quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SERÁ QUE TEM GRAÇA? (de novo!)

              Mais uma vez, o novo humorismo, ou a nova fórmula de humor, perdeu as rédeas. Em outras ocasiões, os “jovens” humoristas, considerados revolucionários quanto aos novos formatos de humor já tiveram seus nomes processados, ao passarem dos limites, quando ao tentarem fazer uma piada, ofenderam e magoaram pessoas sérias da nossa sociedade.
            Novamente, uma mulher foi vítima desse falso humor. Da mesma forma que em anos anteriores, uma jovem grávida caiu nas redes dessa nova onda humorística,   agora foi a vez de uma doadora de leite materno. Michele Rafaela Maximiano, mãe de dois filhos, moradora na cidade de Quipapá, em Pernambuco, uma das maiores doadoras de leite materno, no mundo, sofreu “bullying”.
Essa brasileira merece de  nós todo o respeito possível. Ela salva vidas doando seu leite. Ela alimenta crianças e dá vida ao Brasil. Michele merece receber medalhas da nossa Presidente e aplausos de todo o país. Merece ser condecorada e homenageada por todos que sabem da importância do leite materno para a sobrevivência infantil.
            Lamentavelmente, foi mais uma vítima do novo falso humor.
            No livro, “Complexo de Viúva”, lançado recentemente, a crônica da página 74, aborda essa triste realidade.
           
“Fazer rir, ser engraçado, saber fazer humor é uma difícil arte, que requer inteligência e sutileza. Existe um limite entre fazer rir e ofender. Ser engraçado ou ser desgraçado, eis a questão?”
 
            Rir faz bem a saúde e uma boa gargalhada “desopila” o fígado. Rir é terapia. Grupos de teatro frequentam hospitais para levar a alegria aos que sofrem graves problemas de saúde. Carlitos, Arrelia, Carequinha foram palhaços sérios, que através de suas cambalhotas levaram felicidade a muitas pessoas.
            Outros homens e mulheres souberam fazer rir e pensar, quando brincavam com assuntos sérios, porém na medida certa. Sem ofender e nem agredir, eles criticavam, satirizavam e denunciavam questões de relevância social
Atualmente temos acompanhado o surgimento de um novo tipo de humor (??!!??). Caracterizado por textos ofensivos, preconceituosos e agressivos que ridicularizam e depreciam pessoas numa tentativa de fazer rir. Usando como pano de fundo, o humorismo verdade e jornalístico se tornaram inconvenientes e em nada contribuindo para o uso do humor como um caminho para defender e lutar por causas nobres, como a luta da mulher contra a violência, os direitos do exercício de preferências religiosas e sexuais, a sobrevivência de nossas crianças entre outras causas.
Esse novo formato de humor será que tem graça?
Edison Borba

Um comentário:

  1. Aqui em Brasília o teatro foi dominado por comédias babacas, em que o escracho é a única maneira de arrancar gargalhadas. Uma peça escrita em cinco minutos, linha de produção e sempre mais do mesmo. Paradoxalmente, auditórios lotados, mas de cabeças vazias.

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