Mais uma vez, o novo humorismo, ou a
nova fórmula de humor, perdeu as rédeas. Em outras ocasiões, os “jovens”
humoristas, considerados revolucionários quanto aos novos formatos de humor já
tiveram seus nomes processados, ao passarem dos limites, quando ao tentarem
fazer uma piada, ofenderam e magoaram pessoas sérias da nossa sociedade.
Novamente, uma mulher foi vítima
desse falso humor. Da mesma forma que em anos anteriores, uma jovem grávida
caiu nas redes dessa nova onda humorística, agora
foi a vez de uma doadora de leite materno. Michele Rafaela Maximiano, mãe de
dois filhos, moradora na cidade de Quipapá, em Pernambuco, uma das maiores doadoras
de leite materno, no mundo, sofreu “bullying”.
Essa brasileira merece de nós todo o respeito possível. Ela salva vidas
doando seu leite. Ela alimenta crianças e dá vida ao Brasil. Michele merece receber
medalhas da nossa Presidente e aplausos de todo o país. Merece ser condecorada
e homenageada por todos que sabem da importância do leite materno para a sobrevivência
infantil.
Lamentavelmente, foi mais uma vítima
do novo falso humor.
No livro, “Complexo de Viúva”,
lançado recentemente, a crônica da página 74, aborda essa triste realidade.
“Fazer
rir, ser engraçado, saber fazer humor é uma difícil arte, que requer
inteligência e sutileza. Existe um limite entre fazer rir e ofender. Ser
engraçado ou ser desgraçado, eis a questão?”
Rir faz bem a saúde e uma boa
gargalhada “desopila” o fígado. Rir é terapia. Grupos de teatro frequentam
hospitais para levar a alegria aos que sofrem graves problemas de saúde. Carlitos,
Arrelia, Carequinha foram palhaços sérios, que através de suas cambalhotas
levaram felicidade a muitas pessoas.
Outros homens e mulheres souberam
fazer rir e pensar, quando brincavam com assuntos sérios, porém na medida
certa. Sem ofender e nem agredir, eles criticavam, satirizavam e denunciavam
questões de relevância social
Atualmente temos acompanhado o
surgimento de um novo tipo de humor (??!!??). Caracterizado por textos
ofensivos, preconceituosos e agressivos que ridicularizam e depreciam pessoas numa
tentativa de fazer rir. Usando como pano de fundo, o humorismo verdade e
jornalístico se tornaram inconvenientes e em nada contribuindo para o uso do
humor como um caminho para defender e lutar por causas nobres, como a luta da
mulher contra a violência, os direitos do exercício de preferências religiosas e
sexuais, a sobrevivência de nossas crianças entre outras causas.
Esse novo formato de humor será que tem
graça?
Edison
Borba