domingo, 30 de março de 2014

ISTO AQUI É UMA GUERRILHA!

             Dona Roseana Guimarães, brasileira, trabalhadora, de 31 anos expressou o que a sociedade sabe que existe, mas se cala por medo ou conveniência.
“Isto aqui é uma guerrilha!”  foi a expressão desta mulher, mãe de Vinícius Guimarães, de 15 anos que tombou  vítima da guerra entre quadrilhas rivais, que ocupam as comunidades de Nova Holanda e Baixa do Sapateiro,  parte do Complexo da Maré.
Vinicius morreu, logo após a comunidade ter sido ocupada pelas forças de segurança, deixando claro que haverá muito trabalho para que a população desta extensa área sinta-se protegida. O que nos chama atenção na história deste menino de 15 anos, é que o confronto aconteceu entre grupos de adolescentes. Jovens que deveriam estar estudando e construindo um caminho profissional, estão obtendo orientações, cujas metodologias educacionais, apontam caminhos onde se pode ganhar muito dinheiro em pouco tempo. Eles são seduzidos pela vida dos grandes traficantes, que gozam de prestígio e respeito nas comunidades que ocupam. Sabemos e calamos que muitos traficantes ocupam boas moradias, confortavelmente equipadas, além de gozarem da admiração de muitas jovens mulheres, que vêm numa relação afetiva com eles, a possibilidade de “subir” no conceito da comunidade além de ter acesso a bens materiais que dificilmente obteriam através do trabalho assalariado.
 Estamos muito longe de mudarmos esta situação. Nosso ensino não consegue atrair um grande número de jovens. Nossas escolas não oferecem atrativos para fazer nossos alunos sonharem. Os conteúdos disciplinares apontam para um caminho longo e árduo, e que nem sempre levará ao sucesso. Por mais informatização e outras interferências tecnológicas usadas pelo ensino, ainda estamos longe de atrairmos os jovens.
A necessidade de “andar na moda”, possuir bens de consumo rapidamente e poder responder às ofertas feitas por uma maciça propaganda, leva a nossa garotada a escolher o caminho mais curto, mas que muitas vezes leva à morte.
Dona Roseana tem mais três filhos, para educar e sustentar, tentando livrá-los dos apelos imediatistas da sociedade moderna.
É lamentável, que outros jovens sejam perdidos e suas inteligências desperdiçadas, o mais constrangedor neste tipo de história, é que ela acontece nas mais diferentes classes sociais, mudando apenas o endereço e o estilo de morte.
Edison Borba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário