terça-feira, 4 de março de 2014

SÓ FUI FELIZ EM MARICÁ!

           “Ouça”, eu só fui feliz em Maricá!
Maysa, a cantora de olhos verdes, a musa da “dor de cotovelo”, encontrou a paz nesta pequena cidade do litoral do Rio de Janeiro.
Após ser aplaudida em todo o mundo e receber vários prêmios pelo seu talento, declara seu amor ao mar de Maricá. Numa casinha branca,  construída nas areias da praia, Maysa viveu seus últimos dias.
Mulher culta, pertencente a uma árvore genealógica de barões, voz de timbre inconfundível e, olhar misterioso, Maysa, encantou a todos com suas interpretações.
Educada em rígidos colégios, casou-se aos dezoito anos, unindo o nome de sua família ao de outro clã, também importante no cenário da sociedade brasileira.
Entre canções, prêmios, gravações e muito sucesso Maysa, encontra preconceitos de uma sociedade maldosa, principalmente em relação às mulheres desquitadas. Dona de suas vontades, essa linda mulher amou demais, cantou demais e sofreu demais.
Consagrada nos palcos, de várias cidades do mundo,  amada no Japão, essa sensível artista cantava as suas dores e amores. Músicas como “Meu Mundo Caiu”, “Tarde Triste”, “Bronzes e Cristais” entre dezenas de outras melodias, que desnudavam sua sofrida alma, que deixou de ser Matarazzo e Monjardim, para ser simplesmente Maysa.
Sua carreira também encontrou nos palcos teatrais mais uma forma de expressão do seu talento. Atuou em novelas com o mesmo talento de cantora.
Maysa como outras mulheres, foi uma guerreira. Desafiou o mundo para viver a sua individualidade. Amargou a imprensa “marrom” que a perseguia, numa tentativa de manchar sua imagem. Sua trajetória de vida, provavelmente tenha servido para que outras mulheres tivessem coragem de ir à luta, após um casamento desfeito.
Sempre elegante Maysa não negava a sua origem, mesmo quando os seus sofridos amores se transformavam em tragédia ela se apresentava para seu público como uma grande musa.
Morreu de forma dramática, como o enredo de muitas de suas interpretações. Saiu da vida, voando como um pássaro, sobre o mar.
Era novembro de 1976, a jovem mulher de apenas 40 anos, deixou a sua casinha branca nas areias da praia de Maricá, eternamente vazia.
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 Maysa renasceu na avenida reinando absoluta no carnaval do Rio de Janeiro
iluminando o universo da Escola de Samba Grande Rio.
 Edison Borba

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