido, mas que passou a dar “sentido” a uma situação, quase impossível de controlar. Algumas comunidades aqui do Rio de Janeiro, como Rocinha e Alemão, possuem uma geografia indecifrável. Becos, ruelas, casas, barracos, prédios, vielas, comércio, gente, muita gente, postes, fios, crianças, lajes, vozes, igrejas, música, trabalhadores, senhoras, jovens uma variedade difícil de entender. Toda  essa Babel poderia ser até algo interessante, funcionando como um grande mercado, não fosse a ocupação por traficantes e malfeitores, que perceberam que aquela  intrincada arquitetura “labiríntica”, seria perfeita para as suas ações. Nem  Dédalo pensaria em algo melhor, e eles como Minotauros passaram a viver em segurança entre as sinuosidades do labirinto urbano.
Hoje, após muitos e graves problemas, as autoridades “resolveram” ocupar e desvendar os segredos dos labirintos da cidade do Rio de Janeiro. Uma situação  difícil de resolver, na medida em que o problema não é apenas a ocupação do local por construções, ela envolve cultura, educação, hábitos, visão de mundo, valores e muitos outros fatores difíceis de entender. É, necessário, muita reflexão antes da ação. Invadir, colocar policiais, ocupar com a força, não é o melhor caminho para se chegar ao  Minotauro e caminhar pelos labirintos sociais, que transformaram-se em  um nó na sociedade brasileira. Como entrar, circular, modificar e sair ileso deste mundo totalmente novo, por aqueles que não fazem parte daquela comunidade / cidade.
Há anos, trava-se uma luta sem fim. De um lado o estado e seus policiais, do outro estão os traficantes e no meio os habitantes. Tragédias acontecem nos labirintos, que são bem conhecidos pelos que o habitam e uma armadilha para os que tentam desvendá-lo. Está longe, este confronto terminar. Ainda existe uma longa caminhada labirinto à dentro.
Tem que ser uma jornada lenta e vigorosa, levando saúde, alegria, segurança, saneamento, cultura e educação. Por enquanto, estamos acompanhando apenas as ocupações, as intervenções, quanto à pacificação ainda vai demorar.
 É de conhecimento público que, enquanto as necessidades básicas da população, não forem satisfeitas, os labirintos serão  impenetráveis e os “Minotauros” continuarão amedrontando o povo.
Edison Borba

CUIDADO COM ELES!

     A polícia está à procura de um marginal, de corpo arredondado, baixinho e cara vermelha. Ele está sendo acusado de ser o responsável pela alta dos preços da cesta básica dos brasileiros. Há tempos, este meliante provoca instabilidade na mesa dos trabalhadores. Esperto e inteligente é visto muitas vezes escondido dentro de frascos, muito comuns nas mesas e balcões de restaurantes e lanchonetes, de onde sai de forma escorregadia.
Este elemento foi observado nos mercados, assaltando a bolsa dos consumidores, provocando uma alta de preços acima de 28%. A polícia tem informações de que ele não está agindo sozinho. Uma amarelada, gordinha e  aquosa senhora, é apontada como sua parceira. Ela se apresenta às vezes  suja de terra ou muito bem lavada. São disfarces desta perigosa malfeitora que já inflacionou os mercados em 14%  nesta onda de aumentos e assaltos ao consumidor.
Todos os mercados e feiras livres estão em alerta máximo. Esses dois comparsas surgem e desaparecem repentinamente, usando as mudanças de clima, para ocultar os seus crimes. A água tem sido responsabilizada pelos seus desmandos. Quando chove, eles culpam pelo excesso, enchentes e umidade, mas quando, há seca, eles acusam novamente a água, pela sua ausência.
Quem souber do paradeiro destes dois inimigos do consumidor, ligue imediatamente para o disque denúncia. Existe o perigo, de aumentarem a quadrilha, convencendo outros elementos a participar deste assalto. O pepino, o agrião e a alface foram vistos com comportamentos suspeitos.

Atenção o vermelhinho atende pelo nome de tomate e a gorduchinha é conhecida nos mercados como batata. Cuidado porque essa meliante usa disfarces e também alicia menores. Sabe-se que muitas batatinhas, já foram “levadas” para atuar junto a esta perigosa quadrilha.
A polícia espera que os cidadãos colaborem nesta caçada, ou seja, nessa “comprada” que acontecerá em todos os horto mercados  da cidade.
Edison Borba

LAMENTOS DE UM PROFESSOR.

