“Minha
escola não tem luz, nem ventilador, nem parede o barulho fica atrapalhando,
quando passa um carro na estrada e uma moto, chama a atenção do aluno, aí não é
bom não!” - palavras de outro brasileirinho,
do interior do piauiense.
Ambos
foram entrevistados por jornalistas de uma famosa rede de televisão brasileira,
neste mês de março de 2014.
Em
vários municípios de São Paulo, escolas ainda não receberam material básico
para estudar, como os mais simples: caderno e lápis. Os livros distribuídos
pelas prefeituras tiveram apenas as capas modificadas e o conteúdo se manteve o
mesmo. É tudo igual o que já foi estudado, e para piorar o problema, em algumas
das apostilas (livros) os conteúdos de diferentes disciplinas estão misturados.
Uniformes? Nem pensar! As prefeituras alegam que estão em fase de estudo para
organizarem os contratos com empresas especializadas. Diversos gabinetes quando
questionados, as respostas foram às mesmas, indicando um possível acordo entre
os diversos prefeitos.
Viajando
para o Piauí, encontramos escola sem parede, funcionando numa casa de farinha
de mandioca. Enquanto os professores tentam trabalhar, num local totalmente aberto,
as vozes se misturam e animais passeiam
entre as crianças.
Sem
paredes e sem luz, esses brasileirinhos, não estudam no tempo de chuva. O
grande esforço dessa gente é um destaque para a força que o povo brasileiro usa
para sobreviver aos desmandos dos governos.
Escola
sem parede, alunos sem material e uniforme e o transporte escolar quase
inexistente, é um constante perigo para os brasileirinhos.
Enquanto
isso, no Rio de Janeiro, mais de doze escolas estão sem aulas, em função da
ocupação policial da Vila Kennedy. Polícia e traficantes mais uma vez lutam
pela ocupação de mais um território. Hoje dia, 13 de março de 2014, acontece mais de 22 incursões por diversas
comunidades da Cidade Maravilhosa.
Estas
e outras calamidades estão acontecendo agora em diversas escolas em todos os
estados brasileiros. Infelizmente pouco se comenta sobre o desabamento do teto
de uma escola ou que alunos e professores bebem água retira de galão, entre
outras tragédias educacionais brasileiras.
Após
os jogos da Copa Mundial de Futebol, os brasileiros irão às urnas, com grande
dificuldade de renovação. O que vemos através das propagandas políticas, são as
mesmas caras, repetindo os mesmo textos indicando que continuaremos com escolas
sem paredes, alunos sem uniforme e material escolar, hospitais sem condições de
funcionamento e brasileirinhos sem a possibilidade de um futuro melhor.
Até
quando esse meu país, Brasil, continuará
vivendo de sonhos?
Rio
de Janeiro, 13 de março de 2014.
Edison
Borba
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