domingo, 2 de março de 2014

“BENÇÃO” MÃE ÁFRICA

          Nesse período de carnaval, o Brasil explode em ritmos. De norte a sul do país pode-se ouvir os mais variados sons: samba, maracatu, frevo, afoxés, batuques e muitos outros, que nos faz sentir a importância da miscigenação, que originou a população brasileira atual.
Os nascidos na Terra, indígenas; os brancos europeus; os negros africanos e os asiáticos, todos contribuíram para a formação de uma das mais ricas populações mundiais.
Em se tratando de musicalidade, dança e “balanço”, nossa herança é das mais interessantes. O “molejo” corporal brasileiro é indiscutivelmente uma realidade, o simples ato de caminhar diferencia o Brasil dos demais países. Há um “certo” volteio ou ginga que nos caracteriza e individualiza.
Apesar de constatarmos a riqueza genética que recombinada originou os brasileiros, não podemos deixar de reconhecer que a grande mãe África, teve uma fascinante contribuição. Há uma força estranha que predomina sobre as demais. É o tal balanço da mulata, que encanta o mundo. É um rebolado, uma movimentação física, impossível de ser imitada. Durante todo o ano, esse “glamour”, não passa despercebido e nem se perde na multidão. Homens e mulheres num vai-e-vem frenético pelas ruas, fazem de seu caminhar um belo desfile. Não há como negar: o brasileiro anda, caminha e desfila de um jeito muito especial e essa, é sem dúvida herança da grande mãe Africana.
Porém, é durante o carnaval que essa característica se torna mais evidente. Seja, nos difíceis passos do frevo, na cadência dos afoxés, maracatus e batuques ou no gingado de um samba  podemos admirar a legitimidade dessa herança africana.
A negritude brasileira é uma realidade incontestável, os que chegaram como escravos se impuseram como reis e rainhas, transformando em beleza rítmica a vida neste recanto sulamericano.
Nos temperos a pimenta; na religiosidade a natureza; no amor a paixão; na arte o forte colorido e uma intensa força musical.
Não há como negar, essa incrível mistura brasileira!
A benção Mãe África! Bato cabeça aos seus pés e peço “maleme” pelos desvarios cometidos em épocas passadas.
Afague e perdoe meus ancestrais brancos, que em dias de “antanho” agindo de forma malévola, indiretamente, contribuíram para o enriquecimento da espécie humana.
Salve todas as poderosas e iluminadas mães negras que através de seus Orixás ajudam a iluminar o povo brasileiro!
Axé!

Edison Borba

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