         Tenho acompanhado quase que diariamente, um contraste entre o que aparece nas propagandas políticas: os que estão deixando o poder apresentam uma série de benfeitorias, principalmente na área da educação, enquanto que paralelamente, os que estão almejando ocupar os palácios, contrariando seus oponentes apresentam  uma outra face.
Enquanto isso, em minha memória, desfila uma infinidade de crianças, jovens e até adultos, que passaram por minha vida. Desde as classes de quinta série até o ensino universitário, eu atuei como professor, numa jornada que teve início nos anos sessenta e continua até hoje.
Lembro-me do rosto e do  sonho dos meus alunos. Suas vozes ainda ressoam em minha cabeça, os alegres recreios, as perguntas surgidas durante as aulas, e muitas vezes uma gargalhada coletiva que tomava conta de todos. Os dias de prova, os medos e apreensões com a chegada do final de ano. As conversas com os familiares e a divisão de tarefas, que permitiam a escola e seus trabalhadores, unir forças com as comunidades.
Durante todo esse tempo que trabalho na educação,  transmito para meus alunos  imagem de otimismo quanto ao futuro,  que vale a pena estudar e lutar, pois o nosso país tem potenciais para ser uma nação respeitada pelo mundo. Não fujo de comentar e analisar com eles as dificuldades, e as barreiras que travamos diariamente, porém tento não ser pessimista. Meus alunos  precisam sonhar e acreditar que seus sonhos poderão ser realizados. Aprendi que podemos ser otimistas, sem perdermos a noção da realidade que nos cerca.
Afirmo, sem nenhuma dúvida que meus alunos são tão capazes quanto aos outros meninos e meninas das nações mais ricas e poderosas do mundo. O potencial de aprendizagem deles é de excelência, são criativos e habilidosos. Nossos estudantes poderiam transformar esse país numa grande e poderosa nação, não fosse o descaso com que são tratados pelos senhores que cuidam da política educacional brasileira.
Infelizmente nosso destino continua nas mãos dos que destroem sem piedade, os cérebros que poderiam gerar riquezas. Corruptos ocupam lugares de destaque e confeccionam leis e regras para o nosso ensino. Milhões de reais são transferidos para contas no exterior, deixando nossos estudantes, sentados no chão, com merenda de má qualidade, professores sem condições de atuar de forma digna. Estamos março de 2014, e várias escolas ainda não iniciaram seus trabalhos. Milhares de estudantes aguardam por transporte, reformas em prédios, material escolar entre outros direitos. Professores  lutam contra  as adversidades e formam uma coluna de resistência, na tentativa de não deixar o pior ficar péssimo.
Enquanto, os que estão deixando o poder mostram nas propagandas algumas Unidades de Ensino que receberam maquiagem, uma grande parte continua abandonada à própria sorte. Infelizmente, os que estão se propondo a ocupar os cargos e usam as imagens da miséria, como plataforma política continuará a manter o triste quadro da educação no Brasil. Faz parte de uma mentalidade falsamente democrática, manter a ignorância e o analfabetismo social. Povo enfraquecido, povo pouco informado é povo manobrado com maior facilidade.
Passados tantos anos, continuamos uma nação desumanamente pobre, quando comparada à maioria dos países do mundo.
Após tantos anos lecionando e levando para meus alunos mensagens de otimismo, aliadas à vontade de lutar e vencer. Após tanto tempo falando e demonstrando que moral e ética são os melhores cartões de visita do ser humano, e   temos que confiar na força deste país, tenho receio de  ter enganado meus, alunos e alunas que acreditaram nas minhas palavras e que talvez estejam decepcionados.
Porém, quando me dou conta que sou professor, e como tal, não posso me curvar, ganho forças e renasço das cinzas, para continuar na minha profissão. Sou trabalhador brasileiro, e como todo cidadão livre, tenho o direito de sonhar e lutar pelo que acredito, e continuar acreditando que um dia haverá grandes mudanças nesta Terra, e as nossas crianças e jovens irão se orgulhar de ter nascido no Brasil!
Eu acredito! Eu ainda acredito! Não sei por quanto tempo ...
Edison Borba

domingo, 23 de março de 2014

S.O.S. - BR

           Os brasileiros precisam urgentemente aprender uma nova forma de comunicação, principalmente os que moram no Rio de Janeiro. Trata-se de um novo dicionário que precisa ser integrado ao nosso dia-a-dia, por questões de sobrevivência.
Temos o PT, na direção geral do país, que tem ao seu redor os PSDB, PC, PCdoB, PMDB, PSDB, PTN, PDT, DEM, PR, PEN, SDD entre outros.
Muitas dessas siglas são antigas conhecidas do povo. Faz anos que elas se espalharam como praga e hoje germinam em todas as regiões do Brasil. Algumas, as mais novas, nasceram como subprodutos, e  já estão gerando filhotes. Praga  perigosa, peste   ardilosa, se não cortar pela raiz, se espalha como fogo montanha acima e água morro abaixo.
            Enquanto as siglas acima brigam pelo poder e pela maior fatia do bolo, a proteção popular aqui no RJ  está diretamente ligada as  UPPS.  Porém, surgiram os  “pessoal” do PCC que juntamente com os do CV  estão  criando um clima muito sério para quem mora no RJ, mais especificamente na RJ, isto é, cidade do Rio de Janeiro.
            Estamos apreensivos porque alguns PM e também da PC, está tombando em combate tentando defender as UPP e o povão. Até os fortes homens do CB, está tendo dificuldade para exercer o seu papel de apagar incêndios. Os meninos do BOPE estão trabalhando muito, suando a camisa e quase pedindo socorro ao pessoal da PR, que cuida das estradas, para que eles não deixem mais bandidos entrarem aqui no RJ.
            Estou preocupado com o PT podendo continuar no comando do BR, mas também não confio no PSDB e nem no PDC. O que fazer? Será que alguém do PTB, PR ou do novo SDD poderia segurar a peteca? Já pensei até em resuscitar a UDN, mas creio que será loucura!
            Rezo para que o projeto UPP, continue firme segurando o avanço do CV e do PCC, mas também não me sinto seguro com o aumento de siglas lá no DF. Os  “pessoal” de lá, os que andam de paletó e gravata, são perigosos formadores de grupos, mestres em desvios de verbas do BC e do BB. Criam ONGS de fachada e ninguém consegue segurá-los. Enganam até o IBOPE , se reelegendo  anos e anos seguidos.
            O que faço? Corro para os braços de quem? PT ou PCC? PMDB ou CV?
            Eu quero sobreviver e não ser atingido por uma BP. Caso isto aconteça vou depender do SUS, e aí nem JC vai poder me proteger.
“Tô” em pânico! Acho que vou pegar meu CEL e bater um fio para  CVV e pedir para ser levado para o  HP (Hospital Pinel).
                                                        E.B. (Edison Borba)

sábado, 22 de março de 2014

FICÇÃO? REALIDADE?

         O mundo do cinema possui uma infinidade de filmes, onde os “galãs” são as aeronaves. Durante anos, diretores, produtores e grandes estrelas da telona, filmaram cenas memoráveis em aviões. Romance, drama, guerra, acidente, violência, beijo, briga, sequestro de aviões e sequestro dentro de aviões, tudo isso acompanhado por  trilhas sonoras como em “Um Fio de Esperança”, em que John Wayne, assobia uma linda melodia.
Nos anos sessenta, Elvis, canta e dança enquanto pilota um avião, deixando claro para os fãs, que somente o Presley podia fazer tal façanha.
Tivemos a era dos “aeroportos”, explodindo nos cinemas eram os anos setenta. Foram tantas histórias, cercadas por dramas, explosões, perigos e gritos na tela e na plateia. Pilotos desmaiados, aeromoças corajosas, crianças espertas, galãs lutando em pleno ar para salvar sua amada, e até cobras, já soltaram nos corredores de aeronaves em pleno céu.Aeroporto 75
Há muito tempo, lá pelos anos trinta, muitos cinéfilos choraram nas sessões de “Horizonte Perdido”, um drama que mais tarde foi refilmado sob a forma de musical. O horizonte perdido estava lá pelas terras do Himalaia. Um local maravilhoso, onde todos viviam felizes, sem doenças e nem velhice. Um sonho que fez surgir em muita gente o desejo de subir as montanhas e viver como e com os monges.
Mais recentemente, um Diretor cinematográfico, colocou um piloto voando de cabeça para baixo. Uma cena incrível, que mistura comédia, drama e efeitos especiais. Para a história ficar mais complexa, o piloto era toxicômano e tinha passado uma noite “das boas”. Mesmo com tanta fantasia no ar, valeu a pena ter assistido a façanha de Denzel Washington.
Um estranho filme envolvendo drama aéreo foi “Uma Fenda no Tempo”, uma história fantástica, que nos remete aos fenômenos de “desaparecimento”, como o que estamos acompanhando no momento.
Desde o dia oito de março, que o mundo se volta para as buscas pelo avião desparecido com 208 pessoas a bordo. Simplesmente a aeronave sumiu. Toneladas de metal, combustível, objetos e gente estão perdidos  em algum horizonte.
Ficção e realidade  se misturam deixando a nossa imaginação voar pelo céu, entre as nuvens como tantas vezes já fizemos nas escuras salas dos cinemas.
Será que uma fenda no tempo sugou este avião?
Talvez tenham sido sequestrados e hoje estão presos em algum distante país?
Mas, também, podemos imaginar que  as pessoas que estavam a bordo, vivem hoje, felizes em um perdido horizonte, e que todas encontraram o seu  Shangri-La.
Tomara!
Edison Borba
 
 

sexta-feira, 21 de março de 2014

ONDE TEM FUMAÇA ...

         O céu do Rio de Janeiro amanheceu nublado pela fumaça do incêndio que destruiu uma base de UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), situada numa das comunidades da cidade. Traficantes queimaram as instalações, ferindo alguns soldados, deixando o local sem energia elétrica e causando pânico na população. Em outro local, mais fumaça de ônibus queimando, pelo fogo ateado por bandidos. A  pólvora das armas de fogo, também colaboram para aumentar o nível deste tipo de poluição. Somamos ainda a fumaça dos canos dos veículos que circulam por todas as ruas e conseguimos transformar a cidade numa Londres, dos tempos da formação do forte nevoeiro que a cobriu em 1952.
Também está saindo fumaça da cabeça dos comandantes das polícias, do prefeito e até do governador, que tentam resolver o problema dos ataques promovidos pelos traficantes e tantos outros problemas que afligem nosso “paraíso tropical”.
Como resolver o impasse que a cada dia, aumenta?
Entre as autoridades e os traficantes, está o trabalhador, que também está “queimando” os neurônios para sair ileso desta guerrilha.
Há um antigo “ditado popular” que afirma: “onde tem fumaça, tem fogo”, este dito, do povão, aqui na Cidade Maravilhosa torna-se cada vez mais verdadeiro. Há fumaça saindo por todos os lados, até para resolver o problema da falta de água na cidade de São Paulo. Governadores reunidos queimam a massa cinzenta para salvar os paulistanos e paulistas de uma possível seca, retirando água dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Todas estas questões estão sendo  levadas para Brasília, para que à Senhora Presidente,  também coloque seus neurônios para trabalhar e queime a “mufa” para colaborar na solução destes problemas. Porém, a Senhora Palaciana, também está soltando fumaça pelas ventas, pela ousada compra de uma antiga refinaria americana.
O clima de tensão aumenta, chegando perto de um grande curto circuito, que poderá se espalhar por todo o país, com a formação de uma grande nuvem de fumaça, que pode se tornar perigosa, não só para a saúde dos brasileiros, mas também, porque alguns políticos poderão usar o clima nublado, para roubar, desviar, rapinar e enviar mais reais para fora do país, neste caso esta fumaça “é fogo”, difícil de apagar.
Com todo este fumaceiro, que é aumentado por queimadas provocadas em nossas reservas ambientais, somente  um tipo de  água poderá ajudar a apagar tanto incêndio:  
As lágrimas dos brasileiros trabalhadores e honestos!
Edison Borba
 

quinta-feira, 20 de março de 2014

AH! CHEGOU O OUTONO!

          Diferentemente de outros países, aqui no Rio de Janeiro, as estações do ano, são marcas encontradas apenas nos calendários. Nossas variáveis de temperatura ficam entre quente e muito quente. Porém, neste verão, que  termina, cariocas viveram um dos mais quentes e secos dos últimos anos, chegamos a uma temperatura de 55 graus, e as chuvas poucas vezes deram alívio à população.
            No Brasil, a chegada do outono encontra uma situação no mínimo inusitada, acontece cheia na região norte, onde as águas dos rios Madeira, Xingu, Acre e Araguaia continuam subindo devido às fortes chuvas na região. Mais de 30 mil famílias estão desabrigadas ou desalojadas. Enquanto as chuvas não cessam no norte, cidades do interior do nordeste continuam secas. Uma das maiores estiagens,  em muitos anos, torna a tragédia da população das cidade atingidas uma das maiores em muitos anos.   
A seca do nordeste faz parte do calendário nacional e a sua presença, é sempre esperada com ansiedade pelos políticos, que fazem deste fenômeno um grande comércio eleitoreiro.
            No sudeste, a falta de chuvas no sistema que abastece de água, uma das maiores cidades do mundo, São Paulo, está cada vez mais baixo. Especula-se mudanças em recursos hídricos, desviando a água do Rio de Janeiro de  Minas Gerais. Os poucos rios que restam em São Paulo estão poluídos. A natureza começa a cobrar um alto preço pelo descaso e mal uso de seus recursos.
            Enquanto isso, as temperaturas em todo o Brasil, variam entre 17 e 38 graus. Chuvas e estiagem. Umidade e seca. Tudo ao mesmo tempo e no mesmo país.
            Para os brasileiros o importante é marcar nas agendas e calendários a chegada do outono, as folhas secas, que tornam amarelas as árvores da Europa, aqui se misturam com o verde e as flores. Quanto às frutas, é só chegar  num mercado mais próximo e dependendo da região podemos comprar maçã, umbu, pera, siriguela, uva, tangerina, graviola, nêspera, cajá, laranja, jaca, melancia , jamelão ou qualquer outro tipo de delícia que a “mãe” natureza nos oferece.
            Para os cariocas, uma frase  se repete durante os finais de semana dos 365 dias do ano, seja no outono, inverno, primavera ou verão:  “será que vai dar praia?”
Edison Borba